Notas da autora
Yukiko decide...
O Deus Orichalcos...
Capítulo 72 – Deus Orichalcos
Enquanto ela desviava, a meia dragoa pensava consigo mesma:
"Que patético... Eu fui treinada pelo melhor mestre guerreiro do meu planeta. Até parece que um ser sem qualquer treinamento poderia se equiparar a mim após o retorno das minhas memórias."
Ela sorri sadicamente ao mesmo tempo em que concentrava o seu poder após ascender para cima das nuvens onde o ar era mais frio, fazendo com que a sua magia ficasse mais poderosa além de restaurar qualquer cansaço que havia sentido.
A princesa dos dragões sorri com satisfação ao ver que a umidade das nuvens havia aderido na pele da serpente e concentrando os seus poderes, se vira em pleno ar quando o ser abre as suas mandíbulas para lançar o seu poder ou mordê-la pela proximidade entre ambos.
Então, a meia dragoa congela a umidade na pele da serpente que fica desesperado ao ser congelado em pleno ar, fazendo com que começasse a despencar até que seu pescoço é preso por uma das patas possantes dela que concentra uma névoa gelada em seu entorno sobre o olhar esbugalhado da serpente gigantesca.
Yukiko concentra a sua magia e conjura água, fazendo o liquido cair nas mandíbulas abertas do ser, com ela sorrindo de forma sádica ao concentrar o seu poder e quando os seus olhos brilham, a água no interior da sua presa congela e irrompe para fora em forma de espinhos compridos que estraçalham o corpo do Deus Orichalcos que ruge em dor lacerante enquanto que a cabeça foi mantida intocada ao ser pega pelas mãos da albina ao mesmo tempo em que era separada do seu corpo fragmentado, com a princesa dos dragões terminando de congelar os pedaços restantes do corpo dele que ao se chocarem no chão, se tornam uma névoa gelada, fazendo com que as almas aprisionadas fossem libertadas, com exceção da alma de Dartz porque ela havia sido vinculada fortemente na serpente em virtude dos danos que havia sofrido.
Mantendo um sorriso sádico, ela termina de congelar a cabeça dele, para depois, esmagá-la lentamente dentre as suas garras, se deleitando com a agonia lacerante nos olhos dele que foi espatifado como gelo ao mesmo tempo em que os pedaços se esvaneciam em uma névoa congelada assim como foi com o corpo dele, com a alma de Dartz seguindo o mesmo destino do Deus Orichalcos.
Então, Yukiko pousa no chão ao avistar um velho e uma criança que choravam, com a menina chorando ainda mais intensamente e após identifica-los através da investigação do passado da sua falecida presa, além de perceber que eles não estavam mais vivos, o que seria esperado, considerando o fato de ter se passado séculos desde que Atlântida foi destruída, ela fala gentilmente para a criança:
- Ele não era mais o seu pai. O seu genitor faleceu naquele dia fatídico. O que você viu era um monstro que surgiu do uso do Orichalcos. O seu pai foi consumido por ele e no lugar dele surgiu aquele monstro. Você deve ficar aliviada que o monstro nunca mais vai usar o corpo do seu pai. Se foque nas lembranças que tem com os seus pais no passado.
- Mas... – ela murmura erguendo os seus olhos úmidos enquanto o seu lobo prateado estava ao seu lado.
- Feche os seus olhos – a menina olha para o seu avô que consente e ela faz isso – Lembre-se dos dias felizes junto dos seus pais. Lembre-se do sorriso e do olhar do seu genitor. Agora, se lembre do rosto que aquele monstro exibia usando o corpo do seu genitor. Esse monstro era realmente o seu pai?
A menina fica com os olhos fechados por algum tempo, fazendo a comparação entre ambos, para depois, abri-los, passando a olhar para a albina que olhava gentilmente para ela.
- Não. – ela nega com a cabeça – mas...
- Eu sei. Por mais que fosse um monstro era o corpo do seu pai. É impossível separar ambos. Mas, com o tempo você vai superar.
A menina consente e seca as lágrimas, com o avô dela sorrindo gentilmente para a neta, para depois, olhar para Yukiko:
- Muito obrigado.
- Por nada. Eu vou partir agora.
Então, ela parte do local, com a albina usando o resto da sua magia para aumentar o portal que estava ameaçando se fechar, conseguindo assim passar por ele antes que se fechasse por completo.
Longe dali, em outra dimensão, cavaleiros que haviam sido amaldiçoados ao serem transformados em dragões retornam ao seu corpo original ao mesmo tempo em que eram libertados da sua prisão e da maldição com a morte de Dartz e do Deus Orichalcos enquanto despertavam do seu sono profundo sobre a face estupefata dos outros monstros.
Após se refazerem da surpresa inesperada, os seus rostos passam a exibir uma felicidade intensa e sincera pelo fim do temível Deus que trouxe destruição onde eles viviam, fazendo com que todos desejassem saber a identidade daquele que os libertou e que salvou o mundo deles.
De volta a Kemet, a princesa dos dragões usa o resto da sua magia para fazer o sangue desaparecer, assim como os pedaços de membros enquanto usava a sua neve divina para restaurar os membros amputados após as almas deles retornarem para os seus respectivos corpos, fazendo-os despertarem.
Os que foram manipulados por Dartz, tiveram as suas memórias seladas para que pudessem se libertar da influência dele, além de ganharem conhecimento da linguagem egípcia ao mesmo tempo em que Yukiko fornecia um conhecimento rudimentar aos que eram cruéis, com todos eles se encontrando em uma espécie de transe mágico assim que despertaram.
Primeira, ela leva os que foram manipulados pelo ex-rei para a cidade mais próxima, usando um encantamento para que encontrassem pessoas boas que os ajudariam, para depois, voltar ao local onde restavam os homens cruéis, usando outro encantamento neles que era o oposto do que usou anteriormente para que acabassem como escravos ao encontrarem pessoas que se aproveitariam deles ao fazê-los caminharem até a cidade, com eles possuindo a memória deles seladas também e que somente iriam sair do transe quando encontrassem pessoas que iriam se aproveitar deles ao vendê-los para a escravidão.
A meia dragoa deu um toque adicional para que eles somente encontrassem donos perversos, além de garantir grande resistência a eles para que vivessem por muitos anos enquanto que havia outro feitiço que os impediria de se suicidarem ao mesmo tempo em que iria impedir que os donos deles os matassem porque esses homens eram cruéis e mereciam o sofrimento em vida.
Afinal, na visão da princesa, a morte seria muito boa para eles e pessoas perversas não mereciam a morte e sim, o sofrimento intenso por muitos anos.
As técnicas mágicas que usou nos dois grupos eram consideravelmente complexas e que somente aqueles que fossem treinados habilmente na magia podiam realizar com perfeição ao mesmo tempo em que era necessária uma grande quantidade de magia, com Yukiko sendo plenamente ciente de que só conseguiu usar esses encantamentos graças ao poder do cedro ainda residente em seu corpo enquanto que a neve divina que ela gerava e que era capaz de curar ferimentos e doenças, além de restaurar membros, podia ser usada mesmo sem o cedro.
Após terminar, ela se concentra e estende uma de suas patas, fazendo surgir uma esfera reluzente do seu corpo que ao se dissipar revelar o cedro lua crescente, com o objeto mágico se tornando pequeno, para depois, estendê-lo para o céu, com a luz brilhando um pouco mais intensamente até que ele desaparece ao mesmo tempo em que a lua voltava a ter o seu brilho regular enquanto a albina caia cansada na areia, apreciando imensamente o frio do deserto que lhe ajudava a recuperar suas forças e magia porque ela sempre soube da consequência de usar o cedo para aumentar o seu poder.
Afinal, foi um aumento induzido por um objeto mágico e que agora cobrava o seu preço.
Yukiko sabia que antes do sol nascer teria o seu poder restaurado e não se arrependia de ter usado o cedro porque o Deus Orichalcos possuía um poder considerável, além de ter seguido o seu pressentimento de que Dartz era uma ameaça a ser considerada e que teria sido estupidez ignorá-lo.
Ela fecha os olhos e decide dormir, sabendo que qualquer barulho a acordaria ao conjurar uma magia suave em seu entorno para fazê-la despertar frente à aproximação de qualquer pessoa ou animal.
Há centenas de quilômetros dali, um portal surge dentre uma mata densa e fechada. Uma pessoa trajando uma armadura negra, com longos cabelos negros e olhos ônix, sai do portal e olha para os lados, para depois, suspirar.
Então, os seus olhos brilham e ela se concentra, começando a murmurar palavras incompreensíveis ao mesmo tempo em que surgiam símbolos em torno dela, com a mulher abrindo os olhos enquanto passava a olhar atentamente para os estranhos símbolos e escrita que surgiram no ar, como se os estivesse lendo ao mesmo tempo em que o portal atrás dela se fechava.
Em Kemet, mais precisamente no templo interno dentro do palácio dedicado a Ré (Rá), Atemu havia terminado de sair do templo após o término da sua oração diária a divindade que a sua família cultuava desde o seu avô. Ele se dirige até o seu luxuoso e espaçoso quarto enquanto um sorriso brotava em seus lábios e que era crescente conforme se recordava do fato de que o seu amado iria demonstrar se havia assimilado o que havia aprendido aquela manhã, com o Faraó sentindo o seu membro ganhando vida ao se recordar do corpo perfeito do seu amado.
Não muito longe dali, em um dos imponentes corredores com colunas de lótus, Yuugi caminhava com Mana ao seu lado, após se despedir dos seus amigos e de Kisara que se dirigiu até a vila interna de Seto, o seu coração estava batendo acelerado enquanto lutava contra o rubor em suas bochechas ao se recordar de que Atemu desejava verificar se ele havia aprendido o que havia ensinado naquela manhã e conforme se recordava do momento intímo, ele brigava com a sua mente por ser tão pervertida, ainda mais ao lado da bronzeada que exibia preocupação em seu semblante ao ver o ex-sacerdote corar.
- Você está bem, Yuugi?
- Sim. Eu estou. – ele fala com um sorriso nervoso enquanto lutava arduamente contra a sua mente, visando se recompor e conter ao mesmo tempo o nervosismo que desejava toma-lo ao se recordar do que faria aquela noite sobre supervisão do seu mestre.
- Tem certeza? – a bronzeada pergunta com intensa preocupação em seu semblante antes de erguer a palma da mão até a testa do seu amigo para medir a sua febre.
- Eu estou bem. Eu juro. Eu agradeço a preocupação, mas eu estou bem. – ele luta para tranquilizar a sua amiga exibindo o seu sorriso usual enquanto continuava a sua luta árdua contra a sua mente imaginativa.
Ela retira a mão da testa dele, percebendo que ele não estava com febre. Mesmo assim, ela torna a falar:
- Seria bom se eu o levasse até a swnw (médica), Sera. Tenho certeza que a superintendente dos swnw está na ala médica, ainda. Ela pode examinar você.
- Eu estou bem. Eu juro.
Antes que Mana falasse algo, uma voz masculina irrompe no corredor e era evidente nesta voz um tom de repreensão e raiva contida:
- Mana! Eu te achei, finalmente. Que história foi essa de não vir para a aula quando a barca Mesektet do Netjer (Deus) Ré começar a jornada no Duat?
