Ravena sentiu um braço a segurando pela cintura, a primeira coisa que passou pela sua cabeça foi tentar se soltar. O braço a segurou com mais força. Ela sentiu algo próximo e tentou empurrar, mas sentiu uma mão segurar um dos seus braços.

-Para de se mexer. –Uma voz sonolenta reclamou.

Ravena abriu os olhos e viu Damian dormindo do seu lado, ele não estava vestindo nada a não ser a coberta cobrindo uma parte do corpo. Ravena olhou para si e percebeu que também estava nua.

-Então não foi um sonho. –Ela sussurrou.

-Nem um pouco. –Damian tinha um sorriso no rosto, mas ainda não abriu os olhos.

Ela sentiu seu rosto ficar quente, Ravena agradeceu para qualquer divindade por Damian estar de olhos fechados. A respiração dele ficou mais pesada.

-Eu te amo. –Ravena sorriu.

-Hu-hum. –Damian respondeu antes de dormir de novo.

Ravena o beijou e deixou o sono vence-la.

-Bom dia dorminhoca.

Ravena escondeu o rosto no pescoço do Damian.

-Que tal você acordar e eu fazer um café da manhã pra nós?

-Tá bom assim. –Ela o abraçou.

-Pra mim também. –Damian colocou o corpo em cima do de Ravena e a beijou. –Você tá bem?

-Sim.

-Mesmo?

Ravena percebeu que Damian estava preocupada com ela desdá noite passada.

-Mesmo.

-Te machuquei? –Ele tinha medo da resposta.

-Damian, amor, não foi dor que eu senti com você.

-Hum... Então foi o que? –Lá estava aquele sorriso malicioso que Ravena aprendeu a amar.

Ela o beijou, sua mão bagunçou o cabelo dele. Damian separou seus lábios e aprofundou o beijo, a mão dele passeava pelo corpo da Ravena. Os dois se entregaram novamente.

Assim que Ravena liberou o chuveiro, Damian foi tomar banho. Quando ela voltou pro quarto percebeu que ele tinha arrumado tudo enquanto tomava banho, os lençóis haviam sido trocados e a cama feita.

Ravena sentou na beirada da cama, o sorriso não saia do rosto, ela transbordava felicidade. "Eu e Damian, nos tornamos um. Isso foi meio brega. Dane-se! Eu e o Damian nos tornamos um."

Ela escutou o celular dele tocar, parecia ser uma mensagem. Uma não, varias. O aparelho não parava de tocar.

-Credo.

Ravena se deitou e esticou o braço para pegar o celular dele.

-Espera Ravena, não pode invadir a privacidade do seu namorado assim. –O celular vibrou de novo –Mas e se for algo importante. Talvez o irmão ou o pai. –Tocou novamente. –Droga! O que eu faço?

Ela sentou na cama olhando fixamente para o celular como se ele fosse falar o que estava acontecendo.

-Eu não quero ser a namorada psicótica, mas... –Ravena viu o nome que apareceu na tela. –Essa é...

Ravena desbloqueou o celular e leu as mensagens. Ela não conseguia acreditar no que lia.

Damian estava secando o cabelo na frente do espelho, o sorriso bobo estava no rosto dele. Ainda não acreditava que a Ravena o escolheu. Ravena o amava. Ravena era dele e só dele.

-Desde quando sou tão possessivo? –Como se ele não soubesse a resposta.

Damian saiu do banheiro com a toalha nos ombros.

-Amor quer comer o que no café? –Ele entrou no quarto –Tenho pão, torradas, bolachas que são cortesia do Alfred e uma vasta variedade de cereal.

Ravena segurava o celular e olhava pra ele.

-Que foi?

-Seu celular não parava de tocar e eu... –Ravena respirou fundo –Eu dei uma olhada.

-Tudo bem. –Damian sorriu, ele jogou a toalha no chão –Eu não me importo.

-Damian... Eu vi.

-O que amor?

-As mensagens da sua mãe. –Ravena viu quando a cor sumiu do rosto dele –Era ela... Eu li todas.

Ravena abandonou o celular na cama, levantou e caminhou até ele, Damian sentiu todo o seu mundo girar.

-Não era pra você ver isso.

Damian não parecia irritado, mas triste. Ravena sabia que não era por ela ter descobrido e sim por ele ter falhado em esconder.

-Damian. –Ravena segurou o rosto dele com as duas mãos.

-Sinto muito... Eu... Me desculpa...

-Não é sua culpa. –Ravena o abraçou.

-É sim, tudo que minha mãe fala é verdade.

-Não, não é! –Ravena o forçou a olhar pra ela –Me escuta, sua mãe não tem o direito de fazer isso.

-Mas...

-Damian ela te induziu a se matar! E agora na sua recuperação fica mandando essas mensagens. Você pode ter uma recaída... –Ravena arregalou os olhos –Meu Deus! Todas as vezes que esteve ruim foi por causa dela.

Damian não olhava pra Ravena.

-Bastardo, louco, devia ter se matado... Cada palavra me destruía. –Damian ergueu o olhar –Me destrói.

Ravena o abraçou, Damian escondeu o rosto no pescoço dela e chorou.

-Me desculpe.

-Não precisa pedir desculpa. Eu tó aqui com você, pro melhor e o pior.

-Eu sou patético. –Damian se afastou, as lagrimas já controladas.

-Não é.

-Ravena...

-Me escuta! Está se recuperando é normal ter dias em que se sente assim, todos tem. Isso não o torna patético ou fraco. –Ravena segurou o rosto dele com ambas as mãos –Olha pra mim! –Era uma ordem que Damian cumpriu –Eu te amo e vamos lutar contra isso juntos.

Ravena o beijou.

-Eu também te amo. –Damian deu um sorriso triste –O que eu faço? Pra acabar com isso.

-Contou pra alguém?

-Não.

-Tem que contar. Seu pai tem que saber. –Ela viu a hesitação nos olhos dele –Vou com você.

-Tenho medo de como ele vai reagir. Bruce Wayne pode ser uma fera quando quer.

-Se isso acontecer provavelmente vai sobrar pra aquela mulher.

-Minha mãe?

-Não considero isso uma mãe. –Ravena sorriu –Acho que eu e minha sogra não vamos nos dar muito bem.

-Hahahahahahahaha também acho.

Ravena adorava ouvi-lo rir. Os dois escutaram quando a porta da frente foi aberta.

-É o Dick.

-Vamos falar com o seu irmão.

-Dick vai matá-la. –Damian segurou a mão de Ravena e saiu do quarto.

Dick estava de costa pra eles e nem percebeu quando Damian e Ravena apareceram.

-Oi.

-Dami. –Dick se virou –Oi Ravena, tudo bem?

-Sim.

Dick percebeu que tinha algo de errado.

-Como foi o turno?

-Tranquilo. –Dick sabia que Damian estava fazendo, tudo que podia fazer era esperar –Tomaram café da manhã já?

-Dick. –Damian sentiu Ravena apertando sua mão com força –Precisamos ir para Gotham. Preciso ver o pai.

-Aconteceu algo? –Dick estava preocupado.

-Vou explicar quando chegarmos lá. Eu sei que não posso ver o pai, mas... –Damian olhou para Ravena que acenou pra ele –É importante.

-Tá bom. –Dick pegou a chave do carro –Vamos lá.