CAPÍTULO 8 – O sonho dela
Severo acorda mais tarde, viu que a neve começou a cair mansinha lá fora. O elfo já havia deixado o café na mesa e o exemplar do profeta diário dobrado em cima do seu criado mudo. Sentou-se na cama, olhou para a mesa. A aluna estava terminando de tomar café. Ela já havia tomado seu banho e se vestiu colocando calça jeans, moleton e casaco por cima. Ele vai ao banheiro fazer sua higiene matinal e sente o agradável perfume que ela usa. Prefere usar suas vestes para ficar mais tempo sentado na mesa, ao lado dela. Era muito frio para ficar só de pijama e roupão, mesmo com o aquecimento do quarto. Sabia que ela passaria o dia fazendo os resumos do seu livro, e ele poderia começar preparando as provas. Naquela quinta-feira teriam o que fazer para passar o dia.
- Bom dia, senhorita! Vejo que acordou cedo!
- Sim, fui dormir cedo! Estou com muita fome!
- Que bom, pois foram vários os dias que você nem tomou café da manhã.
- Vamos mesmo ir na floresta proibida colher mais material, professor?
- Sim, com certeza! Vou ler depois a previsão do tempo. Tem que ser antes da nevasca.
- Como está a pandemia, professor? Estou evitando ler notícias ruins... A gente mal saiu da guerra bruxa... Não é justo agora termos que passar por esta guerra biológica!
- Londres ainda está em situação de alerta. As notícias de ontem diziam que nove bruxos mestiços em Hogsmeade estão suspeitos de terem se infectado com o coronavirus. Por enquanto somente a morte de um bruxo no nosso mundo foi confirmada, mas em Londres já contabilizaram dez mortes. O ruim é que este jornal não traz nada sobre Hogwarts, estamos isolados do próprio castelo. Vamos ter que esperar o Dobby voltar para tirar o máximo de informação dele. Ou ele vai ter que nos deixar sair para buscarmos as informações!
- O jornal segue noticiando sobre as aulas suspensas?
- Sim, uma linha minúscula. Vai atrasar de novo o semestre, pois pelo visto esta quarentena vai longe! No passado contava-se exatamente quarenta dias. Atualmente os isolamentos duram em torno de um mês, mais ou menos. Só que neste caso, talvez dure até mais. Enquanto não for criado algum medicamento mais apropriado para amenizar os danos causados pelos vírus, o isolamento é a melhor solução... A produção de vacinas pelo que eu li, desta vez serão recordes! O ministro da magia está conseguindo colocar agentes de saúde infiltrados nos laboratórios de pesquisa dos trouxas para acelerar o processo. Acredito que até o final do ano estarão à venda.
- Vírus é muito pior que bactérias... Elas se rendem a antibióticos... mas vírus não, o tratamento é apenas sintomático. A infecção ocorre facilmente através de aerossóis e uma vez dentro do organismo destroem as células infectadas! As pessoas ficam debilitadas e acabam morrendo até por doenças secundárias.
- A senhorita sabe bastante sobre virologia...
- É que meus pais são da área da saúde! Sabe, se tivéssemos condições de trabalhar num laboratório para desenvolvermos medicamentos novos, com novos princípios ativos extraídos por plantas, aposto que seríamos bem mais úteis do que ficarmos aqui presos, confinados neste quarto!
- Concordo plenamente com a senhorita! É por isso que amanhã mesmo eu sairei daqui... Mas não posso dizer o mesmo da senhorita.
- O senhor vai embora amanhã?
Ela sente uma pontada no coração. Se ouviu direito, ele vai deixá-la sozinha...
- Tudo indica que sim, Alvo irá vir me buscar! Mas prometo que sábado eu venho para irmos juntos na floresta coletar mais material, afinal você ainda está em detenção comigo!
Ele sorri para ela e continua:
- A previsão da tempestade de neve é para domingo. Teremos que ir sábado!
- Ou amanhã? O que o senhor acha de irmos amanhã?
- Não posso sair, tenho que esperar Alvo vir me buscar! Não sei que horas ele vem...
Hermione baixou a cabeça, procurando se concentrar ao máximo em seus resumos, mas o nó que se formou na garganta a impedia de prosseguir estudando. Tinha vontade de chorar, se jogar nos braços dele e pedir para levá-la junto. Não iria suportar ficar ali sem ele. Severo por sua vez estava confiante e até achou bom ter ficado preso estes dias com ela. Teria muitas lembranças boas daquele quartinho, com certeza agora eles não seriam mais inimigos. Criou um elo de amizade entre eles que, em qualquer outra ocasião seria difícil de acreditar ser possível.
Amanhã ele completava trinta e oito anos e quase não tinha amigos. Pensou na possibilidade de tê-la como sua melhor amiga quando ela se formasse. Provavelmente Alvo a convidará para lecionar, já que ainda faltam alguns professores para preencher o quadro. Ele mesmo pela primeira vez em muitos anos, terá que dar conta de duas disciplinas.
Vou gostar de trabalhar com ela. É sem dúvida uma mente brilhante! Como é mesmo que Alvo gosta de se referir a ela e a mim também? "Duas mentes brilhantes se atraem"! Por Merlim, ele tem razão! Me sinto atraído não apenas pelo intelecto dela, mas agora também me sinto atraído sexualmente pela minha melhor aluna!
Enquanto Severo vagava em seus pensamentos, ela também pensava como seu conceito em relação ao professor, que considerava tão insuportável, mudou em tão poucos dias.
As horas voaram. Logo chegou o elfo trazendo o almoço. Hermione quase não comeu, perdeu a fome. De tarde ela procurou dormir para tentar esquecer que ficará sozinha. Severo coloca também o pijama e vai para baixo da coberta ler as notícias do jornal.
Hermione passou parte da tarde dormindo, e parte melancólica pensando em sua vida.
Até outro dia eu queria vê-lo longe daqui... Agora eu não quero que ele vá... Por Merlim, o que está acontecendo comigo? Onde estariam os meus amigos? Provavelmente na Toca. Harry está namorando a Gina, e ele já é maior de idade, então não precisa mais ficar com os tios. Eles iriam vir na segunda-feira, mas por causa do pronunciamento do ministro, todos ficaram em casa ainda no domingo. E eu aqui... Longe da minha família e dos meus amigos... Estava odiando ficar aqui com ele, mas agora... agora que comecei a conhecê-lo melhor, eu gosto dele! Gosto da companhia dele e sinto que ele também me conhece mais e gosta da minha companhia... Por que ele vai embora e vai me deixar?
Severo a chama para jantar. Ela faz de conta que está dormindo. Ele gentilmente segura os ombros dela;
- Venha, senhorita! Venha jantar comigo!
- Não estou com fome!
- Come só um pouquinho, venha me fazer companhia!
Ele alcança a mão para ela. Ela não iria perder esta oportunidade de dar a mão para ele. Finalmente ela se levanta e se sentam juntos próximos à mesa para jantar.
Ela se serve bem pouco, não tinha fome, ele reparou.
- Senhorita, estive pensando... Lembra daqueles livros que você sempre me pede emprestado? Aquela minha coleção rara que eu tenho na masmorra e não tem na biblioteca?
- Sim, lembro... o senhor nunca quis me emprestar...
- Amanhã mesmo vou pedir para Dobby trazê-la para cá! Vou lhe emprestar! Sei que você passará vários e vários dias ocupada, lendo. O que a senhorita acha da ideia?
- Nossa, é ótimo! Vou amar ler aquela sua coleção! E terei tempo de sobra! Muito obrigado, professor!
- De nada!
Ele notou a mudança imediata no olhar dela. Era impressionante como os livros tinham esta mágica de deixá-la radiante. Mesmo assim ela não quis comer mais nada. Sentia a ausência dele antecipadamente. Foi para o banheiro fazer sua higiene antes de ir se deitar, e procurou dormir cedo.
- Quer que eu apague a luz, senhorita Granger?
- Não... pode deixar! Eu estou com tanto sono que durmo assim mesmo. Boa noite, professor!
- Boa noite, senhorita!
Severo apagou a luz e foi tomar seu banho. Ela não dormiu, não tinha como dormir ao ouvir a água caindo do chuveiro como uma melodia sobre aquele corpo que ela já conhecia, ou quase.
De madrugada sonhou que fazia amor com seu professor, naquele quarto isolado do castelo, isolado do mundo. Era de tarde, ele estava enrolado naquela toalha minúscula quando a água do chuveiro acabou. Ela mentalizou que a toalha caísse, na medida que se aproximava sensualmente dele. Poderia ter uma boa noção do órgão avantajado e ereto do professor, mesmo sem ver. Se a toalha não caísse, ela mesma tiraria com suas mãos. Estava decidida que não deixaria passar a oportunidade. Ele por sua vez estava perdido naquele olhar e sabia bem quais as reais intenções da aluna. A toalha caiu e ela arregala seus olhos. Ele tira rapidamente as roupas dela usando feitiço não verbal. A toma em seus braços e a deita em sua cama. O beijo que trocam fica mais ardente, quando a língua dele invade sua boca. As mãos grandes e sexy do professor percorrem seu corpo, acariciando primeiramente seus seios e seguem sem pressa para a sua intimidade, lhe provocando arrepios. Ao ser penetrada, ela geme baixinho. Ele inicia os movimentos e ela geme mais, quando ela sente o líquido quente jorrar dentro do seu corpo, ela tem o primeiro orgasmo. Foi um sonho tão lúcido, que acordou com seu gemido alto. Acordou o professor também.
- Está tudo bem, senhorita Granger?
- Sim, foi só um sonho... Desculpe lhe acordar...
A sorte que a penumbra do quarto impediu que ele visse seu rosto totalmente ruborizado. Ela pega um absorvente limpo e vai ao banheiro. Já poderia imaginar o líquido quente que sentiu.
Continua...
