Eu acordo antes das 08h00min, o que, considerando o estado de embriagues que fui dormir ontem, é um milagre.

Alice havia desmaiado na minha cama algumas horas antes que eu e Rose começássemos a apostar quem bebia cinco copos de Tequila mais rápido.

Bom, ela venceu. E eu torcia para que ela não lembrasse esse fato.

– Bolinhos... – Alice resmunga apertando minhas bochechas enquanto dormia e reviro os olhos.

Ela tinha o péssimo habito de ficar esparramada pela cama como se não tivesse espaço suficiente.

Então, cansada de me escolher na beirada como uma minhoca, tiro sua mão da minha cabeça e saio da cama. Ela não iria acordar antes das 10h.

Os efeitos da bebida não demoram a aparecer e, quase que imediatamente, sinto minha cabeça latejar. Felizmente minha mãe havia me ensinado o melhor remédio para ressaca.

Então, vinte minutos depois, e uma mistura de frutas e verduras, eu tinha o suco mais horrível da história em minhas mãos.

– Isso é musgo? – Rose entra na cozinha com um cobertor sobre seus ombros. Ela tem os olhos pequenos de sono e o rosto cansado.

– É a vitamina da mamãe – levanto o copo e ela faz uma careta.

– Prefiro minha ressaca.

Escolho os olhos e fecho os olhos antes de levar o copo à boca, bebendo-o de uma só vez. Assim que deposito o copo em cima da bancada quero enfiar minha língua debaixo da torneira.

Rose está me olhando com o nariz torcido e uma cara de nojo.

Então tenho uma ideia.

– Rose... – começo, um sorriso surgindo no meu rosto. – Você me deve por ontem. Sabe disso, não é?

Ela arqueia uma sobrancelha e inclina a cabeça para o lado.

– Você me fez andar como uma louca ontem – continuo e ela rola os olhos. – Meus pés foram massacrados.

Ela me encara por um longo segundo antes de perguntar. – O que você quer?

– Vamos correr.

– Eu te odeio... – Rose falou arfando como um cachorro e solto um riso.

Eu já havia perdido a conta de quantas vezes ela havia falado isso desde que saímos de casa.

Jake corria ao meu lado, feliz por seu passeio matinal, totalmente diferente da minha amiga atrás de mim.

– Não vá tão longe Rose. Eu sei que você me ama – provoco olhando-a sobre o ombro e ela me lança um olhar sujo enquanto resmungava baixinho.

Solto um riso e balanço a cabeça parando de correr e ela faz o mesmo, curvando a cintura e apoiando ambas as mãos sobre seus joelhos enquanto ofegava.

– Nossa, você está tão sedentária – digo aproveitando para alongar meus braços e olho para Jake que pulava animado ao redor de Rose como se a chamasse para correr. – Olhe só para meu Jake, saudável como um touro.

Ela levanta a cabeça e se olhar matasse eu já estaria embalada em um saco preto no necrotério.

– Não me compare com seu maldito cachorro – rosnou com os olhos em fenda e sorrio escolhendo os ombros.

– Só estou preocupada com a saúde da minha querida amiga – digo e ela se endireita, cruzando os braço.

– Se eu fosse você, me preocuparia com a sua saúde – diz seca e prendo o lábio entre os dentes tentando conter o riso enquanto dava de ombros.

– Você que sabe.

Ela revira os olhos e vira-se para o outro lado.

Solto um riso baixo e me curvo para baixo na direção de Jake quando ele corre para mim, abrindo a garrafa de agua e deixando-o beber enquanto derramava em sua boca.

– Não seja como sua colega de quarto, certo? – murmuro alisando seu pelo com a outra mão, sendo totalmente ignorada e rolo os olhos, colocando-me de pé quando ele acaba de beber.

– Ei Rose, o que acha de irmos aquela Starbucks perto de casa? – pergunto jogando a garrafa vazia em uma lixeira próxima.

Olho para trás quando Rose fica em silencio e percebo ela olhando em outra direção. Sigo seu olhar e meus olhos aumentam quando vejo a cena mais a frente.

Emmett Cullen, irmão do meu chefe bipolar, estava em frente a um grande hotel com uma mulher baixa de cabelo escuro. Ele está prestes a entrar no carro quando a mulher o puxa pela camisa e o beija por longos segundos. Eles se separam e conversam por um instante, ela veste um robe preto e ele tem suas roupas amassadas, não é difícil imaginar o que aconteceu e onde ele passou a noite.

Logo ele entra no carro a parte.

– Que safado – comento com um sorriso observado a morena entrar no prédio. – Era disso que ele precisava para se livrar daquele mal humor. Eu também estou precisando de uma noite de...

– Pare! – pulo assustada com o grito que Rose da e quando olho-a ela tem os olhos espremidos em raiva e as mãos em punhos.

– Rose...? – pergunto franzindo o cenho ao ver dor em seus olhos, apesar da raiva expressa neles.

– Apenas me deixe sozinha – diz antes de se virar e sair andando.

Fico parada onde estou, confusa pelo seu comportamento e me sentindo uma completa idiota sem saber o que fazer. O que merda acabou de acontecer?

Então a ficha cai.

Rose gosta de Emmett Cullen.

Ela gosta...

Oh merda. Penso, balançando a cabeça enquanto olhava na direção que ela correu. Minha mente trabalhando a mil e tudo se encaixando em seu lugar. Então por isso ela ficou preocupada quando me defendeu antes, por isso ela se sentiu culpada e ficou divagando por horas.

Ela gosta dele.

Como não percebi isso antes?

Fecho os olhos e solto o ar pesadamente. Quero realmente me chutar agora por ter sido tão burra e não perceber como minha amiga se sentia.

O que devo fazer?

Rose deve estar bastante machucada com o que viu e eu ainda tive que fazer aquele comentário estupido.

No momento ela deve estar muito chateada. Ela deve estar achando que não tem chance com Emmett, o que eu acho muito louco, pois ela é a mulher mais bonita que eu conheci, mas essa é Rosalie.

O que posso fazer para ela se sentir melhor?

Então lembro. Eu conheço Rosalie. Sei o que ela gostaria de fazer em momentos como esse. Sei que ela não vai querer falar comigo sobre isso se eu insistir. Ela irá me contar quando estiver pronta.

Então me viro para o outro lado e vou com Jake ao primeiro mercadinho que encontro e compro quatro cervejas. Ainda estou de ressaca por ontem e provavelmente minha mãe me recriminaria por isso, mas foda-se. Essa é uma das vantagens de ser tornar adulta.

Quase uma hora depois, quando eu estou em casa, Rose entra pela porta.

Ela tem os ombros caídos e carrega um vínculo na testa. Assim que me vê para e abre a boca, mas eu interrompo-a antes que aconteça.

– Sabe o que eu mais odeio nesses filmes de romance? – gesticulo para TV onde passava Antes que o dia termine e ela enruga a testa. – Eles nunca ficam juntos no final. Alguém sempre morre ou os dois se separam. Isso não deveria ser chamado de romance... Nomance, o que você acha?

Ela me olhar por um longo minuto antes de começar a gargalhar.

– Nomance? Sério? – pergunta entre as risadas e arqueio uma sobrancelha oferecendo uma garrafa de cerveja.

Ela rola os olhos e pega-a sentando ao meu lado.

Por alguns minutos ela fica em silencio e eu tenho a intenção de respeitar, por mais que eu quisesse bater na sua cabeça e convencê-la que ela pode e deve lutar por Emmett.

– Sabe aqueles filmes em que a garota nerd se apaixona pelo cara mais popular da escola? – Rose começa depois de alguns segundos e me viro para seu lado, ela não me olha e imagino o quanto isso deveria ser difícil para ela. – Bom... Eu sou essa garota.

– Você é linda Rose – digo e ela revira os olhos.

– Como se isso importasse. Ele provavelmente deve estar acostumado com garotas bonitas ao seu redor – ela solta um riso sem humor e levanta os olhos para mim. – Ele é um jogador.

– Você não me entendeu – suspiro e me viro para ela. – Você é tão linda por dentro como é por fora. Se Emmett Cullen não pode perceber a mulher maravilhosa que você é, então ele é um babaca.

Ela solta um riso e inclina a cabeça para trás.

– Ele é um babaca – ela para e me olha e droga. Seu olhar é tão frágil e cheio de lágrimas que fico sem saber o que fazer. Eu nunca havia visto Rose chorar.– Mas é um babaca que eu amo.

Esqueço como respirar por um segundo e olho-a de boca aberta.

– Você ama...? – murmuro e ela fecha os olhos por um segundo.

– Isso não é louco? – ela pergunta com a cabeça baixa. Rose nunca foi de falar sobre seus sentimentos, ela foi criada por seu pai, sua mão morreu quando ela tinha 11 anos, e como a mais velha, ela o ajudou a criar seus quatro irmãos. Ela não é uma garota delicada e também não é acostumada a ter homens flertando com ela, essa é provavelmente a primeira vez que ela se apaixona e eu temia que isso viesse a ser uma decepção para ela. – Eu mal o conheço e ele talvez nem perceba minha existência.

Prendo o lábio entre os dentes sem saber o que falar. Não sou a pessoa mais certa para falar de sentimentos, quero dizer, sei o que os homens querem e isso é claro como o céu, mas sinceramente não sei o que passa pela cabeça deles além de sexo.

– Então vamos fazer com que ele lhe perceba – me viro surpresa para frente quanto Alice entra na sala.

– Alice, o que... – franzo o cenho confusa quando ela abre um sorriso animado e senta ao nosso lado.

– Vamos criar um projeto – ela pensa por um segundo. – Esse vai ser nosso objetivo ao longo das próximas semanas e vamos chama-lo de... – coloca a mão no queixo pensativa e olha para cima, um sorriso assustador e maquiavélico surgindo em seu rosto logo depois. – Transforme-Rose-em-uma-vadia.

Meu queixo cai e não posso acreditar no que ela acabou de dizer.

– Você está louca? – pergunto e ela rola os olhos me ignorando e se levanta puxando Rose pelo braço.

– Vamos olhar seu guada-roupas – os olhos dela chegam a brilhar e por um momento me preocupo com Rose, mas antes que eu pudesse fazer algo ela sai arrastando Rose para fora da sala.

Suspiro antes de segui-las.

Quase uma hora depois e um desfile de moda, Alice tinha, segundo ela, "atualizado" o vestuário de Rose que parecia muito animada com a ideia, apesar do seu rosto ser uma brasa quente de tão vermelha que estava.

A maioria das roupas estavam espalhadas pelo quarto. Uma enorme pilha no chão estava sendo levada para doação e Rose aparentemente estava sendo levada para o shopping em breve, mas ela não parecia se importar.

Eu estava tentando me fazer de dura, achava essa ideia um absurdo. Rose era como um anjinho inocente e Alice estava querendo a levar para o mau caminho, eu não sabia se isso era bom.

– Obrigada meninas – Rose disse com um sorriso no rosto enquanto eu tentava sustentar minha careta de desaprovação, mas foi só olhar a alegria em seu rosto para me fazer mudar de opinião. – Obrigada por tudo que estão fazendo por mim.

Eu só esperava e torcia para a ideia de Alice dar certo no final.

...

– Vai nessa Rose! – Alice incentiva levantando os braços animada e Rose respira fundo engolindo mais um gole da cerveja antes de ir em direção ao homem que havia ficado olhando-a nos últimos 5 minutos.

Deus... Eu não sabia se sentia pena dela ou se ria.

Era a terceira vez que aquilo acontecia.

Alice passou o dia inteira falando a ela o que deveria fazer e agora estamos na parte 2 do plano transforma Rose em uma vadia.

Eu deveria chutar Alice por esse nome estupido.

Mas por enquanto estava funcionando. No primeiro cara ela gaguejou e não soube o que falar, no segundo ela apenas o escutou falar sobre sua vida e às vezes falava algo, ela havia parado de corar.

Eu não sabia se o plano maluco de Alice estava realmente funcionando ou era a bebida que estava encorajando-a. Talvez uma mistura dos dois.

Mas o fato é que assim que chegou até o homem loiro que a encarava, ela enfiou a mão na sua nuca e puxou a cabeça dele para baixo, beijando-o loucamente.

E sim, eu estou meio orgulhosa.

Alice assoviou e bateu palmas como uma maluca atraindo a atenção de quase todo bar.

Assim que o beijo acabou, Rose se virou e veio em nossa direção, sentando-se na sua cadeira e engolindo mais um gole da bebida.

– Tudo bem, tudo bem... – ela disse para si mesma e nos olhou ansiosa. – Como foi? Eu fui bem?

Eu e Alice olhamos uma para outra e em seguida para Rose, sorrindo como duas mães orgulhosas.

– Garota – Alice balançou a cabeça com um sorriso. – Você foi demais! Aposto que não vai demorar muito para ele vir aqui e implorar por mais um pouquinho.

Ela suspira aliviada e sorri.

– Eu nunca fiz isso antes – diz animada. – Sei que estão fazendo isso para me fazer perder a timidez, mas foi... Ual! Eu adorei!

Céus... Estávamos mesmo fazendo isso? Transformando a tímida e inocente Rosalie em uma vadia?

– Obrigada meninas – Rose disse, um sorriso largo no rosto e suspirei.

Bom, o inferno estava cheio de boas intenções. Então foda-se!

– Mais bebidas para nós – falei, engolindo de uma vez o copo de tequila. – Minha vez.

Bati as mãos na mesa e me levantei sob o olhar animada de Alice e curioso de Rose.

Mas, antes que eu possa sair, o celular de Alice toca e ela o pega rapidamente, franzindo o cenho quando vê algo.

– Droga – murmura e pega sua bolsa antes de dirigir um olhar a nós. – Desculpa meninas, tenho que ir. Emergência no trabalho.

– Está tudo bem? – pergunto e ela assente.

– Está, mas talvez demore um pouco – ela levanta e antes de passar por mim bate levemente em minhas costas. – Vá pegá-los garota. Não esqueça de me contar todos os detalhes depois.

Ela sorri e sai correndo como um furação sem oferecer mais nenhuma explicação. Dou de ombros e sorrio para Rose.

– Aprenda como se faz – pisquei pra Rose e me virei em direção ao balcão, avaliando minhas opções.

Havia um moreno fazendo o mesmo comigo, os olhos em fenda concentrados, avaliando-me dos pés a cabeça e senhor... Que músculos eram aqueles?

Acho que encontrei minha presa.

Ele sorri para mim quando percebe que o olho e me chama com um dedo. Um sorriso se espalha por meu rosto e ando em sua direção.

Então a porta é aberta.

Meus olhos são automaticamente desviados pelo barulho e simplesmente não acredito no que vejo.

Edward, sim, Edward Babaca Cullen, aparece bêbado a minha frente ainda vestido em seu terno ridiculamente caro – embora as roupas estivessem extremamente amarrotadas e os dois primeiros botões da sua camisa estivessem abertos – com os cabelos mais desgrenhados que o normal e aparentemente tendo dificuldades de andar sobre seus próprios pés.

Ele sorri ao me ver e vem em minha direção.

Bella – diz em tom de deboche e abre os braços como se estivesse indicando o local. – O que você faz aqui?

– Sr. Cullen – forço um sorriso olhando rapidamente para trás em direção a Rose, que arregala os olhos quando percebe a presença no nosso chefe. – Estou com minhas amigas.

– Ah claro – ri balançando a cabeça. – Está deslumbrando os homens com esse sorriso. – Ele para e olha ao redor, falando alto. – Cuidado pessoal! Essa mulher sabe destruir corações!

Alguém, por favor, me mate.

Baixo a cabeça envergonhada quando algumas pessoas começam a rir e quero procurar um buraco para me esconder.

– Sr. Cullen – Rose chega para me salvar e suspiro de alivio. – Por que não procuramos um local para conversar?

Ela o apoia colocando um dos braços dele em seu ombro e começa conduzi-lo para fora enquanto ele balbuciava asneiras.

– Você sabia que ela tem um dedo do pé maior que o outro? – perguntou a Rose e a mesma ria balançando a cabeça sumindo pela porta que ele acabara de entrar há poucos segundos.

Eu não fazia a menor ideia do que ele falava e confesso que até olhei para os meus pés, mas desisti da ideia quando percebi que era idiota demais e corri para pegar nossas bolsas, saindo rapidamente para fora.

Encontrei Rose tentando convencê-lo a entrar no taxi, mas ele não parecia estar muito contente para entrar.

Bom, só havia um jeito de mudar a situação.

– Edward – era estranho falar seu nome, mas eu gostei. Consegui sua atenção e fui até ele. – Eu soube que você está tendo problemas na sua casa. O que foi mesmo que eles disseram...? – coloquei a mão no queixo pensativa e sorri para ele. – Ah sim, disseram que eram ratos... Tem ratos na sua casa?

– Claro que não – disse, torcendo o nariz com nojo. – Minha casa é limpa.

– Tem certeza? – arqueei uma sobrancelha e Rose me deu um olhar que dizia "Que merda você está fazendo?", mas apenas dei de ombros e encarei meu chefe.

– Claro.

– Por que não nos mostra sua casa? Assim eu posso dizer a eles que fui a sua casa e para eles pararem de falar mentiras.

Ele assentiu e me puxou para o banco de trás. Rose foi no banco carona e ele disse o endereço ao motorista enquanto bocejava.

Então, quase vinte minutos depois, nós nos encontrávamos em frente a um enorme prédio, com Edward deitado no banco e sua cabeça repousando em cima das minhas coxas.

Minha mão por algum motivo foi parar em seu cabelo e eu o acariciava enquanto ele praticamente ronronava no meu colo com os olhos fechados.

Mas infelizmente tínhamos que sair e foi ai que começou a maior briga para levar um homem enorme e bêbado para fora do carro.

Rose pagou ao taxista e me ajudou a apoiar nosso chefe enquanto o levávamos em direção ao elevador. Ele quase dormia e parecia que pesava toneladas, mas felizmente conseguimos chegar ao seu apartamento, o porteiro felizmente nos entregou as chaves e por isso pudemos abrir a porta.

Assim que abrimos a porta fomos recebidas pela incrível vista proporcionada pelas enormes janelas de vidro que haviam na sala, havia um sofá de couro preto no centro e um cobertor em cima do mesmo.

– Vamos deixá-lo aqui? – perguntei e Rose assentiu.

– Sim, não sei você, mas eu não quero passar da sala.

Eu a entendia. Provavelmente Edward iria ter um chilique só de saber que entramos na sua casa, não quero mais motivos para ele me odiar.

O levamos para o sofá e ele se deixou no mesmo, quando tentei tirar minha mão do seu braço ele me agarrou me impedindo de sair.

Olhei para cima e ele tinha os olhos abertos me observando atentamente. Sua mão deixa meu braço e ele leva-a para meu rosto, acariciando minha face com tanto carinho que quase fechei os olhos em deleite.

– Por quê? – sussurrou fechando os olhos. – Por que você me deixou?

Sua mão cai e eu sei que ele está dormindo.

Fico olhando-o por alguns segundos até sentir a mão de Rose no meu ombro, chamando-me para ir. Eu foço um sorriso e me afasto antes de cobri-lo com o cobertor.

– Vamos

Olho-o uma ultima vez e me viro para sair. Sei que ele está bêbado e provavelmente não vai lembrar de nada que ocorreu nessa noite.

Mas eu não conseguiria esquecer o que vi nos seus olhos.

Aquilo era dor.

Eu achava isso uma loucura e talvez não passasse de uma invenção da minha cabeça, mas de algum modo Edward se sentia magoado por mim.

Magoado... Repito a palavra na minha mente enquanto saia e balanço a cabeça.

Impossível