Nota da Autora:
1. Oi! Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Aqui está o novo capítulo. Espero que gostem. Bjs :D
2. Se não se importassem, gostaria que lessem as notas finais. É importante.
S.L.
Capítulo 59
S. Valentim
O fim de semana mais desejado por todos os casais de namorados tinha, finalmente, chegado. Com a vigilância apertada dos Aurors, iriam visitar a vila bruxa, passear, e fazer as compras há muito desejadas. Muitos estavam curiosos para ver com seus próprios olhos o que poderia ter mudado em Hogsmeade depois do ataque dos Comensais da Morte.
A manhã amanheceu fria e, no dormitório de Slytherin, se escutavam os burburinhos sonolentos dos garotos. Severus, que dormia como uma pedra, abriu os olhos e olhou em redor. Viu, através das cortinas fechadas, as sombras deles passando de um lado para o outro. Percebeu que eles estavam prontos para sair. Ao se endireitar na cama, sentiu uma forte tontura e se surpreendeu. Ofegou quando seu estômago se sacudiu em protesto. Se levantou de um salto, ao mesmo tempo que a porta do dormitório se fechava, dexando-o sozinho.
Descalço, correu rapidamente para o banheiro, sentindo sua visão inclinando-se perigosamente em redor. Entrou e fechou a porta com uma mão, sentindo sua bílis subindo por sua garganta e, com a outra cobrindo a boca, se inclinou sobre o vaso sanitário e vomitou violentamente. Sentiu que aquele momento tinha durado horas, embora tivesse sido somente alguns minutos. Quando as naúseas lhe deram, finalmente, descanso, se endireitou, sentindo suas pernas como gelatina. Se arrastou para o lavatório, onde bochechou sua boca para remover resquícios.
De seguida, respirou fundo e saiu do banheiro. Foi em direção à sua cabeceira, onde pegou na varinha e convocou a bolsa com seus produtos de higiene, vestes casuais e roupa interior. Regressou ao banheiro, trancando a porta e realizando encantamentos de privacidade. Tinha receio de que algum colega entrasse e o visse despido. Sua casa logo saberia de sua condição. E, bastava uns colegas mais descuidados comentarem o assunto fora do salão comunal, em frente a um retrato fofoqueiro e, de imediato, toda a escola saberia. Sentiu uma pressão incômoda em sua bexiga. Pousou tudo em cima da tampa da sanita, baixou a calça e a cueca e se sentou. Soltou um gemido, aliviado, ao sentir sua bexiga se esvaziando rapidamente e se levantou. Antes de dar descarga, observou a cor escura de sua urina, pensando que mais um dia tinha passado e sua menstruação ainda não tinha descido.
Estava farto de ter seus seios doloridos e inchados. Tivera de reforçar o glamour, pois tinham crescido um pouco mais e mal lhes podia tocar, devido à sua sensibilidade. Se dirigiu para o espelho, vendo sua aparência cansada. Lavou suas mãos, se sentindo um pouco melhor. O enjoo estava passando, revelando uma fome avassaladora. Massajou a barriga, ignorando o rugido que emitiu. Se dirigindo para sua bolsa, retirou uma escova e pasta de dentes, onde se empenhou a retirar o sabor azedo. De seguida, tomou um relaxante banho. Ainda não se tinha habituado, ao olhar para o meio de suas pernas, e de ver uma vagina. Agora tinha o costume de fechar as pernas, como suas colegas. Mas não conseguia ficar muito tempo nessa posição, pois machucava seus testículos.
Ao terminar o banho, saiu da banheira e enrolou delicadamente a toalha em redor do corpo. Seu glamour tinha sumido com o banho e reparou como seus seios continuavam inchados. Tocou delicadamente com a ponta de um dedo no mamilo esquerdo, reparando na cor. Antes era de um rosa bebê e estava ficando, a cada dia que passava, com uma cor mais escurecida. Se limpou, pegou na varinha e refez o encantamento. Se vestiu cuidadosamente, era a primeira vez que ia com seu namorado a Hogsmeade e queria estar perfeito para ele. Tinha escolhido umas calças escuras, uma camisa social beje e umas botas de couro de dragão. Deu uma olhada no espelho, vendo um ligeiro rubor em suas bochechas, devido ao banho quente, o deixando com uma aparência mais saudável. Guardou seus pertences na bolsa e saiu do banheiro, arrumando tudo novamente no malão.
Tirou uma longa capa quente e escura de viagem e a passou por cima dos ombros, vestindo-a. Em uma das pequenas bolsinhas do malão, tirou um pequeno saco de cabedal com moedas, para suas despesas, e um embrulho dourado, o presente de dia dos namorados para James. Era uma cópia minúscula da réplica da nova vassoura que iria surgir no mercado no final do ano: a Flecha de Gelo. Poderia ter tanto sucesso como a Nimbus 1000, que alcançava velocidades até 160 quilômetros por hora, capazes de fazer um giro de 360 graus em torno de um ponto fixo no ar e extremamente confiáveis, de acordo com seu namorado. James a estava cobiçando desde que tinha saído uma reportagem no "Profeta Diário". A réplica tinha custado uma fortuna, mas sabia que seu namorado iria amar seu presente. James era, na falta de melhor palavra, "fanático" por Quidditch e tudo o que acompanhasse esse esporte.
Acomodou seus pertences dentro dos bolsos da capa. Estava desejoso por sair do castelo, passear pelas ruas de Hogsmeade, beber uma cerveja de manteiga no Três Vassouras ou, até, um chocolate quente na Casa de chá de Madame Puddifoot. Avançou em direção à porta do dormitório e a abriu, vendo o corredor vazio. Seus colegas já deveriam estar tomando o café da manhã, para não perderem mais tempo. Caminhou em direção ao Salão Comunal e, enquanto descia as escadas, viu Lizbeth e Regulus sentados no habitual sofá em frente da lareira, abraçados e conversando em surdina. O rosto rechonchudo de sua colega estava ruborizado de emoção ao ver o colar em seu pescoço. Seus dedos acariciavam a pedra roxa em forma de coração do fio de prata.
Severus avançou, de mansinho, em direção à porta. Não queria perturbar o casal. Saiu do Salão Comunal, tentando não sorrir. Sua vida e a de seus amigos estava boa e, acima de tudo, eram felizes. Só faltavam alguns meses para ele terminar Hogwarts, embora não soubesse o que fazer a seguir. Tinha dúvidas, não sabia se queria ser medibruxo, onde podia salvar a vida de pessoas ou ser um Mestre de Poções, viajar pelo mundo, inventar novas poções e vendê-las, aumentando a fortuna de sua família.
Avançou pelos corredores sombrios das masmorras e chegou ao café da manhã ao mesmo tempo que o correio-coruja. James o esperava nas enormes portas do Salão Principal e trocaram um selinho, cumprimentando:
- Bom dia.
- Bom dia, Sev. - Entraram no salão apinhado de gente e observaram como se encontrava decorado com flores cor-de-rosa e chuvas de confete em formato de coração. Alguns estudantes, principalmente Slytherins observavam, enojados, o rosa excessivo. As únicas pessoas que pareciam gostar era uma jovem Slytherin com cara de sapo, Dolores Umbridge e o Ravenclaw, Gilderoy Lockhart. "Pelo menos o café da manhã não foi cancelado". - Pensou James, se recordando como os estudantes tiveram de escapar do Salão Principal, no ano anterior, porque Lockhart tinha mandando para si mesmo oitocentos cartões, fazendo com que o café da manhã tivesse sido interrompido devido à quantidade de titica e penas que caíram na comida. Nunca mais se esqueceria da bronca que Lockhart tinha levado de McGonagall, as centenas de pontos perdidos e os meses de detenção. Era uma memória muito engraçada.
James o levou para a mesa dos leões. Pelo caminho, escutavam vozes animadas de seus colegas, que só queriam sair dos terrenos do castelo. Se sentaram perto de seu grupo de amigos, vendo as expressões apaixonadas de cada um deles. Sirius até beijava o rosto de Remus, o deixando ruborizado. Lily e Marlene tinham seus rostos encostados e falavam em surdina, a mão de McKinnon acariciando o rosto de sua namorada. Peter comentava com Zoey que só iria entregar seu presente quando estivessem fora do castelo, em um lugar mais reservado, deixando James curioso. Os Marotos tentaram, durante dias, que Wormtail lhes revelasse o presente que iria entregar a sua namorada mas ele, simplesmente, ruborizara e gaguejara uma desculpa incompreensível, antes de se esconder por detrás das cortinas na cama. Padfoot comentara, marotamente, que alguém estava pronto para avançar – finalmente – na relação, sendo repreendido por Moony, que o tinha ameaçado que iria dormir na sua cama sozinho, fazendo com ele se calasse de imediato.
Se sentando, cada um escolheu o que queria comer. Severus preferiu algumas torradas com manteiga e chá de camomila, onde saboreou tudo com vontade. James tinha preferido uma pilha de panquecas recheadas com mel e suco de abóbora. O Slytherin percebeu o olhar atento de seu namorado sobre si, como se temesse que começasse a sentir enjoado ali mesmo. Ficou tocado com sua preocupação. Tirando sua mãe, Lily e Madame Pomfrey (sem contar com James), nunca ninguém se tinha importado com seu bem estar, muito menos com sua felicidade. Sua mão pousou na dele e deu um leve aperto, dizendo:
- Estou bem. - Seu namorado franziu o sobrolho, como se desconfiasse de suas palavras vazias. Na realidade, se sentia melhor do que quando acordado. Era como se ele soubesse de seu recente mal estar matutino. Sabia que, eventualmente, se esses enjoos continuassem, teria de fazer uma visita a Madame Pomfrey. Talves tivesse contraído alguma infeção. Mas já tinha passado tanto tempo trancado na enfermaria, cuidando das feridas infligidas por seu pai e pelas azarações dos Marotos, que só queria distância daquele lugar. Felizmente, o chá que tomava todas as manhãs ajudava a acalmar seu adoentado estômago pelo resto do dia. Se virando para James, conversaram entre eles e decidiram trocar os presentes quando estivessem no café de Madame Puddifoot, depois de uma longa caminhada.
Aos poucos, os estudantes começaram saindo do Salão Principal, os do primeiro e segundos anos em direção aos Salões Comunais, passear pelos jardins ou lago negro, ou, até, à biblioteca, sonhando quando poderiam ir também. Os mais velhos foram buscar agasalhos, se dirigindo para a entrada da escola. Entraram na fila de alunos a serem liberados por Filch, seus olhos se encontrando ocasionalmente, dando sorrisos esquivos. Entraram nas carruagens, que eram puxadas por Thestrals, seres com uma aparência bastante perturbadora, e os magos que eram capazes de vê-los frequentemente descreviam-nos como sendo sinistros e assustadores, tendo grandes figuras ósseas e rostos semelhantes a dragões que exibiam olhos brancos e cintilantes, não tendo expressão nem pupilas. Severus, felizmente, nunca tinha assistido à morte de alguém, por isso confiava nos relatos semelhantes daqueles que já tinham visto amigos ou ente queridos falecerem à frente deles. Era esse o verdadeiro significado de uma guerra, o caos e a destruição, por um bem maior.
Andaram para as carruagens e entraram. Se sentaram nos confortáveis assentos e se abraçaram, iniciando viagem. James beijou a testa de seu namorado, olhando pela pequena janela. Passavam por árvores nuas de folhas e caminhos de terra em direção à vila bruxa. Pelo caminho, perceberam sombras escondidas e se endireitaram, ficando atentos. Ao observarem melhor, viram bruxos e bruxas de longas capas e de varinha em riste. Severus estava pronto para pegar na sua, com o coração batendo com rapidez devido à adrenalina, quando James o sossegou:
- Tenha calma, são Aurors. - Olhando com mais atenção, percebeu as longas capas com a insígnia do Ministério da Magia e a falta de máscara, tão caraterística entre Comensais. - Estão vigiando o caminho, temem que os alunos possam ser atacados.
- Não creio que o façam. - Comentou Severus, se acalmando aos poucos – Eles não sabem quem está dentro das carruagens. Podem ferir ou, até, assassinar os filhos ou apoiantes do Lord das Trevas e não seria nada bom para a sua causa.
James acenou em concordância, franzindo o sobrolho. Não gostava quando seu namorado se referia a Voldemort como "Lord". Era isso que seus apoiantes o chamavam, mas talvez fosse hábito entre Slytherins. Observaram como os Aurors, de expressões sérias e com as varinhas levantadas, lançavam encantamentos em redor, buscando intrusos. Vendo que as carruagens eram seguras, deixavam-nas entrar pelos portões de Hogsmeade, o único vilarejo completamente bruxo da Grã-Bretanha. Era uma pitoresca aldeia de chalés e lojas, ficando perto da estação de trem usada pelo expresso de Hogwarts. A carruagem entrou em Hogsmeade e parou na rua principal, ficando repleta de estudantes, que avançavam para as vitrines das lojas e tumultuando as calçadas. Um ou outro Auror era visto, vigiando cada canto das ruas. A carruagem parou e Severus abriu a porta. Saltou, seus pés embatendo na neve semiderretida da estrada, sendo seguido por James. Olharam em redor, Hogsmeade não tinha mudado quase nada, tirando uma ou outra loja que tinha portas e janelas recentes.
Foram andando em direção à Dervixes & Bangues. Um grande cartaz fora afixado na vitrine, sendo ignorado por alguns moradores. Se aproximaram, vendo os rostos dos Comensais mais conhecidos e perigosos do Lord das Trevas. O cartaz "Pela Ordem do Ministério da Magia", oferecia 1000 galões de recompensa a qualquer bruxo ou bruxa com informações que possibilitassem a recaptura de alguns dos Comensais retratados. Não se conhecia ma totalidade quantos Comensais existiam nas filas de Você-Sabe-Quem, mas Bellatrix, Rudolphus e Rabastan Lestrange eram os mais perigosos e vistos pelas poucas testemunhas que tinham sorte em sobreviver aos ataques. Sus rostos malévolos e cruéis, estavam colados em todas as vitrines que passavam. James comentava com Severus que era muito difícil para os Aurors capturarem-nos, pois muitas famílias apoiantes das Trevas usavam seu dinheiro e outros recursos para protegê-los.
- Você quer ir ao DedosdeMel? - Perguntou James, desejoso por aumentar seu estoque de doces.
- Tá bom. - Respondeu o Slytherin, avançando para a lendária loja de doces. Entraram, o tilintar do sino revelando suas presenças, e Severus olhou em redor. Já tinha estado ali algumas vezes com Lily, antes do rompimento de sua amizade no quinto ano. Depois disso, nunca mais entrara naquela loja, que lhe trazia boas memórias.
Existiam prateleiras e mais prateleiras de doces com a aparência mais apetitosa que se podia imaginar: Tabletes de nugá, quadrados cor-de-rosa de sorvete de coco, caramelos cor de mel e centenas de tipos de bombons em fileiras arrumadinhas. Havia uma barrica enorme de feijõezinhos de todos os sabores e de delícias gasosas. Em outra parede havia os doces de "efeitos especiais: os melhores chicles de baba e bola - que enchiam a loja de bolas azulonas e se recusavam a estourar durante dias-, o estranho e quebradiço fio dental de menta, minúsculos diabinhos negros de pimenta, ratinhos de sorvetes, sapos de creme de menta, frágeis penas de algodão-doce e bombons explosivos.
Severus admitia, não era amante de doces mas que, de vez em quando, não se importava de saborar algum. James pegou em um dos saquinhos de pano pendurados ao lado das parteleiras, que tinha um Feitiço Indetectável de Extensão e o encheu com delicias gasosas, picolés ácidos, bolos de caldeirão, feijõezinhos de todos os sabores e lesmas de geleia. Severus o imitou, preferindo tortinhas de abóbora, varinhas de alçapuz, sapos de chocolate – talvez até começasse a juntar cartões colecionáveis – e penas de algodão doce. Pagaram os doces que compraram e sairam da loja. Avançaram pelo Correio e, mais adiante, a Zonko´s.
James queria comprar uns estoques de bombas de bosta e canetas para fazer algumas pegadinhas com seus amigos, mas Severus não permitiu. Temia que seu namorado, não só se metesse em problemas, mas também não saísse daquela loja durante as próximas horas. Atravessaram a rua, passando pelo Três Vassouras, em direção a uma rua lateral, a uma pequena casa de chá e entraram. Era um lugarzinho apertado e cheio de vapor, onde tudo parecia ter sido decorado com laços e babadinhos. Nas mesinhas circulavam pequenos querubins dourados, pairando sobre os casais apaixonados e deixando, de vez em quando, cair confetes.
Severus franziu o sobrolho, enojado com tanto rosa. Era uma cor que detestava. Avançaram para a ultima mesa disponível, ao lado de uma janela embaçada. James, ao contrário de seu namorado, não se importava com a enjoativa decoração. Se sentaram, esperando a chegada da dona do estabelecimento. Olhando em redor, via-se casais de namorados, de mãos dadas, alguns já saboreando deliciosos lanches ou bebendo bebidas quentes.
- Que posso servir para vocês, queridos? - Perguntou Madame Puddifoot, uma jovem mulher corpulenta, usando um coque negro e brilhante.
- Um café e dois cupcakes de morango, por favor. - Pediu o Gryffindor e Severus pensou que, com seu estômago ainda sensível, talvez devesse pedir bebidas mais suaves, embora seu desejo fosse um delicioso chocolate quente.
- Um chá verde, por favor. - Falou, quando a dona se virou para ele. Madame Puddifoot anotou os pedidos e se afastou. Severus pousou uma mão na mesa e a outra no rosto, olhando a rua movimentada. Era bom sair de Hogwarts, quebrar um pouco a rotina. De vez em quando, aparecia um Auror vigilante, patrulhando a rua. Madame Puddifoot chegou com uma bandeja e entregou a xícara de café a James, a de chá para ele e pousou no meio da mesa um pratinho com os cupcakes e alguns guardanapos.
- Bom apetite.
- Obrigado. - Agradeceram, vendo ela se afastando. James entrelaçou sua mão na dele e Severus sorriu em resposta com o contato agradável. Bebericou seu chá, sentindo o líquido adocicado e quente.
- Você está bebendo muito chá. - Acusou James, de rompannte, com uma expressão preocupada – Nunca o vi bebendo tanto. Você está bem? Já foi a Madame Pomfrey? Quer que vá com você?
- Eu estou bem. - Respondeu o Slytherin, tentando acalmá-lo. Não queria fazer uma cena no primeiro encontro de ambos, por um pequeno mal-estar. - Esse inverno tem sido muito rigoroso. Talvez seja uma gripezinha mal curada.
- Tem certeza? - Insistiu James – Se você quiser, podemos regressar a Hogwarts e conversar com Madame Pomfrey.
- Tenho certeza que estou bem. - Falou Severus, com um sorriso sereno no rosto. - Mas, se você perceber que não estou, pode me levar à enfermaria, tá bom?
- Tá bom. - O Gryffindor acenou em resposta, mais aliviado. Bastava seu namorado se sentir mal, nem que fosse uma dorzinha de cabeça, iria arrastá-lo à enfermaria e ele nada poderia dizer. Trocaram carícias um com o outro, James beijava sua mão, o contraste da cor de suas peles mais visível que nunca. Brincava com o anel dos Prince, rodando-o continuamente, pensamentos rondando sua mente.
Desde que tinha recebido o colar e o anel de sua família, nunca mais os tinha retirado. Estava tão habituado a usá-los, que já nem se lembrava deles. Percebeu, confuso, que seu namorado estava nervoso. Não sabia porque. Pousou a mão livre em cima da dele, assustando-o, e o olhou nos olhos.
- Que você tem, James? - Perguntou. O Gryffindor hesitou, removendo as mãos e acariciando seus cabelos negros, tornando-os ainda mais rebeldes e despenteados. Severus, que antes odiava esse gesto, sorriu. Antes pensava que Potter estava se exibindo, mas agora sabia seu verdadeiro significado: nervosismo.
- Bom, - pigarreou, aclarando a voz. Não sabia como Severus iria reagir ao seu presente, nunca tinham conversado sobre esse assunto e namoravam somente há um mês. - Eu quero lhe entregar meu presente, mas...
- Mas... - Incentivou o Slytherin, não entendendo porque seu namorado estava complicando tanto a conversa. "Gryffindors" - Pensou, tentando não revirar os olhos.
- Mas não sei como você irá reagir. - Severus, que não contava com essa resposta, ficou mudo de espanto. Que James queria dizer com aquilo? Seus pensamentos corriam velozmente, mil e uma ideias passando sem parar. Hesitou, temendo fazer aquela pergunta. E se...e se James, um jovem inteligente e bonito, se tivesse fartado dele e quisesse terminar a relação?
- Pare com isso. - Interrompeu seu namorado, como se tivesse lido seus pensamentos. Mas tal não poderia ter acontecido, pois agora suas defesas mentais estava cada vez mais fortes e não sabia se ele era um legilimente. James esclareceu. - Seus olhos revelam sua insegurança. Eu nunca abandonarei você.
Severus deixou escapar um suspiro, aliviado. Sabia que James nunca o deixaria, mas não podia deixar, às vezes, de pensar. Potter respirou fundo e retirou uma caixinha de veludo verde musgo. Perante seu olhar, falou, hesitante:
- Eu só queria oficializar nosso namoro. - Abriu a tampa, revelando duas grossas alianças de prata. O coração de Severus parou por uns pequenos segundos, nunca pensara em usar uma aliança. James pegou delicadamente em sua mão, ao mesmo tempo que pegava em uma das alianças e colocava no dedo trêmulo do Slytherin. Severus não conseguia acreditar, parecia um sonho. Pegou na outra aliança e imitou o gesto de seu namorado, declarando:
- Eu te amo.
- Eu também te amo. - Trocaram um longo beijo apaixonado. Com um suspiro, se afastaram, a aliança brilhando com a luz que emanava no estabelecimento.
- Agora você vai achar meu presente sem graça. - Comentou, envergonhado, retirando de dentro das vestes o presente e lhe entregou. James removeu o embrulho dourado e abriu a caixa de madeira, vendo a réplica da Flecha de Gelo.
- Não...não acredito! - Balbuciou, nem tendo coragem de retirar a pequena vassoura da caixa. - Você...você...Merlin!
Pela expressão de seu rosto, percebeu que James queria retirar suas roupas e fazer amor ali mesmo, mas viu ele se controlando.
- Eu sei que não tem nada a ver com o original, é uma pequena vassourinha, – Começou, sussurrando de seguida – embora tenha custado tanto como uma grande, - e voltou ao tom normal - , mas espero que goste.
James deu uma risada, como se estivesse vendo algo que o Slytherin não e Severus se calou, não compreendendo. Ele se considerava uma pessoa inteligente, o que estava acontecendo?
- Sev. - Começou James, tentando evitar rir – Acho que você não entendeu, amor.
Aborrecido com suas palavras, o Slytherin levantou uma de suas sobrancelhas, e seu namorado continuou:
- Essa "vassourinha" não é só uma réplica miniatura da nova Flecha de Gelo. – Sua voz se tornou mais emocionada – Ela é uma original.
- Como assim? - Perguntou ele, ainda não entendendo. Que se passava consigo hoje? James pegou na varinha, se afastou um pouco da mesa e proferiu:
- Engorgio. - Severus assistiu, boquiaberto, a vassoura aumentando de tamanho. E não era o único, todo o café observava a cena, com olhares esbugalhados. A vassourinha adquiriu o tamanho de uma normal, para seu choque.
- Por questões de Marketing, - Explicou – Decidiram diminuir as vassoras para que fossem mais práticas de se entregarem como presentes sem se saber de imediato o que são e, se uma pessoa comprar na loja, não tem a necessidade de andar sempre a aumentá-la e diminui-la, podendo guardá-la nos bolsos.
- Por isso é que custou tanto. - Gemeu o Slytherin, por sua estupidez. Como não tinha reparado? James pousou-a a seu lado com delicadeza e pegou em sua mão, beijando mesmo por cima da da aliança, o deixando mais envergonhado.
- Meu presente é que é sem graça, ao contrário do seu. - Falou, com um grande sorriso e agradeceu – Obrigado.
- Eu é que agradeço. - Respondeu Severus, olhando sua aliança brilhante. Perante os olhares fixos e sussurros emocionados, trocaram um apaixonado beijo. Sabiam que, logo que regressassem a Hogwarts, seriam o centro das atenções. Mas nenhum deles se importava naquele momento. Nem que tivessem de fugir para uma sala abandonada, esse dia dos namorados tinha sido uma única palavra...inesquecível.
Continua...
Nota da Autora:
1. Oi! Lamento ter demorado tanto para postá-lo, mas não consegui mais cedo. Espero que tenham gostado do capitulo. Assistimos a uns amorosos momentos entre nosso casal favorito, antes de tudo o que irá acontecer.
Estou ansiosa com vossos comentários, são eles que me fazem sorrir nesses tempos sombrios. Obrigada por não desistirem da fanfic. Bjs :D
2. Criei um grupo no WhatsApp, para quem quiser participar. Espero que a gente possa trocar ideias, conversar sobre nosso gostos, e muito mais. Também poderão saber, em primeira mão, o que poderá acontecer nos próximo capítulos. Obrigada a todos que acompanham minhas fanfics. Aqui está o link: JdzqabHOvgSKxykK04HifP
