Notas da autora
Yuugi se encontra...
Hanasaki fica...
Yuugi e os outros decidem...
Capítulo 70 – Ausência
No dia seguinte, Yuugi pega sozinho o ônibus para ir até o colégio porque Yukiko e as gêmeas decidiram ir mais cedo para que pudessem passar na biblioteca para trocarem alguns livros que haviam pegado no dia anterior.
Mutou ficou surpreso pela ausência de Jounouchi porque ele e Honda passaram a pegar o mesmo ônibus que ele e costumavam usar o tempo extra para conversarem junto de Yukiko, Nuru e Kisara. Em relação a Hiroto, o moreno havia avisado que precisava dar um medicamento para a sua cachorra no horário correto e por isso, iria pegar o ônibus depois daquele que eles pegavam por uma semana.
Ao terminar de se posicionar de pé, próximo da porta, uma voz suave chama a sua atenção, com ele reconhecendo o dono.
- Ohayougozaimassu, Yuugi-kun.
- Ohayou, Hanasaki-kun!
O loiro consente, para depois, perguntar:
- O trabalho da sensei Midori-san é para a próxima semana, certo?
- Sim. – o jovem de cabelos tricolores fala com o seu sorriso usual.
Hanasaki põe a mão em cima do tórax, suspirando de alívio, para depois, falar:
- Que bom! Eu ia entregar hoje, mas, queria melhorar a conclusão do trabalho. Eu sinto que pode ficar melhor.
- Eu sei como é. É o mesmo comigo.
- Yuugi-kun, eu estava pensando se... – ele demonstra um pouco de nervosismo fazendo com que Mutou arqueasse o cenho.
Sorrindo gentilmente, ele põe uma das mãos no ombro do acastanhado, mantendo ao mesmo tempo a sua outra mão segurando uma das barras de metal dentro do coletivo, para depois, apertar levemente o ombro no sentido de tranquilizar o seu colega enquanto exibia o seu usual sorriso gentil.
O jovem de óculos se acalma e depois, repete a pergunta após Yuugi tirar a mão do seu ombro, voltando a segurar à barra metálica com ambas as mãos enquanto Hanasaki agradecia mentalmente pelo fato de Mutou está sozinho porque a presença de Jounouchi e Honda o intimidava por causa do passado de ambos como praticantes de bulliyng e por mais que eles procurassem conversar amigavelmente com ele, ainda sentia hesitação e nervosismo perto deles:
- Eu estava pensando se um dia desses, eu poderia convidar você e os outros para irem até a minha casa. – ele termina de falar e fecha os olhos, temendo receber uma resposta negativa.
Afinal, eles apenas conversaram algumas vezes porque ele ainda temia um pouco Jounouchi e Honda pelo tempo que eles agiam como valentões praticando bulliyng, com Yuugi não sendo a sua única vitima embora fosse o que mais sofresse em suas mãos por ter sido o favorito para eles agredirem verbalmente e fisicamente, além de humilhá-lo em público antes que as amigas de infância de Mutou chegassem para colocarem ambos em seus devidos lugares, com o diretor ignorando a surra que elas davam neles após a saída porque Kisara e Nuru eram artistas marciais e praticantes de Kenjutsu que sempre conseguiam medalhas nas competições interescolares enquanto que Yukiko assumia a função de arco e flecha e outras modalidades, fazendo com que também trouxesse medalhas para a instituição de ensino.
Portanto, não havia lógica ele fazer algo contra aqueles que traziam medalhas por agredirem fora da área do colégio, dois adolescente que não traziam nada de bom para o colégio, além de má fama por causa dos seus atos.
- Eu adoraria, Hanasaki-kun! E eu acredito que os outros também vão adorar! – o jovem de cabelos tricolores exclama animado.
Hanasaki abre os olhos, exibindo estupefação em seu semblante, para depois, sorrir imensamente porque estava feliz ao saber que as suas suposições estavam errôneas e que Mutou gostaria de ir até a sua casa, com ele acreditando que os outros também gostariam de visitá-lo.
Afinal, Yuugi os conhecia bem e por isso, ele acreditava no que o seu colega havia dito.
Então, eles conversam alguns assuntos enquanto ambos esperavam o ônibus chegar até o ponto próximo do colégio para poderem descer.
Em um determinado momento, o acastanhado olha pela janela e avista ao longe uma cabeleira loira estranhamente familiar junto de outros homens, com ele achando que o loiro se parecia com Katsuya.
Ele pega o seu óculos e limpa com uma flanela antes de colocar no rosto novamente, com o adolescente piscando ao ver apenas a ponta de um calcanhar desaparecendo ao virar a esquina.
Yuugi pergunta com evidente preocupação em seu semblante ao ver que o seu amigo não respondeu a pergunta dele enquanto parecia olhar um ponto especifico na frente dele porque Mutou havia acompanhado o seu olhar e não havia visto nada de estranho:
- Hanasaki-kun, tudo bem?
Então, o acastanhado sai do seu estupor, para depois, falar, coçando levemente o queixo:
- Gomennasai. Eu achei que tinha visto alguém familiar. Mas, eu acho que me enganei.
De fato, conforme pensava no que viu, ele achou que não podia ser Jounouchi porque desde que passou a andar junto de Yuugi e dos outros, o seu comportamento mudou.
Inclusive, os professores haviam notado essa mudança em ambos e fizeram alguns comentários em forma de elogios discretos.
- Tudo bem. Eu fico aliviado em saber que foi por esse motivo. Eu estava preocupado. – Yuugi comenta e depois, suspira de alívio enquanto colocava uma das mãos em cima do seu tórax.
- Novamente, eu peço desculpas. – Hanasaki se solta brevemente da barra metálica para se curvar apropriadamente ao seu amigo antes de voltar a se segurar.
- Não precisa se desculpar... – o adolescente pigarreia para depois, mudar de assunto antes que o seu amigo pedisse desculpas novamente – O que achou do conteúdo de ontem da aula do sensei Akira-san?
- Eu achei incrível! Quer dizer, é apenas uma teoria, mas ela é formidável.
- Eu também achei. Seria tão legal se isso fosse verdade. – Mutou comenta animado.
Ambos conversam mais alguns assuntos até que param ao ver que o ponto deles se aproximava e após darem sinal para o motorista parar, eles e outros estudantes do mesmo colégio descem do ônibus em direção à instituição de ensino.
Eles continuam conversando conforme andavam e quando entram na sala de aula, Hanasaki se dirige até a sua carteira enquanto Yuugi se sentava na sua ao mesmo tempo em que Yukiko, Nuru e Kisara entravam na sala de aula.
- Ohayou, Yuugi-kun!
- Ohayou!
- Ohayou, Yuugi-kun!
- Ohayou! – ele as cumprimenta enquanto elas sentavam em seus respectivos lugares.
Como se sentavam próximos um do outros, eles começam a conversar, com Yuugi falando em um determinado momento ao mesmo tempo em que era evidente a preocupação em seu tom de voz:
- Eu não vi o Jounouchi-kun no ônibus.
Elas se entreolham com Yukiko fingindo que não sabia o que havia acontecido.
- Talvez, ele ficou de vir com o Honda-kun. Afinal, eles são amigos de longa data. – a prateada falava enquanto sorria.
- Sim. Provavelmente foi isso o que ocorreu, Yuugi-kun. – a bronzeada falava enquanto apoiava gentilmente uma das suas mãos no ombro dele.
A albina comenta enquanto controlava a vontade intensa de pegar Hirutani e seus capangas como seus brinquedos de tortura, confessando que era irritante esperar o momento que ela poderá pegá-los para que pudesse se vingar do que eles irão fazer contra aquele que via como um filho querido:
- De fato, ele pode ter se esquecido de avisar que viria com o Honda-kun.
- Verdade. – o jovem consente, exibindo o seu sorriso usual.
Então, Honda entra na sala, massageando a nuca e se aproxima deles, os cumprimentando, para depois, olhar em volta, arqueando o cenho ao mesmo tempo em que as gêmeas, a albina e o jovem de olhos ametistas se entreolhavam, com Mutou perguntando antes que Hiroto formulasse a sua pergunta:
- Honda-kun, onde está o Jounouchi-kun? – ele pergunta com visível preocupação em sua voz porque eles haviam combinado de treinarem alguns duelos de Duel Monsters.
O moreno se vira para eles, exibindo estupefação em seu semblante, fazendo com que Yuugi começasse a temer pelo seu amigo loiro.
- Eu pensei que ele estava no ônibus com você. Eu ia perguntar agora onde ele está.
- Ele não veio. Eu achei que ele viria junto com você.
Prontamente, eles pegam os seus smartphones e enviam mensagens ao loiro enquanto exibiam preocupação em seus semblantes, com Yukiko fingindo preocupação porque ela sabia o que ocorreu.
Hiroto coloca a mão no ombro de Mutou e aperta levemente para confortá-lo, fazendo o jovem de cabelos tricolores olhasse para ele.
- Talvez, ele precisou acompanhar a irmã dele no médico e se esqueceu de avisar. Não é a primeira vez que ele se esqueceu de dar um recado, principalmente quando envolve a sua adorada imouto. Vamos esperar, ok?
O adolescente consente e Honda sorri, consentindo, para depois, se sentar em seu lugar quando o sensei entra na sala de aula e após colocar o seu material na mesa, os alunos se levantam e cumprimentam o professor, voltando a se sentar em seguida enquanto que o docente se preparava para dar aula ao mandar os alunos abrirem os livros em uma determinada página.
Nesse interim, Hanasaki ouviu a conversa deles e começa a duvidar da sua suposição inicial que era apenas alguém semelhante ao loiro que ele viu virando a esquina do novo fliperama que abriu na semana passada e conforme pensava nisso, decidiu que se Jounouchi não respondesse a mensagem deles, ele iria contar as suas suspeitas para aliviar a sua consciência.
Enquanto isso, na câmara da alma de Atemu, o Faraó estava sentado em seu trono de pedra enquanto exibia preocupação em seu semblante que não era referente à ausência do loiro e falta de comunicação dele e sim, que algo tivesse acontecido, fazendo com que o seu amado Yuugi decida socorrê-lo, acabando por se colocar em perigo.
Afinal, ele queria protegê-lo enquanto que havia prometido a si mesmo que somente iria modificar as memórias dele se fosse estritamente necessário e caso não houvesse outra forma de tentar dar paz de espirito para o jovem, embora sentisse que cada vez mais ficava difícil alterar as memórias sem que o seu anfitrião sentisse que havia algo estranho. Ele temia o dia que o jovem percebesse as memórias falsas ou lacunas de conhecimento que poderia surgir da indagação ou comentários de terceiros, algo que o espírito não podia controlar e tudo o que ele menos queria era que o seu amado passasse a temer que houvesse algo que podia subjugá-lo e modificar as suas memórias porque era um pensamento demasiadamente assustador para qualquer um.
Portanto, o espírito desejava que Katsuya não tivesse se metido em problemas porque não queria que Yuugi acabasse em perigo em virtude do fato do seu amado ser compassível, benevolente, doce, amável, bondoso e gentil ao ponto de não hesitar em arriscar a sua vida por um amigo e também por um inimigo em virtude do seu coração de ouro.
No final do dia, quando as aulas terminam, Yuugi, Honda, Yukiko, Kisara e Nuru estão no portão e era visível o quanto o jovem de olhos ametistas estava preocupado porque o amigo não retornou as mensagens e quando ligaram para o telefone móvel dele, eles ouviram a mensagem que o aparelho se encontrava desligado.
Naquela linha do tempo alterada, como Jounouchi morava com a mãe e irmã, a genitora deles trabalhava fora o dia inteiro e com Katsuya em casa, podia delegar a ele a responsabilidade de levar Shizuka ao médico para acompanhamento em vez de precisar faltar ao trabalho como era na linha do tempo original quando a sua filha morava com ela e o seu filho morava com o pai.
Portanto, nessa linha alterada, o loiro precisava faltar no colégio algumas vezes ao contrário da linha do tempo original que ele nunca faltava e o motivo dele precisar faltar às aulas era porque o melhor oftalmologista daquela região somente atendia em Dominó na parte da manhã, fazendo com que a mãe deles avisasse a instituição de ensino sobre a necessidade do filho de faltar nas aulas e após a deliberação do diretor que aprovou as ausências do loiro, ficou acordado que ele traria um atestado médico para justificar a sua falta.
Inclusive, por causa dessa alteração, Honda não ficou exasperado na hora do intervalo quando ficou comprovado que o loiro havia faltado como foi na linha do tempo original.
Portanto, ele e os outros somente se preocuparam com Katsuya quando ele não retornou as mensagens e pelo fato do seu smartphone estar desligado.
- Podemos ir para a casa dele. Eu sei onde ele mora. Talvez, a irmã dele saiba de algo.
- Certo. – o jovem de orbes ametistas consente, com as demais consentindo.
Então, eles pegam o ônibus enquanto Yuugi avisava ao seu amado avô que iria se atrasar, com Sugoroku agradecendo o aviso.
Enquanto isso, na câmara da alma de Atemu, o vinco nas sobrancelhas do Faraó aumentava devido ao receio de que fosse algo mais grave e que poderia colocar em perigo o seu amado porque ele odiava expô-lo ao perigo, assim como detestava mudar as memórias dele e quando precisava fazer isso, o espírito sempre se sentia culpado mesmo que soubesse que era necessário para dar paz de espírito ao seu amado e para evitar que ele desconfiasse de algo, embora soubesse que era inevitável a descoberta dele porque um dia, ele iria perceber a sua presença.
Atemu suspirava novamente enquanto massageava uma das têmporas em sentido anti-horário.
No lado de fora, eles aguardavam o ônibus chegar ao destino deles, com Yuugi perguntando ao moreno:
- Você conhece o Jounouchi-kun desde o ensino fundamental, Honda-kun?
- Sim.
- Imagino que o visitou várias vezes.
- Nunca o visitei por causa da mãe dele. Ela é super protetora com a filha, ainda mais com o problema que ela tem nos olhos e por causa da fase de revolta de Jounouchi, que o fez se envolver brevemente com gangues no passado e que somente parou após eu fazer amizade com ele. Portanto, a mãe dele tem extrema desconfiança com os amigos dele. Em relação a Shizuka-chan, segundo o que Jounouchi disse, ela ainda não tem a capacidade de enfrentar a mãe. No máximo, ela se ressente pela diferença de tratamento entre ambos. Ele tem a esperança que a sua irmã ganhe confiança para enfrentar a mãe deles porque ela chega ao ponto de limitar as amizades da Shizuka-chan por ser muito controladora.
- Nossa... ela deve ser um horror. Coitada da Shizuka-chan. – Kisara comenta com o coração na mão.
- Verdade. Não desejo uma mãe dessas nem ao meu pior inimigo. – Nuru comenta.
- Coitada... – Yuugi comenta com pesar em sua voz.
Hiroto ergue o seu punho e observa o seu relógio, comentando:
- Ainda falta quarenta minutos para ela chegar em casa. Creio que temos tempo para conversar com a Shizuka-chan. Por causa do seu problema de visão, ela só pode sair acompanhada de Jounouchi ou dela. Normalmente, a mãe dela a leva para o colégio e quando terminam as aulas, ela busca a filha e quando não pode fazer isso, Jounouchi assume essa função. Porém, isso raramente acontece.
- Uma vida bem limitada... Pobrezinha. – Yukiko comenta ao fingir que não sabia o que acontecia na casa do loiro.
- A mãe deles é tão controladora e desconfiada, que eu nunca cheguei a vê-la. Mas, Jounouchi a descreveu e por isso, eu posso identificá-la.
- Nossa... Mas, é sério que nunca a viu? – Yuugi pergunta exibindo estupefação em seu semblante porque esperava que o amigo dele tivesse visto ela, pelo menos, algumas vezes.
- Sim. Ele queria evitar que eu tivesse problemas caso a mãe deles descobrisse que algum amigo dele falou com ela e considerando o fato dela não ter coragem para enfrentar a genitora, Jounouchi decidiu que não era indicado arranjar este problema adicional. Porém, com o sumiço dele, não vejo outra solução além de me indispor com a genitora deles para conseguirmos qualquer informação que possa ser útil.
- Você não está sozinho. Ela se acha intimidadora? É porque essa desgraçada não nos conhece, certo? – a albina sorri e pergunta em tom de confirmação, olhando para as gêmeas que consentem.
- Com certeza. – a prateada falava enquanto compartilhava do sorriso da albina.
- Ela merece enfrentar alguém que pode ser mais intimidadora do que ela. – Nuru fala animadamente ao mesmo tempo em que exibia um imenso sorriso.
O moreno consente enquanto demonstrava alívio em seu semblante por elas estarem junto deles.
Afinal, ele não queria se indispor com uma mulher porque achava desonroso um homem fazer isso.
Inclusive, mesmo quando praticavam bullying, ele e Jounouchi nunca fizeram nada violento contra as mulheres, a não ser tentar ver as peças intimas delas, com eles encerrando essas tentativas ao fazerem amizade com Yukiko e as gêmeas.
Yuugi, que estava ao lado da albina, sorri ao se sentir confiante com a presença das suas amigas ao mesmo tempo em que decidiu ser forte para não mostrar fraqueza frente a qualquer intimidação que surgisse da mãe de Jounouchi e Shizuka.
Então, eles descem no ponto designado pelo moreno, com eles não percebendo que Hanasaki os estava seguindo e que se encontrava nervoso por não ter tido a coragem de se aproximar deles para falar da desconfiança dele enquanto orava para que não fosse nada e que de fato, Katsuya havia se esquecido de comunicar os seus planos para aquele dia.
Eles estavam tão entretidos, procurando a numeração correta da casa de Jounouchi que não perceberam o acastanhado que os seguia timidamente.
Então, o grupo de Yuugi acha a casa ao mesmo tempo em que Hiroto consultava o seu relógio porque queria evitar que eles se encontrassem com a mãe do loiro porque estava preocupado com o Yuugi que era facilmente intimidado, com ele desejando poupá-lo disso.
Eles se aproximam e Honda toca a campainha, com o som revibrando pela casa na frente deles que era ampla, considerando o padrão das casas japonesas no centro das cidades.
