Depois de se atualizarem sobre a situação de Kinmoku, a Princesa disse: – "Star Prayer precisa descansar, vocês poderiam levá-la a um dos quartos para isso?" – Direcionando o pedido a Taiki e Yaten.
Nesse momento Star Prayer não suportou mais e perguntou: "Onde está Fighter?" – Ela precisava saber.
Taiki e Yaten se olharam, depois olharam para a Princesa, e foi Taiki que respondeu. – "Seiya está com uma amiga." – Enfatizou a 'amiga', recebendo um olhar desaprovador de Yaten.
Star Prayer não sabia como interpretar isso, mas foi muito desconfortável e um flash de muitas lembranças apareceram em sua mente.
*******Flash Back*******
Era um final de tarde agradável, Fighter e Prayer gostavam muito de ficar no campo de flores a Noroeste do Castelo, ali o pôr-do-sol poderia ser visto com todo seu esplendor em meio aquela linda paisagem natural que os cercavam.
Prayer e Fighter ficaram muito amigas no treinamento e acabaram adquirindo um costume de relaxar após os treinamentos e adoravam aquele lugar, mas com o tempo, Prayer começou a desenvolver sentimentos diferentes pela amiga, desejava sempre que esses momentos que passavam a sós chegassem e tinha sonhos frequentes onde ambas estavam juntas, como um casal.
Naquela tarde, em especial, Prayer tomou coragem, avaliou a atitude de Fighter por semanas e achou que seus sentimentos eram retribuídos. Ela sempre era atenciosa, gentil e nunca a viu falar sobre outra pessoa, concluiu que estava livre e poderia ter alguma chance com a morena. Em um momento, olhou profundamente nos olhos safira da amiga e se aproximou, tirando toda a distância entre elas e a beijou. Teve medo naquele momento, de que pudesse ser rejeitada, e apesar de ter sentido a tensão e a surpresa de Fighter, percebeu que ela aos poucos relaxou e permitiu o beijo.
Quando terminou, Fighter retirou o olhar da amiga e passou a olhar para o campo de flores ficou em silêncio, que para Star Prayer foi como um tormento, o tempo parecia ter congelado e aquilo se tornava eterno, até que Fighter deu a mão para a amiga se levantar e disse: - "Vamos voltar, os outros estão me aguardando."
Star Prayer estava com seu coração apertado, o que era essa atitude de Fighter? Ela gostou? Não gostou? Ela sentia o mesmo? Elas a estava rejeitando? De repente, aquela coragem sumiu e ao levantar-se apenas seguiu para o Castelo, sem dizer mais nada.
Os dias foram se passando, e Fighter agiu como de costume. Ia para o campo de flores e aproveitavam aquele momento de relaxamento. Havia alguns momentos, que pareciam tão românticos. Prayer certa vez pegou na mão de Fighter e esta deixou, e essas coisas foram acontecendo, até que Prayer investiu mais uma vez, roubando outro beijo da Starlight de cabelos azeviche, e desta vez, ela poderia dizer que foi correspondida, ela sentiu os lábios da morena retribuírem, mas nada era falado e depois disso, Fighter apenas se levantou e disse que precisava retornar.
Seguiram dias frios, alguns dias Fighter nem mesmo apareceu no campo, mas retornou, depois de umas duas semanas, e parecia tudo normal, como sempre. Podiam conversar sobre coisas triviais, sobre os reinos, e até mesmo sobre a beleza daquelas flores. Fighter amava aquelas flores vermelhas e gostava muito de ficar imerso naquela paisagem, dizia que era seu momento de abastecimento natural. Ela era tão misteriosa.
Prayer não tinha coragem de perguntar sobre a situação delas e a troca de carinhos, era raro e sempre partia dela, Fighter nunca fez nenhum movimento e por outro lado, não a rejeitava quando Prayer tinha seus momentos de coragem, mas sempre esperava que a morena falasse algo, até que um dia, cansada dessa postura, resolveu confessar abertamente seus sentimentos.
Nenhuma palavra foi dita e Fighter seguiu sozinha para o Castelo e não olhou para trás. Prayer estava ali, sem saber o que fazer, mas achou melhor deixá-la, apesar de não aguentar essa dúvida que agora era como uma sombra pesada sobre si, então resolveu ir para o Castelo e seguir direto para a ala onde ficava localizado o quarto que dividia com Sailor Star Destroyer.
Dois dias haviam se passado e ela percebeu que Fighter estava em todas as atividades costumeiras, mas não foi mais ao campo de flores e no terceiro dia, ela não suportou e procurou a Senshi nos vestiários, quando percebeu que ela estava sozinha.
- "Fighter, você está me evitando?" – Sem rodeios, achou melhor perguntar diretamente.
- "Olá Prayer, não estou evitando ninguém. Estive com vocês o dia todo e estou aqui." – Falou um pouco friamente.
- "Você sabe o que quero dizer, nós sempre víamos o pôr-do-sol juntas, você não tem ido mais aquele campo de flores" – Abaixou a cabeça, estava triste, mas não queria que ela olhasse para seus olhos que já estavam úmidos e não conseguiu interrogar sobre a confissão de seus sentimentos.
- "Você tem razão!" – fez um silêncio, esses silêncios a matavam por dentro – "Eu não sei o que te dizer, eu acho que preciso de um tempo, desculpe-me." – Mais uma resposta totalmente vazia de sentido. O que ela queria dizer com isso? Preciso de tempo para saber o que sinto? Para assimilar o que aconteceu? Para arrumar um jeito de me rejeitar sem me magoar muito? Ela não aguentou e não queria mostrar-se tão vulnerável, então resolver sair e deixar Fighter com seu tempo.
E Galáxia chegou ao planeta naquela noite, as próximas lembranças eram apenas gritos, desespero e morte.
*******Fim do Flash Back*******
Ela nunca lhe deu uma resposta, mas elas compartilharam tanto, ela podia jurar que Fighter ficava muito à vontade e relaxada ao seu lado, sempre acreditou que aquele era o jeito dela amar. Que no final, ela que estava tentando apressar as coisas. E ela nunca a rejeitou abertamente. Tinham uma amizade especial, ela só precisava de tempo.
Healer conduziu-a pelo corredor, passando pelo seu quarto disse que ali estava dormindo a Princesa e que os próximos quartos eram de Maker e Fighter, e já ia propor que ela ficasse no do Maker, quando ela disse: "Ficarei no quarto de Fighter" – apressou o passo e entrou, sem esperar resposta. Healer achou essa ideia péssima, mas ela foi muito rápida.
Quando Star Prayer entrou no quarto, encontrou roupas no chão, um violão, uma cama desarrumada e um painel de fotos, onde ele pode ver um menino, que era Fighter, com certeza, ela nunca a tinha visto dessa forma, mas aqueles olhos, sua pele, seu cabelo, não podia se enganar, era ela. Mas nas fotos, apareceram ele com Healer e Maker, nessas formas que ela acabou de conhecer e algumas meninas, nenhuma delas, eram as que a trouxeram até ali. Ela se aproximou e viu outras fotos, com uma menina de cabelos loiros e um penteado estranho, pareciam dois bolinhos e ela sorria muito, e Fighter tinha um brilho inigualável em seus olhos, em algumas eles estavam muito próximos e em uma em particular, que ela precisou retirar do quadro e olhar de perto, ela pode ver que eles se beijavam dentro de um abraço apertado.
Healer viu a cena e desejou que naquele dia, Seiya chegasse sozinho ao apartamento, havia muita coisa para ser conversada e para sua total infelicidade, escutou uma porta abrindo e duas pessoas rindo entravam e transbordavam felicidade.
Seiya e Serena entravam no apartamento, com seu costumeiro jeito de irritarem um ao outro e rirem de suas brincadeiras, e logo se entregavam a seu afeto a céu aberto. Serena, particularmente, estava muito feliz de poder beijar e abraçar o namorado sempre que queria, sem ser repreendida ou se sentir como uma adolescente grudenta, ela só gostava de demonstrar o que sentia e Seiya era muito amoroso e afetivo, também a mimava sempre que podia e isso a deixava cheia de tranquilidade, para ser quem era.
Não foi diferente naquele dia, chegaram rindo, Seiya fazendo cócegas nela e quando estavam fechando a porta, Seiya roubou um beijo da loira, tirando aquele beicinho de irritação que ela havia feito o que foi graciosamente aceito pela princesa da lua e retribuído com seus braços envolvendo o pescoço do moreno.
Um pigarro vindo da sala interrompeu o momento romântico e Seiya e Serena olharam para dentro, eles pareciam sérios e no corredor, Seiya avistou Yaten, com os braços cruzados em frente ao seu quarto, poucos segundo depois, naquele silêncio e debaixo de tantos olhares, saiu do quarto Holly, a forma civil de Sailor Star Prayer.
Seiya nem piscava, em sua mente, de repente memórias que pareciam de uma outra vida apareceram e ele bateu a mão na sua testa com força e olhou para Serena. "Babe, lembra que você me prometeu que sempre ia confiar em mim?"
Continua...
Próximo Capítulo: Amor é ferida que dói e (não) se sente?
