Capítulo 26 – Tal pai, tal filho

Acordaram no dia seguinte e haviam programado um passeio pelo centro da cidade, agora todos iriam inclusive Blythe. Eles esperavam encontrar as lojas abertas hoje, quer dizer, Cuddy esperava por isso ansiosamente.

As lojas estavam abertas e Cuddy fez a festa. Ela comprou alguns cremes, sabonetes, roupas para Rachel e para seus filhos ainda não nascidos.

"House olha que camisa linda para você, vai fazer seus olhos brilharem", Cuddy mostrou uma camisa social azul. "Agora que você será consultor precisa investir em seu visual".

"Agora que serei consultor preciso investir em meu intelecto", ele a corrigiu e rejeitou a camisa. Na verdade House encontrou uma loja com camisetas estilizadas que ele adorou. Comprou oito delas. Sem contar dois pares de tênis.

Cuddy também comprou um lingerie nova e lindíssima para surpreender seu marido, afinal, com a competitividade recente ela resolveu investir e desbancar qualquer possibilidade de outra mulher chamar a atenção dele.

"Papai, mamãe comprou uma calcinha vermelha, mas não tem quase pano nenhum", Rachel falou para House na frente de Cuddy e Blythe. Cuddy corou e Blythe riu divertida.

"Mas papai gosta assim Rachel, por isso mamãe comprou", House explicou.

"Mas assim ela passa frio", sua filha inocente falou.

"Não passa não filha, papai aquece ela", ele disse e Cuddy agora completamente vermelha de vergonha deu um tapa na mão dele e mudou de assunto.

"Vamos comprar um doce para você?", Cuddy propôs para a filha.

"Eba!", e saíram.

"Você gosta de deixar sua esposa envergonhada", Blythe falou sorrindo.

"Ela gosta de mim como sou mãe, e eu sou assim, fazer o que?".

Almoçaram pelo centro da cidade em um restaurante muito simpático e depois voltaram para casa. Havia um homem esperando em frente à porta.

"Blythe desculpe, eu não sabia que você tinha visitas", o homem falou para espanto de Cuddy. A voz dele era idêntica a de House, ele era alto, olhos azuis brilhantes, ele era a cara de seu marido.

"Não tem problema Arthur, quero te apresentar meu filho e sua família".

Quando ele viu House foi o homem quem se calou. Ele era a sua própria imagem mais jovem. Como era possível? Então Arthur passou mal e precisou ser socorrido por Cuddy e Blythe, enquanto House entrava com Rachel e cheio de sacolas.

Levaram Arthur para dentro da casa, o acomodaram no sofá, deram um copo de água e Cuddy aferiu sua pressão.

"O senhor tem algum problema de saúde?", Cuddy perguntou preocupada.

"Não, foi apenas minha pressão que baixou", ele falou tranquilizando a todos.

"O senhor comeu alguma coisa hoje?", House perguntou e o homem não respondeu, ficou o encarando espantado.

"Poderia falar com Arthur em particular, por favor?", Blythe falou e House olhou com desconfiança.

"Vamos House, vamos levar as sacolas para o quarto", Cuddy puxou House e Rachel. Mas House desconfiado fincou o pé na cozinha e disse que não sairia de lá sem saber o que estava acontecendo na sala.

"House, vamos deixar sua mãe conversar em paz", Cuddy disse.

"Não. O que você sabe que está me escondendo?", ele perguntou.

"Rachel vai brincar com sua girafa filha. Mamãe e papai precisam conversar". A menina saiu direto para o quarto deixando seus pais a sós na cozinha.

"House... não sei como te dizer isso", ela começou.

"Apenas diga".

"Você reparou como ele se parece com você? Mesma voz, quase a mesma altura, mesmos traços, mesmos olhos".

"Você está insinuando...", House arregalou os olhos e ficou paralisado.

Enquanto isso na sala...

"Eu preciso ter uma conversa séria com você. Deveria ter tido essa conversa há 50 anos atrás", Blythe começou.

"Você não precisa me dizer o que eu já entendi. Ele é meu filho e você escondeu isso de mim".

"Arthur..."

"Não tem 'Arthur' nem nada. Você escondeu de mim o fato de que eu tive um filho com você. Você tirou de mim a oportunidade de ter uma razão para viver". Ele falou emocionado.

A voz estava elevada e House e Cuddy ouviam tudo da cozinha.

"Eu... eu fui obrigada". Blythe falava chorando.

"Obrigada por quem? Por John? O que ele iria fazer? Matá-la? Matar o menino?", ele perguntou irritado.

"Eu.. eu...".

"Você sabe que minha vida não foi fácil, eu nunca tive um motivo feliz para me apegar. Tudo o que tive de melhor foi você".

"John iria se matar se soubesse de algo".

"Sempre John! Você me amava e não ficou comigo por ele. Tudo bem, eu aceitei apesar de tudo. Mas esconder um filho...".

"Quando ficamos juntos John estava viajando, você sabe que eu te amei e queria ficar com você, mas quando John voltou ele estava muito mal, ele voltou muito mal e eu não podia simplesmente largá-lo. Pedi um tempo a você. Mas então você desapareceu e só depois descobri que eu estava grávida. Grávida e sozinha! John foi quem ficou, não você. Eu... Eu precisei convencê-lo de que ele era o pai, falei que o bebê nasceu prematuro mas não acho que ele acreditou nisso nenhum só dia de sua vida, pois Greg era tão grande e saudável e sempre tão diferente dele, tanto fisicamente quanto em sua maneira de ser". Blythe contou.

"Eu estava internado. Eu queria te esperar, mas comecei a beber demais na expectativa e considerando a tristeza por lhe ver com outro homem, eu... adoeci e fui internado para desintoxicação". Arthur falou envergonhado.

"Eu não sabia que você tinha sido internado e nem nada na época, pra mim você havia sumido e me abandonado". Blythe falou.

"Quando voltei você não estava mais na cidade, havia se mudado e ninguém sabia para onde".

"Fomos para Ohio onde Greg nasceu".

"Eu só te encontrei agora. Quando soube que você estava em Wisconsin e que John havia morrido não pensei duas vezes em vir lhe ver", ele falou.

De fato os dois estavam em contato fazia alguns meses mas Blythe nunca teve coragem para contar-lhe a verdade sobre Gregory House.

"Eu, eu vi alguns artigo seus em jornais especializados sobre seus avanços no ramo da Física mas nunca o contatei pois John pensava que era o pai de Greg".

House que estava chocado saiu da cozinha em direção à sala.

"Eu acho que devo participar dessa conversa já que sou o assunto", ele chegou falando e Cuddy atrás dele tentando conte-lo, sem sucesso.

"Filho...", Blythe começou a falar e Cuddy começou a retirar-se.

"Não, você fica!" House falou.

"Mas... é sua vida...", Cuddy falou.

"E você é parte dela, você é minha esposa, a mãe de meus filhos, também merece saber a origem do homem que vive com você, a origem de 50% da genética dos seus decendentes". House falou e pegou na mão dela. Cuddy notou que a mão dele estava suada e gelada então ela apertou carinhosamente para mostrar que ela estava ali pra ele.

"Até onde você ouviu filho?", Blythe perguntou.

"Tudo", ele respondeu e Blythe corou.

"Eu... desculpe-me... antigamente a mulher era vista de forma diferente, nós não tínhamos voz, se John descobrisse, ele teria me expulsado, eu estaria sozinha sem condições de mantê-lo. Além de fazê-lo colocar a própria vida em risco, pois tenho certeza que John não teria suportado a vergonha e o julgamento de seus colegas e teria dado um fim a sua vida. Eu não sabia onde Arthur estava, pensei que ele tinha me abandonado...", ela falou chorando.

"Mãe, eu não sou louco, eu sei como papai... John era. Eu sei que você sempre fez tudo para manter a paz em casa, mas não funcionou bem pra ninguém entretanto...", House falou com sinceridade ainda segurando a mão de sua esposa.

"Eu tentei o meu melhor, desculpem se não foi o melhor para vocês...". Blythe desabou.

"Gregory, eu sou seu pai". Arthur falou fazendo House rir.

"Desculpe, mas isso é muito Star Wars clichê". House falou e Arthur riu. Ambos riram muito.

"Vejo que você é um nerd como eu", Arthur falou.

"O que posso fazer? Genética...". House falou. "O que você faz?".

"Eu sou físico. Trabalhava na universidade de Columbia".

"Você era professor?", House perguntou.

"Não... nunca fui bom com pessoas. Eu era pesquisador".

"Check!", House respondeu encantado pela semelhança de ambos, não só a aparência física, mas a semelhança de interesses e atitudes.

"Blythe me disse que o filho dela era um grande médico, isso antes de eu saber que você era... meu filho", era estranho para Arthur dizer essas palavras. "E que trabalha em Princeton como chefe de departamento".

"Sim, sou especialista em diagnostico, mas antes de iniciar a faculdade pensei em fazer Física".

Os olhos de Arthur brilharam, como era possível eles serem tão parecidos sem nunca terem tido nenhum contato.

Cuddy e Blythe choravam vendo a interação dos dois. Blythe sentia uma mistura de alívio e culpa e Cuddy uma felicidade imensa por House ter a oportunidade de vivenciar isso.

"Você se parece comigo mais jovem, tenho uma foto aqui". Arthur tirou da carteira uma foto dele em torno dos quarenta anos e realmente a semelhança era impressionante. Talvez o cabelo de House fosse um pouco mais claro, ele também era um pouco mais alto que Arthur, mas só isso, o resto era muito semelhante.

Cuddy viu e falou para a sogra "você tinha bom gosto Blythe", a mulher sorriu e pegou a mão de Lisa em gratidão por estar presente para seu filho naquele momento.

"De quantos meses sua esposa está grávida?", Arthur perguntou.

"Estou entrando no sexto mês, 22 semanas. E serão gêmeos. Tommy e Bella. Já temos outra filha também, Rachel de cinco anos", Cuddy respondeu simpática.

"Eu mal ganhei um filho e já recebo junto uma nora linda e três netos. Eu estou muito feliz. Nunca tive motivos para sorrir mas a vida me surpreendeu quando menos esperava. Bendita hora que eu vim atrás de Blythe", ele falou.

"Você não acha que é coisa de Deus não, não é?", House perguntou desconfiado.

"Sou cientista, não acreditava em Deus até hoje, mas agora terei que rever meus conceitos", Arthur falou sorrindo e House revirou os olhos.

Conversaram por mais alguns minutos, ele ficou sabendo da vida de seu filho e a cada tópico ficava mais intrigado com as semelhanças. Arthur Ponsonby era um inglês que imigrou para os Estados Unidos ainda adolescente fugindo de sua família aristocrática. Ele contou que tinha um problema com álcool no passado e que ficou mais de uma vez em clinicas de recuperação. Viveu muito sozinho e provou uma grande e única paixão de verdade: Blythe, além da Física, claro. E também de cachorros. Ele viveu dedicando-se ao trabalho e aos seus cães.

Almoçaram juntos, ele conheceu Rachel e se encantou com a menina.

"Ele é meu vovô?", Rachel perguntou surpresa.

"Sim querida, ele é o pai de House". Cuddy respondeu.

"Você é marido de vovó Blythe?" a menina questionou.

"Não, eu e sua avó não somos casados". Arthur respondeu e Rachel achou tudo muito confuso, mas ficou feliz de ganhar um avô, porque ela não tinha nenhum.

Ao final combinaram de encontrarem-se novamente em breve. Na janta Blythe resolveu falar com seu filho.

"Greg, sinto muito por você ter descoberto isso assim", ela começou.

"Mãe, eu entendo. As coisas não foram fáceis para você, John ou Arthur no passado. Também não foram pra mim, talvez se eu tivesse convivido com meu pai biológico nós teríamos tido alguma facilidade, ou não. Talvez eu não fosse quem sou, não tivesse a esposa que tenho e nem os meus filhos. Então vamos focar daqui pra frente, tudo bem?", House disse e Cuddy se surpreendeu com a maturidade emocional de seu marido.

"Obrigada filho. Eu te amo tanto! Nunca quis te prejudicar, sempre tentei fazer o melhor".

"Tudo bem mãe, agora me passa logo a Currywurst antes que esfrie", e mudaram de assunto.

A noite Cuddy e House estavam na cama e ela começou a beijá-lo sinalizando que queria algo além.

"Você ficou excitada com a história toda de que sou um filho bastardo de um gênio da Física?".

"Sim, Dr. Ponsonby", ela respondeu sorrindo.

"Isso é muito estranho", House comentou pensativo.

"Você pensar que poderia ter tido outro nome, outra vida?".

"Sim. Eu poderia ser outra pessoa.", ele falou.

"Mas como você disse, as coisas aconteceram de uma maneira por uma razão e eu sei qual é".

Ele olhou pra ela esperado pela conclusão.

"Para que eu pudesse fazer amor com você nesse momento", ela falou montando no colo dele. House sorriu, mas logo seu olhar divertido transformou-se eu um olhar malicioso. "Estou com a lingerie vermelha que comprei". Ela comentou mordendo a orelha do marido.

Ele não partiu mais e caiu em cima dela.

Fizeram amor tentando controlar os gemidos por conta de Blythe. Cuddy dormiu abraçada ao marido, enquanto House ficou acordado e pensativo ainda por algumas horas.


A família passou a manhã e tarde juntas e quando o sol se pôs Wilson chegou. Um taxi o trouxe até a casa de Blythe.

"Wilson, que bom vê-lo", Blythe o recebeu feliz.

"Tio Wilson!", Rachel foi abraçá-lo. "Trouxe presente?".

"Rachel!", Cuddy a corrigiu.

Jantaram todos e depois House contou para seu amigo as descobertas recentes enquanto tomavam uma cerveja.

"Uau, apenas uau! Eu preciso conhecer esse homem. Não é todo dia que podemos responsabilizar aqueles que trouxeram algo ruim para o mundo", Wilson disse sorrindo.

"É, e podemos também mostrar sua bunda tatuada pra ele". House respondeu.

"Cala a boca!". Wilson disse. "Como você se sentiu?".

"Estranho".

"Imagino. Um brinde a seu novo velho pai!", Wilson propôs e eles brindaram.

"E a sócia?". House questionou.

"Já te falei para não a chamar assim".

"Já transaram?".

"Não, estamos indo devagar", Wilson respondeu.

"Existe o ritmo devagar e existe o ritmo: Wilson não vai transar com ela antes de virar um velho enrugado com o pênis sem funcionalidade". House disse.


Na noite seguinte combinaram todos de irem a um Karaokê juntos, incluindo Arthur. Chegaram por volta das 19:00 para jantar e aproveitar a noite.

Wilson ficou impressionado com a semelhança entre pai e filho. Cuddy ficou mais próxima do que nunca de House sabendo que esse era um momento peculiar para seu marido.

"Mamãe, vamos cantar?", Rachel propôs.

"Bebê, mamãe tem vergonha". Cuddy explicou.

"No mais ela vai te traumatizar filha, mamãe é muito desafinada e tem uma voz de harpia", House falou divertido e tomou um tapa no braço da esposa.

"Vamos papai?", Rachel mudou seu foco.

"Agora quero ver!", Wilson falou sorrindo enquanto bebia sua cerveja.

"Que música você quer cantar?", House perguntou para Rachel pegando o caderno de seleções musicais do karaokê. Ele explicou quais músicas estavam disponíveis, baseado no conhecimento limitado da menina e ela escolheu uma.

House respondeu: "ótimo criança!".

Subiram ao palco e todos aplaudiam pai e filha, era muito fofo. Cuddy estava louca fotografando e filmando o momento, ela não era a única, Wilson também se divertia.

E eles começaram a cantar uma música que Rachel conhecia bem porque era um sucesso infantil também na versão de 'Caspar Babypants: Ob-La-Di Ob-La-Da'.

Desmond has a barrow in the marketplace
Molly is the singer in a band
Desmond say to Molly, girl I like your face
And molly says this as she takes him by the hand

Obladi, oblada
Life goes on, brah
La la how their life goes on
Obladi, oblada
Life goes on, brah
La la how their life goes on

Desmond takes a trolley to the jewelers store
Buys a twenty carat golden ring, (rin-ring)
Takes it back to Molly waiting at the door
And as he gives it to her she begins to sing (sin-sing)

Obladi, oblada
Life goes on, brah
La la how their life goes on
Obladi, oblada
Life goes on, brah
La la how their life goes on

(...)

Ao final todos aplaudiram de pé e pai e filha agradeceram curvando-se para as palmas.

"Você só foi aplaudido porque sua filha é fofa", Wilson falou.

"Está com dor de cotovelo Wilson?". House perguntou rindo.

"Foi muito fofo", Cuddy falou beijando sua filha na testa.

Passado alguns minutos, House resolveu voltar para o palco. Pediu para incluírem a música de número 5578 e quando chegou o momento ele foi chamado ao palco.

"Essa dedico à você minha linda esposa", House falou olhando para Cuddy.

Então ele começou. Wilson caiu no riso e foi advertido por Cuddy e Blythe. House cantava bem, a música fluía, mas era muito engraçado ver House se entregar a essa música romântica, e Wilson precisou gravar, pois ninguém iria acreditar nisso. Ele precisava se conter enquanto gravava para não cair na gargalhada, isso era bom demais.

Mas essa foi a música que House cantou para Cuddy em Michigan, naquela festa, naquela noite. Na ocasião House também se entregou a música cantando de uma maneira sarcástica, mas sincera ao mesmo tempo e Cuddy achou tão fofo, romântico, brega e hilário, tudo junto. Só mesmo um homem rebelde e apaixonante para fazê-la se sentir assim, achar lindo alguém cantando essa música. Mas ele definitivamente ganhou seu coração e de muitas meninas que presenciaram a cena na época. E ele estava lá no palco, cantando outra vez pra ela 'Making Love Out of Nothing at All de Air Supply', agora como seu marido.

I know just how to whisper
And I know just how to cry
I know just where to find the answers
And I know just how to lie
I know just how to fake it
And I know just how to scheme
I know just when to face the truth
And then I know just when to dream
And I know just where to touch you
And I know just what to prove
I know when to pull you closer
And I know when to let you loose
And I know the night is fading
And I know the time's gonna fly
And I'm never gonna tell you everything I've gotta tell you
But I know I've gotta give it a try
And I know the roads to riches
And I know the ways to fame
I know all the rules and then I know how to break 'em
And I always know the name of the game
But I don't know how to leave you
And I'll never let you fall
And I don't know how you do it

Making love out of nothing at all
Out of nothing at all, out of nothing at all
Out of nothing at all, out of nothing at all
Out of nothing at all
Making love out of nothing at all

(...)

Ao final ele foi bastante aplaudido. Rachel gritava "papai... papai..." e se jogou nos braços dele quando ele voltou para a mesa "papai é muito bom!". Cuddy o recebeu com um beijo apaixonado fazendo todos na mesa corarem e Rachel fechar os olhos com as mãos.

"Amei naquela época e amei agora novamente", ela disse para ele após o beijo.

Minutos passaram e Blythe subiu ao palco com Arthur para cantar 'Over The Rainbow'. Ele tinha uma voz de tenor que surpreendeu a todos. Ambos cantavam olhando nos olhos um do outro.

"Como é ver seus pais cortejando um ao outro e apaixonando-se novamente?", Wilson perguntou rindo.

"Saber que Arthur e minha mãe terão sorte antes de você me conforta", House respondeu afiado fazendo Cuddy rir alto.

Após beber algumas cervejas Wilson criou coragem para subir ao palco.

"Oh, isso vai ser bom!", House falou já começando a gravar.

"Quero dedicar essa música para uma mulher que não está aqui hoje", Wilson falou fazendo House virar os olhos desacreditando no que ouvia, Cuddy deitou a cabeça no ombro do marido rindo. "Wilson é fofo".

"Isso é fofo? Quando mudou de nome?", House perguntou.

Então ele começou a cantar 'Beautiful Girl'.

Nicky's in the corner
With a black coat on
Runnin' from a bad home
With some cat inside

And where did you find her?
Among the neon lights
That haunt the streets outside
She says, "Stay with me"

Beautiful girl
(Stay with me)
Beautiful girl
(Stay with me)

(...)

Wilson cantando era um tanto sofrível e House estava se divertindo muito.

"Papai, Wilson não é muito bom, não é?", Rachel perguntou fazendo todos na mesa rirem. "Até dói meus ouvidos", a menina falou.

"Sexy!", House gritava para Wilson que o olhava feio.

Ao final ele recebeu aplausos mais por consideração do que por seu talento.

Depois de algum tempo todos começaram a pressionar Cuddy. "Vai esposa, só falta você. Ninguém vai vaiar uma mulher grávida", House falava e Cuddy olhava para ele com desdém.

"Se não vaiaram nem Wilson", Arthur falou fazendo todos rirem, menos Wilson.

"Aguentar pai e filho não será fácil", Wilson resmungou.

"Só vou se você for comigo", Cuddy falou para House fazendo beicinho.

"O que eu não faço por minha esposa?", House aceitou a proposta e subiram ao palco.

Cuddy tremia e House percebeu, ele segurou a mão dela quando a música começou, fariam um dueto: 'Candy de Iggy Pop'.

Cuddy relaxou e começaram a se divertir no palco, ao final até Rachel subiu ao palco com seus pais. Blythe e Arthur fizeram fotos da família. Essa seria a primeira foto da família de seu filho, pensou Arthur feliz. Ele estava feliz!

Voltaram para casa, House e Cuddy fizeram amor no chuveiro para evitar que alguém os ouvisse e foram dormir.

No meio da noite Wilson, que levantou para ir ao banheiro, confundiu-se com as portas e abriu o quarto de House e Cuddy ascendendo a luz e vendo o casal nu na cama.. Com o aquecedor ligado eles não se preocuparam em usar nenhuma coberta. O que Wilson viu foi a perna de Cuddy sobre a de House, a barriga e os seios dela pressionados contra o corpo dele. Ela estava muito bonita. Mas o que o chocou foi o pênis flácido de House, esse ele viu muito nitidamente.

"Oh meu Deus, nunca mais vou conseguir enxergar novamente. Desculpem-me!", Wilson falou fechando os olhos com a mão.

House acordou assustado e rapidamente puxou o edredom sobre eles. "Se você quer participar de um Ménage à trois essa não é a melhor maneira de nos dizer", House falou sonolento.

"Eu... eu... sinto muito. Confundi as portas", Wilson se desculpava.

"Você não trancou a porta?" Cuddy perguntou confusa.

"Achei que sim, mas pelo visto não", House falou.

"Eu não vi nada demais em você Cuddy, juro! Só vi sua barriga, você está muito bonita". Wilson falou envergonhado.

"Cala a boca Wilson", House falou.

"Como você consegue lidar com isso?", Wilson falou apontando para House.

"Com isso o que?", Cuddy perguntou ainda confusa.

"Essa coisa enorme que ele tem no meio das pernas". Wilson explicou.

"Obrigado pelo elogiou, mas isso está esquisito, melhor você sair", House falou.

"Wilson saia... por favor!", Cuddy concordou com House.

"ok... ok... desculpem novamente. Vocês... podem... continuar", Wilson tentava dizer algo sensato.

House levantou-se nu e foi até a porta expulsar Wilson e trancá-la. No caminho ele falou.

"Se antes você não tinha nenhuma ação, agora vai piorar com o trauma que meu pênis causou em você, hein?".

Wilson saiu correndo de lá.


No réveillon eles fizeram um churrasco improvisado, mas muito divertido. Arthur estava presente, assim como alguns amigos de Blythe.

House comprou fogos de artifícios e Rachel estava muito empolgada com isso. Ele e Wilson passaram a tarde fazendo os preparativos para que a meia noite os fogos pudessem ser lançados com segurança.

"Eu estou aproveitando tanto essa semana que não sei como vou voltar para os problemas do dia a dia depois", Cuddy falou enquanto abraçava House pelas costas. Ele estava cuidando do churrasco para garantir o ponto ideal da carne.

"Sua berinjela grelhada está pronta, com tanta carne quem come berinjela grelhada?", ele provocou sua esposa.

Ela sorriu pegando o legume.

"Então não volte a se estressa tanto", House continuou conversando com ela. "Agora que você tem uma substituta, deixa que ela te substitua no stress também. Você não me falou que está pensando em coordenar mais a distancia?".

"Sim. Mas isso não é algo para acontecer de uma hora para a outra".

"Seus filhos vão nascer em breve, terá que acontecer nos próximos meses. Ou você acha que conseguirá cuidar de gêmeos, Rachel, do seu marido carente e ainda por cima do hospital?".

Nisso eles foram interrompidos com a chegada de Wilson.

"Wilson eu já te disse que meu salsichão te impressionou, mas não o colocarei na churrasqueira para grelhar, se quiser terá que prová-lo cru", House quase gritou fazendo Wilson corar e Cuddy dar um tapa leve no braço do marido.

"Tudo bem baby, meu salsichão é só seu", ele falou para Cuddy trocando um selinho.

Wilson ainda corado virou os olhos.

"Onde está minha mãe?", House perguntou.

"No maior clima com seu pai", Wilson respondeu.

Cuddy fez um olhar meloso e abraçou mais forte seu marido.

"Papai quando os foguetes vão subir?", Rachel chegou correndo e perguntando.

"House ela não vai aguentar ficar acordada até tão tarde", Cuddy respondeu.

"Ah vai sim, ela está se divertindo com as outras crianças. Se não aguentar nós a acordarmos a meia noite".

O fato é que logo era meia noite e começaram os abraços e beijos de Ano Novo. House e Cuddy trocaram um beijo carinhoso assim que o relógio marcou o início da nova folhinha no calendário.

"Obrigada por esse ano maravilhoso! Você é o melhor marido e o melhor pai de todos. Um homem resiliente que passou por toda a dor e esperou por nós!", ela disse entre beijos.

House retirou alguns fios de cabelo que estavam em frente ao rosto dela e a beijou com amor, "Eu te amo!".

"Eu também te amo muito!", ela respondeu.

"Obrigada por esperar tantos anos por mim". Ele disse.

"Faria tudo outra vez", ela respondeu.

Depois Blythe abraçou seu filho, "obrigada por ser um filho maravilhoso e me dar a oportunidade de estar por perto nos últimos meses", ela disse começando a chorar. "Obrigada por me perdoar".

"Mãe não chore, por favor".

Então Blythe emendou seu abraço com Cuddy. "Obrigada Lisa por fazer meu filho feliz, por estar lá por ele. Por meus netos...".

Arthur foi falar com seu filho. "Os últimos dias foram alguns dos melhores dias de minha vida. Não sou de falar muito... mas... obrigado!". E deu um abraço sem jeito em seu filho, o primeiro abraço entre eles.

"Obrigado... por ... gerar-me?", House não sabia o que falar. Ele nunca recebeu um abraço de John, ele nunca soube o que era amor paterno.

Wilson abraçou todos também, Rachel feliz e ainda muito desperta corria para cumprimentar a todos demorando um pouco mais com seus pais. Todos observaram o abraço cheio de sentimento entre Arthur e Blythe.

Então House começou a soltar os fogos, Rachel estava deslumbrada. Quando terminou todos aplaudiram e Wilson estourou um champanhe propondo um brinde.

"Que o Novo Ano traga muitas felicidades!"

Eles beberam, riram e dançaram. O telefone de House começou a vibrar, era um número desconhecido, ele atendeu.

"House".

"Greg?".

Continua...


Músicas citadas nesse capítulo:

Ob-La-Di Ob-La-Da – The Beatles

Making Love Out of Nothing at All – Air Supply

Over The Rainbow - Judy Garland

Beautiful Girl – INXS

Candy – Iggy Pop