MoonWiccan: Presumi que você acharia isso hahaha, eu até cogitei esse possibilidade dele encontrá-la dormindo com o bebê nos braços, mas resolvi dar um salto no tempo para prolongar um pouquinho a história. Sim ele é prodígio como o pai, isso não poderia faltar, e a rosada dando show em encobrir rastros foi o ápice da astúcia. Bom já estou louca para publicar o capítulo da chegada em Konoha, espero que Tsunade esteja com o coração em dia kkkkk Bjs e até a próxima!

Capítulo 46: Regressão

Após retornar a casa da renomada anciã e finalizar o processo de cura, Sakura chegou a conclusão de que a causa das lesões era proveniente de uma alergia a uma espécie de fruto desconhecido. Fez as orientações necessárias para que a dor e a ferida cessassem, e se despediu.

Não demorou muito para que recolhesse seus pertences, não tinha muitas coisas, o que facilitou. Assim, tudo estava organizado para a nova jornada.

O vento sacudia as mechas rosas, a paisagem rica em verde exultante era convidativa, mas ela não se sentia em condições de apreciar, dominada por preocupações, medos... Não conseguia parar de idealizar mil cenários diferentes com sua chegada, a imagem dele vinha, como se estivesse tatuada em sua mente.

Sakura respirou fundo empurrando os pensamentos, precisava ser forte, não havia mais como fugir, e a semelhança entre ambos era inegável. Ela mirou acima do ombro, observando-o acomodado durante o percurso em suas costas, seus olhos estavam semicerrados em cílios grossos escuros, mas ela sabia que permanecia acordado.

Sem querer, as lembranças vieram a tona novamente, ao mesmo tempo, foi invadida por uma saudade que quase a esmagou. Durante os primeiros meses de gravidez cada segundo longe de Itachi estava sendo uma tortura, doía tanto que por vezes pensou em desistir de tudo, voltar atrás. Mas ao se acalmar, forçava-se a continuar assim, dando um tempo, mantendo-se longe.

Ela ouviu o suave cantar dos pássaros, seguido por um silêncio. Ergueu os olhos e viu os primeiros resquísios cintilantes no céu, a noite caia detidamente.

— Vamos acampar aqui. Sakura indicou, se agachando e removendo a mochila.

Itame esfregou o sono dos olhos, disposto a contribuir, enquanto Sakura armava pequenas armadilhas ele foi a procura de lenha, voltando tão rápido quanto se foi. Com tudo pronto, sentaram-se em volta da fogueira improvisada, um pequeno calor fumegante vinha da sopa em suas mãos, ele ingeriu com vontade, sentindo algo no estômago vibrar com a possibilidade de um lar definitivo, muitas coisas passavam por sua cabeça, como seria viver em uma aldeia de shinobis? Ele ainda não tinha visto um verdadeiramente, exceto o infame grupo de ladrões anterior.

Ele tinha muitas perguntas, sua mãe não falava muito sobre sua terra natal, e quando prolongava o assunto tudo o que recebia era um toque na testa, algo que ela fazia quando se tornava insistente, mas com tudo acontecendo tão depressa, era difícil se segurar quanto a uma questão...

— Itame, sua sopa vai esfriar. Sakura avisou, sobrancelhas franzidas com atenção.

— Certo. Ele estalou, tomando tudo de uma só vez.

Sakura conhecia aquele olhar, por um instante sentiu o oxigênio sendo sugado, como se sufocasse, tanto queria fugir daqueles olhos perfurantes, mas tudo que fez foi encará-lo de volta.

— Meu Tousan... Como ele era? Ele sussurrou, olhos fixos nela, sem perder nenhum detalhe.

Sakura sequer piscou, enquanto o olhar intenso a desmoronava por dentro, se lembrou em quantas vezes cogitou essa questão, que em um momento ou outro, viria á tona, e do quanto aquilo a fez sentir-se em uma corda bamba de emoções durante todos esses anos. Sim, ela sabia que isso viria, mas ainda doía igual.

— Seu Tousan é o shinobi mais forte entre todas as nações. A rosada revelou, sentindo o olhar fixo a queimar. — E ele era exatamente como você.

— Verdade? Itame sentiu o coração galopar no peito, um sentimento novo se espalhando em seu interior.

Sakura viu o brilho naquela irís escura, e sentiu culpa de privá-lo por anos de algo que era seu direito. Mas um alarme soava insistente dentro dela, mostrando que fora necessário. Ela o tocou no topo da cabeça com carinho, um pequeno sorriso nos lábios, a verdade é que podia ver a sombra de Itachi perfeitamente em Itame, o que era um pouco doloroso, mas apaziguava a saudade.

— Durma, temos um longo caminho pela manhã. Ela disse, cobrindo-o com uma manta e se aproximando protetoramente.

Itame obedeceu, murmurando um 'boa noite' e fechando os olhos em seguida, um pequeno sorriso gravado no canto nos lábios. A rosada não dormiu, oscilando entre cochilos, preenchida por imagens dele. Itachi. Que a atormentava até em pensamentos.

"Eu não sinto falta dele." Sakura disse a si mesma, lutando contra o sentimento, fazendo o peito comprimir de dor. Suas pálpebras fecharam solenemente, cedendo ao cansaço mental.

Porém quando o sono inquieto a proclama são olhos ônix que invadem sua alma.

Sinto sua falta, eu quero você. Ela confirmou com olhos suplicantes.

Ele a observa, seu rosto escuro e enigmático. Gotas vermelhas decoram suas mãos e ela sabe sem questionar que é sangue, que ele tirou de outra vida. Isso deveria a enojar, mas tudo o que importa é que ele a deseja.

Por favor, preciso de você. Sakura geme, puxada por uma atração sombria.

E quando está ao seu alcance, ele levanta os braços, prendendo-a pelo pescoço. E a toma ferozmente sobre o luar, fazendo-a chegar ao ápice incontáveis vezes.

Mesmo antes do choque de prazer reverberar pelo corpo, Sakura sabe que é.

Itachi... Ela geme com seu último suspiro, mas é tarde demais.

Ele se foi para sempre.

Ela está quebrada e sua alma também.

Sakura acordou com o rosto molhado de suor e a respiração ofegante, ao redor, estava escuro como o breu. Sentiu o coração zumbir nos ouvidos, o sonho bastante vívido em seus pensamentos.

Ela apertou os olhos, afastando quaisquer memórias referente a ele. Elevando o olhar ao céu, concluiu que o amanhecer seria dentro de uma hora, e com um gosto amargo na língua tinha uma nova determinação em mente. Ela o arrancaria de seu sistema.

De uma forma ou de outra, uma nova etapa começaria agora.