N/A: Último capítulo! Espero que gostem!
E dedico à Thaay Lovegood !
O Fim de Uma Era
Hermione sorriu com o próprio trabalho. A verdade é que uma das partes que mais ansiava desde que foi nomeada Monitora Chefe no início do ano, era organizar o baile de formatura. Estava ficando satisfeita com o próprio trabalho até agora.
Foi um longo ano e cheio de emoções, a longa jornada que a trouxe até aqui foi inacreditável.
Frustrou-se muito com o parceiro de monitoria ao longo do ano letivo, basicamente porque Malfoy era irresponsável e folgado. Ele teve o favoritismo de Snape para mantê-lo no cargo e acobertar todos os seus erros. Quando ela perdeu a voz, não se importou nem um pouco em abandonar o cargo, mesmo que tivesse que abrir mão do planejamento da formatura, se isso pudesse trazer um pouco de paz à sua mente.
Os meses de folga da monitoria foram um alívio. Ela voltou a se conectar com seus amigos e se divertiu. Na verdade, ela se divertiu muito. Custava admitir, mas entendia a atração que as colegas sentiam por Zabini. Além de bonito para os olhos, ele era divertido. O dia que beberam juntos e aterrorizaram Snape e Malfoy ficaria gravado para sempre em sua memória.
Nesse meio tempo, foi um prazer assistir ao Malfoy trabalhar sozinho para manter o cargo. Quando ela se afastou, surpreendeu-se que ele não desistiu também.
Malfoy estava apenas mal acostumado com ela fazendo o trabalho pelos dois.
Com o passar das semanas percebeu que ele realmente se esforçava para fazer um trabalho decente com o cargo. Ele não deixava de assistir às aulas e seu rendimento acadêmico não caiu, suas notas continuavam altas, ficando apenas atrás dela.
Ele ainda abusava do próprio poder, obviamente, e aplicava detenções para todos os lados, mas se surpreendeu quando o viu fazendo vista grossa para o que alguns casais, como Ron e Pansy e Zabini e Luna, faziam pelo Castelo. Eles eram seus melhores amigos, afinal.
Ele estava se esforçando por Ginny, concluiu.
Penava engolir que os dois namoravam, apesar das diferenças e dezenas de problemas que os rodeavam, mas Ginny parecia genuinamente feliz perto dele e, para sua completa surpresa, Malfoy também. Sua inabalável expressão de arrogância e frieza derretiam quando estava perto da ruiva. Ele sorria com sinceridade e seus olhos refletiam carinho quando a encontrava. Era refrescante saber que Malfoy poderia ser uma pessoa decente e até fazer alguém feliz. E não era qualquer pessoa. Era Ginny.
Ele estava constantemente se esforçando e fazendo grandes gestos por ela. Era tão evidente que começou a torcer por eles.
Claro que não concordava com a forma que Malfoy às vezes demonstrava seu carinho, ainda mais para uma pessoa como Ginny, que não precisava de ninguém para protegê-la.
Como, por exemplo, colocar Astoria Greengrass para espioná-la, isso era uma das suas formas bizarras de carinho que ela já viu.
Mas quando ele engoliu o próprio orgulho e causou todo o alvoroço no Salão Principal para pedir que ela voltasse ao cargo, Hermione ficou contente, porque queria voltar.
Para Hermione, foi uma das maiores e mais emocionantes formas de afeto que ele poderia demonstrar para Ginny, porque significava que ele realmente poderia colocar de lado as diferenças vividas com ela, Harry e Ron. Por Ginny.
Os dois compartilhavam um olhar cúmplice enquanto a morena os assistia do seu canto do Salão. Ginny reclamava alto sobre as flores e cores enquanto Malfoy insinuava que ela não devia estar opinando porque a formatura não era dela. Comentou algo banal sobre ela organizar a própria formatura no ano seguinte com as suas próprias decorações ridículas.
"Granger, acorda!" Malfoy chamou sua atenção enquanto ajudava a ruiva a descer de uma escada. Hermione e Malfoy estavam alinhando os detalhes finais da decoração do baile e Ginny estava acompanhando o trabalho. Ela gostava da presença da ruiva nessas pequenas reuniões, pois Malfoy ficava menos desagradável e mais tolerável. "Use o pouco que sobrou do seu bom senso e explique à Weasley por que verde e laranja não combinam."
Hermione sorriu para a ruiva. Ela jogou algumas pétalas de cor laranja na cabeça de Malfoy enquanto dizia que combinava com o verde do seu uniforme.
"Você estará desconvidada se insistir nessa barbaridade, Ginny."
Ela gargalhou.
"Eu não sou apenas a sua convidada, Draco." Ela replicou com displicência. "Prestigiarei meu irmão, Mione, Harry, Pansy, Theo e Blaise também!"
Desviou o olhar do casal rapidamente. A verdade é que apesar de toda a felicidade que eles demonstravam, isso poderia estar com os dias contados. Zabini não lhe retornou quando indicou o livro que poderia conter o contrafeitiço para o testamento dos pais da Pansy. Apesar de decepcionada, percebeu que ele tinha um pouco de escrúpulos para não se envolver com magia negra. Era até reconfortante.
Mas isso significava que o problema de Pansy seguia sem solução e, por consequência, despedaçaria inúmeros corações num penoso efeito cascata.
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Harry ergueu as sobrancelhas quando percebeu que venceu Ron pela terceira vez seguida no xadrez bruxo. Isso era atípico para a dinâmica da dupla.
Ron soltou uma risada nervosa e se levantou. Ele pegou uma das cervejas amanteigadas que os cinco colegas do sétimo ano da Grifinória foram buscar escondidos no Três Vassouras na noite anterior para celebrar o fim do ano letivo apenas entre eles.
Ele virou a garrafa num único gole e Harry se surpreendeu.
"Ron, está tudo bem?" Tentou ser cauteloso. Ron derrubou a garrafa no chão e tropeçou no próprio pé quando se abaixou para recolhê-la. Harry coçou o próprio queixo confuso. "É por causa do baile? Quero dizer, sua mãe comprou trajes decentes esse ano para você, Pansy não vai achar-"
"Não é por causa dos trajes!" Ron se desesperou. "Por que você mencionou os trajes? Qual é o problema dos trajes? Harry, eu não posso ir ao baile com cara de palhaço!"
"Ron!" Tentou chamar sua atenção. Seu desespero estava sendo quase contagioso. Harry não estava nervoso por causa da formatura. Hogwarts era sua casa, seu lar, mas não queria sofrer antes da hora. Queria aproveitar até o último minuto nesse lugar que o acolheu quando mais precisou.
"Harry." Ron se sentou na beirada da cama e olhou ao redor para constatar que estavam sozinhos. Ele sabia que estavam sozinhos. Dean, Seamus e Neville foram atacar a cozinha pela última vez. Engoliu a seco antes de encará-lo. "Tem algo que eu preciso te contar." Sussurrou com as enormes mãos trêmulas.
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"Vocês sabem que hoje é o meu dia?" Pansy cruzou os braços enquanto assistia Ginny e Luna revirarem impiedosamente suas roupas.
"Por que o dormitório feminino das sonserinas tem um closet?"
Pansy estreitou o olhar para Ginny.
"O seu não tem?"
"Eu tenho uma cômoda de duas portas ao lado da minha cama." Reclamou. Que injustiça!
"Na Corvinal também." Luna pegou um top dourado sem mangas e colocou na altura do peitoral. Admirou seu reflexo no espelho.
"Isso é uma saia, Luna!" A morena explicou impaciente. Ginny e Luna se entreolharam antes de avaliar novamente a peça que pegaram. Aquilo não tinha comprimento apropriado para ser uma saia e Pansy era bem mais alta que elas. "Você disse que já tinha um vestido separado para hoje!"
"Eu tenho." Luna deu de ombros. "Só vim para espiar suas roupas mesmo."
Pansy revirou os olhos antes de se virar para a ruiva.
"E você?"
"Preciso de um vestido." Ginny confessou. "O vestido que a minha mãe me mandou é bonito." E era. Era rosa e decente, mas... "Mas eu queria que você me emprestasse algo que combine com os trajes de Draco."
Pansy arqueou uma sobrancelha perfeita.
"Você quer algo que combine com os trajes de Draco." Pansy repetiu cética. "Luna, qual é a cor do seu vestido?"
"É mais colorido que o arco-íris." Respondeu enquanto continuava revirando suas roupas. "E não, não combina nem com o branco dos olhos de Blaise Zabini." Respondeu a pergunta que ficou no ar.
"Eu já vi o pijama que você veste para dormir com Draco, Weasley. Se ele não se importa com aquela atrocidade, duvido que ele se importará em combinar cor de trajes com você." Pansy cruzou os braços para Ginny e aguardou uma explicação.
"Os pais de Draco provavelmente me verão com ele, Pansy! Eu não quero desfilar num vestido que me deixa com cara de dez anos!"
Pansy sorriu compreensiva. Sabia!
"Eu tenho algo perfeito para você."
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Blaise se deitou na cama de Theodore enquanto acendia um cigarro com a ponta da varinha.
"Você se importa de fumar na sua cama?" O amigo surgiu do banheiro com uma camisa entreaberta e os cabelos ainda molhados.
"Qual é o problema?" Blaise resmungou. "Hoje é a última noite que você precisará dela."
Theo abotoou o camisa enquanto via Blaise pelo reflexo do espelho.
"Você está temperamental." Comentou. "Achei que você estaria mais animado. Formatura, baile, álcool, after." Divagou. "Festejar não é algo que Blaise Zabini sabe fazer?"
Blaise sorriu com a insinuação.
"E você está mais animado do que deveria." Retrucou desconfiado. "Draco ainda não está falando com você?"
"Não."
"E Ginny?"
"O básico." Desviou o olhar e focou nos próprios trajes. "Acho que ela entende por que eu precisei me afastar um pouco. Eu não pretendia passar a impressão errada." Voltou-se novamente para Blaise. "E não quero Draco no meu pé por causa de um mal entendido."
"Não foi por falta de aviso da minha parte." Blaise se levantou e enterrou a bituca no travesseiro de Crabbe sem cerimônias. "Ele está de bom humor, penso que deve te perdoar em breve." Apoiou-se na parede próxima do amigo enquanto avaliava seu visual. "Minha querida mãe me escreveu ontem. Selena Parkinson virá prestigiar minha formatura com seu novo marido." Contou sombriamente antes de deixar um sorriso malicioso surgir em seus lábios. "Você poderia pedir ao seu pai para trazer um dos produtos de qualidade para o meu entretenimento."
Theo pestanejou e o encarou.
"Você gostaria que meu pai trouxesse ervas proibidas ao Castelo para você." Refletiu. "Você deve estar mesmo desesperado."
"Um pouco." Confessou com um sorriso que morreu rapidamente. "Suponho que Richard virá representar um familiar de Pansy nas celebrações. Não sei se ela já sabe..."
"Você precisa avisa-la." Theo sugeriu ao consultar o relógio. "E deveria começar a se arrumar também, Snape está louco para se livrar de você."
Blaise refletiu nas suas palavras demoradamente.
"Eu tenho um projeto para concluir antes." Informou sério. "Avise à Pansy, por favor."
"Ela está se arrumando no dormitório feminino."
"Então avise ao Draco." Ele se despediu um aceno teatral antes de sair do dormitório.
Theo revirou os olhos.
"Ótimo."
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Draco bateu o pé no chão impacientemente enquanto consultava o próprio relógio de pulso. O horário da cerimônia estava se aproximando.
"Draco, querido." Sua mãe o surpreendeu. Narcissa Malfoy se aproximou com sua postura elegante e um sorriso amável para ele estampado no seu rosto. "Sua gola está torta." Reclamou enquanto o ajeitava com gentileza.
"Mãe." Duas colegas da lufa-lufa passaram rindo dele. Revirou os olhos.
"Narcissa." Seu pai a repreendeu exasperado. "O garoto é praticamente um adulto, pare de tratá-lo como criança na frente das moças."
Narcissa estreitou o olhar para o marido, depois para Draco.
"Draco não deve se preocupar com as moças. Ele está comprometido." Criticou com pontualidade. Lucius revirou os olhos por trás dela.
"Ainda não." Respondeu. Draco não sorriu para nenhum dos dois. Era a primeira vez que os via desde que recebeu a carta que contava o abominável futuro que planejavam para ele.
Ele tinha muitas coisas para dizer, mas precisava ser esperto e conversar no momento oportuno. Sua mãe morreria de desgosto se ele começasse a reclamar num local público. Avistou um movimento estranho atrás da última pilastra que atraiu sua atenção.
"Estou tão orgulhosa de você, querido!" Narcissa se emocionou demandando novamente sua atenção. "Severus tem relatado o quão empenhado você esteve nesses últimos meses."
"Obrigado." Agradeceu com um olhar desesperado para o seu pai. Não queria sua mãe chorando antes do cerimonial.
"Vamos, Cissy." Ele sugeriu para a esposa. "Vamos procurar nossos assentos."
Quando seus pais desapareceram de vista, ele marchou até o fim do corredor.
"Você estava me espiando, Weasley?" Draco prendeu a respiração quando viu Ginny escondida atrás da pilastra com cara de culpa. Ela estava deslumbrante com seus cabelos soltos e um vestido que reluzia tonalidades diferentes de roxo toda vez que se movimentava. O vestido era longo e cobria seus pés. Estreitou o olhar para os seus pés que abrigavam sandálias com um salto atipicamente alto para ela.
"Eu não quis te atrapalhar." Explicou dando a entender que ela o viu conversando com os próprios pais. "Eu só queria te desejar boa sorte."
"Você decidiu personificar Pansy Parkinson hoje?" Arqueou uma sobrancelha enquanto assistia suas bochechas sardentas enrubescerem.
Ela cruzou os braços.
"Ela só me emprestou um vestido." Explicou. "E ainda bem que eu não me vesti para você. Imagina ser recebida com esse carinho do próprio namorado."
Draco pestanejou.
"Para quem você se vestiu?" Estreitou o olhar para ela. Ginny revirou os olhos.
"Sabe, você poderia simplesmente dizer que estou bonita." Declarou. "Eu não recebi poucos olhares no caminho até aqui."
Draco respirou fundo e tentou ignorar seu último comentário.
"Você é bonita, Ginny." Falou com mais gentileza. "Você não precisa desfilar num salto alto e num vestido apertado para conquistar os meus elogios."
Ela finalmente sorriu.
"Seus elogios estão melhorando." Ela o puxou pelo colarinho recém ajustado por sua mãe e depositou um beijo rápido em sua boca. "Pode ser a última vez." Comentou quando se afastaram.
"O que pode ser a última vez?" Escorregou a mão lentamente em seu braço exposto até alcançar sua cintura. Admirou seu rosto pela milésima vez naquele ano. Ela não escondia suas emoções e apreciava que conseguia enxergar tudo que ela sentia com facilidade. Ginny passou a semana toda nostálgica e dizendo que não queria que o ano acabasse logo. No fundo, Draco a entendia. Se pudesse, ficaria preso nesse Castelo com ela por mais um tempo.
"Que a gente se beija atrás de uma pilastra." Explicou com um brilho travesso no olhar. "Você se lembra?"
Claro que ele se lembrava. Foi como tudo começou. Inclinou-se para beija-la novamente e depositou todas as suas emoções naquele beijo demorado. Ela estava certa. Poderia ser a última vez. Prolongou o carinho ao máximo para que registrassem o momento eternamente na memória. Quando se afastaram, ela levou uma mão para a boca e tocou os seus lábios com a ponta dos dedos, ainda de olhos fechados.
"Uau." Ginny sussurrou para si mesma. Draco sorriu, entendia a sua reação perfeitamente.
"Eu tenho que entrar." Odiava cortar com o clima. Ela assentiu e sorriu para ele.
"Boa sorte."
Eles seguiram caminhos opostos, mas quando Draco espiou por cima do ombro, ele a viu o assistindo com um olhar sentido no mesmo lugar. Paralisou e voltou para ela.
"O que foi, Ginny?" Ela mordeu o lábio inferior. Pela primeira vez, ela pareceu frágil. Levou a mão ao seu rosto, preocupado.
"Eu tenho um presente de formatura para você." Contou nervosa. Ela olhou em seus olhos com firmeza e... "Eu estou pronta." Sussurrou.
Quantas vezes ele se fantasiou ouvindo isso? Principalmente quando se beijavam na intimidade do seu dormitório.
Ginny avançou novamente e o puxou para um beijo envolvente e intenso. Ela o transformou rapidamente num beijo sensual, em momentos como esses ele se perguntava se ela realmente não tinha mesmo experiência. Não gostava das dúvidas que levantava sozinho porque ela disse que não tinha experiência e preferia confiar nas suas palavras.
Ele se afastou e analisou sua expressão com atenção. Ela sorria e seus olhos brilhavam de emoção. Emoção e algo mais. Algo que ele já viu muitas vezes estampado em seu rosto. Era algo que ele não gostava nem um pouco. Draco respirou fundo e a puxou pela mão para conduzi-la ao batente da janela. Sentaram-se juntos.
"É um presente tentador." Ele puxou sua mão e beijou sua palma com afeto antes de sorrir para ela. Ginny parecia tão nervosa que não retribuiu. "Mas não é algo que eu posso ou desejo aceitar hoje." Ela pareceu ofendida com a sua rejeição e tentou afastar sua mão de perto. Draco a segurou com firmeza para não soltá-la. "Por que hoje, Ginny? Justo hoje." Ela não respondeu, apenas desviou o olhar. Alcançou seu rosto novamente e exigiu atenção. "Você pretende terminar comigo na plataforma de desembarque amanhã?" Seu rosto corou diante de seus olhos e Draco sentiu um solavanco no peito. "Você pretende." Constatou. Relaxou o toque em seu rosto e se afastou.
"Nós dois sabemos o que acontece em breve." Ela murmurou num fio de voz.
"Você não sabe." Rebateu com frieza. Controlou a própria respiração para evitar perder o controle das próprias emoções. Ele ficou tão impulsivo desde que começou a conviver com ela. "Você não sabe, Ginny." Repetiu com mais serenidade. "Olha, você não está me perdendo." Declarou com firmeza e voltou a tocar em seu rosto. Ela retraiu um pouco com seu toque e ainda tinha vestígios da impressão de que o perderia a qualquer momento nos olhos castanhos. "E eu gostaria que você tirasse essa ideia da cabeça. Nós vamos ter uma noite agradável, vamos encher a cara com autorização pela primeira vez, vamos dançar juntos, vamos aterrorizar Snape e com alguma sorte vamos experimentar algo ilícito." Ela não sorriu. Draco suspirou exasperado. "Eu quero ter essa conversa com você amanhã de manhã." Pausou e refletiu melhor. "Quero dizer, daqui duas ou três horas." Consultou o próprio relógio. "E você me fala com sinceridade se você está mesmo preparada." Declarou com ceticismo.
"Eu estou preparada."
Ele apenas sorriu.
"Não, você não está." Protestou com gentileza. "Não me entenda mal, nós faremos sexo com toda certeza. Faremos muito sexo." Sorriu com malícia. "Muito." Deu ênfase apenas para vê-la corar mais um pouco. "Mas pelos motivos certos e quando você estiver realmente preparada." Vasculhou seu olhar. "Você confia em mim?"
"Confio." Sorriu de prazer quando sua resposta veio sem hesitação.
"Ótimo." Inclinou-se para beijar seus lábios mais uma vez. "Eu sou um namorado paciente, não sou?" Comentou quando se afastou. Ela ia concordar, mas a interrompeu. "Num futuro pouco distante, quando estivermos transando desenfreadamente e compensando por todo esse tempo que não fizemos, espero que você se lembre o quão paciente eu fui no passado." Ela ruborizou de novo com olhos arregalados. "E você vai me retribuir jogando aquele pijama horrível no lixo."
"Draco Malfoy." Ambos viraram a cabeça para a dona da voz. Professora McGonagal o repreendia com Snape em seu encalço. Ela balançou um canudo na mão. "Estou te atrapalhando?" Ela ralhou com sarcasmo. Snape revirou os olhos por trás da professora com censura.
"O senhor prefere que eu peça ao Diretor, ao corpo docente, formandos, familiares e convidados que pausem a cerimônia porque Draco Malfoy está namorando no corredor?" Foi Snape quem comentou.
Draco voltou a atenção para Ginny.
"Não se esqueça." Sussurrou para ela com firmeza. "Conversamos novamente em duas ou três horas."
Ginny não o respondeu quando a liberou do seu toque. Snape o chamou de novo e não viu outra alternativa, senão partir em direção dos professores.
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"Ginevra!" Luna acenou para a ruiva que entrava disfarçadamente no improvisado auditório montado no salão principal. Ignorou todas as cabeças que se viraram para ver a interação das duas. A ruiva se aproximou e tomou o assentou ao seu lado. "Você chegou bem a tempo!" Cochichou para a amiga. "Draco é o próximo a receber o diploma."
Assistiram quando Draco recebeu o diploma sob olhar crítico de McGonagal e as duas se levantaram para aplaudi-lo com animação.
Ginny o viu se sentar numa das cadeiras colocadas no palco e sustentar um ar de superioridade com pouca modéstia. Estava tão afobada que esqueceu de apreciar o quão charmoso ele estava naqueles trajes. Draco piscou para ela do palco com cumplicidade e apontou para o relógio no seu pulso com o canudo que estava em sua mão para lembrá-la da conversa que tiveram há pouco e que teriam novamente em duas ou três horas.
Percebeu que Hermione estava próxima e sentiu peso na consciência por ter perdido a entrega do seu diploma.
Theo foi o próximo a ser chamado, ela e Luna se levantaram para ovacioná-lo também. Ele parecia animado e sacudiu a mão da vice-diretora com orgulho quando recebeu seu diploma. Depois se sentou ao lado de Draco, que ficou visivelmente descontente pela companhia. Ginny viu Theo se inclinar no ouvido do seu namorado e sussurrar algo para ele. Draco pareceu tenso e vasculhou o salão com o olhar. Fixou seus olhos cinzas por alguns segundos em um ponto específico do público antes de se inclinar no ouvido de Theo e responder algo demorado. Quando se afastou, os dois abriram um sorriso igualmente cruel e incrivelmente suspeito nos rostos. Ginny não sabia se ficava animada pela forma que pareciam reatar a amizade.
Quando Pansy foi a próxima a ser chamada, voltou a atenção para a cerimônia. Ela era uma das pessoas que veio prestigiar também.
Depois Harry, com grande comoção do público, principalmente da sua enorme família, que vibrava descontroladamente.
Então, Ron foi chamado, ele tropeçou no próprio pé e parecia mais nervoso do que a situação exigia. Ele foi o único que abraçou McGonagal e isso arrancou risos de todos. Ginny viu seu irmão se sentar encabulado sob os gritos de toda sua família.
Quando Blaise foi chamado, ele subiu ao palco sem pressa alguma. Quando terminou o desfile e se posicionou para receber seu diploma, ele enfiou as mãos nos bolsos da calça com uma postura quase arrogante. Ele parecia um modelo e, quando espiou Luna, ela parecia tão encantada quanto o restante das meninas presentes.
Ginny viu a professora McGonagal ser chamada de canto pelo professor Dumbledore para uma breve e incomum reunião com os professores Snape, Flitwick e Sprout. Blaise ofereceu um sorriso suspeito do palco enquanto os cinco professores debatiam algo entre si.
Snape finalmente se afastou do grupo de professores, marchou até o centro e puxou Blaise bruscamente pelo colarinho. Todos assistiram surpresos quando Blaise foi arrastado para fora do palco pelo furioso professor de poções sem delicadeza. Ele parecia entretido com a cena e pouco surpreso com a reação do professor e padrinho.
Quando a professora de Tranfigurações declarou encerrada a entrega dos canudos, Ginny trocou um olhar desesperado com Luna.
"Blaise não se formou?" Luna pareceu genuinamente desesperada. "E agora? Ele foi expulso? O que isso significa?" Ela esganiçou com lágrimas nos olhos.
Ginny não sabia o que significava e não sabia como confortar a amiga. Ela partilhava do seu desespero também.
"Isso significa que Blaise Zabini não se formou." Fred surgiu do nada e enfiou o rosto no meio das duas amigas. Seu sussurro demonstrava a falsa tristeza no relato e uma misteriosa culpa na voz. "Isso significa que Blaise Zabini fará o sétimo ano novamente."
"Parabéns, meninas! Parece que vocês têm um novo colega de classe!" George surgiu também e explicou com um sorriso travesso.
Ginny olhou novamente para Luna e as duas amigas gargalharam juntas.
Blaise não existia!
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"Eu não acredito!" Pansy murmurou indignada. "Alguém sabia disso?" Olhou para o lado e procurou respostas em Theo e Draco.
"Não." Ambos responderam juntos.
"Mas você está mesmo surpresa?" Draco respondeu baixo enquanto espiava o longo discurso que Dumbledore dava aos pais e alunos. "É algo que Blaise faria."
"Ele fez todas as provas, Draco." Ela protestou. "E tirou notas decentes. Por que não se formaria?"
Theo lançou um olhar cético à ela.
"A pergunta é, por que ele se formaria?" Os três viram do palco Luna se levantar do assento no seu vestido colorido e incompatível com a formalidade do evento. Ela pulou nos braços de Blaise e se deixou ser rodopiada em seu abraço. Blaise não tinha muitas expectativas após a escola, nem escrúpulos para aprontar algo do gênero no dia da própria formatura. "Acho que ele pretende ficar por aqui mais um ano."
Draco analisou o raciocínio de Theo e concluiu que não era a pior das opções para Blaise. Snape não ficaria satisfeito, mas quando procurou novamente por Selena Parkinson no meio do público e viu sua expressão horrorizada, sorriu. Ela veio para sua formatura como a mãe zelosa que era e Blaise a presenteou com uma surpresa dessas.
Os três amigos se entreolharam novamente e sorriram conformados e divertidos. Mais um ano em Hogwarts não lhe faria mal.
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Harry quase cochilou no discurso de meia hora de Hermione.
Agora era a vez de Malfoy e ele parecia competir pela mesma monotonia.
"Ron." Harry se inclinou para falar com o melhor amigo que estava sentado à sua frente. Ele não podia cair no sono agora, muito menos quando seu melhor amigo havia acabado de fazer uma revelação que mudaria para sempre a sua vida. "Como você está?" Sussurrou.
"Tranquilo."
Harry soltou uma risada nasal.
"Fala sério!"
"Tremendo inteiro." Respondeu mais alto que pretendia. Hermione lançou um olhar crítico para os dois. "Eu não planejei abraçar a McGonagal."
"Você tem certeza?" Harry continuou.
"Tenho." Ron respondeu com firmeza e Harry ficou mais calmo. Deu um tapa de conforto em seu ombro antes de encostar novamente em seu assento.
Seria uma longa noite.
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Ginny se levantou para aplaudir com orgulho o discurso de Draco quando ele terminou.
Draco falava com eloquência e tinha uma oratória invejável. Sentiu uma onda de calor dominar seu corpo com a postura que ele mantinha naquele palco, ainda mais quando ele vagava seu olhar nela como se o discurso fosse apenas para ela.
Blaise e Luna estavam aplaudindo ao seu lado também. Significava que o cerimonial estava chegando ao fim.
Quando se sentaram de novo, esperaram Dumbledore voltar ao centro para encerrar a formalidade. Ginny estava louca para abraçar seus amigos e comemorar a graduação deles. Em especial Draco, porque ele havia dito que retomariam a conversa anterior em breve e... Ela só queria ficar perto dele.
A verdade é que ela queria se entregar para Draco naquela noite.
Poderia ser a última oportunidade de ficarem juntos e ela não queria se arrepender de não ter passado dos beijos com ele.
Draco estava errado. Ela estava pronta e ele era um namorado perfeito. Seria uma forma incrível de encerrar-
Seus pensamentos foram interrompidos totalmente quando, para surpresa de todos, Ron se levantou e tomou o ponto central do palco, onde Draco e Hermione fizeram seus discursos, onde McGonagal entregou os diplomas, onde Dumbledore deveria encerrar a formatura e dar abertura ao baile.
Viu Harry se aproximar também e apontar a varinha para o pescoço do melhor amigo. Ele proferiu um feitiço breve e logo se afastou.
"Boa noite." A voz de Ron ecoou alto no salão. Ele pigarreou e Ginny viu horrorizada o rosto de seu irmão ruborizar no mais clássico tom de Weasley. Olhou para os lados e viu toda a sua família surpresa, Luna e Blaise também. O que estava acontecendo? "Primeiro, gostaria de parabenizar todos os formandos. Com exceção de Zabini, nós fizemos por merecer." Ron fez uma piada de nervoso, mas todos riram.
Blaise o saudou do seu assento com um sorriso quase grato e divertido nos lábios.
O que estava acontecendo?
"Mas uma pessoa em especial merece reconhecimento também." Ron se virou e olhou para os colegas, focou seu olhar em Pansy. "Minha namorada, Pansy Parkinson." Ele estendeu a mão para ela e Pansy pareceu encabulada. Ginny nunca viu a amiga perder a postura elegante e naquele momento ela estava se afundando no próprio assento sem classe alguma. Quando Ron sacudiu a mão de novo, Ginny viu Draco se levantar e ajudá-la a fazer o mesmo. Ele deu uma leve pressão nas suas costas e a empurrou para o centro do palco também. Pansy não se opôs, ela parecia em choque. Todos estavam. Isso obviamente não estava planejado.
Quando alcançou Ron, ela aceitou sua mão com um sorriso apreensivo no rosto.
"Pansy." Ron sorriu para ela, mais confiante. "Você foi a melhor surpresa que já aconteceu na minha vida. Eu sei que não te digo o suficiente, mas você é maravilhosa e eu te amo." Pansy sorriu e se derreteu completamente. "Te amo muito, na verdade." Corrigiu.
"Não!" Blaise sussurrou incrédulo.
"Sim!" Luna sussurrou animada.
O que estava acontecendo?
Ginny arregalou os olhos quando seu irmão se ajoelhou no meio do palco. Não! Ele tirou algo do bolso. Sim! E era um anel!
"Pansy Parkinson, aceita se casar comigo?" Ron pediu Pansy em casamento!
Ron pediu Pansy em casamento?
Ela olhou ao redor e viu que todos estavam tão surpresos, incrédulos, impressionados quanto ela.
"Sim! Sim! Ron, eu aceito!" Pansy gritou alto excitada e voou nos braços de Ron. "Mil vezes aceito!"
Então um coro de uivos e aplausos ecoou fortemente pelo Salão. Ginny se viu gritando animada, abraçava e pulava com Luna.
Ron e Pansy iriam se casar!
Ron e Pansy iriam se casar!
Espera, Ron e Pansy iriam se casar?
Por um momento de total felicidade, ela se esqueceu do pequeno detalhe que atormentou suas vidas ao longo do ano. Ela procurou desesperadamente o olhar de Draco. Ele aplaudia em pé ao casal que se beijava sem pudor no meio do palco. Quando seus olhares se cruzaram, ele sorriu abertamente para ela. Então, bateu novamente no relógio e piscou para ela com cumplicidade.
"Draco!" Ela gargalhou alto. Ele sabia!
"Maldito Malfoy." Blaise resmungou ao seu lado com uma expressão de horror no rosto. Ele parecia ser o único que não estava vibrando de alegria.
"O que foi, Blaise?" Ginny o questionou.
"Perdi uma aposta, nada demais."
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Pansy não conseguia acreditar. Olhou para o anel em sua mão. Era lindo, era clássico e era enorme! Tinha uma pedra de rubi no centro e um pequeno detalhe nas laterais. Foi sufocada por mais um abraço da Sra. Weasley.
"Pansy, querida." Ela demorou para soltá-la. "Quando Ron me contou que queria te pedir em casamento, não fiquei muito empolgada." Oh. Não esperava ouvir isso. "Mas ele veio com discurso tão apaixonante que me fez lembrar do meu próprio pedido de casamento." Ela suspirou. "Foi alguns dias depois da minha graduação." Contou com um sorriso sonhador na expressão. "Mas fica uma dica preciosa de mãe, querida." Ela olhou para os lados antes de continuar. "Não tenham bebês tão rápido, é algo que eu me arrependo um pouco, sabe? Não aproveitei muito a lua de mel." Suspirou. "E depois você sabe o que aconteceu, tive sete filhos."
Pronto. Pansy queria cavar um buraco e se enterrar imediatamente.
O sr. Weasley a salvou quando a puxou para um apertado abraço paternal.
Quando finalmente se desvencilhou das dezenas de abraços que a família Weasley oferecia incansavelmente, ela respirou aliviada quando Ginny foi a próxima a alcança-la.
"Vamos ser oficialmente irmãs!" Gritou enquanto pulava em seu pescoço. "Deixa eu ver!" Ginny puxou sua mão e analisou o anel. Pansy avaliou sua expressão de surpresa. "Não conte à Fleur." A ruiva sussurrou com uma expressão de divertimento no rosto. "Mas esse era o anel da vovó Prewett."
Pansy ergueu as sobrancelhas surpresa. Ron lhe deu uma herança de família?
"Você está chateada?" A questão era inevitável.
"Por que estaria?" Ginny riu com leveza. "Você está a um ritual mágico de ser parte da família também!" Voltou a abraça-la.
"Não tenham bebês rápido, vamos aproveitar muitas festas de família juntas!"
"Para de falar isso!" Pansy se desesperou. Era a segunda Weasley em dez minutos que trazia bebês para a conversa.
"Ou tenham, façam o que vocês quiserem!" Ginny exclamou ainda pulando. "Vamos ser cunhadas! Vamos ser irmãs!"
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Draco assistiu de longe enquanto Ginny pulava animada com Pansy e eram rodeadas por seus familiares. Segurava o sorriso que teimava em escapar.
"Por Salazar, que circo foi esse, Draco?" Seu pai se aproximou e prestava atenção no grupo dos Weasleys também. Ele estava horrorizado apesar da fachada inexpressiva.
"Isso que eu chamo de matar dois coelhos numa varinhada só." Respondeu com displicência.
"Pansy precisa se casar-" Lucius estava indignado.
"-com um bruxo de raízes tradicionais." Interrompeu sei pai, mas completou seu raciocínio. "Ele é puro sangue, não tem má precedência além da pobreza e do mal gosto para roupas." Continuou cético. "E os Weasleys estão arrolados na lista dos Sagrados 28. Parece uma opção razoável, talvez até melhor do que a anterior." Seu pai não respondeu enquanto digeria o que ele contou. "Sem contar que ele e Pansy estão namorando há quase um ano." Explicou. "Já que ela precisa se casar, melhor que seja para ser feliz, não acha?"
"Você não seria feliz com ela?" Seu pai questionou com sarcasmo.
"Não." Draco respondeu com honestidade.
"E quem te faria feliz, posso saber?" Ele manteve o tom irônico e Draco sorriu apreciativo enquanto passava uma mão no ombro do seu pai e o abraçava numa atípica demonstração pública de afeto.
"Não é só a Pansy que está namorando um Weasley, pai." Declarou com aperto em seu ombro. "E nunca mais tome decisões por mim." Sussurrou em seu ouvido com um pingo de ressentimento na voz. "Eu realmente quero essa Weasley, mas se oponha ao nosso relacionamento e veja se eu não me esforço para te dar uma nora sangue ruim da pior categoria." Seu pai arregalou os olhos quando Draco se afastou. "Ou pior, posso espalhar uma penca de bastardos mestiços por toda a Europa." Seu pai apenas assentiu calado. Draco ficou satisfeito com a resposta e com o desfecho da novela que foi o problema do testamento dos pais de Pansy. Dois coelhos numa varinhada só. Sorriu com superioridade ao seu pai antes de se dirigir à mesa de bebidas.
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Blaise marchou até Draco Malfoy que bebia uma taça de vinho despretensiosamente à disputada mesa de bebidas.
"Você trapaceou."
Draco pareceu inabalado enquanto bebericava sua bebida.
"Não sei do que você está falando."
"Difícil de acreditar."
"Qual é o problema?" Draco finalmente o encarou com um sorriso sádico. "Está com medo do que eu posso te propor?"
Blaise arregalou os olhos.
"Seja sensato, Draco." Quase implorou. "Eu fui sensato quando cobrei aquela aposta." Referia-se à última.
"Nem um pouco." Sorriu contra a própria taça. Reparou num casal pouco bem vindo se aproximando. "Sua mamãe e seu papai estão chegando." Olhou por cima de seu ombro.
"Blaise." Selena Parkinson se aproximou preocupada com seu novo marido.
"Selena, a que devo ao desprazer da sua presença?"
"Vim apreciar sua graduação." Respondeu com acidez. "Mas pelo visto perdi meu tempo."
"Certamente." Concordou. "Me diga, o que você e o maridão acharam do grande anúncio da noite? Ron Weasley está prestes a ser o novo chefe de família dos Parkinsons."
Selena não o respondeu. Deu as costas para ele e se retirou com o tio de Pansy no encalço.
"Quanto tempo você acha que ele sobrevive?" Draco questionou com um sorriso cruel enquanto assistia Richard seguindo a mulher.
"Considerando os eventos recentes, talvez um ano." Blaise deu de ombros. Sua mãe era especialista em se livrar dos seus maridos, seja por morte ou divórcio. Eles geralmente não duravam. Pegou uma taça também e espiou sua mãe de novo. "Mamãe está conversando com a sua." Comentou com falso entusiasmo. Ambos assistiram Narcissa oferecer respostas curtas para Selena. Após alguns segundos Selena atravessou o salão e foi até Snape. Viram Snape gastar dois segundos com ela. Ambos se viraram para encarar Blaise e Snape revirou os olhos. Podiam ler seus lábios com clareza 'ele não é meu filho'. Snape deu as costas e foi até Narcissa. Selena pareceu brava com a falta de atenção. Discutiu rapidamente com Richard no meio do salão. Ele pareceu revoltado, deu as costas e saiu do salão. Selena respirou fundo antes de olhar ao redor. Colocou um sorriso nos lábios e marchou até Lucius. "Melhor você checar." Disse ao amigo quando Selena tocou uma mão no ombro do homem. "Não quero me preocupar em virar seu meio irmão tão cedo." Draco descansou a taça com mais força que pretendia. Lucius a mediu com frieza. "Nem tão tarde."
"É isso que te preocupa?" Draco resmungou com leve irritação. "Meu pai tem a impressão que pode resolver os problemas com casamento. É capaz dele se livrar da sua mãe me casando com ela."
Blaise e Draco se entreolharam com impaciência.
Lucius se inclinou para Selena e deve ter dito algo desagradável, porque Selena arregalou os olhos, deu as costas e marchou para fora do salão deixando de vez as festividades. No próximo segundo Lucius olhou para os dois, ergueu uma taça em saudação com um sorriso cúmplice no rosto.
Blaise sorriu para ele e voltou-se para Draco.
"É capaz dele te casar comigo." Respondeu com ceticismo. "Seu pai me adora."
Draco soltou uma risada nasal.
"Nem nos seus sonhos." Respondeu.
Theo apareceu com um sorriso estranho no rosto e mostrou algo na palma da mão.
"Papai trouxe seu presente de formatura." Blaise sorriu com satisfação, mas Theo fechou a palma da mão rapidamente. "Mas você não se formou."
Revirou os olhos enquanto via Theo guardar seu presente no bolso da calça.
"Devíamos levar o after para o seu salão, Draco." Theo sugeriu com ansiedade. Draco avaliou a sugestão.
"Pode ser."
Ouviram a gargalhada alta de Ginny enquanto era abraçada e rodopiada por Potter.
"Ginny está bonita, Draco." Blaise comentou com um sorriso provocativo para o amigo. O loiro revirou os olhos e ignorou completamente seu comentário. Pegou mais uma taça antes de marchar até ela.
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Draco se aproximou com um sorriso predador e ela prendeu a respiração.
Ele estava tão bonito nos seus trajes, era quase injusto.
Ele a ofereceu uma taça com suco de abóbora que a surpreendeu.
"Eu não posso te oferecer álcool na frente dos seus pais, que tipo de namorado eu seria?" Ginny riu alto com a sua explicação. Eles se olharam brevemente e a distância não pareceu incomoda-los . "Dança comigo?" Ofereceu a mão para ela.
"A primeira dança é entre pais e filhos." Ela mordeu o lábio inferior.
"Minha mãe não vai ficar brava." Ela não sorriu. "Quero dançar com você, Ginny." Ela aceitou sua mão e se deixou ser conduzida. Ela sabia que Pansy e Ron dançariam a primeira dança juntos. Sua mãe se ofereceu para dançar com Harry e seu pai com Hermione. Ela ainda pareceu receosa. "Ela vai dançar com Nott." Explicou. Ginny olhou ao redor e viu Theo conversando com Narcissa Malfoy.
Ele colocou uma mão em sua cintura e capturou sua mão direita dentro da outra.
A música começou a tocar naquele exato momento e Ginny sorriu. Ele ajudou a organizar a festa, afinal, e sabia de todos os seus detalhes.
"Você vai me apresentar aos seus pais, Ginny? Oficialmente."
Ela mordeu o lábio inferior.
"Você vai me apresentar aos seus?"
"Eu quero." Respondeu sincero. "Se você quiser." Dançou com ela num tempo mais lento que o da música. "Eu já contei ao meu pai de você."
"Draco." Ela pareceu receosa, mas não elaborou e ele não pressionou. Dançaram alguns segundos em silêncio. Ele a puxou mais para perto e gostou que o salto a deixou mais alta quando ele inclinou em seu ouvido sem muito esforço.
"Você ainda está pronta?" Sussurrou rouco. Sua mão da cintura pressionou um pouco sua pele. Ela mordeu o lábio antes de se afastar.
"Não." Confessou. Draco apenas sorriu com sabedoria para ela. "Você sabia que Ron ia pedir Pansy em casamento?"
"Sim." Admitiu. "Ele praticamente implorou minha benção."
"Fala sério!" Ginny riu.
"Ele estava indignado e achava que eu queria sua irmã e sua namorada. Eu disse que ele tinha os meios de resolver sozinho o problema de todos. Ele deduziu que poderia propor Pansy em casamento e acabamos brindando na Ala Hospitalar." Explicou. "Você deve se lembrar, a coisa saiu um pouco fora do controle."
"E se Ron não quisesse se casar com Pansy? Você não teria casado?"
"Claro que não." Respondeu com honestidade. "Mas eu não a deixaria na mão. Eu provavelmente compraria a casa de seus pais e reporia os galões que ela tem a receber."
"Draco." Ela ficou horrorizada com a forma que ele colocou a solução, mas ele pareceu não se importar.
"Você não prefere o desfecho que teve?"
Ambos olharam para o casal que dançavam perto. Ron e Pansy pareciam felizes.
"Sim."
"Sabe o que mais me surpreende?" Ela voltou sua atenção para ele enquanto ainda dançavam. "Quando você tem a impressão que vai me perder, você não hesita em me afastar. Quando eu acho que estou te perdendo, faço todo o possível para te aproximar de mim."
Ela mordeu o lábio inferior e podia ver escrito em seu rosto que ela não tinha percebido.
"A primeira vez que achei que poderia te perder, foi no dia do perfume." Ele começou a relatar. "Foi quando eu percebi que eu gostava de você. Eu realmente gostava de você. A segunda vez foi quando eu te disse sobre o problema de Pansy e eu vi o seu olhar... Então você foi ao casamento com Theo e-" Draco pigarreou desconfortável. "Depois você foi sequestrada e se algo acontecesse, eu te perderia para sempre." Refletiu. "Para sempre é tão... para sempre."
"É." Ela já refletiu sozinha sobre isso, várias vezes.
"Nunca gostei de ninguém, Ginny." Continuou. "Nunca achei que um dia iria gostar. Pelo menos não da forma que gosto de você." Afastou-se um pouco pra olhá-la nos olhos. Ela o ouvia com expectativa agora. "Fico surpreso todos os dias com o que eu sinto por você." Puxou sua mão para perto e a beijou com carinho sem desviar dos seus olhos. "Eu te amo e sou alucinadamente apaixonado por você." Ele declarou sem hesitação ou medo. "Só estou te dizendo isso agora porque, pela primeira vez em muito tempo, está tudo certo." Sorriu. "Não concorda?"
"Draco," Ela ofegou com um olhar intenso e um sorriso iluminado. "eu te-"
"Minha vez, Malfoy!" Ron os interrompeu com um sorriso hipócrita no rosto. Ele puxou a irmã para dançar enquanto Pansy pegava a mão de Draco e o puxava também. Ginny ofereceu um sorriso sentido para ele antes de encarar seu irmão.
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Draco dançou uma música com sua mãe, uma com Pansy e uma com Luna. Após mais uma taça de vinho, dançou uma música com Daphne e fez as pazes com ela por causa de Astoria. Dançou uma música com Astoria para se redimir também. Depois pausou e ficou próximo da mesa de bebidas.
A todo o momento procurava Ginny com o olhar.
Ela estava sempre rodeada por algum irmão.
Assistiu quando ela dançou com cada um dos seus irmãos depois que foram interrompidos. Foram seis irmãos. Depois seu pai. Potter... Longbottom. Blaise. Theodore. Finnigan.
E por fim, Dean Thomas estendeu a mão e pediu uma dança. Draco ficou surpreso quando ela aceitou.
Eles dançaram com cordialidade, sem insultos visíveis por parte dela. Quando terminaram a dança, Thomas se inclinou para abraçá-la e uma onda de ciúmes varreu seu corpo. Ginny sorriu para Draco por cima do ombro de Thomas. Quando se afastaram, ela o procurou com o olhar. Soltou a respiração quando percebeu que ela estava livre. Então veio até ele com vestígios do sorriso ainda no rosto.
"Achei que você tinha esquecido de mim." Acusou.
"Dean e eu decidimos fazer as pazes."
"Não diga." O sorriso dela se alargou quando analisou sua expressão. Ele não estava empolgado.
"Eu não quis terminar o ano brigada." Explicou. "Eu o tratei mal o ano todo."
"E daí?"
"Ele gosta de mim." Ginny deu de ombros e pegou a taça de sua mão. Draco sentiu o solavanco do ciúme novamente. Ela bebeu um gole da sua taça e seus olhos se arregalaram abruptamente para algo atrás dele. Ela parecia aterrorizada. "Não!"
Antes que pudesse questiona-la, sentiu uma mão pesada em seu ombro, depois outro, depois outro, depois outro.
Quando notou, foi arrastado para longe dela por uma horda de cabeças vermelhas.
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Luna rodopiou nos braços de Blaise. Eles dançaram e dançaram e dançaram.
Amava dançar. Amava dançar com Blaise. Amava Blaise.
Riu alto quando ele a pegou pela cintura e a ergueu alto sobre sua cabeça. Rodou com ela pelo salão.
Quando voltou para o chão, apoiou a cabeça em seu peito e fechou os olhos.
"Você pensou sobre aquilo?" Ele murmurou contra o seu cabelo. Seu hálito quente fez cócegas no seu pescoço.
"Eu penso todos os dias sobre aquilo." Respondeu. Blaise queria um beijo. Na boca. De língua. Uma vez ele tentou beijá-la. Ela percebeu que não estava preparada. Sabia que ele estava ficando impaciente, mas eles faziam tantas outras coisas... O quanto mudaria a relação se ela o beijasse? Pensava nisso todos os dias. Mas quando pensava em beijos na boca, lembrava-se dos seus pais. Seus pais sempre davam os beijos mais apaixonados. Hoje sua mãe não estava aqui e seu pai não beijava ninguém desde que ela se foi... "Você será o primeiro a saber quando for a hora."
Sentiu seu peito subir e descer. Sorriu. Ele estava impaciente. Blaise beijava todo mundo. Talvez não fosse algo de outro mundo.
Mas lembrou-se do rápido beijo que deu em Pansy. Naquele dia soube que não estava pronta.
Ele não entendia e achava que não fazia sentido.
Talvez não fizesse mesmo.
Mas gostava do poder que exercia sobre ele. Percebeu o quão sonserina estava ficando sob influência dele. Sorriu sozinha com a própria realização. Talvez devesse pedir para mudar de Casa no ano seguinte, considerou. Seu olhar cruzou com o do professor Snape e viu que os assistia de longe com uma expressão horrorizada no rosto. Talvez não. Ele obviamente não estava contente em ter Blaise como aluno por mais um ano e provavelmente pediria demissão se tivesse que lidar com ela em sua Casa.
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Hermione riu para Ron enquanto o conduzia.
"Espero que você pratique a sua valsa até o casamento." Comentou afiada. Ron pisou duas vezes em seu pé.
"Você pode me ajudar com isso?" Sorriu quando ele empalideceu.
"Claro." Dançaram mais um pouco em silêncio. Eles olharam Harry e Pansy dançando mais adiante. Harry parecia desconfortável enquanto Pansy parecia não segurar os comentários sobre a sua falta de postura enquanto a conduzia. Ambos riram. Harry convidou Pansy para uma dança, porque era o padrinho declarado do futuro casamento e ele queria estar em bons termos com a noiva. Percebeu que não precisavam da dança para estar em bons termos com ela, Pansy estava mais agradável com os melhores amigos de Ron há tempos. "Você vai se casar, Ron." Comentou. "Você está tão adulto."
"Espero que eu me saia bem nisso." Ele riu nervoso.
"Você vai." Confirmou com firmeza. "Vocês serão muito felizes juntos."
"Acho que sim." Ele a encarou. "Você ficou chateada?"
"Não." Admitiu. "Talvez um pouco por você ter contado primeiro ao Harry e não à mim."
Ele ficou envergonhado.
"Quando conversei com Malfoy e percebi que eu queria me casar com ela." Lançou mais um olhar para o casal que ainda dançava juntos. "Ele me aconselhou a não contar para ninguém até formalizar, implicou que haveriam muitas pessoas dispostas a arruinar meu plano. Harry viu o quão nervoso eu estava mais cedo e eu tive que contar."
Ela apenas sorriu.
"A solução era tão óbvia, não acredito que eu não pensei nisso antes!" Estava inconformada. "Que mundo vivemos em que Malfoy tem a resposta para os nossos problemas?"
"Nem me fale." Ron resmungou. "O pior foi que ele não jogou as cartas na mesa e falou 'case-se com ela'. Ele me fez chegar a essa conclusão sozinho." Refletiu. "Pois é, que mundo vivemos?" Ambos torceram o nariz em desgosto e procuraram o loiro pelo salão. Ele estava sentado numa mesa com uma expressão horrorizada no rosto. Bill estava de um lado, Charlie do outro e segurava seu ombro com firmeza, provavelmente para ele não fugir. Percy estava à sua frente e os gêmeos não escondiam suas gargalhadas altas.
"Não devíamos intervir?" Hermione pareceu preocupada. Ginny não ficaria feliz se o namorado fosse desmembrado em sua formatura.
"Malfoy e eu temos um acordo de cavalheiros." Ron declarou com um sorriso cruel. "Eu não posso participar desse... bate papo... dos meus irmãos, mas não significa que eu preciso salvá-lo." Hermione riu. "Por outro lado, Harry precisa."
A morena concordou quando o viu infeliz com Pansy novamente. Ron se inclinou e a beijou no rosto e ofereceu um sorriso agradecido antes de separar a outra dupla.
"Obrigado." Harry ofegou. "Acho que foi um recorde, cinco minutos intensos de críticas."
Hermione o pegou pela mão e o puxou para dançar com ele.
"Pansy e Ron vão se casar." Harry expressou a mesma indignação e surpresa dela. "Devíamos nos casar também."
Hermione gargalhou alto que prontamente foi espelhado por ele.
"Você já imaginou se casar nessa idade?" Sussurrou apenas para ele. "Ainda bem que tivemos criação trouxa." Harry pareceu concordar. Os bruxos não viam problema no matrimônio precoce e o divórcio não era algo que eles praticavam. A média de divórcio no mundo bruxo era abaixo do 1% e possivelmente sustentado sozinho pela mãe de Zabini. Envolvia muita magia antiga.
"Mas, sério, o que faremos a partir de agora?" Harry parecia perdido.
"Você devia passar alguns dias na Espanha comigo." Sugeriu. "Tenho família lá, seria legal passear." Ele pareceu considerar. "Depois posso te ajudar com a mudança para Grimmauld's Place." Harry pretendia se mudar para a antiga casa de Sirius e sair definitivamente da casa dos Dursleys. "E," Ponderou. "se você precisar de um colega de quarto para dividir as contas, estou disposta a aceitar." Completou.
"Você quer se mudar dos seus pais também?"
"Eu queria ficar no mundo mágico, acho que seria mais fácil para os meus estudos na faculdade bruxa, não?"
A expressão de Harry se iluminou.
"Fechado!" Harry olhou ao redor antes de voltar a atenção para ela. "Sabe o que devíamos fazer antes de partir?"
Hermione arregalou os olhos quando sentiu a mão que estava em sua cintura escorregar para o seu quadril.
"O quê?" Sussurrou.
"Deixar uma última aventura para trás." Respondeu com expectativa.
Hermione riu e o puxou pela mão. Entendeu exatamente o que ele queria dizer. Uma última aventura significava que não levariam nada adiante. Afinal, o que acontece em Hogwarts, permanece em Hogwarts.
"Sei o lugar ideal para isso."
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"Não tem graça!" Draco resmungou alto enquanto Ginny ria alto.
"Me pareceu razoável, Draco." Ela comentou enquanto caminhavam juntos para direção do seu salão comunal onde a maioria dos formandos estavam curtindo o pós baile com bebidas, música alta e provavelmente muita indecência. Enfim, nada que poderiam fazer em frente aos pais e professores. Foi legal da parte dele liberar para todos os colegas independente das suas Casas. "A gente deixa para contar oficialmente aos nossos pais no meio das férias."
"Eu já contei ao meu pai." Retrucou algo que ela já sabia. "E os seus trinta irmãos já sabem também."
Ginny gargalhou de novo.
"Bom, metade já sabia." Referia-se ao Ron, Fred e George. "E eu não quero ofuscar o dia da formatura de vocês ou do noivado do meu irmão com mais uma notícia bombástica."
"Certo."
"A gente combina uma visita em casa quando meus irmãos não estiverem presentes." Ela continuou provocando. "Você obviamente não aguentaria a pressão de todos os Weasleys reunidos."
"Fique sabendo que já estou em bons termos com alguns." Ela sabia. "E aquele seu irmão é enorme!"
"Charlie." Informou. "Ele cria dragões para viver, sabia?" Ela bateu um dedo na boca pensativa. "Eu devia pedir a ele algumas dicas de como domar um." Deu um olhar sugestivo.
"Há-Há."
Ginny riu novamente. Seus irmãos obrigaram Draco a ficar sentado na mesa deles até o fim do baile enquanto faziam perguntas indiscretas e ameaças nada sutis. Ela sabia que devia ter resgatado o namorado mais cedo, mas estava engraçado.
Quando chegaram à porta do salão comunal, Blaise e Luna conversavam com Ron e Pansy.
"Onde está o Nott?" Draco questionou. "Ele tem algo que precisamos."
"Não achamos Theodore." Luna contou.
"Sumiu mais cedo." Blaise deu de ombros. "Provavelmente foi acompanhar o sr. Nott na saída do Castelo." Alguns alunos fizeram isso. "Mas vamos ao que realmente interessa." Bateu as palmas e as esfregou com um sorriso mal intencionado. "Weasley." Chamou por Ron. "Temos uma despedida de solteiro para planejar!"
Blaise passou as mãos pelos ombros do ruivo e o puxou para dentro do salão.
"Não tem graça, Blaise." Pansy reclamou insatisfeita
"Não estou sendo engraçado, querida. Casamento é um evento sagrado. Devemos seguir à risca todas as suas tradições."
Ron tentou se desvencilhar de Blaise.
"Eu não quero você organizando a minha despedida de solteiro, Zabini! Harry é o meu padrinho!"
"Se dependesse de Potter, sua despedida seria uma noite regada à cerveja amanteigada e xadrez bruxo, Weasley." Blaise comentou e Draco riu alto enquanto o grupo desviava dos colegas do sétimo ano que ocupavam o salão. "Pansy não merece se amarrar a alguém que não teve uma despedida de solteiro digna de um homem."
"Eu tenho espumante guardado." Draco gritou em meio a bagunça que estava o salão e sinalizou em direção do próprio quarto. "Vamos brindar ao seu noivado, querida!"
Pansy sorriu para Draco, agradecida pelo carinho. Ela o puxou pelo pescoço e o abraçou brevemente. Draco retribuiu o sorriso antes de continuarem o caminho.
Quando o grupo alcançou o dormitório e abriu a porta, tiveram um misto de reações ao flagrarem Harry e Hermione se beijando na cama de Draco.
De todas as reações que sobressaíram do grupo, Draco foi o único que ficou bravo.
"Achei que o motel era no seu dormitório, Granger!" Ele acusou com impaciência. Hermione apenas ajeitou a alça do vestido e alisou a saia enquanto se levantava menos constrangida que o normal. Ela tomou algumas taças de vinho e estava mais desinibida, afinal. Harry evitou o olhar de todos enquanto ajeitava a própria camisa.
"Bom," Hermione empinou o nariz displicente. "nós estaríamos lá se os seus amigos não tivessem chegado primeiro."
Todos se entreolharam confusos. Que amigos?
Então, num movimento coordenado e mútuo, movidos pela curiosidade e indignação do choque inicial, todos se deslocaram para o antigo dormitório de Granger. Draco puxou a varinha e arrombou a porta sem aviso prévio.
A surpresa de terem flagrado Harry e Hermione na cama de Draco pareceu insignificante com o novo flagrante.
Theodore Nott estava enroscado na cama entre Daphne Greengrass e Padma Patil. O trio não estava tão decente quanto Harry e Hermione no quarto vizinho. Theo estava sem camisa e o zíper da calça aberto. Padma estava abaixando a saia enquanto Daphne se cobria com o lençol. Eles pareceram atordoados, culpados e encabulados pela interrupção.
Houve um silêncio constrangedor enquanto todos digeriam a cena diante de seus olhos.
"Nott está contratado!" Ron foi o primeiro a quebrar o silêncio. "Para organizar a minha despedida de solteiro."
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Ginny olhou ao redor do salão comunal onde todos os alunos conversavam, riam e bebiam ainda animados. Era a última noite deles naquele Castelo.
Viu seus amigos. Era a última vez que ela estaria reunida com seus amigos, naquele Castelo, naquele salão e naquela paz.
Nunca mais veria o famoso Trio Maravilha se divertindo em volta de um tabuleiro de xadrez. Nunca mais veria Hermione carregando um livro e ajudando Harry e Ron com os estudos, nunca mais veria Harry no uniforme de quadribol voando atrás do pomo de ouro, nunca mais veria seu irmão se deliciando com prazer nos banquetes das refeições.
Moveu a atenção para Theo e Pansy que riam afetados por algo que conversavam entre si. Nunca mais veria a magreza de sua amiga desfilando pelos corredores sobre saltos enormes, nunca mais ouviria Theo confidenciar para ela, e somente ela, sobre o triângulo amoroso e complicado que vivia com Daphne Greengrass e Padma Patil na cozinha dos elfos.
Viu Blaise e Luna fumando algo incrivelmente suspeito na janela mais afastada. Já os dois ela veria novamente. Suspirou conformada.
Por fim, viu Draco a olhando da poltrona com uma dose de uísque na mão e um sorriso no canto da boca. Ela certamente nunca mais veria essa cena. Eles se entreolharam longamente até Draco bater uma mão preguiçosa em sua coxa direita com um olhar pecaminoso e insinuante. Como se ela fosse se sentar em seu colo na frente de Ron. E ele, sabendo disso, fazia as insinuações apenas para testá-la.
Ginny revirou os olhos com a sugestão e balançou a cabeça. Sentiria falta das suas provocações e do humor malicioso.
Então apontou para a outra janela desocupada e sugeriu que tomassem o local.
Ela se sentou no batente e o esperou.
Quando Draco se sentou ao seu lado, respirou fundo e sentiu seu perfume. Algo mais que sentiria falta, o perfume de Draco pelo Castelo.
"Você está com aquela expressão de novo." Ele comentou cansado. "Achei que já tínhamos definido que você não está me perdendo."
Sorriu para ele.
"Eu vou sentir falta de todos vocês no próximo ano." Repetiu a admissão que ele provavelmente estava cansado de ouvir.
"Temos dois meses de férias, a gente provavelmente vai se encontrar no dia seguinte ao desembarque."
"Eu sei." Era bem provável. Blaise já estava cheio de planos. "Vou sentir falta do que vivemos aqui em Hogwarts." Suspirou. "Parece o fim de uma era."
"Eu não vou sentir falta das brigas." Ginny riu. "Não foram poucas." Não mesmo. "Mas vou sentir falta de ver seus cabelos ruivos desfilando pelos corredores."
"Você vem me visitar nos passeios de Hogsmeade?" Draco sorriu.
"Acho que eu venho te visitar com mais frequência que os meros passeios de Hogsmeade permitem." Respondeu com superioridade. "Virei assistir aos seus jogos, virei quando-."
"Drake." Blaise se aproximou do casal com reflexos lentos e os interrompeu. "Ginny." Ele se sentou entre eles. "Precisamos conversar seriamente." Dirigiu-se a ela. "Eu perdi uma aposta para o Draco." Contou com desespero na voz. "Ginny, eu não quero fazer uma tatuagem." Ela ergueu as sobrancelhas surpresa. "A última vez que fizemos uma aposta, Draco perdeu e eu fui cruel." Virou-se para Draco. "Eu sei que fui cruel." Olhou novamente para a ruiva. "Por favor, eu não quero tatuar nada ridículo como a cicatriz de Potter nas costas ou a marca negra no braço!"
Ginny estreitou o olhar para Blaise e ponderou o que ele disse. Então arregalou os olhos e se lembrou de algo que Draco a contou há muito tempo atrás.
"Você tem uma tatuagem!" Declarou. Draco pareceu desconfortável.
"Fale baixo, Ginny! Só a gente sabe!" Ele sussurrou constrangido.
"Me mostra!" Tentou se aproximar dele, mas Blaise a impediu.
"Foco, Weasley." Ele estava mesmo desesperado. "Sua ingenuidade me surpreende, você nunca o viu nem sem calças mesmo." Ginny trocou um olhar curioso com Draco.
"Zabini!" O loiro o censurou impaciente. "Você vai tatuar a mesma merda, satisfeito?"
Blaise pestanejou, considerando sua proposta.
"Pode ser." Conformou-se. "Parece justo."
"É justo!" Draco resmungou. "Agora vaza!"
"O que é?" Ginny insistiu quando Blaise se levantou e voltou para Luna.
"Eu tenho um pomo tatuado na coxa direita." Contou obviamente contrariado. "É uma tatuagem mágica, ela se move ao redor da perna."
Ginny segurou o riso, impressionada.
"E o que acontece quando você toca no pomo?"
"O que você acha?" Ele estava carrancudo e até constrangido. Era difícil ver Draco constrangido. "O pomo se abre e revela o nome de Blaise num coração."
Ginny gargalhou alto. Por causa de uma aposta, Draco tinha um pomo tatuado com o nome de Blaise.
A expressão de Draco suavizou enquanto sua risada demorava a cessar. Ele a puxou para perto e a beijou. Provavelmente queria apenas cala-la.
Quando se afastou viu vestígios do próprio sorriso refletido no rosto dele.
"Eu te amo, Draco." A sinceridade dos seus sentimentos escapou involuntariamente de sua boca.
Viu a expressão em seu sua feição alternar para algo que ela não sabia exatamente definir, mas concluiu que era algo que a deixava feliz e isso bastava para ela. Era a primeira vez que admitia diretamente e em voz alta e tinha certeza que era pelos motivos certos.
Ela entendia agora o que ele quis dizer mais cedo quando se declarou para ela. Tudo parecia certo porque tudo estava certo. Até a forma que ele disse que a amava parecia certa. Foi a primeira vez que ele se declarava para ela. E ele não se declarou por medo de perdê-la ou por qualquer outro motivo errado. Ficou emocionada, porque Draco sempre a impressionava, sempre a colocava para cima da forma mais adorável possível.
Sentiria falta de tudo que viveu com Draco no Castelo, mas não significava que era o fim.
Poderia guardar numa penseira todas as memórias que criou com ele aqui, afinal.
E desejava do fundo do seu coração que pudesse ter milhares de novas memórias com ele. Infinitas novas memórias.
Desde que se aproximaram, seu ano foi regado de aventuras, novas experiências, romances, alguns dramas e muitas diversões.
Quando ouviram as gargalhadas de Blaise e de Luna ao fundo, lembrou-se de algo tão, tão distante. Não era para ser tão sério, lembrou-se. Começou como uma tentativa, uma mera possibilidade de unir os seus melhores amigos. Houve receio, incertezas e muitos desentendimentos. Só que aconteceu com naturalidade, simplesmente floreou e se tornou algo maior, muito maior... Algo melhor... Uma união inexplicável. E começou apenas como brincadeiras, mas eram brincadeiras do amor.
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Blaise Zabini enfiou as mãos nos bolsos e assistiu pela última vez o nascer do sol no vasto horizonte que decorava a figura imponente do castelo de Hogwarts.
Abriu um diabólico sorriso enquanto sentia os primeiros raios refletirem calorosamente em seu rosto.
O início de uma nova era estava chegando.
23/04/2021 - N/A: Fim.
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Oi, meus sobreviventes! Vocês não sabem o alívio que é atualizar o status para "completo."
1 - Agradecimentos: Um agradecimento especial para todos que chegaram ao fim comigo! Para quem me incentivou e se manteve firme, forte e confiante de que um dia veria um final. Espero que gostem. Particularmente, estou bem satisfeita com a conclusão. E se não gostarem, vocês podem reclamar também! haha
2 - Comentários finais: Não fugiu do que eu comecei a escrever e tentei me manter fiel às ideias originais. Vale lembrar que eu comecei a escrever com 17 anos e eu mudei muito desde então, acho que isso reflete no próprio trabalho. Faz sentido, não? Uma coisa que eu mudei foi o pedido de casamento de Ron. Inicialmente era Pansy quem faria o pedido e, como eles estavam fazendo sexo explicitamente desde o começo achei que uma gravidez adolescente seria pertinente (!? Agora em que mundo uma gravidez adolescente é pertinente? Só no mundo da ficção mesmo!) Argh! Poderia até ser, mas sorry, não consegui! Tô velha! Mas quem preferir ficar com a ideia e até torceu por isso, tá aí! :)
3 - Continuação? - Não pretendo escrever uma continuação com enredo, drama, probabilidade de abandono, etc. Mas quem sabe?
CONTUDO, pretendo escrever alguns bônus (shortfics) paralelas a essa história. Inclusive já estou escrevendo uma (e acho que vocês iriam gostar)!
E acho que seria legal escrever alguns momentos da vida pós-Hog, como a vida de casados de Ron e Pansy (eu visualizo uma vida de casados muito legal para eles!) e as confusões de Blaise, por que não? Se a ideia sair do papel e vingar, publicarei e classificarei como bônus e deixarei marcado nos capítulos!
Ou se vocês acham que devo encerrar como está, me contem também!
Ah e continuarei escrevendo, tenho mais projetos para compartilhar! DG, sempre DG... Espero que vocês continuem por aqui e que possamos nos ver falar novamente... Minha caixa de mensagens (PM) está sempre aberta e vocês são sempre bem vindos por lá!
Valeu novamente pela paciência e pelo apoio, pessoal!
Por fim, espero que vocês me deixem reviews contando o que acharam! Quem deixar logado na própria conta, certamente responderei! Eu li todas as reviews deixadas por convidados e tenham certeza, reconheço alguns nomes das antigas! :)
Beijos e até breve,
Denise Naomi F.