N/A: O capítulo saiu, finalmente! Já começo avisando que esse será o último capítulo de Maio por motivos de obrigações acadêmicas, provavelmente só voltarei a postar em Junho, então, por favor, me desculpem, mas continuem esperando! Não sei se perceberam, mas eu até tentei começar uma nova fanfic, mas ao perceber que não daria conta acabei excluindo e adiando, por isso decidi adiar as atualizações dessa fanfic também para não ficar algo apressado e mal feito. Terminei esse capítulo hoje, não pretendia postar direto, geralmente reviso, mas como não terei tempo nas próximas semanas aqui está ele, me esforcei para deixar a parte do Denis o mais próxima possível de um estudante de medicina, assim como a parte DORAMEIRA que vocês verão no final! Obrigada por tudo e me esperem, eu voltarei!
[Todos os personagens pertencem ao Masami Kurumada e a Shiori Teshirogi!]
8
Encontro às Cegas
Denis
A prática ambulatorial já havia começado há algumas semanas e eu fui designado a uma das clínicas da faculdade que por sorte ficava no mesmo campus. Havia treinado muito como diagnosticar e perceber alterações no estado dos pacientes, mas ainda precisava me adaptar ao processo de atendimento. Eu estava na ala da pediatria, por isso precisava ser mais simpático.
Precisava preparar o histórico clínico do meu paciente daquela semana, em resumo era um relatório sobre seu diagnóstico, qual o melhor tratamento e como ele seria acompanhado. Me esforçava muito nesses históricos por se tratarem de casos reais, com pessoas reais, por isso os considerava ainda mais importantes do que qualquer nota que poderia obter nas matérias da faculdade.
Não queria admitir, mas tinha muito medo de errar nessa parte, mesmo sendo acompanhado pelos professores e médicos do hospital. Talvez por isso tenha parado com minha produção de vídeos, desde que a prática ambulatorial começou só havia postado um vlog e já havia começado a notar que estava recebendo comentários perguntando sobre como eu estava e se voltaria a atualizar o canal, mas eu simplesmente estava sem tempo.
Estava focado naquela manhã, pois ao invés da prática ambulatorial tivemos apenas as aulas da manhã e tivemos que assistir a uma palestra a tarde. Como estava sempre com meu tablet consegui fazer algumas anotações importantes, além de conseguir dicas de livros com relação a matérias futuras. Até consegui fazer algumas filmagens para meu possível próximo vídeo, então estava otimista.
Havia acabado de sair da palestra, me sentindo bem por ter feito um bom trabalho e por chegar em casa mais cedo para poder estudar para os exames que teriam início em uma semana e talvez ter uma noite tranquila quando dois colegas me interceptaram no corredor.
Cassius e Jiwon eram amigos desde o primeiro semestre, estavam sempre juntos falando alto demais e rindo por motivos que não me interessavam, mas eram boas pessoas e acho que também seriam ótimos médicos. Apesar de brincalhão Cassius era um dos melhores da turma e Jiwon também não ficava muito para trás. Esse era o motivo para eu não ignorá-los quando tínhamos trabalhos em grupo.
- Espere, Denis! – Cassius estava quase sem fôlego, o cabelo loiro caindo sobre os olhos enquanto ele fitava o chão com as mãos nos joelhos, não me dei conta de que estava andando rápido demais, acho que era um hábito meu.
- O que foi? – perguntei. Por um momento fiquei preocupado achando que poderia ser algo sério, mas então lembrei que eles passaram metade da palestra falando que teriam outro compromisso em algumas horas.
- Cassius e eu vamos para um encontro as cegas depois daqui, mas o outro garoto acabou nos deixando na mão e precisamos de você.
"Encontro as cegas? Não era isso o que acontecia nas novelas que Télos acompanhava?".
- Obrigado por perguntar – procurei as melhores palavras para recusar o convite – mas quero ir para casa.
Jiwon, o favorito das crianças na pediatria por ser incrivelmente simpático, lançou um olhar fulminante para Cassius que mais uma vez não me deixou ir embora.
- Mas você precisa nos ajudar!
- Mas por que eu?
- Porque você tem jeito com as garotas. – disse Jinwoo. Ele tinha traços orientais e um cabelo curto e cheio, quase encaracolado.
- Eu sequer falo com elas! – respondi cheio de convicção, o que depois não me pareceu algo bom.
- Diga a verdade, Cassius – disse Jiwon, ele me encarou e pôs a mão em meu ombro – a verdade é que esse encontro só vai acontecer se você for, então, por favor...
Jiwon se ajoelhou no meio do corredor movimentado. As pessoas passavam e olhavam para nós com uma cara estranha.
- Por favor, venha conosco! – implorou Jiwon – Cassius mostrou uma foto sua para a garota que organizou tudo e ela concordou em não cancelar tudo, mas apenas se você for!
- Uma foto minha? – perguntei.
Era isso, acabaria cometendo meu primeiro e último crime ali, mas então pensei em todo o trabalho duro que tive... Não acredito que estava tendo aquele tipo de conversa no meio do hospital, com nossos futuros pacientes nos olhando como se fôssemos palhaços.
- Tudo bem! – respondi – Só levante logo.
- Obrigada! - Jiwon e Cassius me abraçaram, o que foi o máximo de contato humano que eu gostaria de ter naquele dia.
- Encontro vocês no estacionamento em uma hora – disse Cassius, ainda saltitando de alegria. Se eu fosse um paciente não confiaria nele para prescrever qualquer tipo de remédio – meu pai me emprestou o carro.
- Nos vemos lá! - Jiwon confirmou, então olhou para mim, sorridente, antes de sair para guardar suas coisas na sala dos funcionários. Eu também precisava sair logo agora que tinha dado minha palavra, precisava ir até meu armário, pegar minha mochila, guardar o jaleco e tudo o mais.
Revirei os olhos e me encostei à parede mais próxima. Tirei o celular do bolso e mandei uma mensagem a Nikos, dizendo que não poderia vê-lo na saída porque seria arrastado para um inferno de álcool e conversa fiada que me faria perder uma noite de estudo.
- Eu odeio isso – suspirei.
De repente meu celular começou a receber várias mensagens de uma só vez. Cassius e Jiwon haviam me adicionado a um grupo de conversa e estavam mandando figurinhas.
As coisas só pioravam.
- É aqui? – perguntei quando Cassius finalmente conseguiu estacionar.
Já era noite e a rua estava movimentada, cheia de pessoas que haviam acabado de sair do trabalho, da faculdade, ou que simplesmente queriam aproveitar um pouco mais o dia comendo alguma coisa. Senti um alívio enorme ao descer do carro porque Jiwon havia escolhido uma colônia forte que havia deixado meu nariz irritado.
- Não acredito que nos atrasamos – disse Cassius – que vexame.
- Não foi culpa minha – disse Jiwon.
- Pode deixar suas coisas no carro, se quiser – Cassius disse para mim.
- Não, tudo bem – respondi.
Não planejava ficar muito tempo e para escapar depressa precisava manter minha mochila comigo.
O restaurante coreano tinha um ambiente acolhedor, a iluminação era aconchegante, não muito forte. As mesas retangulares revelavam o propósito de fazer as pessoas conversarem, mesmo com uma pequena televisão presa a parede que mostrava as notícias locais, mas mal conseguíamos ouvir nada por causa da música. O cheiro da comida era maravilhoso, talvez eu tivesse que ficar aqui um pouco, pelo menos até estar satisfeito.
- Ah, ali estão elas! – disse Jiwon. Ele me confessou quando estávamos no carro que o encontro era um pretexto para ele conhecer uma garota do curso de Artes e que eu não precisava me preocupar, que nem precisava falar nada, que Cassius cuidaria de tudo, pois a garota que organizou o encontro era uma conhecida dele.
É claro que não fui ingênuo demais para cair nessa conversa, por isso mantive a mochila comigo. Comeria um pouco e depois inventaria uma desculpa para ir embora o mais cedo possível.
Atravessamos o salão cheio e chegamos até uma mesa onde três garotas conversavam entre si. Ainda não havia comida na mesa, apenas algumas bebidas e os cardápios.
A que estava sentada no canto acenou para Cassius assim que ele chegou, devia ser sua amiga, a do meio sorriu timidamente para nós e suspirou um pouco, mas acabei notando a terceira garota que abriu um largo sorriso ao me ver.
- Sibyl? – eu disse.
- Não acredito que você está aqui! – ela acabou levantando ao me ver, ainda sorrindo, talvez indecisa se deveria me abraçar ou não. Percebi que Sibyl tinha esse hábito depois que a levei para casa naquele dia chuvoso, depois daquele dia passei a notar seus gestos caseiros e na faculdade. Ela abraçava o irmão com frequencia, andava de braços dados com a amiga na faculdade... No último final de semana Télos levou um doce da cafeteria para ela e Sibyl o agradeceu com um abraço.
Não acho que ele conseguiu dormir depois disso.
- Vocês se conhecem? – Cassius perguntou.
- Sim – Sibyl respondeu – ele me deu carona uma vez.
Percebi que todos já estavam sentados, então fizemos o mesmo. Não prestei atenção no que as outras garotas usavam, mas Sibyl parecia à vontade com uma calça jeans, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro preta.
- Vou fazer o pedido, tudo bem? – disse Helena. Ela parecia familiarizada com o lugar, pois não teve problemas ao pedir pratos que agradassem a todos e logo a mesa estava repleta de cortes de carnes onde assaríamos na própria mesa, legumes, molhos e pasteis ao vapor.
Como estava no meio, Jiwon se ofereceu para assar as carnes e um garçom nos ensinou a comê-las com folhas, arroz e kimchi, uma experiência única para o paladar.
Sibyl e eu ficamos nos encarando até a comida chegar enquanto os outros falavam alguma coisa sobre os eventos da faculdade , não sabia exatamente o que falar com ela, mas ao mesmo tempo não queria parecer indelicado como das outras vezes. Ela parecia gostar de mim, ou era isso o que eu achava, pois não via outra explicação para os sanduíches que ela deixava em minha porta quase todas as noites, e mais uma vez eu fui fraco em me manifestar no momento certo.
Até agora não havia dito sequer obrigado.
Quando estava prestes a dizer algumas palavras Sibyl se inclinou para frente e cobriu parte do rosto para me perguntar algo discretamente:
- Você vai gravar isso?
Demorei um pouco para reagir enquanto admirava a gargantilha com o pequeno pingente do Sol em seu pescoço a mostra, pois seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo.
- Eu não... – hesitei um pouco, na verdade não havia pensado nisso, ela deve ter notado a mochila ao meu lado.
- Faz tempo que não atualiza o canal, não é? – ela sorriu – Sinto falta dos seus vídeos.
- Você sente falta? – perguntei.
Tentei conter o sorriso, mas não consegui. Já estava acostumado com comentários na internet, mas era diferente quando alguém me falava esse tipo de coisa pessoalmente.
Não gostava de filmar na frente de outros alunos da faculdade, sempre fazia isso com enorme discrição, mas Cassius conversava com Helena e percebi que Jiwon se esforçava para agradar Amanda, que olhava para mim pelo canto do olho a cada cinco minutos, talvez esperando que eu também lhe desse atenção.
Peguei minha câmera, que era preta e discreta, e filmei rapidamente os pratos na mesa e o nome do restaurante que estava em uma placa na parede. Depois olhei para Sibyl.
- Quer aparecer um pouco? – perguntei.
O rosto dela se iluminou na hora.
- Posso mesmo?
- Seu rosto não vai aparecer, mas apenas – engoli em seco, ainda encarando a gargantilha em seu pescoço – parte do queixo para baixo.
- Tudo bem – ela assentiu com um sorriso e fez gestos em "V" com as mãos enquanto era filmava.
- Você é a primeira a aparecer depois de Nikos – eu disse.
- Espero que ele não fique com ciúmes – Sibyl sorriu. Ela veio se sentar ao meu lado no banco para ver um pouco da filmagem que tinha feito.
Era estranho ficar perto dela, estranhamente bom mesmo que não tivéssemos conversado muito antes disso.
Jiwon foi até o freezer que ficava no meio do salão e pegou algumas bebidas para a mesa, além de Cassius que estava dirigindo, Sibyl e eu negamos a oferta.
- Não quero beber hoje – eu disse – por causa dos exames.
- Eu também! – Sibyl novamente sorriu para mim, percebi que ela fazia isso frequentemente, até mesmo na república, desde que passamos a ter uma relação civilizada depois do dia que a levei até em casa enquanto chovia. – E, além disso, não sou fã desse tipo de bebida.
Sibyl não saiu mais do meu lado, pois quando fez menção que iria levantar eu segurei a manga de sua jaqueta.
- Está mais quente desse lado – eu disse – não é por isso que está de jaqueta?
O rosto de Sibyl ficou vermelho e ela desviou o olhar, mas não saiu do lugar. Deixei que ela pegasse a câmera novamente se isso fosse deixá-la mais confortável.
Helena acabou pedindo mais comida, mas Sibyl não conseguiu pegar o jeito com os talheres coreanos, então ao invés de ter um pouco mais de paciência passou a perfurar os mandus com os palitinhos, como se fossem pequenas espadas.
Acabei sorrindo ao assistir a cena, mas me contive, pois não queria que ela achasse que estava zombando dela, de jeito nenhum, na verdade estava achando tudo aquilo adorável.
Depois de um tempo, percebi que Cassius e Helena pareciam estar se dando bem, assim como Jiwon e Amanda. Eu queria conversar mais com Sibyl, mas tudo parecia muito barulhento e cheio de interferências e tive a sensação de que ela não gostava de plateia assim como eu.
- Quer ir para outro lugar? – perguntei.
Sibyl piscou de leve ao me encarar.
- Está falando comigo?
- Sim – respondi – Podemos caminhar um pouco e depois pegar um táxi até a república.
- Vai levá-la até em casa? – Amanda se intrometeu, parecendo chocada.
Não percebi que ela estava prestando atenção em nós, muito menos em nossa conversa.
- Nós moramos juntos - Sibyl respondeu.
Cassius me mostrou o polegar para cima enquanto Jiwon parecia um pouco triste pelo interesse de Amanda em mim, mas fez o mesmo gesto de Cassius ao me encarar.
Já estava imaginando o tipo de mensagem que aqueles dois mandariam para mim mais tarde.
Sibyl e eu deixamos nossa parte do dinheiro na mesa e deixamos o restaurante. Andamos depressa para escapar das multidões do bairro movimentado e eu acabei segurando-a pela mão para não nos perdermos enquanto atravessávamos um bar para chegar mais rápido ao outro lado da rua. Ao sairmos da região finalmente encontramos ruas mais vazias em um bairro residencial. Sibyl não largou minha mão.
- Gostei dos seus amigos – disse Sibyl – eles parecem legais.
- Eles são, em doses pequenas – respondi.
- Não acho que Jiwon vai conseguir nada com aquela garota – ela sorriu.
- Percebi, não sabia por que ela não conseguia parar de olhar para o meu lado da mesa.
- Ela estava olhando para você – disse Sibyl, sua mão apertou um pouco mais a minha – só que você não presta muita atenção.
- É claro que eu presto atenção – eu disse.
- Mesmo?
- Claro – assenti – por exemplo, eu sei que você sorri quando está a vontade, que gosta de abraçar as pessoas...
- Eu abraço aqueles com quem tenho mais intimidade, não todo mundo – ela me corrigiu.
- Tudo bem, eu errei.
Podíamos seguir em frente pela calçada, mas Sibyl me puxou para que fôssemos por um parque que cortava alguns condomínios de apartamentos.
- Como acabou naquele lugar? – perguntei - Você conhecia aquelas garotas?
- Helena é minha veterana, uma garota da minha classe acabou não podendo ir ao encontro e ela me escolheu, não pude recusar.
Sibyl parou de caminhar e se sentou no banco mais próximo, de frente para os balanços. Ela usava botas e presumi que estava cansada, como ainda estávamos de mãos dadas acabei ficando ao lado dela.
- Posso te fazer uma pergunta? – ela disse.
- Claro que sim – respondi.
- Por que escolheu medicina? Eu sei que parece uma pergunta clichê, mas eu vejo, quer dizer, eu assisto você se esforçar tanto nos seus vídeos... Deve haver um motivo, não é?
Sibyl fitou o chão, seu olhar parecia perdido e eu senti uma estranha necessidade de confortá-la na mesma hora.
- Queria ser mais como você – ela disse.
- Não precisa ser como eu – respondi – seu esforço não é menos válido só porque é diferente.
Coloquei minha outra mão sobre a dela e Sibyl reagiu ao meu toque, sua expressão pareceu melhorar um pouco.
- Obrigada, mas ainda não respondeu minha pergunta.
- Minha mãe ficou doente – eu disse – passei muito tempo no hospital ao lado dela, imaginando meios de salvá-la, essa é a história resumida.
- Sua mãe... – ela não terminou a frase, não precisou.
- Está tudo bem – respondi.
Não o tempo todo, é claro, mas não queria preocupá-la com algo tão íntimo.
- Será que poderei ouvir a história inteira algum dia? – Sibyl perguntou.
- Só se me contar a sua.
- Tudo bem – ela respirou fundo – Sāmya e eu fomos adotados ainda muito pequenos pelo nosso pai, ele nos mandava para internatos desde que me lembro como se tivesse se arrependido, por isso eu me esforço tanto... Quero provar o meu valor ao meu pai e cuidar do meu irmão. Essa é a minha história, pelo menos o resumo dela.
Não achei que ela levaria meu desafio a sério, os olhos de Sibyl se encheram de lágrimas, mas ela engoliu o choro enquanto apertava minha mão.
Me senti mal em ouvi-la em silêncio, arrependido de ter falado de mim e de ter feito ela se abrir daquele jeito em uma noite que não deveria ter nada de especial, apenas estudantes saindo juntos.
Quando Sibyl me encarou de novo tive um impulso louco e voraz de beijá-la e não consegui reprimi-lo. Uma de minhas mãos acabou em seu rosto, meus dedos na parte de trás de sua nuca, mantendo-a perto à medida que pressionava meus lábios nos dela e explorava sua boca, cada vez mais ébrio de desejo.
Não sabia que sensação era aquela, mas Sibyl me correspondeu na mesma medida, o que deixou tudo mais fácil. Suas mãos estavam em meu rosto, seu toque era delicado e macio, tão gracioso quanto ela, mas quando ela sentiu que uma de minhas mãos se aproximava de seu braço direito acabou me empurrando subitamente.
"Eu fiz algo errado", pensei na mesma hora.
Sibyl estava ofegante assim como eu, ela balançou a cabeça e acabou envolvendo os braços envolta do próprio corpo como se estivesse se protegendo.
- Desculpe – ela disse – eu não sei o que...
- Tudo bem – respondi.
Ela voltou a aproximar o rosto do meu mais uma vez, mas não me beijou. Um fitou o outro, ouvindo as respirações, talvez até mesmo as batidas de nossos corações acelerados. Se não nos afastássemos acabaríamos nos beijando de novo, e se nos beijássemos de novo não voltaríamos para a república aquela noite.
- Vou chamar um táxi – eu disse, quebrando o feitiço que havia sido colocado em nós.
Voltamos para a república em completo silêncio, sentamos até em assentos distantes quando entramos no carro. Acho que tínhamos a mesma sensação de que aquilo não podia se repetir, não até estarmos prontos para irmos até o fim.
Sibyl entrou na república primeiro, passando direto por todos e se trancando no quarto, deixando-me sozinho para lidar com os olhares julgadores de Kyrios, Sāmya e principalmente Télos.
