Notas da autora
Honda fica...
Shizuka se encontra...
Yukiko decide...
Capítulo 71 – Ilusões mágicas
Eles ouvem passos e depois, a porta abre, com Honda ficando em uma perda de palavras ao ver a jovem a sua frente.
Ela tinha cabelos castanhos compridos e os seus orbes cor de mel estavam olhando para os recém-chegados em um misto de curiosidade e receio ao mesmo tempo em que parecia forçar levemente os olhos para observá-los.
O moreno estava em uma perda de palavras ao mesmo tempo em que se encontrava preso em uma espécie de transe frente a beleza da acastanhada ao ponto de balbuciar palavras inteligíveis sobre o olhar estupefatos de todos, com as gêmeas e albina compreendendo o que acontecia ao moreno ao contrário de Yuugi que não compreendia, fazendo com que ficasse preocupado com o comportamento de Hiroto. Na câmara da alma do Faraó, o mesmo abanava a cabeça para os lados enquanto sorria frente a inocência do seu amado porque era visível o fato de que Honda estava apaixonado pela garota a sua frente.
Quanto a jovem, ela não conseguia ver as pessoas nitidamente, mas conseguia distinguir feições e como estavam em frente a Honda, conseguiu ver melhor os seus traços ao ponto de reconhecer nitidamente o rosto, fazendo com que corasse ao ver o adolescente alto na frente dela que a fazia sentir borboletas no estômago ao mesmo tempo em que o seu coração batia acelerado.
A adolescente sai de sua contemplação quando Nuru pigarreia, chamado a atenção dela para depois, perguntar gentilmente em tom de confirmação:
- Você é a Shizuka-chan, certo?
- Sim. Quem são vocês? – a jovem pergunta ao mesmo tempo em que ficou surpresa pela cor exótica da pele da bronzeada e os orbes carmesins dela porque eram demasiadamente incomuns.
- Somos amigos do seu irmão. Eu me chamo Yukiko, esta é Kisara, ela é Nuru, esse é o Yuugi e aquele é o Honda. – ela dá os respectivos nomes conforme apontava para si mesmo e para os outros.
- Prazer em conhecê-los.
Enquanto falava, ela se curvava levemente para todos, fazendo com que o seu gesto fosse correspondido por eles, exceto por Hiroto que ainda estava perdido na contemplação da jovem a sua frente porque não sabia que a irmã do seu amigo era tão linda, além da presença dela fazer o seu coração bater freneticamente no tórax enquanto sentia as suas bochechas corarem.
- O prazer é nosso. – a albina fala consentindo.
- Oh! Onde está a minha educação? Por favor, entrem. – a acastanhada fala se afastando da porta após olhar discretamente para o relógio atrás dela.
Todos entram, com Honda precisando de ajuda para entrar ao ser empurrado levemente para dentro da sala porque não conseguia tirar os olhos da bela jovem a sua frente, chegando ao ponto de tirar inconscientemente o calçado no genkan (玄関) com a frente virada para a rua assim como todos os outros fizeram ao retirarem os seus respectivos calçados, subindo em seguida no shikidai para poderem entrar na sala.
- O que desejam? – ela pergunta com ansiedade após olhar novamente o relógio na parede atrás dela.
- Nós sabemos como é a sua mãe. Não se preocupe. Eu, Nuru e Kisara podemos ser muito mais intimidadoras do que ela. Acredite.
Ao ver o olhar confiante da albina e das outras duas, a acastanhada acredita nas palavras delas e consente.
Em virtude do comportamento e conduta da mãe de Shizuka e Jounouchi, a jovem tinha muito receio em trazer as suas amigas e quando conversava com alguém, temia passar vergonha com a conduta intimidadora e com o arsenal de perguntas da sua genitora que não se importava de ser áspera e fria enquanto fazia um inquérito minucioso em qualquer convidado que a sua filha trouxesse para casa.
Portanto, para evitar este constrangimento, a adolescente optou por não trazer nenhum amigo porque bastou uma vez para ela se arrepender amargamente de ter trazido uma de suas melhores amigas, que não a condenou pela mãe controladora e intimidadora que tinha ao mesmo tempo em que sentia pena dela, com este sentimento sendo compartilhado por todos os seus amigos.
- Nós estamos preocupados com o Jounouchi-kun porque ele não apareceu no colégio. Você tem alguma informação?
- O nii-san está desaparecido?! – a jovem exclama com lágrimas nos olhos ao mesmo tempo em que colocava as mãos em cima do peito, demonstrando preocupação e medo em seu semblante.
O moreno sai prontamente do seu estupor ao ver lágrimas brotando dos belos orbes cor de mel e fala com evidente preocupação em seu semblante ao mesmo tempo em que exclamava com convicção e ardor:
- Nós vamos encontrá-lo! Eu prometo, Shizuka-chan! Além disso, o seu irmão é um lutador destemido. Com certeza, ele está bem. Ele deve ter passado em algum lugar e se esqueceu de avisar. Ele já fez isso antes.
A acastanhada olha para ele e consente enquanto era visível o leve rubor em suas bochechas assim como nas bochechas de Honda ao mesmo tempo em que Hiroto tentava controlar os batimentos cardíacos que o tomavam desde que viu a beldade a sua frente, reconhecendo que as sensações que o tomavam eram muito mais intensas do que foi com Miho Nosaka.
Yuugi fica aliviado ao ver que o seu amigo estava bem enquanto tentava compreender a reação que ele teve ao ver a irmã mais nova de Katsuya.
Shizuka fica surpresa e consente, sentindo-se estranhamente confiante com a determinação e confiança evidentes no semblante, postura e voz do moreno enquanto corava com o olhar que Hiroto dedicava para ela.
- Você se lembra de algo? Algum comentário dele? – Yuugi pergunta com evidente preocupação em seu semblante.
A acastanhada fica pensativa até que se lembra de algo e fala:
- Ele recebeu uma ligação ontem à noite. O nii-san parecia bem nervoso ao atender e andava de um lado para o outro em seu quarto. Eu somente consegui captar algumas palavras como "não", "nem ouse", "como assim?", "Ok" e "Eu irei aí, não ousem fazer nada". Eu devia ter perguntando o que está havendo. – ela termina o final colocando o rosto dentre as mãos ao baixar a cabeça enquanto se culpava por não ter perguntando ao seu adorado irmão o que estava ocorrendo.
- Você não tem qualquer culpa, Shizuka-chan! – Honda exclama para enfatizar o seu ponto ao ver que se formavam novamente lágrimas nos cantos dos orbes cor de mel - Mesmo que você tivesse perguntado o que estava acontecendo, Jounouchi nunca iria contar para você! Portanto, você não tem qualquer culpa. Acredite, Shizuka-chan.
Ela seca as lágrimas que se formaram e consente com a cabeça enquanto corava pela proximidade assim como o moreno, com Hiroto acreditando que havia se apaixonado a primeira vista e que os sentimentos que havia sentido pela Miho não se comparavam aos que o tomavam naquele instante.
- Obrigada, Hiroto-san. – a jovem agradece ao mesmo tempo em que se curvava levemente.
- Pode me chamar de Honda. Não precisa ser tão formal, mesmo eu sendo mais velho.
Ela consente enquanto sorria, com Honda sentindo que o seu coração falhou uma batida ao ver o sorriso angelical dela ao mesmo tempo em que Yukiko e as gêmeas compreendiam o que estava acontecendo enquanto que Yuugi não compreendia.
Então, a porta é aberta e surge uma mulher vestindo um terno formal feminino com calças justas em vez de saia. Ela entra na casa exibindo surpresa em seu semblante, para depois, estreitar os olhos, assumindo uma postura beligerante conforme olhava para Yuugi e os outros, com as gêmeas e a albina percebendo que Shizuka se encolhia involuntariamente ao mesmo tempo em que exibia um sorriso tenso enquanto cumprimentava a recém-chegada:
- Okaerinasai, kaa-san.
Ela ignora o cumprimento e após colocar as mãos na sua cintura enquanto assumia uma postura intimidante, pergunta em um tom de voz cortante:
- Quem são vocês?
Yuugi engole em seco ao mesmo tempo em que lutava contra o medo ao ver a postura intimidante da mulher a sua frente, com o jovem ficando surpreso ao se sentir confortado e amparado, não compreendendo de onde vinham essas sensações porque desconhecia o fato que esses sentimentos eram proporcionados por Atemu que buscava confortar o seu amado enquanto desejava ensinar a mulher a sua frente uma lição por intimidar o seu amado.
Honda confessava que de fato ela era intimidante e que senão fosse uma mulher, ele teria assumido uma postura mais beligerante do que ela ao mesmo tempo em que usaria os seus punhos.
Prontamente, Yukiko e as gêmeas ficam na frente de Yuugi, Honda e Shizuka ao mesmo tempo em que atiravam punhais com os olhos contra a mulher que recua um pouco com a postura das três, principalmente da albina que se aproxima lentamente, para depois, encará-la, fazendo-a dar mais um passo para trás enquanto que a genitora de Shizuka e de Jounouchi tentava compreender de onde vinha a sensação gélida que surgiu de repente e que provocava calafrios de terror em sua coluna.
Yukiko exibe o seu melhor sorriso sádico, com a mulher jurando que havia um brilho intimidante nos orbes azuis safira que exibiam frieza e ao piscar os olhos, ela tem a ilusão que estava na frente de um dragão colossal peludo e alvo de olhos azuis, com garras afiadas e mandíbulas possantes contendo presas proeminentes e que rosnava furiosamente, com ela se vendo refletida nas íris coléricas do ser que abre as suas asas emplumadas de envergadura imponente enquanto que a mulher começava a suar frio, exibindo olhos esbugalhados pelo terror conforme uma névoa congelante saía das mandíbulas ao mesmo tempo em que o dragão colossal emitia rosnados furiosos junto com o impacto no chão ao lado dele da ponta da cauda peluda que continha um porrete imponente, provocando ainda mais terror na humana e ao emitir um rugido de completa fúria, escancarando as suas mandíbulas possantes repletas de dentes afiados na frente dela, gerando um vento cortante pelo deslocamento abrupto do ar com o seu rugido intimidante e igualmente aterrador, ela sente o controle sobre os seus esfíncteres cessarem ao ponto de urinar de medo, com a urina encharcando a sua calcinha e consequentemente, a calça apertada que usava ao escorrer para as suas pernas.
A mulher pisca os olhos novamente e percebe que estava em sua casa, olhando para a albina que exibia uma face sádica enquanto falava:
- Nós estamos indo embora e acredito que a senhora pode ser conscienciosa no fato de Jounouchi não ter qualquer culpa pela nossa presença porque ele segue as suas regras estúpidas e igualmente ignorantes, nascidas da sua necessidade doentia de controle.
Ela tenta retrucar ao buscar alguma voz frente ao fato de uma jovem querer mandar nela quando a albina a silencia eficazmente com um sorriso que não chegava aos lábios ao mesmo tempo em que fechava os olhos para depois, abri-los, com a mulher recuando ao ver por alguns segundos a íris dela se contrair rapidamente na forma das íris do dragão antes de voltar ao normal, fazendo-a ficar assustada enquanto questionava se estava perdendo a sua sanidade ou que estava sofrendo de algum problema mental repentino pela visão de um ser que não existia, pelo ar gélido que a envolvia e pela visão do olho da aparente adolescente porque julgava que estava vendo e sentindo coisas surreais, fazendo-a se preocupar com a sua sanidade ao mesmo tempo em que jurava a si mesmo que iria passar no médico para solicitar vários exames e dentre eles, a solicitação urgente de uma tomografia.
A albina apoia uma das mãos no ombro da mulher, fazendo com que a mãe de Shizuka e de Jounouchi sentisse um tremor intenso tomá-la onde foi tocada e que se espalhava pelo corpo ao mesmo tempo em que sentia a sensação gélida da morte se intensificar em seu entorno e ao olhar para a mão da albina, ela arregala os olhos porque viu uma mão felpuda com garras e ao piscá-los, observa que era uma mão normal, fazendo a mulher duvidar ainda mais da sua sanidade enquanto que Yukiko se divertia ao usar magia para provocar as ilusões nela visando atormentar a mente daquela mulher, pelo menos um pouco, por ter intimidade aquele que via como um filho querido.
- Bem, nós estamos indo. Tenha um ótimo dia. – ela fala com uma voz gélida e com um sorriso que não alcançava os olhos enquanto que o semblante apenas deixava a mulher mais aterrorizada, fazendo-a suar frio.
Nesse interim, as gêmeas se divertiam ao ver a mulher aterrorizada com a presença da albina enquanto que Hiroto pensava consigo mesmo:
"Ainda bem que sou amigo dela, agora. No passado, ela conseguia aterrorizar apenas com a sua presença."
Yuugi se despede timidamente de Shizuka e depois, da mãe dela enquanto caminhava entre as gêmeas, com Honda os seguindo.
As irmãs se despedem dela ao mesmo tempo em que Hiroto pegou gentilmente na mão da acastanhada que ainda exibia estupefação em seu semblante ao ver que a sua mãe foi eficazmente silenciada e intimidada, com ela saindo do seu estupor com o toque gentil dele enquanto corava intensamente ao ver que o moreno beijava suavemente o dorso da sua mão, para depois, erguer os olhos para ela, falando:
- Vou estar ansioso pelo nosso próximo encontro, se for possível.
- Obrigada. – ela fala timidamente enquanto erguia a mão contra o tórax, segurando levemente o dorso com a outra mão ao mesmo tempo em que o seu rubor se aprofundava ao ver o sorriso no rosto másculo de Honda que fazia o seu coração bater acelerado.
A albina passa pela mulher que está pregada no chão, lutando arduamente para processar tudo o que ocorreu enquanto a sensação gélida da morte persistia como um manto que a envolvia, com ela jurando que surgia névoa de sua boca ao respirar como se estivesse em um ambiente gélido apenas para piscar e ver que não havia qualquer névoa, fazendo com que ficasse aterrorizada com o pensamento de ter algum problema médico para justificar as ilusões visuais, táteis e auditivas que a tomavam porque era a única explicação que a sua mente conseguia processar.
- Adeus, Shizuka-chan – a albina se vira para a acastanhada e fala, exibindo um sorriso gentil e um olhar confiante – Lembre-se. A liberdade tem que ser conquistada e sempre deve ser protegida porque a liberdade e os direitos conquistados através de uma luta árdua podem ser facilmente perdidos. Portanto, lute por eles e os mantenha após conquistá-los ao executar uma vigilância constante.
Usando magia, a albina despeja um pouco de sensação de coragem e de determinação na jovem na forma de uma inspiração que não iria desaparecer enquanto que precisaria ser cultivada para desabrochar perante o desejo e a vontade da acastanhada.
Portanto, desabrochar ou não, dependeria totalmente dela porque a jovem teria que lutar com as suas próprias forças. A princesa dos dragões apenas concedeu um sopro de inspiração em forma de uma semente que somente geminará e dará frutos se a adolescente assim desejar. Caso ela não deseje, a semente não vingará e irá continuar sem germinar.
Após eles saírem, a mulher se recorda de que urinou nas calças e tomada pela vergonha, corre pela sala, passando pela filha em direção ao banheiro do quarto para poder tomar um banho e se livrar da roupa enquanto sentia que qualquer desejo de reclamar com o seu filho sobre os jovens que usavam o uniforme do colégio dele havia desaparecido como mágica, com ela sentindo ainda uma sensação aterrorizante, fazendo com que buscasse desesperadamente o conforto da água quente do chuveiro para poder apagar as sensações que impregnaram a sua pele.
Ao olhar para o espelho no seu banheiro, ela avista a cabeça do mesmo dragão que a encarava para depois, rugir, a fazendo tropeçar para trás, com ela agarrando o apoio da toalha para não cair no chão e ao piscar os olhos, percebe que era o seu próprio reflexo aterrorizado, com essa visão fazendo com que ela desejasse arduamente consultar um médico o mais rápido possível, decidindo fazer isso após o banho.
No lado de fora, Yukiko caminhava junto do grupo e ao lado de Yuugi, exibindo um sorriso de satisfação que passa despercebido por todos.
Afinal, ela não conseguiu resistir a brincadeira do espelho do banheiro ao deixar uma magia residual na mulher, com a albina confessando que foi bem divertido brincar com a mente da mãe de Jounouchi e Shizuka.
Normalmente, ela se limitava a ilusão mágica da sua forma verdadeira e a sensação gélida da morte em suas presas.
Porém, frente ao fato dela aterrorizar Yuugi pela sua presença intimidadora, ela decidiu ir além e confessava que havia se divertido muito enquanto se deleitava com o odor de medo que a sua presa exalava e que era inebriante juntamente com o terror nos olhos e semblante.
Então, alguém pigarreia, chamando a atenção de todos que viram para trás, buscando a origem do som.
