Logo após ter deixado a ala hospitalar, Hermione já tinha um destino em mente, local para onde ela estava se dirigindo. Sabia que não deveria esperar muito tempo para conversar com o diretor.
Primeiramente, eles falariam a respeito daqueles estudantes. Tais robôs foram feitos utilizando uma tecnologia muito avançada. Tendo tais máquinas conseguido emular bem o comportamento humano e reproduzir as funções básicas do corpo; garantindo que tudo ocorresse bem para eles, mesmo que alguns ainda demonstrassem sinais de suas naturezas artificiais.
Fatos esse que explicariam sobre o que acontecera nos restaurantes durante anos, bem como também no Beco Diagonal. Resposta essa que gera outras perguntas as quais deixavam a jovem bruxa preocupada. Especialmente quando ela começava a imaginar sobre o que estaria acontecendo com o verdadeiro Harry.
Algo similar deveria valer-se aos monstros os quais apareciam nos dormitórios. Eles não seriam animatrônicos, mas sim hologramas que seriam projetados nos dormitórios e salões comunais durante os experimentos.
Fatos esses que precisariam ser provados. Afinal, quem acreditaria nessa história toda?
A garota parou de andar. Encontrava-se defronte para a gárgula. Estava pronta para a conversa que estava prestes a acontecer. Ela olhou brevemente ao redor antes de falar a senha.
"Veio aqui para contar mais a respeito do que acontecera durante essa madrugada que deve ter sido terrível para o senhor Weasley."
"Professor, Ron teve outro pesadelo" Falava Hermione, enquanto se sentava na cadeira que ficava de frente para a escrivaninha. "Nesse caso, não foi possível ver de quem pertenceria tal memória. Somente foi possível ver alguns momentos anteriores do que seria algum experimento que Afton estaria fazendo, em uma das pizzarias, utilizando alguns animatrônicos."
Ela começou a narrar o que acontecera naquele terceiro pesadelo. Descrevendo bem os eventos desde o início até a chegada de William segurando aquela seringa.
"Professor, o senhor tem alguma ideia do que poderia ser o significado dessa cena?" Questionou Hermione. "Eu pensei que poderia estar relacionado com os experimentos envolvendo almas. Uma forma de, talvez, reverter a morte."
"Uma nova forma de necromancia." Disse Dumbledore. "Uma necromancia que utiliza robótica e outras invenções extremamente sombrias e macabras."
"Em relação à seringa. Ela deveria conter alguma poção a qual seria a parte principal no processo de tentar reverter a morte. Talvez, prendendo as almas no mundo dos vivos." Comentava o diretor. "Se isso for confirmado, tal poção poderia ser considerada uma das mais macabras invenções da Arte das Trevas."
Nesse momento Hermione contou sobre o que a Madame Pomfrey comentara dos ferimentos de Potter e de Fay Dunbar. Minutos nos quais ela explicou sobre a natureza daqueles estudantes como também o que seria o significado daquela sigla. Uma parte em que o diretor demonstrou sinais de raiva e frustração, principalmente quando ela mencionou sobre o que poderia ter acontecido com Harry durante o tempo em que ele esteve no Caldeirão Furado.
"Vai ser bem complicado encontrar outras provas para demonstrar essa história." Dumbledore admitia. "Considerando o sistema de segurança que ele criou para evitar a detecção ou mesmo a desativação dos aparelhos responsáveis por manter esses seres em suas aparências humanas."
Após isso, conversaram também a respeito dos monstros que atacavam os estudantes. Dumbledore afirmara que poderia ser verdadeira a possibilidade levantada por Hermione. Sendo necessário encontrar os objetos que seriam responsáveis pela projeção de tais criaturas. Tarefa essa que seria igualmente difícil.
Por fim, o diretor começou a contar a respeito de algo que havia acontecido durante o dia anterior.
"Estava planejando sair para conseguir mais informações a respeito de William durante o tempo de estudante. Estava imaginando que poderia fazer uma visita ao antigo professor de Estudo de Ghouls, para conseguir mais detalhes sobre a conversa que ele tivera com Afton. Contudo, a nossa conversa não aconteceu. Algo terrível havia acontecido com ele…"
"Os familiares contaram que o professor estava morto. Relataram que acontecera um terrível ataque durante aquela manhã; um ataque que foi causado por um cachorro estranho e assustador que invadiu a residência. O professor estava gravemente ferido quando foi encontrado. Eles relataram que mandaram o professor para o hospital St. Mungo's, contudo, apesar dos esforços dos curandeiros, ele acabou sucumbindo aos ferimentos."
Hermione sentia-se tensa. Ele havia tomado uma atitude imediata para evitar que Dumbledore conseguisse mais informações a respeito dele. Tendo ele já imaginado que o diretor pudesse visitar aquele antigo professor.
"Um inimigo que jamais deve ser subestimado, precisando tomar o máximo de cuidado em relação a ele." Dumbledore comentava. "Não ficaria nada surpreso se, futuramente, o nome dele aparecesse na lista dos bruxos das trevas mais perigosos de todos os tempos."
"Em relação a ele, eu tenho uma pergunta a fazer…" Falava Hermione. "O senhor, por favor, poderia me dizer quantos NOMs que William havia conseguido durante a época de estudante?"
"Ele conseguiu passar em todas as doze matérias." Respondeu Dumbledore.
Hermione considerou que aquilo deveria ser a resposta para explicar o como ele conseguiria, aparentemente, descobrir o segredo dela tão facilmente. Ele utilizara o vira-tempo durante a época de estudante.
Alguns minutos depois, Hermione se despediu do diretor e saiu do escritório.
Quando ela entrara na sala comunal já havia um número significante de estudantes. Hermione logo viu que não tinha a presença de nenhum daqueles alunos. Incluindo Harry que estaria cumprindo detenção. Assim, ela foi caminhando em direção dos dormitórios femininos.
À medida que Hermione foi passando pelos alunos, pode ouvir algumas das conversas eles estavam tendo. Não era surpresa ver que alguns ainda estavam interessados para saberem mais sobre o que acontecera durante a madrugada. Granger via que a conversa que teria com Ron seria mais complicada de acontecer devido aos colegas que iriam ficar interrogando-o durante um bom tempo.
E, além dos curiosos, tinham os que comentavam sobre o tempo chuvoso que estava fazendo. Uma mudança que estava gerando preocupação em muitos em relação à partida de quadribol que aconteceria naquele sábado… sobre o qual difícil seria para vencer.
Assim que Hermione estava se aproximando da entrada dos dormitórios, ouviu alguém chamando. A jovem bruxa para e vê que era Gina quem estava se aproximando.
"Hermione. Preciso falar com você e é sobre um assunto muito importante."
Ela logo imaginou que deveria ter alguma relação com os mais recentes acontecimentos. Assim tal conversa devia acontecer em outro lugar; precisando tomar o máximo de cuidado para que não eles pudessem tomar conhecimento do assunto que estariam tratando naquele momento.
"Deveríamos ir para algum lugar privado." Dizia Hermione com cuidado. "Seria bom que ela não acontecesse nos dormitórios ou nas escadarias…"
As duas bruxas entraram numa sala vazia. Um lugar ideal para a conversa que teriam.
As duas sentaram-se. Demorou algum tempo até que Gina começasse a relatar acerca do momento que conseguira falar com Neville e sobre o que o colega havia contado. No final, afirmando querer saber mais a respeito de tais tragédias.
Hermione inicialmente deu algumas explicações para que a colega pudesse compreender melhor os relatos.
Primeiro falou sobre fantasias de springlocks. Contando sobre o quão perigosas elas eram e descrevendo o que aconteceria caso as partes metálicas acabassem se soltando. Fatos e descrições que deixaram a outra assustada.
Hermione contou que vários incidentes aconteceram envolvendo os trajes, seja acidentais ou provocados. Sendo no ano de 1988 quando a maior quantidade de casos aconteceu; cerca de treze apresentadores foram assassinados com aquelas armadilhas mortais.
"Não teve relato de alguém que conseguiu sobreviver?"
"Foram pouquíssimas as pessoas que conseguiram resistir aos ferimentos provocados pelos trajes… Quando elas conseguiam ficavam com o corpo coberto de cicatrizes." Contava Hermione. "Foram divulgados dados de sete funcionários que sobreviveram… suspeito que outros também conseguiram escapar da morte." Ela teve a sensação de que conhecia um desses sobreviventes; sendo alguém que ela lamentaria a sobrevivência.
"Além das fantasias perigosas, havia também outro problema envolvendo os personagens que estavam ficando extremamente agressivos quando ficavam na presença de algum adulto. Especialmente se ele fosse algum empregado da Fazbear ou, segundo boatos, estivesse utilizando alguma roupa roxa semelhante ao uniforme utilizados pelos membros da franquia."
"Muitas pessoas estavam relacionando tais comportamentos violentos com os desaparecimentos de crianças que aconteciam com frequência. Eles começavam agir de tal modo algum tempo depois de alguma tragédia acontecer… Um exemplo disso foi o Puppet que começou ficar agressivo na segunda sexta-feira de novembro de 1981, cerca de treze dias depois de o corpo de Charlotte ter sido encontrado."
"Então, foi um dos funcionários que causou esses desaparecimentos e assassinou essa garota e as demais crianças."
"Não foi um mero funcionário que fez todas essas barbaridades." Explicava Hermione. "William Afton era um dos proprietários da franquia como também o responsável pelo gerenciamento dos negócios enquanto seu melhor amigo e sócio Henry Emily que cuidava dos animatrônicos."
"Além disso, algumas que desapareciam nos restaurantes eram encontradas algumas horas depois… Elas, segundo alguns rumores, começavam a agir de modo anormal… Sendo algo parecido com o que está acontecendo…"
Gina Weasley lembrou-se das conversas que tivera com Luna, quem havia feito uma teoria a respeito de tal comportamento estranho. Assim, ela começou a contar a respeito de tal assunto. O que Hermione foi ouvindo atentamente, logo percebendo que ela estava, de certa forma, correta.
As duas acabaram falando a respeito daquilo durante alguns minutos. Tempo em que Hermione ficou explicando sobre o que deveria estar acontecendo. Fatos esses que deixaram Gina preocupada.
"Seria bom você visitar Dumbledore e contar as coisas para ele… O responsável por tudo irá tomar alguma atitude para conseguir eliminar alguém que já tiver percebido algo que não deveria." Comentava Hermione.
A conversa durou mais algum tempo até que elas se despediram.
Seria tarde da noite quando Hermione começou a falar com Ron. Ocasião em que eles estavam a sós na sala comunal. Ambos sentados em um dos sofás do cômodo, cochichando entre si.
O clima da sala havia se tornado negativo, o que ia lentamente piorando à medida que os relatos dos acontecimentos aconteciam. O que se tornou extremamente evidente quando o assunto voltou-se para os acontecimentos relacionados com Potter.
"Randall deve ter levado Harry para alguma loja a qual Afton estivesse utilizando…" Comentava Hermione. "Local onde aconteceu a troca entre o verdadeiro Harry e o Harry falso."
"Então aquele bruxo conseguiu comprar alguma loja no Beco Diagonal?"
"Bem provável que sim… O que ele fez utilizando uma identidade falsa." Respondeu Hermione, abaixando a cabeça. "Sendo tal estabelecimento para realizar os sequestros de crianças e adolescentes, sem que ninguém desconfiasse… E Harry acabou sendo uma dessas vítimas… O que ele não deve estar sofrendo como sendo cobaia de terríveis experimentos."
Ron também ficou pensando a respeito disso. Pensamentos que foram interrompidos quando ele se recordou do que acontecera na manhã daquela segunda-feira. O que poderia explicar aquele sentimento o qual sentira antes do café da manhã daquele dia… o que tornava as coisas ainda mais terríveis do que já estavam.
Ele soltou um palavrão, fazendo com que Hermione ficasse apreensiva.
"Ron… O que aconteceu?"
"Estou suspeitando de que a pessoa que apareceu no meu segundo pesadelo seja o verdadeiro Harry…"
"O quê?! Por que você está tendo as suspeitas de que tal pessoa que você viu sendo morta pode ter sido o Harry?"
"No dia seguinte desse pesadelo, tive a sensação terrível que a pessoa era alguém que eu conhecia… alguém com quem tinha um grande relacionamento…" Contava Ron, extremamente tenso e com raiva daquela possibilidade.
Hermione ficou em silêncio. Lembrava-se de como era a morte provocada por tais fantasias. O que teria dado um destino muito horrível para Potter: ter uma morte extremamente lenta e agonizante, estando ele completamente sozinho.
Uma suspeita que ela desejava estar errada.
