NA: Olá! Finalmente estou de volta! Que alívio! E alegria!

Como vocês sabem, eu estive muito doente (Covid-19), mas estou recuperada e voltei a trabalhar há um mês. Quase ao mesmo tempo, eu voltei a escrever o capítulo que tinha iniciado antes de adoecer. Haviam apenas umas mil palavras escritas, assim, eu praticamente recomecei esse capítulo do zero e escrevi muito lentamente, para o meu desagrado.
A verdade é que a minha mente demorou um pouco mais para se recuperar, como se estivesse mais lenta no raciocínio, se cansando mais facilmente e, principalmente esquecendo de coisas que eu sabia ou conhecia. Mais do que nunca, eu tivo que me valer dos meus índices, ou pesquisando informações no capítulo anterior, pois até nomes simples eu não me lembrava. Pior, eu me esquecia ou não tinha certeza do que tinha planejado fazer com a história, o que escreveria neste capítulo, além do ritual e da feira. Por isso, demorei mais do que o normal, pois queria espremer o meu cérebro para acessar tudo o que eu sabia antes da Covid.
Porque estou lhes contando isso? Bem, muito simples, porque espero que vcs me ajudem e fiquem atentos a quaisquer erros na história, algo que disse que aconteceria e não aconteceu, nomes trocados, pessoas que "sumiram" ou cenas repetitivas. Não hesitem em perguntar ou apontar o que vcs acharam q está errado ou confuso. Eu agradeço muito.
Sobre os erros de português, espero que tenham paciência, pois assim que a Débora revisar, ficará prefeito.
Obrigada pelas orações e apoio, além da paciência que tiveram nos últimos meses.
Até mais, Tania (é muito bom escrever isso de novo!)

Capítulo 89

A primeira feira em que eles pousaram era na Fazenda Sevenoaks, há algumas milhas a sudoeste de Londres. Eles tinham decidido não fazer nenhuma grande apresentação, abertura ou discursos, Harry disse que precisavam se afastar do que a GER fez com o Beco e que algo descontraído não merecia formalidades tolas. Além disso, como escolher em qual feira estar para a inauguração, já que era impossível estar em todas ao mesmo tempo? Harry não queria mostrar favorecimento, assim, como feiras foram abertas ao amanhecer e sua chegada estava programada para às 7 horas da manhã em Sevenoaks, onde Vance e seu fotógrafo estariam a espera para tirar algumas fotos, fazer algumas perguntas e, depois, ele estar livre para conhecer todas as feiras com liberdade.

Desde o começo havia sido decidido que as 7 feiras não seriam idênticas umas às outras. Eles usariam o ponto forte da paisagem local, informações sobre as tradições da região e aspectos da cultura bruxa ao longo dos séculos. Harry, mais uma vez, apontou que tinha sido as antigas feiras medievais que o inspiraram na ideia das feiras e fugir da modernização do Beco Diagonal seria um interessante contraponto.

Assim, a Feira da Fazenda Sevenoaks tinha uma estrutura parecida com os parques londrinos. Harry imediatamente se lembrou do Hyde Park, onde eles comemoraram o aniversário de Terry. Apenas era primavera e ao em vez de luzes natalinas, eles tinham flores, ramos e plantas naturais decorando como barracas de madeira envernizadas. Na entrada da feira havia um arco de flores muito bonito com uma placa bem no alto de madeira com nome Feira de Alimentos Potter,escrita. Uma música animada tocava e, ao olhar em volta, Harry viu alguns músicos tocando saxofone, trompete e piano em um tablado alto de madeira logo no começo da feira, depois de passarem pelo arco. O caminho era todo gramado, pessoas por toda a parte, clientes e funcionários, que ajudavam e orientavam com sorrisos animados os visitantes. Mas sem dúvida o mais incrível era o lago.

A região de Sevenoaks era cheio de planícies tranquilas, florestas e lagos. Na fazenda, eles tinham dois lagos, um menor perto da casa de fazenda e outro maior e mais distante, ea feira foi construída bem a sua margem. Harry sorriu ao caminhar por entre as barracas, sentindo o cheiro delicioso do campo, junto aos alimentos frescos, assados e cozidos para a venda e degustação. As lindas e decoradas barracas estavam abarrotadas com legumes, verduras, frutas, grãos, nozes, ovos, carnes, leites, queijos, presuntos, pães, bolos, geleias, compotas e os vendedores com seus uniformes verdes floresta se apressavam em atender aos clientes, que apesar de tão cedo, eram uma multidão limite.

- Nós colocamos d barracas para cada alimento diferente porque hoje esperamos muitos clientes visitando, mas depois, nos dias normais, haverá apenas uma barraca. - Serafina disse. - Isso tornará o espaço total ocupado pela feira menor, ao mesmo tempo, deixaremos algumas barracas preparadas para os dias mais movimentados, os fins de semana e feriados, por exemplo.

- Está tão lindo, Sra. Serafina ... - Harry sussurrou encantado. - E o lago no fundo, torna a feira ainda mais linda e natural, como se ela sempre existido aqui.

- Verdade, dá essa sensação, não é? - Ela olhou em volta sorrindo. - Por ser perto de Londres, essa é a feira com decoração mais moderna e lembra o Hyde Park.

- Eu penso a mesma coisa! - Harry exclamou animado.

- Bem, nós temos encantamentos que impedem que as pessoas caminhem pela fazenda e que caiam no lago. - Serafina explicou. - Não queremos acidentes com crianças ou curiosos intrometidos, não é?

- Com certeza não. - Harry disse ao se aproximar da barraca com os bolos mais cheirosos do mundo. - Como foi a preparação dos alimentos? A fazenda comportou bem essa estrutura?

- Tivemos que construir uma cozinha onde os alimentos são cozinhados com os produtos da fazenda. Temos uma boa equipe e isso gerou mais empregos. - Serafina disse. - Inicialmente, pensamos em deslocar os funcionários da fazenda para as feiras, mas logo percebemos que era inviável. As fazendas precisam dos seus funcionários, a produção não poderia parar ou diminuir o ritmo e seria impossível os funcionários trabalharem mais do que já trabalham.

- Mas, e a questão da porcentagem? Eu prometi aos funcionários das fazendas uma participação nos lucros das feiras. - Harry observou.

- Isso acontecerá. Falc pode explicar melhor, mas basicamente a feiras estão relacionadas como cooperativas e você é o dono e investidor, os outros "donos" são os funcionários das fazendas e das feiras que além de seus salários cumpre .

- Isso é bom, fará os funcionários capricharem mais e se esforçarem para vender. - Harry disse. - Acho que quero um pedaço desse bolo ...

Assim que falou isso, uma jovem vendedora se aproximou com um pedaço de bolo para degustação. Era um bolo branco com creme de ovos e Harry gemeu de prazer ao comê-lo e a elogiou efusivamente. A menina corou e disse que elaborou um assar os bolos, mas falaria para a cozinheira dos seus elogios.

- Dá vontade de comprar tudo. - Harry sussurrou para Serafina quando se afastaram mais para o fim da feira.

- Estou tendo o mesmo problema. - Serafina disse ansiosamente divertida. - Fico pensando em fazer um prato com aquelas leguminosas, um assado com aquela carneiro, levar um bolo para as crianças, umas geleias para os meus pais ... - Os dois riram divertidos. - Veja, Falc chegou.

Ele tinha e estava acompanhado de uma senhora e dezenas de crianças e adolescentes. Harry e Serafina se deslocaram até a entrada da feira, para fora do arco e ele observou que as crianças olhavam em volta empolgados, enquanto a senhora se mostrava tensa e preocupada.

- Não se afastar de mim, tem muita gente e vocês podem se perder e não quero ninguém perto do lago ... vocês não sabem nadar ... - Ela dizia ansiosa e tentando manter a atenção em todos os seus pupilos.

- Sra. Madeleine, não se preocupe que existem barreiras mágicas em volta do lago, para proteção das crianças. - Falc disse gentilmente e a mulher relaxou um tantinho.

- Bom sabre, mas fiquem perto das crianças, não quero ninguém perdido e mexendo no que não deve. - Ela disse e se virou para o grande grupo. - Não quero que algum bruxo use alguma desculpa boba para discriminá-los e acusá-los de roubo ou algo assim. Assim, mantenham-se serenos e calmos, e perto de mim ou de Kate e Carl.

Katherine Lestrange e Carl Pucey eram os mais velhos do grupo e pareciam prontos para cuidar dos mais jovens.

- Olá. - Harry se aproximou ouvindo o final da conversa e sorriu gentilmente. - Obrigado por aceitar o meu convite. Sou Harry Potter.

Ele estendeu a mão e a Sra. Madeleine o apertou parecendo desconcertada. Um sussurro passou entre as crianças, alguns se engasgaram e todos arregalaram os olhos surpresos, chocados e empolgados.

- Madeleine Corner. Prazer em conhecê-lo, Sr. Potter. Nós é que agradecemos pelo convite empolgante. - Ela disse formalmente.

- Por favor, me chamem de Harry. Esquina A senhora é parente de Carson? - Ele perguntou curioso.

- Sou sua tia, irmã de seu pai. - Ela informou com um sorriso. - O senhor estuda com seu filho, Michael, certo?

- Sim, estamos os dois na Ravenclaw e no mesmo ano. - Harry disse e olhou para os adolescentes e crianças. - Vocês são mais do que eu esperava, mas prometo tentar lembrar de nome de todos. - Ele se adiantou e cumprimentou um um com um aperto de mão firme e gentil.

- Katherine Lestrange.

- Carl Pucey.

- Maude Flint.

- Merritt Flint.

- Friedrich Smith.

- Joan Avery.

- Chris Egan.

- Gilbert Melrose.

- Albina Runcorn.

- Bella Rosier.

- Thor Bulstrode.

- Gunar Bulstrode

- James Vaisey.

- Lea Shafiq.

- Charles Pritchard

- Olinta Hornby

- Alder Roockwood

- Oliver Harper

- Denis Thorne

- Hélio Quirke

- Peter Goyle

- Walt Crabbe

- John Belby

- Anna Finley

- castanho azul

- Tomas Nott

- Juliana Zabini

- Phillip Abbot

E assim as apresentações continuaram. Harry ficou chocado com quantos eram e guardou o nome mais facilmente dos que tinham sobrenomes de colegas de Hogwarts ou que foram famílias apoiadoras de Voldemort. Para cada um, Harry mostrou a curiosidade e gentileza, com outros ele trocou algumas informações.

- Eu ouvi sobre a sua história, Kate, você tem uma avó muito corajosa. - Ele disse sorrindo e Kate se emocionou.

- Eu era muito jovem e não entendia, mas sei que ela sofreu para me salvar. - A jovem de 16 anos disse com voz embargada. - Apenas nunca imaginei que nunca mais a veria ou minha mãe ...

- Há um Smith em meu ano, ele é um Hufflepuff, Zachary é o seu nome. - Harry disse a Friedrich Smith.

- Meu irmão mais velho. - O garoto de 9 anos disse e deu de ombros com certa tristeza. - Não o vejo há dois anos. Quando ele irlandês a sua carta, meus pais resolveram ver porque eu ainda não tinha feito magia acidental e descobriram que eu era um aborto. Imediatamente me enviar para o orfanato, pois queriam se afastar da vergonha da família.

- Castanho? - Ele disse a Blue que era da sua idade e muito sorridente, na verdade, sua semelhança com a Lavander não deixava a duvida que eram irmãs.

- Sou a gêmea má. - Ela disse brincalhona. - Você conhece Lavander? Ela é mais nova que eu por alguns minutinhos. Sinto falta dela, mas quando não recebi a minha carta, meus pais percebiam que toda uma magia acidental feita em casa enquanto crescíamos era de Lavander. Assim, ela foi para Hogwarts e eu para o orfanato.

- Eu tenho uma colega, Hannah Abbot, ela está na Hufflepuff do meu ano. Sua parente? - Ele pediu um Phil que deu de ombros.

- Os Abbot são, muitos uma família bem grande que vai em todas as socorro. Ouvi falar até de um ramo trouxa do Abade. - O garoto de 11 anos disse e parecia meio triste. - Seria bom saber se é verdade e se eles me adotariam, mas não conheço essa Hannah, deve ser uma prima distante.

- Finley? Como em Albert Finley? O candidato a Ministro da Magia? - Harry pediu uma Anna.

- Ele é meu tio. - A menina tinha só 8 anos e parecia triste. - Sou filha de seu irmão mais novo. Papai e mamãe já tem filhos grandes, terminaram Hogwarts e tudo. Apenas meu primo Allen ainda vai para lá. Você o conhece? - Harry acenou que sim. - Meus irmãos e Allen me tratavam bem, mas eu nasci muito fraquinha e meus pais não esperavam por mim, sabe. Minha mãe morreu no parto e eu sobrevivi por pouco, mas meu pai ficou zangado comigo, ele me culpava pela morte da mamãe. Então, eu fiquei doente há 3 anos e no hospital não tinha magia, daí papai me mandou para o orfanato.

Harry não conheceu a história de todos, apenas perguntas daquelas famílias que o surpreenderam estar ali. As famílias puristas não tinha segredo do porquê abandonaram seus filhos, afinal.

Ele contou 42 crianças e adolescentes e apesar de não saber a história de cada, era possível ver um certo ar de abandono e tristeza, uma solidão ou saudade de algo perdido para sempre. Harry se viu neles e seu coração se apertar por cada um, não importa o sobrenome ou. Até mesmo Bella Rosier, com seu olhar furioso e recusa em apertar sua mão.

- Fazendo mais caridade, Potter? Não precisamos. - Ela disse zangada e a Sra. Madeleine chamou a atenção.

- Não. - Harry respondeu a todos. - Não é caridade. Leda me falou de vocês e como recebeu bem no orfanato.

- Você é mesmo amigo de Leda? - Maude perguntou surpresa. - Não tínhamos certeza se ela não estava zombando de nós.

- Eu sou amiga da Leda sim. - Harry disse. - Ela me disse que o orfanato foi o melhor lugar em que ela viveu e que gostaria de continuar a viver lá até a maioridade.

- Ora ... - Sra. Madeleine corou desconcertada e feliz com as palavras. - Ela é uma menina tão doce e educada, seria muito bem-vinda, mas não sei se é possível ... - Ela olhou para Falc.

- Eu já consultei e legalmente é possível sim. - Falc respondeu gentil. - Basta apenas a senhora aceitá-la e saiba que ela tem uma bolsa para Hogwarts, assim não precisa se preocupar com esses gastos.

- Oh ... isso é bom. E é claro que um aceito. - Sra. Madeleine disse. - Jamais recusarei uma criança em minha casa e se Leda se sente bem conosco, então daremos um lar para ela. Certo, crianças? - Todas acenaram e Maude pediram para elas dividirem um quarto. - Depois conversamos sobre isso, querida.

- O motivo que eu os convidei foi porque Leda me explicou como vocês queriam conhecer as feiras, mas não podia vir, assim, pensei que como agradecimento por receberem ela tão bem, vocês mereciam esse ... presente. - Harry hesitou. - Sei que não é muito, mas ...

- Claro que é muito! - Kate se adiantou. - Todos queríamos vir, mas como passagens de trem seriam muito caras e não seria apenas apenas um ou dois vir com a Sra. Madeleine. Esse é um presente maravilhoso, Harry, nós todos somos gratos.

Todos acenaram, apenas Bella cruzou os braços e manteve a expressão fechada.

- Bom. Quero que se divirtam, não é bem um parque, mas ainda é bem divertido. E não se preocupe com dinheiro, Sra. Madeleine, compre o que eles quiserem comer ou a senhora estiver precisando no orfanato. Hoje a feira é livre para vocês.

- Oh! - Sra. Madeleine parecia chocada e emociona.

- Caridade ... - Sussurrou Bella sob a respiração e olhos olhos zangados dos colegas.

- Um presente. Quero que vocês tenham um dia especial. - Harry disse sabendo que a linha entre caridade e presente era muito fina e não querendo ofendê-los.

Felizmente apenas Bella parecia manter uma atitude negativa e os outros estavam ansiosos por usar o presente.

- Bem, o outro motivo que queria vê-los é que Leda me contou que os mais velhos estão preocupados sobre conseguirem empregos. - Harry olhou para Kate e Carl, e mais 4 adolescentes que tinham entre 15 e 17 anos.

- Entrar no mundo trouxa é difícil, nós aprendemos muito ao longo dos anos, na escola trouxa, mas conseguir bons empregos ... - Carl explicou. - Quando fazemos 18 anos, temos que arrumar um lugar para viver, um emprego e nos manter, são as regras. Ainda que a Sra. Madeleine deixa que voltemos nos fins de semana para comer, isso ajuda. Bem, pelo menos foi o que os que já aprovou o orfanato nos explicaram ...

- Eu tento ajudá-los mesmo depois que eles deixam o orfanato. - Sra. Madeleine disse estoicamente. - Mas eles são orgulhosos e não querem tirar dos pequenos. O maior problema é a falta de perspectiva, sabe, porque eles conseguem usar as jornadas de trabalho longas, preços baixos e pagar apenas um quarto de pensão. Não sobra tempo ou dinheiro para estudarem e isso os mantem nesses empregos empregos horríveis por anos e anos.

- Não nos importamos de trabalhar, mas seria bom poder fazer um curso técnico e conseguir melhores empregos. - Kate disse. - Talvez se saíssemos de Londres a vida seria mais barata, mas isso nos manteria longe do orfanato e visitar seria caro ...

Harry viu os acenos e preocupações nas expressões dos mais velhos, principalmente, porque estava chegando ao momento de se preocuparem com a vida fora do orfanato.

- Bem, eu quero ajudar-los com isso e aos outros que já escolhidos ao orfanato. - Harry disse suavemente. - Se a senhora tiver contato com todos eles, oferecer bolsas de estudo e empregos para todos.

- Mas ... - A Sra. Madeleine parecia completamente perdida. - Você pode fazer isso ... quer dizer ... como ...

— Meu padrinho e eu acabamos de abrir uma empresa no mundo trouxa, uma grande empresa de construção civil e precisamos de muitos funcionários em várias áreas. — Harry explicou. — Escritório, eletricidade, construção, hidráulica, carpintaria e muito mais. Além disso, as feiras também precisam de ajudantes, então pensamos que os mais velhos do orfanato poderiam trabalhar algumas horas por dia ou nos finais de semana para ganharem alguma experiência e libras extras. Os que já tiverem deixado o orfanato ou forem deixando nos próximos anos, seriam encaminhados para uma função na empresa Aliance ou na feiras e fazendas Potters de acordo com o interesse pessoal de cada um. As bolsas de estudo não seriam apenas para cursos técnicos, mas para a faculdade também, pois como eu disse, queremos ajudá-los a encontrar uma vocação e serem felizes em suas vidas no mundo trouxa. Isso quer dizer que se quiserem ser médicos, advogados, arquitetos, a bolsa de estudo cobrirá os custos.

Harry encerrou e esperou uma resposta, mas todos o encaravam assombrados. Sra. Madeleine começou a chorar e até os pequenos pareciam entender a importância do que estava sendo oferecido.

— Oh, Merlin! Menino, você pode fazer tudo isso? Ele pode mesmo? — Sra. Madeleine olhou para o Falc em busca de confirmação.

— Sim, ele pode. — Falc disse levemente divertido. — Eu descobri que nunca devo duvidar de Harry Potter, se ele diz que fará algo, então, acreditem, nada ficará no caminho.

- Oh ... muito obrigada, Harry, muito obrigada. - Sra. Madeleine enxugou como lágrimas com um lenço rosa. - Sua família sempre que nos atender, ao Orfanato dos Abortos, com doações e comida, principalmente, que vem do Jardim dos Elfos ... Você deve saber que o Jardim é, na verdade, uma fazenda doada por sua família para abrigar os elfos sem famílias e que eles especificam alimentos para os mesmos e para o Orfanato? - Harry acenou, pois ficou muito orgulhoso desse projeto da sua família quando o descobri. Seu bisavô Henry doara uma fazenda para os elfos, seres por quem ele lutou incansavelmente na Suprema Corte. Anos depois, seu avô Fleamont teve a ideia de doar os alimentos adquiridos pelos elfos na fazenda, para o Orfanato dos Abortos. - Não me surpreende que você seja aquele que mais uma vez nos ajudará imensamente, apenas estou emocionada e grata,

- A Sra. nos deixará trabalhar, Sra. Madeleine? - Carl perguntou ansioso.

- Eu não os deixo trabalhar porque não quero que se atrasem nos estudos. Estudar é mais importante. - Sra. Madeleine disse convicta.

- Acho que a senhora está certa, nada é mais importante para estudar. - Serafina disse sorrindo. - Mas acredito que poderíamos deixar os de 16 e 17 ajudarem aqui na feira aos sábados e domingos, algumas horas apenas, não precisa ser o dia todo.

Os mais velhos acenaram ansiosos e Sra. Madeleine hesitou.

- Bem, mas não so como deles caírem, eles não trabalharão mais. - Ela disse enérgica e houve algumas comemorações e promessas de não se descuidarem dos estudos. - E se alguém discriminá-los, eu também não os deixarei voltar, pois eles são bons meninos e não merecem ser tratados como menos, só porque não têm magia!

- Se alguém, qualquer funcionário meu, discriminar um deles, eu cuidarei disso pessoalmente, Sra. Madeleine. - Harry disse firme. - E vocês não serão chamados de abortos aqui.

- É o que somos, abortos nojentos. - Bella disse e parecia muito jovem e magoada. - Foi assim que o meu pai me chamou antes de mandar o meu avô se livrar de mim.

- Sinto muito, Bella. - Harry disse gentilmente. - Eu cresci com parentes trouxas, eles temiam e odiavam a magia, assim, cresci sendo maltratado por eles ...

- Não preciso mentir, não preciso da sua pena ...

- Aberração. - Harry interrompeu. - Inútil, esquisito, estorvo, fardo, problema ... - Ele parou, pois ficou zangado. - Era assim que eles me chamavam. Às vezes, quando eu era bem pequeno, eu não tinha certeza se meu nome era Harry ou Aberração. Eles me trancavam no armário sob a escada, era onde eu dormia, sabe, e me davam tão pouca comida que a noite minha barriga doía de fome. Quando cresci mais um pouco, eu aprendi a fugir e roubar comida, mas nunca percebi que eu destrancava e trancava a porta do armário de novo com magia acidental, só pensava em comer. - Sra. Madeleine soluçou e as crianças o encaravam de olhos arregalados, mesmo Bella parecia perdida. - Minha tia nunca deixou meu tio me bater, mas ele queria, eu não entendia como corrigir, mas hoje sei que ele queria tirar uma magia de mim me espancando. Eu sobrevivi, sem pais, amor, família, Recebi minha carta de Hogwarts e mais do que magia, encontrei uma família ... - Ele olhou para Serafina e Falc que sorriram emocionados. - Amigos e um mundo que precisa ser mudado para que todos tenham uma vida melhor. Não lamento o que perderam para sempre, olhem em volta e valorizem o que vocês têm, mais importante, valorizem a si mesmos. - Ele se aproximou de Bella e tocou sua testa com a ponta do dedo. - Dane-se Hogwarts e magia, use seus cérebros, seus talentos, aprendam mais, sejam o melhor de si mesmos e construam uma vida incrível para vocês. Presem suas liberdades e cada coisa boa que o destino lhes reservar, criem a partir disso e lutem por vocês mesmos e por aqueles que vocês vierem a amar. - Todos o ouviam de olhos arregalados e Kate chorou, pois parecia precisar ouvir aquelas palavras mais do que todos. - Independente de magia, vocês são bruxos e pertencem ao mundo mágico, o conhecimento e essa verdade nunca desaparecerão. Construir uma vida no mundo mágico não deixam de serem menos bruxos, assim como os nascidos trouxas, ao construir uma vida no mundo mágico, não deixam de serem partidos trouxas ou terem famílias trouxas. - Ele apontou para a Serafina. - A Sra. Serafina tem uma família trouxa enorme e sei que tem orgulho de sua origem. - Serafina acenou quando as crianças a olharam. - Suas famílias podem ter lhes desprezado porque não têm magia, mas isso é culpa deles, de seus pensamentos preconceituosos, antigos e mesquinhos, nada disso é culpa de vocês, assim como não era minha culpa ser odiado pelos meus parentes por ter magia. - Harry olhou com firmeza e viu muitos acenarem em acordo, outros ainda parecia descrentes ou hesitantes. - Agora, para mim e meu pessoal, vocês serão bruxos sem magia, simples assim, pois é o que vocês são, mas vocês são muito mais. Não se definem por uma palavra ofensiva como aborto ou por outra verdadeira como bruxo, pois somos mais, podemos ser mais. Quandoi descobri que eu era um bruxo, ao receber minha carta ...

- Você não sabia que era um bruxo? - Chris Egan perguntou chocada e murmúrios percorreram o grupo.

- Não. Meus parentes me odiavam e maltratavam, mas nunca disseram o motivo. Eles abominavam qualquer coisa a ver com magia e jamais tocariam no assunto, muito menos para me informar da verdade. E, pior, eles disseram que meus pais eram bêbados inúteis que me odiavam e morreram em um acidente de carro. - Murmúrios e exclamações de raiva percorreu o grupo. - Quando eu descobri a verdade, serei sincero, saber que meus pais me amavam, tanto que morreram para mim salvar, foi o que mais me deixou feliz e eu daria minha magia para tê-los de volta. Ser um bruxo é apenas parte de quem eu sou, sabe, e ser bruxos e bruxas sem magia é apenas parte de vocês, e quer saber, isso não é tão importante quanto seus cérebros, seus corações e como amizades ou famílias que precisam a longo de suas vidas. Lembrem-se disso. - Ele olhou para Bella. - Lembre-se de ser mais,

Bella acenou pensativamente e Harry supôs que seu lado Slytherin a ajudaria a lutar por si mesma e parar de se sabotar.

- Vocês ouviram, crianças, vocês podem ser o que quiserem, basta lutarem. - Sra. Madeleine disse emocionada e o grupo acenou. - Nunca deixe que digam o contrário ou que algo os limitem.

- Bem, por último, antes de liberarem vocês para conhecer a feira ... - Harry começou a falar, mas Kate o interrompeu ansiosa.

- Espere. Como viremos trabalhar? Quando começamos?

- Sevenoaks não é tão longe do orfanato, querida e o transporte não incluído incluído em seu pagamento. Vocês podem vir de trem aos sábados e domingos. - Serafina explicou. - E depois os levarei para conversarem com um gerente da Feira, acredito que ela lhes permitirá começar semana que vem.

- Isso é incrível! - Kate disse e, dando um passo à frente, apertou a mão de Harry, Serafina e Falc. - Em nome do Orfanato dos A ... dos Bruxos sem magia, eu agradeço por tudo o que fez e farão por nós. Nunca esqueceremos ou deixaremos de ser gratos. Agradeçam. - Ela orientou como uma líder e, todos, até mesmo Bella, agradeceu.

- Ainda não terminamos. - Harry disse levemente divertido. - Sr. Falc me contou que a casa em Hackney está precisando de uma reforma e ampliação ...

- Oh ... - Sra. Madeleine parecia culpada. - Eu sou a única bruxa na casa e tento fazer a manutenção, mas sempre tem tanto trabalho ...

- Não é sua culpa, Sra. Madeleine, casas ficam velhas e aquela tem mais de 150 anos, está precisando de mais do que manutenção. - Falc disse. - Precisa de uma grande reforma e modernização, eletricidade, aquecimento, encanamentos, o jardim precisa ser renovado e feito de maneira mais simples para não dar muito trabalho e a cozinha está pequena para todos fazerem as refeições. E os quartos são poucos, sei que a maioria dorme em 3 ou 4 em cada quarto, certo?

As crianças acenaram e Harry imaginou que Leda dividiria o quarto com Maude e mais quem estava com ela.

- Sim, e os quartos são bem pequenos. - Disse Maude como se lesse os pensamentos do Harry.

- Não tenho permissão para usar magias, então, basicamente a casa é uma casa trouxa. A única magia que eu uso é para limpeza, cozinhar e no jardim, discretamente, pois ele se tornou uma floresta e só com magia para apará-lo. - Sra. Madeleine explicou.

- Aquele jardim é esquisito, pois cresce muito mais rápido do que os outros da vizinhança. - Disse Carl e Harry riu.

- Isso é culpa de vocês. - Harry apontou para eles. - Vocês podem não ter magia para irem a Hogwarts, mas acredito que ter um pouco de magia. Agora imagine 40 crianças e adolescentes, deixando vazar magia, mesmo que pouca, por todos os lados! - Harry riu mais. - Quando minha tia me profissional cuidar do seu jardim, suas rosas, petúnias e jacintos eram os mais bonitos e fortes, a grama ficava verdinha mesmo que ficasse meses sem chover. Ela tinha o maior orgulho, mas nunca desconfiou que era minha magia que mantinha o jardim sempre crescendo forte.

- Ah! - Sra. Madeleine olhou para crianças espantadas e elas pareciam encantadas.

- Então ... o jardim cresce daquele jeito por causa da nossa magia? - Perguntou Joan Avery.

— Feitiços e encanamentos. — Harry sorriu e começou uma explicação. — Não se trata apenas de varinhas e palavras, trata-se da conexão com a magia natural, a magia da Deusa que nos cerca a todos e que se conecta com a nossa magia. Pouco ou muito, vocês podem se conectar com suas magias e com a magia natural, que está em todos lugares. Vejam. — Harry acenou com a mão e um canteiro de margaridas perdeu algumas dezenas de flores. — A intenção é tão importante quanto o poder. — As margaridas flutuaram e voaram entre as crianças que se engasgaram de espanto, olhos esbugalhados. Harry fez as flores se abrirem e fecharem e tocarem seus rostos. — Agora, eu quero que elas voltem e fiquem vivas e bonitas... — Acenando com a mão e concentrado, Harry fez as flores voltarem para o canteiro e se conectarem com seus respectivos galhinhos. — Obrigado. — Ele agradeceu se curvando e as margaridas se inclinaram em reconhecimento.

— Oh, Merlin... — Sra. Madeleine parecia encantada. — Você faz magia sem varinha e se conecta com a magia da Deusa!

— O que é isso? — Kate perguntou confusa e Sra. Madeleine pareceu culpada.

— Nunca quis lhes ensinar sobre magia para que não sofressem, mas agora, pensando bem, faz sentido que o jardim fique daquele jeito. Vocês têm pouca magia individualmente, mas todos juntos acabam agindo nas flores, grama e na natureza em geral, porque nossa magia vem da magia da Deusa. — Sra. Madeleine suspirou. — Eu lhes explicarei em casa, acho que vocês precisam de uma aula sobre teoria mágica.

— Eu poderia ajudar, Sra. Madeleine, sou professora e não me importaria de levar alguns livros e dar algumas aulas de magia teórica para as crianças. — Serafina se ofereceu.

— Maravilhoso! Aceitarei sua ajuda, pois o meu tempo é curto, muito trabalho, ainda mais agora que não terei os mais velhos aos fins de semana. — Sra. Madeleine disse ansiosa.

— Bem, o que a senhora precisa é de uma assistente. — Harry disse e quando ela começou a protestar sobre ser caro, ele acenou. — O custo será da Família Potter, uma doação. Sr. Falc, contrate uma assistente imediatamente, alguém que possa ajudar a Sra. Madeleine, pois é claro que ela está muito sobrecarregada.

— Ok. — Falc tirou um caderninho e fez uma anotação.

— Você manda nele? — Blue Brown perguntou.

— Quando estou trabalhando como seu advogado, sim, ele manda em mim. — Falc responde com uma pisadela divertida e todos riram.

— Sra. Madeleine, durante o verão, a Sra. e as crianças serão levadas para uma das minhas casas em Londres e a casa do Orfanato será totalmente reformada. — Harry informou e a Sra. Madeleine começou a chorar outra vez. — Essa é uma doação do meu padrinho, Sirius Black... Ah, ele também pretende revitalizar o bairro onde está localizado o Orfanato, pois sabemos que é um local de pessoas com dificuldades e que os prédios e casas estão quase em ruínas. Vamos tentar ajudar com empregos e reformas, assim o bairro poderá ficar todo bonito para vocês.

A Sra. Madeleine não suportou mais e deixando o decoro de lado saltou e abraçou o Harry com força enquanto chorava em seu ombro com soluços altos.

— Menino lindo...

- Calma, tudo bem. - Harry deu tapinhas em suas costas e tentou não se encolher com o abraço, pois para ele ainda era difícil ser tocado por estranhos.

Serafina disse a sua aflição e afastou a mulher, lhe dando ela mesma um grande abraço.

- Porque está fazendo tudo isso para nós? - Bella olhou para ele confusa. - Somos a maioria dos filhos de comensais da morte e não temos nada para dar em troca.

- Bem, eu sou órfão também e poderia ter crescido em um orfanato, não sei se seria muito melhor do que crescer com meus parentes. - Harry deu de ombros. - Eu tive sorte de encontrar pessoas maravilhosas em meu caminho e recebi o presente da vida dos meus pais duas vezes. Você entende, Bella, que eles morreram, deram suas vidas para que eu vivesse? - Bella acenou. - Então, eu não faço só a minha parte, sabe, na verdade, eu faço tudo vezes três, pois preciso realizar as coisas boas que meus pais feito se estivessem vivos. Essa é uma forma de honrá-los, lembrá-los, amá-los para sempre. - Os que ouviam acenaram entendendo. - Também faço porque é o certo e, quer saber, fazer o certo é muito bom.

Harry não sorriu e ganhou muitos olhares de admiração. Enquanto isso, Falc explicava para a Sra. Madeleine que a GER entrevistou cada um dos bruxos sem magias que já deve ter o orfanato, não importa a idade, e a seleção para as cargas de trabalhos disponíveis, além de dispor das bolsas de estudo.

- A GER é uma empresa muito grande que tem muitos funcionários e recursos, assim, nós os contratamos para fazer toda essa parte de pesquisados de empregos. Eles também selecionarão e encaminharão cada um para o curso que quiserem fazer, usando as bolsas de estudo que o Harry financiará.

Finda a explicação, eles se despedirão do grupo, com o Sr. Falc e Serafina prometendo apresentá-los um gerente da feira de Sevenoaks e visitá-los em breve para os detalhes e aulas.

- Eles precisam ser ensinados a entrar em contato com suas magias e com a magia natural. - Harry disse a Serafina e Falc. - Isso os ajudará a ter mais paz e aceitar que são bruxos com menos magia que os outros, mas ainda são bruxos.

- Essa é uma boa ideia, mas como fazemos isso? Ensinando meditação a eles? Oclumência do Mason? - Falc perguntou e o Harry se colocou a pensar.

- Oclumência exige poder mágico e isso não irá ajudá-los, pois eles não têm magia suficiente para se proteger ou criar um exército mágico. - Harry disse. - Mas a meditação ou ... alguns rituais! Isso! Aposto que existem rituais que eles podem participar, de purificação, contato com a Deusa, com a própria magia. Hum ... acho que sei quem pode nos ajudar.

- Fiona. - Disse Serafina e Falc adivinhando os pensamentos do Harry.

— Ela nos ajudará com os meus rituais e aposto que ficará feliz em ajudar as crianças do Orfanato. — Harry disse convicto.

Depois disso, eles caminharam pela feira para conhecer cada detalhe. Sirius iria encontrá-los em breve, mas estava demorando mais do que o previsto, assim, quando Vance os encontrou, Harry começou a entrevista sem o padrinho.

Sirius aparatou em Stronghold com Daphne, que olhou em volta tentando se manter fria e contida.

— Relaxe, Daphne, aqui não é a alta sociedade. — Sirius disse entendendo bem como a menina foi educada.

Suas palavras fizeram a menina relaxar um tantinho e ao olhar em volta para a beleza da ilha, seu coração se encheu de bons sentimentos, pois ela sabia que sua irmã tinha um lar de verdade agora.

Sirius a encaminhou do ponto de aparatação para dentro do castelo onde, no grande salão, uma família os aguardava. Um homem alto, loiro e barbudo caminhava de um lado para o outro ansiosamente, enquanto uma mulher se sentava calmamente. Ao lado dela, uma jovem de 15 anos, cabelos negros, olhos azuis, alta e delgada, roía as unhas tensamente e um jovem de uns 12 anos folheava uma revista em quadrinhos, mas era fácil perceber que sua atenção não estava na leitura.

— Lud... — Sirius chamou a atenção e o homem alto e barbudo parou de andar e olhou paralisado para Daphne enquanto ela e Sirius caminhavam o resto da distância.

Quando estavam frente a frente, uma Daphne trêmula e meio pálida se inclinou como uma dama, cumprimentando o tio.

— Senhor. — Ela disse com voz contida.

— Daph... — Lud sussurrou. — Ah... menina querida... — Ao em vez de cumprimentá-la formalmente, Lud a puxou para um abraço de quebrar os ossos e que lhe tirou os pés do chão. — A menina! Que saudades de você, Daph! — Ele riu, girou em volta e a abraçou com mais força, então a pousou no chão outra vez e segurou seus ombros. — Deixe-me olhá-la. Linda. Parecida com sua mãe, assim como a Vivi, mas esses olhos azuis são dos Greengrass, frios e decididos. Menina querida... — Ele a beijou em ambas as bochechas e depois carinhosamente na testa. — Eu sou seu tio, Ludovico Greengrass, mas pode me chamar de tio Lud.

Daphne se encontrava em um estado de petrificação, pois jamais em sua família abraços e beijos aconteceram. Seu pai e avô eram frios, duros e secos, Daphne não se lembrava de um único gesto de carinho e suas palavras eram sempre diretas e objetivas. Sua mãe, um pouco mais carinhosa, dava abraços e beijos contidos e suaves, nada esfuziante ou alegre, pois ela parecia sempre viver em eterna melancolia; Daphne agora entendia a sua tristeza, por causa da perda da filha mais velha. Sua avó era uma mulher frágil, quase sempre doente e trancada em seu quarto, pouco contato tinha com a família e as poucas vezes em que a viu, Daphne se assustara com sua expressão meio enlouquecida e olhos verdes arregalados e insanos.

— Senhor... — Ela disse tentando se recompor.

— Nada de senhor. — Ele disse carinhosamente. — Sei como é a família Greengrass, mas pense nesse lado da família como diferente, onde você pode ser você mesma.

— Eu... — Daphne parou e decidiu ser sincera. — Eu não sei como fazer isso, tio Lud, me desculpe...

— Ah, não, menina querida, não se desculpe, não, não... — Ele voltou a abraçá-la carinhosamente, desta vez com menos força, e beijou seus cabelos e testa uma dezena de vezes. — Você aprenderá a ser amada, isso é tudo o que você precisa, minha sobrinha, de muito amor. Venha, quero que conheça sua tia, minha Caspiana e sua irmã e primo. Somos todos, sua família, menina querida.

Sirius tinha deixado Stronghold, mas os Greengrass mal tinham notado. Daphne olhou para a mulher alta, loira e magra, Caspiana era muito bonita, com olhos azuis claros e rosto perfeito, ou seria perfeito se não fosse uma cicatriz profunda de uma corte antigo, que cortava sua bochecha, da fronte até o queixo. Apesar da sua beleza, a cicatriz era impactante e anos de treinamento impediram Daphne de reagir, mas Caspiana sorriu suavemente ao tocar o seu rosto, lendo algo em seus olhos.

— Está tudo bem, eu matei o homem que me deu essa cicatriz e se não fosse feita com magia negra, eu a desapareceria. — Caspiana deu de ombros. — Cada um vive com suas marcas e pesos para carregar, não é?

— Sim, senhora. E fico feliz que o matou, espero que ele tenha sofrido. — Daphne disse com voz fria.

— Não tanto quanto ele merecia, mas o importante é que não machucará ninguém, nunca mais. — Caspiana disse firme. — E nada de me chamar de senhora, eu sou sua tia Caspiana ou Caspy, como apelido. — Ela se inclinou e lhe beijou as bochechas, mas não forçou um abraço, parecendo entender que Daphne não estava acostumada com contatos físicos. — É um prazer conhecê-la, querida e bem-vinda ao lado negro dos Greengrass.

— Prazer, tia Caspiana e obrigada. — Daphne disse educadamente.

Então, Lud a levou até o garoto de 12 anos que era a cara do pai, loiro e de olhos azuis como os dos Greengrass, mas esses olhos eram mais suaves e não frios como os de Daphne.

— Oi, sou Tales. — O garoto sorriu suavemente e tinha uma bondade na expressão que desconcertou Daphne.

— Olá, sou Daphne, prazer em conhecê-lo. — Ela estendeu a mão, mas Tales ignorou e lhe deu um abraço apertado e rápido.

— Prazer, prima. — Ele disse informalmente e, antes de se afastar, lhe beijou a bochecha com carinho. — Sempre quisemos te conhecer e sua irmã, Astoria. Fico feliz que poderemos ser amigos.

Ele falou quase timidamente, como se temesse que ela não quisesse ser sua amiga e Daphne sentiu o coração se encher de amor, o mesmo que sentia por sua irmãzinha, Astoria.

— Nada me faria mais feliz do que sermos amigos, primo. — Ela disse e carinhosamente apertou sua mão, o que fez Tales se iluminar em um sorriso que o fazia parecer o próprio sol, cheio de calor e bondade.

— Agora, por último, mas não menos importante. — Lud disse e a levou para frente a jovem alta. — Esta é sua irmã mais velha, Viviane ou Vivi. Desculpe tê-la levado, mas eu não poderia deixar que a enviassem para o Orfanato dos Abortos. Agora ela é minha filha, mas sempre será a sua irmã.

Daphne sentiu que olhava para um espelho. Astoria era loira, ainda que seus cabelos tenham escurecido para um castanho claro nos últimos tempos. E seus olhos eram verdes como os de sua avó, não azuis como os Greengrass, além disso, ela era pequena e delicada. Viviane era exatamente como Daphne, alta, magra, braços cumpridos, expressão forte, olhos azuis firmes, sem a frieza, mas os cabelos negros ondulados caiam em suas costas também e sua postura era ereta e elegante. Daphne, com 13 anos era mais baixa, mas tirando isso, elas poderiam passar por gêmeas. No entanto, a imagem de espelho se desfez imediatamente quando Viviane sorriu e seus olhos azuis se iluminaram cheios de amor e doçura. Daphne não era doce e não sabia dar amor, ainda.

— Oi... — A voz de Vivi se embargou e desapareceu. — Sou Vivi, sua irmã... Estou tão, tão feliz em encontrá-la...

— Olá, sou Daphne... — Daphne parou esquecendo tudo o que tinha ensaiado dizer a irmã e as palavras saíram aos borbotões. — Eu não sabia que você existia... eu... eles esconderam... tudo, senão, eu também quereria te conhecer... me desculpe.

— Nada de desculpas, irmãzinha. — Vivi se aproximou. — Eu tive uma vida maravilhosa, pais incríveis e o irmão mais doce. Eu posso não existir para o resto deles, mas eu vivo em uma família verdadeira. E estou muito feliz... — Ela começou a chorar. — Por existir para você agora, irmã. Posso te abraçar? — Daphne acenou que sim e quando a irmã a abraçou, para o seu horror, ela começou a chorar. Constrangida, mas sem conseguir se conter, Daphne, afundo o rosto em seu pescoço, sentiu o seu cheiro de árvore e flores, apertou Vivi com força e chorou silenciosamente.

Viviane ou seus pais nem perceberam que ela chorava, pois ela chorou de maneira contida, assim como tudo o que fazia e, quando a irmã tentou se afastar, Daphne tentou esconder as lágrimas, mortificada de mostrar tantas emoções.

— Desculpe... perdi o controle... perdão... — Ela enxugou as lágrimas e tentou se endireitar, deixar a expressão neutra, mesmo que um bolo de choro se formasse em sua garganta e a falta de controle fosse uma linha fina. — Não farei de novo...

— Pare. — Lud a abraçou e lhe deu montes de beijos na testa e cabelos negros. — Menina querida, pare de se conter. — Ele olhou para a Vivi que parecia desconcertada com a reação de Daphne, apesar de Caspiana observar em silêncio e sem surpresa. — Eu sei como eles são, eles treinaram você desde pequena para não mostrar emoção e nunca lhe deram amor e carinho. Nunca chore. Nunca sorria. Nunca fale. Nunca pense. Apenas obedeça e fique quieta como uma boa menina obediente e elegante. — Lud se afastou e olhou para Daphne que devolveu o olhar surpresa. — Eu vi isso, com minha mãe, com Renata, minha prima, que era como uma irmã para mim, e com sua mãe, quando ela se casou com meu irmão. Todas sendo treinadas, contidas, fechadas em si mesmas e punidas se quebrassem as regras, desobedecem às ordens. — Ele a olhou muito seriamente. — O que meu irmão faz quando você desobedece?

— Eu nunca desobedeço, senhor. — Daphne endireitou a postura e falou com voz vazia, seus olhos ficaram frios, seu rosto inexpressivo.

— É claro que não ou você será punida. — Lud disse gentilmente. — Meu pai costumava trancar minha mãe no quarto por dias, semanas seguidas e a proibia de ver os filhos, às vezes, a deixava a pão e água. Eu costumava roubar comida e levar para ela escondido, pela janela do quarto dela. — Seus olhos se entristeceram. — Ela ainda está viva?

— Sim, mas... — Daphne parou como se vivesse o conflito de falar algo que era proibida de falar mesmo dentro da Mansão Greengrass.

— Diga. — Lud disse gentilmente e Daphne respirou fundo.

— Vovó vive isolada em seu quarto, quase sempre trancada e parece enlouquecida. — Daphne disse com voz suave. — Astoria e eu temos medo dela, porque ela não fala coisa com coisa, tem uma expressão insana, puxa os nossos cabelos ou nos belisca. Uma elfa doméstica cuida dela o tempo todo e ela nunca deixa o quarto.

— Mamãe... — Lud disse tristemente, depois olhou para esposa arrasado. — Ele conseguiu enlouquecê-la, Caspy, meu pai conseguiu. Pobre mulher, espero que a morte a leve logo, assim não sofrerá mais. — Ele suspirou. — Por causa da sua instabilidade, meu pai recusou a contar para minha mãe que eu estava vivo, e minha morte a deixou mais doente ainda. E vai saber o que mais ele fez com ela durante esses anos... — Lud voltou a se concentrar na sobrinha. — Com Renata, meu pai era igualmente cruel, pois ela tinha medo do escuro e ele a punia trancando-a no porão. Ela gritava e gritava, implorando para não ficar no escuro, pois ela tinha muito medo, mas ele nunca a atendia. Quando ela saia do porão, estava quase catatônica de medo e mais obediente, contida, temerosa. Era terrível de se ver...

— O que meu pai faz com a minha mãe? — Daphne perguntou com voz sumida e olhos arregalados.

— Não sei. Suas punições sempre aconteceram no quarto deles, discretamente, mas lembro-me que ela ficava alguns dias ausente depois de uma punição por algo tolo que o desagradou. — Lud disse. — A questão é o que ele faz com você, menina querida.

— Eu... — Daphne engoliu em seco e levou a mão ao pescoço. — Eu aprendi rápido a não mostrar emoções, nunca, e a obedecê-los, ficar de cabeça baixa e invisível, mas as vezes, eu brinco com Astoria e a faço rir ou me atraso para o jantar, porque estava lendo, então... — Ela ficou trêmula. — Papai me leva para o seu escritório e me estrangula... Desde que eu era bem pequenininha, ele aperta meu pescoço e aperta, aperta... — Seus olhos mostravam medo. — Eu fico sem ar, ele aperta com força até que eu desmaio, então, ele me acorda com magia, às vezes, se ele está com muita raiva, papai me estrangula mais algumas vezes, até que eu desmaio outra vez e outra vez... Se eu chorar, ele faz de novo... a punição só vale se eu não chorar.

Viviane estava pálida e Tales parecia que iria vomitar com a descrição de Daphne. Caspiana não parecia surpresa, apenas muito triste pelo sofrimento da menina e Lud poderia matar o irmão tanto era o seu ódio.

— Maldito Christopher! — Lud se afastou tentado conter a raiva mortal que sentia. — Sempre maldoso, sempre covarde, adorava bater nos mais fracos, nos mais pequenos. Eu denunciei ele em Hogwarts várias vezes, pois ele gostava de abusar dos alunos mais novos, principalmente os Hufflepuff. Mas fazer isso com a filha... — Lud parou de andar e caminhou até Daphne que tentou não se encolher, pois mostrar medo para o pai sempre gerava uma punição. — Menina querida, você não vai mais voltar para aquela casa, nunca mais. — Ele a abraçou e lhe beijou os cabelos. — Você viverá aqui, conosco, ficará segura e protegida.

— Não posso deixar Astoria e, se ele ou vovô nos encontrar, eles o matariam, tio Lud. — Daphne disse acenando negativamente. — Eu ficarei bem, sou boa em ser invisível e preciso proteger Astoria.

— Traga ela também. — Caspiana disse. — Se ela está sendo agredida como você, é melhor vir ficar aqui, vocês estarão seguras conosco.

— Eu... — Daphne parecia desconcertada. — Mas... eu não posso deixar Hogwarts e se fugíssemos, papai acionaria os aurores. Isso é impossível, tio Lud, tia Caspiana, seria muito perigoso para toda a matilha. Eu não posso sacrificar todos em Stronghold, mas prometo que serei ainda mais invisível do que nunca durante o verão e manterei Astoria segura.

— Ok. — Lud disse e a apertou em outro abraço, que Daphne estava começando a perceber seriam algo comum por aqui. — Você está certa, os riscos são grandes demais e o melhor é tentarmos tirar vocês legalmente de Christopher. Além disso, seu pai é cruel, mas presa muito as aparências e se você seguir as regras, ele se manterá contido.

— Mas e se ele a matar em uma dessas "punições" — Vivi perguntou e estava furiosa, lágrimas escorreram por seu rosto e ela apertava os punhos.

— Ele não faria isso por causa das aparências. — Lud disse. — Como explicar a morte de uma filha saudável? Mas não pense que não tentarei tirar você e sua irmã daquela casa. Conversarei com Falc, ele é um advogado de primeira, e acredito que está na hora de Ludovico Greengrass voltar a vida e assumir seu lugar na sociedade mágica.

— Eu o apoiarei. — Caspiana disse e segurou sua mão com amor. — Agora temos um lar seguro, trabalho e proteção de pessoas importantes, está na hora de voltarmos ao nosso mundo.

— Finalmente. — Uma voz rouca disse atrás deles. — Acho que esse velho já esperou o suficiente, não?

As palavras eram de Livius Dearborn que caminhava lentamente com a sua bengala de cabo dourado. Seu rosto tinha um sorriso quase infantil ao encarar sua sobrinha neta que não via há mais de 13 anos e seus olhos azuis brilhavam intensamente.

— Vovô Livius! — Caspiana também sorriu largamente e venceu a distância entre eles, abraçando o senhor idoso fortemente. — Vovô... — Sua voz se embargou e ela parecia uma criança encontrando o pai. — Senti tanto a sua falta, vovô... ah, Merlin... tantas saudades...

— Minha neta querida... — Livius chorou abertamente, lhe beijou o rosto e teve o rosto beijado, o que os fez rir. — Que bom que voltou para mim, achei que morreria sozinho, sem mais ninguém...

— Desculpe, vovô, me perdoe, mas... — Caspiana começou a chorar para valer e envergonhada escondeu o rosto em seu peito. — Eu estava quebrada... eles me destruíram, vovó e... eu sentia tanta vergonha e medo... Os Selwyn quereriam vingança e meu bebê, eu precisava proteger o meu bebê... — Ela soluçou e Livius a embalou contra o seu peito.

— Shhhhh, não chore ou se desculpe, Caspy, você foi tão forte e corajosa e fez o que teve que fazer. Apenas estou feliz de ter você em meus braços outra vez, minha neta. — Ele disse e os dois se abraçaram e choraram.

— Eu pretendia procurá-lo, vovô, depois que me recuperasse, quando tivesse certeza que era mais seguro, mas então, os Greengrass tentaram roubar meu filho e tivemos que fugir. Passamos a viver em acampamentos nas florestas, com nomes falsos, mudando o tempo todo. — Caspiana se afastou um pouco mais calma e explicou. — Temíamos que os Greengrass o estivesse vigiando e...

— Eu entendo, Caspy, está tudo bem, o que passou não importa, não para mim. Olhe para mim. — Livius a forçou a olhar nos olhos e pode ver a dor e vergonha em seus olhos azuis claros. — Nada do que eles te fizeram importa para mim ou diminui o meu amor por você, minha neta. Nada.

— Vovô... — Caspiana o abraçou soluçando fortemente.

Depois de muito choro, beijos e palavras de carinho e conforto, Caspiana pegou o avô pela mão.

— Deixe-me lhe apresentar os meus filhos, vovô.

Ela o levou até as crianças que esperavam ansiosos e emocionados por conhecerem o bisavô.

Enquanto isso, Lud chamou Sirius de lado para conversar seriamente.

— Obrigado por trazer os dois, Sirius, nós precisávamos disso. — Ele disse grato.

— De nada. — Sirius disse. — Vou deixá-los ter privacidade...

— Não, espere Sirius. Preciso falar com você e Caspiana precisa desse momento com o avô... — Lud olhou Daphne, Vivi e Tales conversando. — E as crianças precisam de um tempo de ligação também.

— Algo aconteceu? — Sirius perguntou curioso.

— Sim, descobri que meu irmão é ainda mais sádico do que o meu pai e preciso tirar minhas sobrinhas do seu poder. — Lud disse olhando para Daphne com preocupação. — Quero voltar a assumir meu lugar no mundo mágico, falar a verdade sobre como estou vivo e tudo o mais que aconteceu comigo e Caspiana. — Ele olhou para a esposa que ainda abraçava o avô fortemente. — Ela está mais forte agora e pronta para contar o que lhe aconteceu, enfrentar qualquer um e todos. Além disso, Tales é o herdeiro dos Greengrass e como seu pai, posso assumir a sua herança até a sua maioridade.

— Uau! — Sirius arregalou os olhos. — Você pretende dar um golpe em seu irmão?

— E em meu pai também. — Lud disse. — Assim que assumir o meu lugar de direito deixarei bem claro que os Greengrass só terão um herdeiro se ele sair do caminho e se aposentar. Meu pai sabe muito sobre chantagem e usarei seus métodos contra ele sem um pingo de remorso. — Ele suspirou. — O único problema são as leis Anti-Lobisomem, Sirius, preciso me reunir com Falc urgentemente e descobrir o que eu posso fazer legalmente.

— Ok. Eu avisarei ao Falc. — Sirius bateu em seu ombro amigavelmente. — Você sabe que estamos lutando politicamente contra essas leis malditas, certo? No momento, estamos escrevendo um projeto de lei pró lobisomem e estamos confiantes de que conseguiremos um resultado positivo na Suprema Corte.

— Isso seria incrível. — Lud disse meio aliviado. — Eu preciso assumir o controle da família Greengrass e o mais rápido possível.

— Vamos fazer isso acontecer, meu amigo. — Sirius disse sorrindo. — Deixarei você e seus convidados terem um bom fim de semana e voltarei amanhã para pegá-los. Eu contei sobre a matilha ao Sr. Dearborn e ele está ansioso por ajudar e conhecer a todos.

— Ele sempre foi um homem descente e... Caspiana o ama muito. — Lud sorriu, se despediu e se afastou para se reunir com sua família.

Sirius deixou a ilha e encontrou Remus chegando para trabalhar. Seu amigo ainda vivia em seu pequeno lugar, pois mesmo sendo parte da matilha, ele gostava de viver em sua casa, herdada de seus pais.

— Bom dia, Moony! — Sirius disse sorridente.

— Almofadinhas! Como está sendo a reunião de família? — Ele perguntou com um sorriso que o fazia parecer mais jovem.

— Emocional demais, ainda bem que tenho que ir encontrar o Harry na inauguração das feiras. — Sirius disse com uma careta brincalhona que fez Remus rir. — Você passará por lá?

— Irei até Godric's Hollow mais tarde, aproveito para ir visitar os túmulos de Lily e James. — Remus disse ficando sério. — Quer vir comigo?

— Hum... Harry precisa de mim hoje... aliás, estou atrasado para encontrá-lo. — Sirius desconversou passando a mão pelos cabelos. — Nos vemos depois, Moony, mas não trabalhe demais! Isso não faz bem para a saúde!

— Porque acha que estou tão feliz? Por trabalhar demais, amigo. — Remus abriu um largo sorriso.

— Não tem nada a ver com uma certa moça chamada Maria? — Sirius ergueu as sobrancelhas maliciosamente e Remus corou.

— Se manda, Almofadinhas. — Remus respondeu ainda com um sorriso que iluminava sua expressão e seguiu para o seu escritório quase saltitando.

Sirius aparatou para Sevenoaks e encontrou Harry já conversando com Vance. O foco da entrevista eram as Feiras e os empregos que elas estavam gerando ao mundo mágico, principalmente para os mais jovens, recém formados de Hogwarts que não tinham experiências ou conhecimentos profissionais avançados.

— Sinceramente, Srta. Vance, acredito que é uma grande falha do nosso mundo não termos cursos profissionalizantes em Hogwarts para os últimos anos ou uma universidade que permita aos formandos estudarem uma profissão específica. — Harry estava dizendo. — Os Mestres oferecidos pelo Ministério são muito caros e exclusivos para puros sangues, os bruxos de origens trouxas não conseguem uma vaga e os mestiços nem sempre tem a condição financeira das famílias puras.

— Essa é uma situação sem solução, pois ninguém no Ministério parece preocupado com os jovens formandos de Hogwarts. — Vance observou. — O que pensa disso, Sr. Black?

— Acredito que está certa, mas também que isso mudará muito em breve. — Sirius respondeu. — Temos uma disputa pelo cargo do Ministério que levantará questões de desigualdade e geração de empregos. Espero que Fudge e Finley parem de se atacar ou falar tolices inúteis e apresentem ideias para melhorar o nosso mundo, nesses e em muitos outros aspectos.

— O seu novo partido tem planos de entrar nestas questões também, Sr. Black? — Vance perguntou.

— Absolutamente. Os Justos estão trabalhando em diversas ideias de projetos para apresentar a Suprema Corte e estou convicto de que ao perceber os benefícios a população mágica, os membros da Corte votarão positivamente. — Sirius encerrou. — Mas hoje o dia é muito especial, devemos focar nas Feiras e no brilhante trabalho que está sendo feito para garantir produtos frescos, saudáveis e acessíveis para o povo mágico.

— Harry, a ideia das Feiras foi sua? — Vance perguntou voltando ao tema.

— Sim, Srta. Vance. — Harry explicou sua inspiração e como baixar os custos dos alimentos produzidos por suas fazendas era algo importante, assim, a ideia das feiras, pois elas possibilitavam uma logística mais barata, acesso de maior número de clientes e maior diversidade de produtos. Além dos muitos empregos gerados.

- E sobre o Emporium Hogsmeade? - Vance perguntou.

- Essa foi minha ideia. - Sirius disse com um sorriso. - Hogsmeade é uma vila só de bruxos, é tradicional e muito importante para o nosso mundo, mas não tinha um mercado que representa essa importância. Além disso, quando selecionamos os locais para as feiras, percebemos a impossibilidade de fazer uma no norte da Escócia, pois os invernos são rigorosos demais e muito longos.

- Então, o Empório tem a intenção de atender mais que a população de Hogsmeade? - Vance questionou.

- Exatamente. Esperamos que todos os bruxos que vivem no norte da Escócia visitem Hogsmeade para as suas compras e, que além de alimentos de qualidade, encontrem uma vila que oferece muito diversão. - Sirius disse.

Vance fez mais perguntas sobre quem eram os responsáveis pelas feiras e fazendas. Harry fez questão de falar dos gerentes e administradores, citando os seus nomes e também elogiou todos os funcionários das fazendas por seus trabalhos duros, lealdade e competência.

- Afinal, foram eles que conseguiram nos apresentar todas essas comidas deliciosas e saudáveis. - Harry disse.

Então houve algumas fotos. Harry fez questão de que Serafina e Falc aparecessem, dizendo que sem eles nada teria sido possível. Ele também conheceu e tirou foto com um gerente da Feira de Sevenoaks, uma jovem sorridente e que parecia tudo o que acontecia em todos os lugares.

Encerrada a entrevista, Serafina foi apresentar um gerente a Sra. Madeleine e suas crianças mais velhas. Enquanto isso, Harry passaou mais um pouco pela feira, cumprimentou seus funcionários, comeu algumas frutas e mais um pedaço de bolo. Sirius se fartou dos queijos para degustação e também amou os bolos.

Por volta das 9 horas, eles partam para o norte, na Fazenda Richmond no condado de York. A região era turística, com grandes centros comerciais e ao norte do Parque Nacional Yorkshire Dales, além de margeado pelo lindo rio Swale. Popularmente Richmond era conhecido como a cidade mais romântica do norte da Inglaterra devido aos seus castelos e mansões antigas bem conservadas e que eram por funcionários de turistas todos os anos. Os pequenos hotéis oferecidosiam uma hospedagem romântica e tranquila para casais e famílias, tornando a experiência de visitar Richemond verdadeiras férias de descanso e prazer.

A imensa fazenda de Richmond ficava em uma área de morros escarpados, rios, florestas e pastagens difíceis. O terreno irregular e pedregoso não era propício para a agricultura, assim o foco eram os animais como carneiros, ovelhas, galinhas, porcos, gados e estufas com leguminosas e verduras. No entanto, os grãos eram enviados das outras fazendas para a Feira de Richmond e tudo era feito de maneira eficientemente mágica. O agrônomo e administrador das fazendas, Francisco, coordenava com os gerentes de cada feira e de cada fazenda, mas o sistema era tão eficiente que ele podia se concentrar em cuidar da qualidade dos produtos, deixando o transporte mágico por conta dos gerentes.

Se em Sevenoaks, Harry não conseguiu se encontrar com o Gerente da fazenda, Bobby Ford, em Richmond foi o contrário. A primeira pessoa que o cumprimentou foi o gerente da fazenda, Doug Field e ele lhe apresentou o gerente da nova feira que foi construído em um pequeno vale aos pés de um monte escarpado e na beira da floresta bonita do Parque Nacional Yorkshire Dales. O ambiente foi decorado como se fosse uma pequena vila medieval com as barracas parecendo os chalés minis ou com uma torre de um castelo antigo em outra. As cores vermelha e branca com um toque de madeira natural predominavam e tornavam a feira meio romântica e Harry imaginou que quando as luzes iluminadas acesas o lugar seria ainda mais bonito.

Doug parecia orgulhoso e Harry lhe deu os parabéns pelo trabalho duro. Logo depois ele partiu para cuidar do transporte de mais alimentos e Harry passeou pela feira lotada com Sirius e os Boots, sentindo que o lugar no inverno pareceria uma vila encantada.

— Essa é a única feira do norte da Inglaterra e acredito que será a mais movimentada, por isso a fizemos maior. — Falc explicou porque a feira em Richmond parecia bem maior do que a de Sevenoaks. — Algumas barracas serão tiradas, mas em essência essa é uma das maiores feiras que temos.

— É linda, Sr. Falc, posso até imaginar com neve e decoração de natal, cheio de pessoas comprando felizes os alimentos frescos e saudáveis para a ceia. — Harry disse sorridente. — Precisamos fazer uma campanha de natal especial.

— Com certeza. — Serafina disse. — O pessoal do Marketing terá muito trabalho nos próximos meses.

— Está satisfeito até agora, Harry? — Sirius perguntou.

— Eu amei as feiras, Sirius, os produtos estão dispostos de maneira boa, os funcionários parecem felizes, os espaços são bonitos e dá vontade de ficar olhando e comprar tudo. — Harry disse. — Mas o melhor é que os clientes parecem muito animados, a opinião deles é mais importante, afinal.

Verdadeiramente os clientes abarrotavam a feira e pareciam sorrir para tudo, saborear as comidas em degustação e comprar mais e mais.

Depois de quase uma hora, e mais pedaços de bolos, Harry e seus adultos seguiram para Callander. A programação estava bem ajustada, por isso, Jesse Macpherson estava a sua espera próxima ao ponto de aparatação e segurava nos braços o seu bebê, Jason.

— Jason! Jesse! — Harry se aproximou animado. — Como ele cresceu!

— Eu o trouxe porque sabia que você ficaria feliz em vê-lo um pouquinho, Harry. — Jesse disse sorridente. — Como estão? Gostaram da nossa feira?

A Feira da fazenda Callander fora construída em um vale no lado sul da propriedade enorme. Ficava mais perto da cidade e a beira do rio Callander, mas a vista das montanhas que cercavam o vale era o que tornava a paisagem espetacular. A fazenda Callander mantinha o foco de produção na criação de carneiros e ovelhas, Harry sabia que Jesse era uma das melhores tosquiadoras da região.

A feira era mais rústica, com a simplicidade característica da cidade escocesa. Mas a rusticidade tinha o seu charme e os alimentos dispostos davam o colorido a feira. O lugar também estava abarrotado e Harry teve a impressão de que não havia como mais ninguém andar pelo espaço.

— Uau! Está lotado! — Harry exclamou.

— Os bruxos escoceses estão adorando a feira, principalmente porque não parece algo inglês. — Disse Jesse. — Fizemos bem em optar por madeira rústica e a música escocesa torna tudo mais charmoso.

— Acho que é a feira com mais pessoas que vimos até agora. — Falc disse preocupado.

— O produtos estão indo rapidamente, mas felizmente nosso sistema de reposição está funcionando muito bem. — Jesse explicou. — Os funcionários estão um pouco sobrecarregados e o espaço apertado, mas todos parecem felizes. Ah! Eles adoraram que podem pagar com libras também, quer dizer, os mestiços e nascidos trouxas, pois não gostam muito de ir até Londres trocar seus galeões.

— Acho que irei conversar com o gerente da feira e saber se ele precisa de algo. — Falc disse e Sirius decidiu segui-lo.

— Oi, Jason, você cresceu muito desde o natal e parece ainda mais bonito. — Disse Harry segurando sua mãozinha. Jason sorriu com a outra mão enviada na boca e baba escorrendo pelo braço. — Quanto tempo ele tem agora?

— Jason tem 8 meses, Harry e seus dentinhos estão nascendo, por isso ele morde tudo pela frente e baba sem parar. — Jesse disse. — Quer segurá-lo?

— Eu!? — Harry arregalou os olhos chocado.

— Sim, quem mais? Aqui, deixe-me lhe ensinar...

Entre Jesse e Serafina, Harry aprendeu a segurar o pequeno Jason que era mais pesado do que parecia. O bebê pareceu surpreso de estar no colo dele e, por um segundo, Harry achou que ele choraria e pediria a mãe, mas então, Jason abriu um sorriu e bateu com as duas mãos em seu rosto como se fosse uma brincadeira. Ignorando a baba em suas bochechas, Harry sorriu para o bebê e conversou com ele enquanto caminhavam para a feira.

Alguns minutos depois, Jason descobriu os seus óculos e os tirou do seu rosto, levando-os a boca imediatamente e puxando as hastes. Completamente cego, Harry pediu ajuda e Jesse veio socorrê-lo, ela e Serafina riram, mas lhe ajudaram pegando o bebê de volta e concertando os seus óculos.

Eles andaram um pouco mais, mas logo ficou claro que era impossível caminharem e conversarem, como não pretendiam comprar nada, Harry sugeriu que voltassem para a entrada da feira, pois estava sufocante ficar no meio de tantas pessoas.

— Ei... — Sirius apareceu. — Estamos organizando um aumento emergencial da feira. As pessoas não param de chegar e daqui a pouco toda essas pessoas não ficarão felizes em serem espremidas.

— Eu ajudarei. — Jesse disse e assoviou para uma caminhonete a distância. — Kiefer consegue se aproximar porque lhe fizemos uma pulseira resistente as alas anti trouxas.

— Oi! — Kiefer se aproximou sorridente. — Desculpe, pessoal, mas estou cheio de trabalhos para corrigir e provas para preparar para o fim do ano escolar, por isso estou trabalhando no carro.

— Mas pronto para me socorrer. — Disse Jesse lhe entregando Jason.

— Sempre. — Kiefer lhe deu um selinho e Jesse se afastou para a área de administração da feira com Sirius e Serafina. — Acho que ficamos só nós três.

— Sim. Eles estão indo aumentar a feira porque ela está muito lotada. — Harry explicou. — Podemos ir para o carro e sair do caminho, eu cuido do Jason enquanto o senhor trabalha.

— Maravilha! — Kiefer exclamou. — Eu sabia que você era um babá disfarçado.

Eles caminharam até a caminhonete e Harry se sentou no banco de trás com Jason, enquanto Kiefer ficou no passageiro corrigindo trabalhos escolares.

— Ainda bem que sou professor de matemática, assim não preciso ler textos enormes com todo esse barulho. — Kiefer disse. Jason brincava com alguns carrinhos, mas logo ficou resmungou e quis o pai, mesmo com Harry tentando distraí-lo. — O problema são seus dentes, olha como ele está babando. Aqui, filho. — Kiefer lhe entregou um mordedor que o bebê agarrou e começou a morder ferozmente.

Harry continuou a brincar com Jason e os dois riram muito, enquanto isso a feira de Callander foi aumentada em mais da metade o seu tamanho inicial. Os clientes pareciam satisfeitos e um funcionário de cada uma das outras feiras foi trazido para ajudar.

Jason acabou com fome e seu pai o alimentou com uma mamadeira. Rapidamente o bebê pegou no sono e Harry aproveitou para conversar com Kierfer.

— Kiefer, você decidiu sobre a proposta de Serafina?

— Hum... — Kierer levantou os olhos do bebê que ainda sugava a mamadeira dormindo. Para o Harry isso era meio incompreensível. — Ah... Bem, Serafina me explicou tudo em detalhes e achei o projeto fascinante, justo e generoso.

— Mas...

Kiefer suspirou e tirou o bico da mamadeira da boca de Jason que sugou mais um pouco mesmo sem nada e depois se aquietou para dormir.

- Ele já não dorme mais com tanta frequência como quando era pequeno. - Kiefer disse. - Bem, Harry, serei sincero. Não existe um, mas, pois, eu me interessei pelo projeto, é algo que eu sempre quis fazer, sabe, ajudar as pessoas socialmente discriminadas ou desfavorecidas. O problema é que sou cauteloso, sabe, e sempre penso no futuro.

- O que o preocupa? - Harry disse em tom suave.

- Bem, as fazendas já foram desativadas antes, certo? E se acontecer de novo? Você poderia morrer, certo? - Kiefer disse distraidamente. - Jesse ficaria sem trabalho e na região os fazendeiros tem preconceitos contra mulheres na tosquia, as que tem filhos é ainda pior. Trabalhar em Fortaleza não me permite a apresentação de um currículo para o futuro, pois a escola é desconhecida e, se para descoberta pelo Ministério, deixará de existir assim. - Kiefer estalou os dedos. - Imagine, em 20 anos, com um plano de carreira bem estruturado, eu posso ser o diretor da escola onde trabalho. Se aceitar sua proposta e algo acontecer, em 10 anos, eu posso estar desempregado, sem referências, currículo e Jesse poderia enfrentar o mesmo destino. E nós queremos aumentar a família, Harry, mas como cuidarei deles se tudo der errado?

- O senhor é um pessimista. - Harry constatou meio exasperado. - Eu entendo a preocupação e duvidas, mas o senhor precisa ter fé, Kiefer. Primeiro, Fortaleza existirá de verdade no mundo trouxa, pois precisamos validar os estudos dos alunos para que eles possam ter possibilidades de especialização e trabalho, afinal, não sabemos o tempo que levará para que as leis do mundo mágico mudem e os lobisomens sejam aceitos. Então, mesmo que seja uma escola discreta, o senhor terá um currículo e poderá dizer que trabalhava em um colégio interno misto exclusivo.

- Hum ... isso seria bom, exclusividade é sinônimo de discrição e ninguém questionaria muito quando eu dissesse que assinei um contrato de confidencialidade para não falar dos alunos e suas famílias. - Disse Kiefer pensativo.

- Exato. Além disso, eu já fiz um testamento e, se eu morrer, deixei as pessoas responsáveis por cuidar da minha responsabilidade. - Harry olhou para as montanhas triste. - O senhor está certo em temer isso, pois é mais que possível que minha morte aconteça nos próximos anos, mas lutarei com o último das minhas canceladas para sobreviver. - Ele mensagem em Guinevere e bom humor esquentar de um jeito gostoso. - Tenho muito pelo que viver, mas caso eu não consiga, as fazendas estão seguras. - Harry decidiu não dizer que se caso Voldemort vencesse a guerra, nada e ninguém estariam seguros.

- Ei, eu falei pensando em uma tragédia, um acidente, mas você fala como se tivesse informações de que sua vida está em risco. - Kiefer disse preocupado.

- Essa é uma história para outro dia. - Harry desconversou. - Sobre o Ministério encontrar Fortaleza, nossas proteções tornam isso praticamente impossível, além disso, estamos lutando para mudar como leis. Mesmo que leve tempo, em alguns anos, Flidais pode se tornar legal no mundo mágico também.

- Você tem bons argumentos. - Kiefer disse.

- Apenas verdades. - Harry garantiu.

- Jesse me apoiou muito e me explicou sobre a vida dura dos lobisomens. - Kiefer disse. - Bem, ela me contou sobre a história recente, sobre os acampamentos de contenção, mas fiquei curioso sobre como os lobisomens surgiram. Você sabe, Harry?

Harry sorriu e imediatamente começou a contar a história dos Shapeshifters e dos lobisomens.

— Na época em que os bruxos eram chamados de druidas, haviam muitos seres mágicos vivendo livremente e todos mantinham uma relação harmoniosa... — Harry contou como as diferenças afastaram os seres mágicos, os preconceitos, discriminação e explorações surgiram, até que a ambição de um homem em ter lobos para servi-lo, o fez criar uma doença a partir do sangue dos Shapeshifters. — O que ele não percebeu ou se importou foi o fato de ter criado uma maldição de sangue. Basicamente, esse bruxo criou uma doença mágica incurável que faz com que na lua cheia os bruxos contaminados se tornem lobisomens sem controles. Não há como saber como ele fez isso, pois a magia é imprevisível, maravilhosa, mas também terrível se usada cruelmente e por isso, reverter a condição dos lobisomens é impossível, pelo menos até agora.

— Você acredita que encontrarão a cura algum dia? — Kiefer perguntou penalizado pela tragédia que era a história dos lobisomens.

— Acredito que se houverem mais pesquisas e estudos, isso é mais do que possível, mas infelizmente o mundo mágico parou no tempo quando se trata dessas áreas. A poção Wolfsbane já é um avanço incrível e poderia levar a mais possibilidades, espero que um dia haja uma cura sim. — Harry disse sem mencionar as descobertas que fizera com o seu avô, Liam Potter. — O problema da discriminação e segregação não é a única coisa que devemos pensar, sabe. — Ele disse sombrio. — Os lobisomens sofrem dores físicas intensas durante as transformações e por pelo menos três dias, eles não têm energia para fazerem muito mais do que dormir, fato que torna quase impossível conseguirem um trabalho no mundo trouxa. E, no mundo mágico, as leis proíbem que eles tenham empregos ou propriedades, na verdade, quando um bruxo é contaminado, ele é expulso de sua família, demitido, sua casa confiscada e nada mais lhe resta a não ser tentar sobreviver.

Kiefer estava pálido com terrível injustiça que os lobisomens sofriam. E dor ...

- Meu pai morreu de câncer nos ossos, sem fim, suas dores eram agonizantes e quando ele morreu, foi como uma libertação. - Kiefer disse suavemente e olhou com carinho para o filho. - Não consigo imaginar passar por essas dores terríveis todos os meses, ainda mais quando se é criança.

- Demos um lar para eles, Sr. Kiefer, segurança e esperança, mas precisamos também dar conhecimento e possibilidades de um futuro melhor, mesmo que não possamos tirar a dor. - Harry disse em tom gentil.

- Você está certo, Harry. - Kiefer disse pensativo. - Que exemplo eu seria para o meu filho e que tipo de mestre serei se pensar apenas em minha carreira e não na importância dessa missão.

Harry sorriu aliviado, mas antes que poderia dizer algo, remediar os seus adultos se aproximar quando Sirius chamou o seu nome. Ele desceu do carro e observou a feira que tinha sido extensamente ampliada em mais de 70% do tamanho inicial.

- Uau! Ficou imensa! - Harry exclamou. - Tudo pronto?

- Sim! - Sirius respondeu. - Agora os clientes não vão se amassar ou se apertar nas compras.

- Não consideramos o fato de que Callander é uma única feira da Escócia. - Falc disse contrariado. - O Emporium será visitado pelo pessoal do Norte e das montanhas, mas todos os bruxos escoceses da parte central e Sul do país virão aqui.

- O senhor acredita que teremos que fazer outra feira na Escócia? - Harry perguntou.

- É algo para avaliarmos futuramente, mas por agora acredito que a feira ampliada aguentará a demanda. - Falc respondeu.

- Não se preocupe, se perceber que precisamos de mais barracas, convoco o pessoal da fazenda para vir ajudar a montá-las. - Jesse disse. - Meu filhote dormiu? - Ela sussurrou e se aproximou de Kiefer que também desceu do carro.

- Depois da mamadeira, ele apagou. - Kiefer disse lhe entregando o bebê. - Querida, conversei com o Harry e depois de ouvir algumas novas informações, decidi ir trabalhar em Stronghold.

- Verdade? - Ela perguntou surpresa em tom baixo. Quando Kiefer acenou em confirma, Jesse o abraçou com um braço só e lhe deu um beijo intenso na boca. - Estou tão orgulhosa de você!

Kiefer abriu um sorriso gigantesco e ajeitou os óculos tortos.

- Como você o convenceu? - Serafina cozida olhando para o Harry. - Eu já estava desistindo e pensando em procurar outro professor de matemática.

— Eu não o convenci, apenas respondi algumas de suas perguntas e o ajudei a se livrar do pessimismo exagerado. — Harry disse levemente divertido.

— Ah! Então você conseguiu um milagre, Harry, pois meu marido é de um pessimismo sem fim. — Jesse disse divertida.

— Eu não sou tão pessimista assim, apenas prudente, responsável e alguém que gosta de prever o que pode dar errado em cada situação. — Kiefer disse defensivo.

— Querido, você acabou de descrever um pessimista. — Jesse disse e todos riam.

— Estou muito feliz que se junte a nós, Kiefer e o visitarei em breve para acertamos os detalhes. — Serafina disse apertando a sua mão.

— Harry, precisamos ir, ainda temos mais 4 feiras para visitar. — Falc disse olhando o relógio. — E estamos oficialmente atrasados.

Eles se despediram e partiram para Hogsmeade, onde a inauguração do Emporium era o assunto da vila e seus moradores. A pequena vila mágica estava abarrotada de visitantes, além dos próprios moradores e dos alunos de Hogwarts que foram permitidos visitar naquele sábado. Pela primeira vez, até primeiros e segundos anos puderam ir à cidade, Harry observou que eles eram os mais excitados e empolgados com tudo, afinal, a maioria nunca tinha estado em Hogsmeade.

Para a absoluta maravilha de Sirius, por todos os lados os alunos de Hogwarts usavam as roupas novas lançadas por sua empresa. Os tênis coloridos de arder os olhos, as calças jeans rasgadas ou desgastadas, além de tops com desenhos de lantejoulas e jaquetas com franjas ou curtas de cores variadas. Enquanto passeavam pela cidade caminhando na direção do Emporium, Sirius não continha a empolgação.

— Olha! É um sucesso! Estão todos usando! — Sirius exclamou saltitando de alegria.

— Os preços são bons, vocês entregam aqui na escola rapidamente e as meninas para quem você deu as amostras grátis para a divulgação fizeram um excelente trabalho. — Harry disse tendo prestado mais atenção nas últimas semanas e observado como sua prima Scheyla e suas amigas desfilavam a cada dia com um look diferente.

— Incrível! E tão colorido! Além de mais interessante e fresco que as vestes. — Sirius disse ao apontar para um garoto Slytherin que usava vestes de bruxo. Era comprida, negra e parecia desconfortável e quente, além de sem graça.

— Sim, mas me faz sentir que estou em um shopping em Londres e não em Hogsmeade. — Serafina disse. — Não podemos perder nossa cultura, Sirius.

- Cultura? - Sirius riu divertido. - Serafina! Essas vestes já têm de fazer parte de nossa cultura há muito tempo! Os jovens devem se vestir como jovens! E os como adultos adultos! Mas não devemos mais ser obrigados a usar as mesmas roupas que vestíamos há mil anos! Ou você vai me dizer que os trouxas se vestem como seus antepassados?

- Não, claro que não. - Serafina acenou em acordo. - Não nos vestimos nem como há 20 anos, imagine então séculos atrás.

- Maria me rendeu muito com o conceito do lançamento, ela tem uma cunhada nascida trouxa que se tornou sua consultora em roupas trouxas. - Sirius disse.

- A mãe da Morag! - Harry disse em um sussurro.

- Exato! Então, a inspiração foi na moda trouxa, mas nós mantivemos a identidade do nosso mundo. - Sirius apontou para as roupas dos adolescentes. - Veja, os desenhos em lantejoulas, tintas ou bordados são de animais mágicos. - Realmente uma garota passou com uma jaqueta preta de franjas e um dragão vermelho pintado nas costas. Outra tinha um hipogrifo bordado em sua calça jeans com rasgos e um garoto passou com um tênis roxo cheio de grifos bordados em preto. Ainda, uma menina passou usando uma blusinha branca e com uma coruja preta desenhada em lantejoulas na frente. Mas o que era mais populares eram como camisetas das casas de Hogwarts e Harry achou legal quando viu alguns alunos Slytherins mais jovens usando como suas escuras verdes.

- Muito legal, Sirius. - Harry disse sorridente. - Gosto de tudo, principalmente como camisetas das casas.

- Eu concordo. - Falc acenou. - Não acredito que essa evolução seja anti cultural, Serafina. E os lucros são uma vantagem justa.

- Vocês estão certos. - Ela reconheceu sorrindo para uma menina com arcos rosa neon e enfeite de Kestrels. - Sua fábrica está realizando como vendas?

- Não. - Sirius ficou sóbrio na mesma hora. - Isso seria contraproducente em nossa intenção de gerar empregos. A GER abriu duas lojas de vendas de roupas no Beco e próximo três outras lojas antigas, nós vendemos nossos produtos para eles, que revendem para os clientes. Os tênis foi um de acordo com a Word of Shoes, eles têm o maquinário e nós o conceito e financiamento, assim, dividimos os lucros da venda final.

- Mas Sirius cuidou da campanha de lançamento das roupas e insistiu em vendas "virtuais", esse foi o nome que ele ligou. - Falc disse.

- Eu queria vender rápido, mas o pessoal do marketing disse que uma palavra que é o antônimo de real sem ser a palavra irreal, seria mais chamativo. - Sirius acrescentou. - Claro que todas as lojas da GER estão fazendo vendas via coruja, mas eu queria algo mais interativo.

- As meninas adoraram os folhetos com as imagens que se mexem. - Harry disse.

- Como assim? Acho que perdi isso. - Serafina se mostrou confusa.

- Normalmente, os folhetos mostram os itens que cada loja tem e algumas colocam uma ou duas fotos, certo? Bem, eu fiz um catálogo com todas as roupas do lançamento primavera e verão, elas estão sendo vestidas por modelos trouxas que contratamos. Então, você toca na foto da roupa que gosta e realiza um feitiço simples de inseto com a intenção de se visualizar na imagem.

- Uau! - Serafina disse. - Realmente é bem simples, mas genial!

— Você pode até mudar a cor do modelo das roupas escolhidos depois que alterou a imagem, E, assim que escolhe o que quer comprar, você marca em detalhes e envia para a loja por uma daquelas caixas de transporte mágicos que vendemos junto com os catálogos. — Sirius disse. — Nós vendemos o catálogo e a caixa pelo preço de custo, assim, todos terão como pedir as roupas facilmente e não precisam esperar pela coruja trazer a roupa. Desde que seja efetuado o pagamento, via Gringotes ou galeões, as roupas são enviadas magicamente na mesma caixa! Não é brilhante?

— Sim... — Serafina disse pensativa. — Mas essas caixas custam uma fortuna, eu mesmo nunca as comprei por causa dos preços. Sempre tenho que usar magia e feitiços avançados para enviar coisas de um lugar para outro, como faço com os sanduíches do Harry, por exemplo.

- Verdade. - Falc concordou. - A GER compromete-se a comunicar-se internamente e elas são bem caras porque as runas e encantamentos pertencem a família Avery.

- Os Avery patentearam uma invenção de um de seus antepassados e unidade a caixa, mas vendem tão pouco por causa dos preços que eles só as fazem por encomendas. - Sirius disse. - Tibalt Avery, atual chefe da família e ex-melhor amigo de Lucius Malfoy, me há há algumas semanas e pedido desculpa pelas ações de seu sócio.

- Ele era sócio dos bordeis na Travessa do Tranco? - Harry perguntou e Sirius acenou de acordo. - E teve a coragem de te procurar?

- Avery me espera de negociante para negociante, afinal ele não sabe das minhas ações junto aos aurores e acredita que eu também perdi dinheiro com o que Malfoy fez, além de quase ter morrido. - Sirius explicou. - Eu disse que encontraria outros planos para os prédios que comprei, afinal, bordeis não eram mais uma possibilidade e ele acreditou. De qualquer forma, seu pedido de desculpas era apenas uma desculpa, desculpe a redundância, para me convencer a comprar tecidos deles e não apenas dos Fawcetts.

- Que cara de pau! - Serafina exclamou e Harry acenou de acordo.

- Eu posso não ser um Slytherin, mas sei como eles pensam e sei que Avery compreendia que seu pedido teria um preço. - Sirius disse. - Claro, primeiro, eu preciso saber da qualidade dos seus tecidos e dos preços, mais importante, eu quis ter certeza de que seus funcionários nascidos trouxas não discriminar.

- Ainda não acredito que conseguiu convencê-lo a mudar como suas fábricas. - Falc disse incrédulo enquanto admirava o grande prédio do Emporium, que ficava na parte alta da vila e assim ser visto de qualquer lugar.

- Eu apenas tive que mostrar a minha fábrica têxtil. - Sirius disse. - E o aumento da produção e lucros comparados a antes de eu assumir.

- Sei muito bem que você é um purista, Tibalt, mas estamos em um mundo diferente agora e como leis irão evoluir cedo ou tarde. - Sirius disse enquanto caminhavam para a entrada da fábrica. - Se depender de mim isso acontecerá o mais cedo possível.

- Apenas não acredito que essas mudanças sejam positivas ou mais lucrativas, me desculpe, mas não me convence. - Tibalt Avery disse levemente entediado. Se não fosse a sua necessidade de ter uma fábrica Black como sua cliente, ele com certeza não estaria ali. - Como pagar mais aos meus funcionários pode me dar mais dinheiro?

- Deixe-me lhe mostrar. - Sirius disse e os dois passaram pela grande porta antiga de madeira com o brasão da família Black em relevo.

Assim que entraram no ambiente, ouviram uma música tocar no escritório do gerente da fábrica, a Sra. Ofélia. A música era suave e doce, parecia combinar com o barulho das maquinas de costuras que funcionavam constantemente. A Sra. Ofélia não estava em sua mesa e sua secretária escrita anotações em pergaminhos com atenção absoluta, assim, não os viu pelo vidro da grande janela que permite uma visão clara da fábrica.

Quando caminharam mais a frente, Tibalt pode ver todos os trabalhadores em suas máquinas ou funções trabalhando com expressões serenas ou sorrisos. Eles conversavam entre si, riam de algo e continuavam a produzir. O ambiente era limpo de pó ou cheiros fortes de tinta, alguém chamava e apontava para procedimentos com tranquilidades, sem gritos, correria ou palavrões. Todos pareciam incrivelmente saudáveis e calmos, na verdade, pareciam animados em trabalhar.

Sr. Black! — A Sra. Ofélia surgiu de uma das salas. — Não o esperávamos!

Apenas visitando rapidamente com um possível fornecedor, Sra. Ofélia. — Sirius de aproximou e a beijou em ambas as faces. — Daremos uma volta e depois estaremos em meu escritório por um momento antes de partirmos.

Claro! Por favor, não deixe de me chamar se precisar! — Ela disse sorridente e acenou para Tibalt formalmente antes de entrar em seu escritório.

Vamos lá, quero lhe mostrar a área de produção com mais detalhes. — Sirius disse e eles caminharam por entre as máquinas.

Tibalt tentou não ficar impressionado, mas não conseguiu e assim, tentou não mostrar que ficou impressionado e teve um pouco mais de sucesso. Os funcionários continuaram trabalhando calmamente, alguns pareciam levemente mais tensos, mas outros sorriram e cumprimentaram Sirius com respeito e gratidão. Sirius parou e conversou com alguns particularmente, sabendo os seus nomes e perguntando sobre a saúde de alguém da família ou do próprio funcionário que esteve doente. A organização era primorosa, todos pareciam funcionar com boa sincronia e quando alguém pedia um momento, pois estava quase terminando, não havia estresse, apenas, um "Ok! Mesa 2 do setor 3 precisa de mais 5 minutos! " E a resposta do chefe do setor de produção era, "Tudo bem! Estamos com apenas 10 minutos de atraso do cronograma hoje, agora serão 15! Se chegarmos a meia hora, precisaremos de mãos extras! "

O que ele quer dizer com mãos extras? — Tibalt perguntou curioso.

Alguns funcionários trabalham em outros setores, criação, logística, transporte e assim por diante. — Sirius disse. — A Sra. Ofélia foi quem sugeriu esse sistema, ao invés de todo o estresse e pressão por causa de um atraso pequeno no cronograma de produção, o que fazemos é trazer alguém ou alguéns dos outros setores para ajudar, assim, voltamos ao cronograma e os funcionários não ficam desesperados por nada.

Tibalt teve que reconhecer que isso era interessante.

Mas eles não ficam mais moles assim? — Ele perguntou.

Meus funcionários parecem moles para você, Avery? — Sirius perguntou com orgulho e Tibalt teve que reconhecer que não, ao contrário, todos estavam trabalhando diligentemente.

Depois eles foram para o estoque onde observaram o sistema de logística de armazenamento, contagem de produtos e transporte interno. Depois seguiram para a área de recebimento e envio de mercadoria, ou seja, o setor de transporte e Tibalt ficou quase invejoso de como Sirius era querido por todos. Por fim, eles subiram as escadas para o escritório, mas Tibalt apontou para as salas de criação que ficavam naquele andar.

O que tem ali? — Perguntou.

Ah... aquele é setor de criação e ninguém entra se não for de confiança. — Sirius disse sorrindo com malícia. — Temos novidades chegando ao mercado ainda este mês, mas o pessoal ali já trabalha com projetos para o outono. Agora, venha, deixe-me lhe mostrar os números.

Tibalt quase engoliu a língua ao ver o aumento das margens de lucros dos últimos 9 meses.

Isso é possível? Como? — Ele tentou raciocinar. — Obviamente você aumentou as vendas porque tem mais clientes...

Avery, não nos insulte. — Sirius disse exasperado. — Olhe com atenção, você tem aqui os números da produção mensal, sem aumento significativo de funcionários, apenas redistribuição e organização. Nossos empregados novos não foram contratados para a linha de produção. Agora você tem os nossos números de compras, muito maior que antes e com variedades mais baratas, mas ainda compramos produtos de luxo. — Sirius apontou para as vendas. — Agora, veja as vendas, são maiores, claro, principalmente porque nossos preços e produtos são os melhores, além de termos maior variedade, não porque a demanda no comércio subiu aos céus.

Não entendo... — Tibalt disse confuso. — Os custo com funcionários aumentou, mas...

Simples. Meus funcionários ganham o justo, o que você pagaria para um bruxo puro, e são tratados sem discriminação. O ambiente é limpo, seguro e agradável, além de organizado de maneira a otimizar a produção sem sobrecarregar ou ser cruel com os trabalhadores. — Sirius explicou. — Isso faz os funcionários leais, que querem ver a empresa crescer, lucrar, pois isso assegura seus empregos e pode levar até ao aumento seus salários. O trabalho deles é de primeira, não temos atrasos nas entregas ou reclamações, nenhuma única peça devolvida por defeitos de fábrica. Isso faz com que as vendas sejam limpas, sem prejuízos tolos, sem funcionários faltando por estarem doentes, sem demissões e atrasos na produção. Meus clientes voltam para mais e mais, nossa qualidade se espalha e mais clientes surgem encomendando números mais altos porque confiam que receberão o melhor.

- As vendas aumentaram porque antes vocês apenas vendiam artigos de luxo, agora tem produtos e preços variados. Os custos com os aumentos dos salários se paga pelo aumento da produção, quer dizer, mesmo com os pedidos maiores, vocês precisam mais no mesmo período de tempo que antes! - Tibalt estava chocado.

- Exato! - Sirius sorriu e tentou parecer muito convencido quando se inclinou em sua cadeira de diretor. Obviamente ele falhou. - Brilhante, não é?

- Sim. - Tibalt suspirou. - Você tem razão em dizer que sou um purista, mas também não sou tolo e se preciso melhorar as condições de trabalho dos meus funcionários para o meu próprio benefícios, eu farei isso. É isso que você quer para se tornar o meu cliente?

- Não. As Fábricas Blacks só negociam ou se associam com empresas que não discriminam funcionários de origem trouxas, assim, se você não mudar como coisas criadas em sua fábrica têxtil, não haverá possibilidade de sentarmos para um drinque. - Sirius disse com mais dureza. - E não ligo o mínimo para os seus pensamentos puristas, sei que você não mudará nessa altura da sua vida. Apenas estou lutando para que nosso mundo aceite e tratado com justiça todos os bruxos, não importa sua origem ou condição. Entende?

- Sim, mas espero que entenda que lutarei contra você caso esteja com intenção de mudar como leis antigas que nos favorecem na Suprema Corte. - Avery disse e acenou com a mão. - Se você quer dar direitos aos nascidos trouxas e lobisomens, fique à vontade, mas não aceitarei que tire os privilégios das famílias antigas.

- Eu posso aceitar isso, já que essas leis também me beneficiam e sei muito bem que você não aceitará facilmente que nascidos trouxas ganhem mais espaço. - Sirius disse. - Eu sei que sua família serviu o Lord das Trevas com fervor.

- E perdemos. - Tibalt disse pesaroso. - Meu irmão morreu, como você sabe e isso destruiu o meu pai. Eu criei o filho dele como se fosse meu e o preparo para assumir a liderança da família um dia, para isso, preciso ensiná-lo a aceitar a realidade em que vivemos, mas isso deve começar comigo. O Lord morreu e eu não gosto dos seus planos, Black, na verdade, acho que você não irá muito longe, no entanto, eu preciso que compre os meus tecidos. Assim, diga-me, seu eu essas mudanças, o que quer para se tornar o meu cliente?

- Sua família tem patente da caixa transportadora. - Sirius disse suavemente.

- Sim, criada por meu bisavô. Porque? - Tibalt franziu o cenho. - Se quer comprar uma patente já lhe digo que não vendo.

- Não, eu quero produzir. - Sirius disse e se inclinou para a frente. - Se me permitir, eu ganharei dinheiro para nós dois.

- Como? - Tibalt tentou não parecer interessado e falhou.

- Os preços são absurdos e você sabe ...

- É algo exclusivo e ninguém chegou perto de inventar algo como a caixa! - Avery protestou indignado.

- E daí? Se ninguém comprar porque é muito cara, isso vale do que? - Sirius se mostra mostrando sua impaciência. - O que faremos é verificar o preço do custo total, inclusive de funcionários, depois disso, estabeleceremos uma margem de lucro modesta para atrair a atenção e compradores. Venderemos aos montes, mas colocaremos uma runa de proteção da patente que tirará o poder da caixa com o tempo.

O que? — Tibalt disse confuso.

Pense, Avery! Se a caixa deixar de funcionar em 3 há 5 anos, os bruxos voltarão para comprar mais caixas! O poder das runas tem que expirar com o tempo, assim, continuaremos a vender continuamente, além disso, faremos caixas decoradas de todos os tipos e personalizadas. Também podemos fornecer para lojas entregarem os seus produtos aos clientes quase que instantaneamente! — Sirius viu o homem abrir a boca. — Você tem uma mina de ouro, seu idiota e fica com essas tolices puristas, as vezes eu me pergunto se os Slytherins têm mais ambição do que cérebro.

— E foi assim. — Sirius disse arrogantemente.

— Mas você se tornou sócio de Avery? Um purista? — Harry perguntou confuso.

— Não caia nessas de que você não pode trabalhar ou negociar com puristas, Harry, eles controlam mais da metade do mundo bruxo. — Sirius disse com seriedade. — Avery concordou com as mudanças em sua fábrica, elas já começaram, alias. E, sim, eu terei 70% da empresa, pois tenho o conceito, farei o maior investimento e administrarei tudo. Avery será um parceiro silencioso, esses 30% são mais como pagamento por usar a sua patente.

— Edgar disse que Sirius foi brilhante na negociação e Avery não pôde contra argumentar. — Disse Falc divertido.

— Os custos para fazer a caixa são baixos, assim, imediatamente eu solicitei as caixas necessárias para o lançamento da campanha de roupas e as vendas mostram que a ideia foi um sucesso. Agora, pretendo vendê-las para todas as lojas da GER e isso renderá muita grana para os cofres Blacks, mas o que me deixa mais animado com tudo é que esses galeões serão ganhos honestamente e ajudando muitos bruxos.

— Aposto que seus pais iriam detestar. — Harry disse e Sirius gargalhou a sua risada que parecia um latido.

— Isso é apenas a cereja no topo do bolo!

Enquanto conversavam e passeavam por Hogsmeade, eles olharam em volta procurando por Hermione ou Neville, mas haviam muitas pessoas. Harry manteve um olhar atento a cabelos ruivos, mas foi dentro do Emporium que ele a encontrou, ou melhor, o seu cheiro. Logo depois que adentram pelas portas de vidros imensas, Harry sentiu o cheiro delicioso e o seguiu até encontrá-la conversando com a gerente do Emporium, Sra. Mildred McNash. Ela era neta do Sr. McNash, antigo sócio da família Potter e Harry tinha ficado feliz por poder ajudar a família a se reerguer depois da falência causada pelo fechamento das suas fazendas.

— ... e tenho certeza de que venderão muito bem, Sra. Mildred, as meninas de Hogwarts estão fazendo encomendas o tempo todo, quase não dou conta dos pedidos. — Guinevere dizia em tom animado e persuasivo.

— Isso é algo que me preocupa, Ginny. — Mildred disse gentilmente e olhou em volta para ter certeza de que estava tudo bem. — Além da sua idade, como já falei. Nós, da Emporium Hogsmeade estamos dispostos a receber produtos de qualidade de diversos produtores ou artesãos talentosos, apenas nossos alimentos são exclusivamente fornecidos pelas Fazendas Potters. E garanto que adorei os sabonetes que você me enviou como amostra grátis, são deliciosamente cheirosos e a consistência é perfeita, mas me preocupa o que seus pais dirão e como poderá produzir e fornecer para os meus clientes. Como manterá os seus estudos se eu lhe encomendar 10 caixas de sabonetes para ser entregues em uma semana?

— Eu já tenho um plano para isso. — Ginny disse com olhar determinado.

— Eu adoraria ouvi-lo, mas espero que entenda que neste momento, tenho que dar atenção a inauguração e aos clientes. — Mildred disse em tom de desculpa. — Agora que nos conhecemos, porque não me escreve com uma proposta mais detalhada? Prometo que não pretendo ignorá-la e responderei o mais breve possível.

— Combinado! Obrigada por sua atenção, Sra. Mildred! — Ginny lhe apertou a mão sorridente e observou a mulher se afastar apressadamente.

— Eu também gostaria de ouvir os seus planos. — Harry sussurrou por trás, bem perto do seu ouvido, sentindo o cheiro do seu cabelo vermelho alaranjado.

Ginny saltou de susto e arregalou os olhos quando o viu, imediatamente pulando em um abraço apertado enquanto falava apressadamente.

— Harry! Não achei que o veria! Tinha esperança, mas... — Então, ela se afastou e pareceu contrariada. — Que planos? Você estava me espionando? Esqueça o que ouviu, não quero que você saiba sobre isso.

Isso fez Harry franzir o cenho e se sentir estranhamente magoado.

— Mas pensei que fossemos amigos e... sabe, não tivéssemos segredos. — Harry disse em tom baixo.

— Oh..., é claro que sim, Harry, mas... — Ginny parou e respirou fundo. — Sabe, apenas queria fazer isso sozinha, eu sei que você me ajudaria, mas quero mostrar que posso fazer por mim mesma.

— Ok. — Harry acenou mais tranquilo. — Fazer o que?

— Bem, lembra-se de quando fizemos os sabonetes até encontrar o cheiro certo para mim? — Ginny perguntou e eles caminharam para um ponto mais tranquilo, não havia muitos, então Harry a levou para a área de estoque nos fundos.

— Claro. — Ele confirmou ainda mais curioso.

— Naquele dia, acabei fazendo vários litros de sabonetes com diversos cheiros diferentes e parecia horrível jogar tudo fora, assim tive a ideia de embalar tudo em vidros de sabonetes. — Ginny explicou. — Eu pedi emprestado alguns galeões aos gêmeos e comprei uns 30 vidros de uma vez, o que os fez saírem mais baratos.

— Você comprou via coruja? — Harry perguntou.

— Sim, de uma loja nova do Beco que fornece todos os tipos de utilidades, chama-se Useful & Futile, eles têm ótimos preços. — Ginny disse sorrindo e Harry acenou imaginando que essa loja nova era uma que ele ainda não conhecera. — Bom, então, eu preenchi os vidros com os sabonetes e ofereci para as meninas por alguns sicles. Pensei que pagaria os vidros e sobraria um pouco para mim, mas elas ficaram loucas por mais e quem não conseguiu comprar naquele lote ofereceu um galeão por vidro se eu conseguisse mais.

— Oh! — Harry arregalou os olhos encantado. — Você iniciou um negócio!

— Sim, mas eu juro que não estou usando os ingredientes do laboratório Ravenclaw, apenas o laboratório em si. — Ginny disse levemente ansiosa. — Eu usei o meu lucro para pagar os gêmeos, comprar ingredientes e mais vidros. Depois fiz os sabonetes, até acrescentei alguns outros cheiros e os vendi em dias!

— Uau! — Harry disse orgulhoso. — Mas você não vendeu o seu sabonete, não é?

— Não! Meu sabonete e shampoo são exclusivos, mas eu comentei que sabia fazer shampoos também e as meninas adoram o brilho e a macies dos meus cabelos, então também encomendaram eles, além dos sabonetes. — Ginny estava empolgada.

— Mas como você está conseguindo fazer tudo isso, treinar comigo, estudar, treinar quadribol? — Harry perguntou confuso.

— Bubbles. — Ginny disse envergonhada. — Eu pedi a ele um lugar isolado para fazer os sabonetes e shampoos, onde ninguém me encontrasse e Bubbles me conseguiu uma pequena saleta que Rowena Ravenclaw usava de escritório para os seus assuntos particulares. Eu não mexi em nada e os caldeirões estão seguros, não existe risco de acidentes, pois é tudo tão simples e Bubbles observa de vez em quando se tudo está bem. E, se não consigo aparecer, ele sabe quando mexer ou colocar algum ingrediente, pois eu lhe ensinei, mas é pouca coisa! Eu juro que não o estou explorando!

Harry riu divertido e animado com sua inteligência.

— Brilhante! Claro que você não o está explorando! Bubbles adora nos ajudar e ele ser um servo não é sua culpa! — Harry disse sorridente. — Então, agora você teve a ideia de vender os seus produtos para serem revendidos aqui, no Emporium Hogsmeade.

— Sim. — Ginny corou levemente. — Foi você que me inspirou, sabe. — Harry levantou a sobrancelha. — Com a GER! O que você fez, criar uma empresa tão incrível, ir a reuniões, contratar funcionários e associados, me fez perceber que o que estou fazendo pode ser mais do que um negócio escondido de escola. Eu posso ter um negócio de verdade, acredito que sou capaz de administrá-lo e fazê-lo dar certo. — Ginny mostrava determinação. — Ah! E a ideia das amostras grátis que enviei a Sra. Mildred veio do que o Sirius fez, deixando a Scheyla e suas amigas divulgarem as roupas novas que ele fabricou.

— Ok. Suas ideias são incríveis e eu também acredito que pode dar certo. — Harry disse sentindo uma quentura gostosa ao ver aqueles olhos castanhos com tanta determinação. — Mas porque não quer a minha ajuda?

— Eu... — Ela hesitou tentando explicar. — Apenas preciso me sentir capaz e forte, não quero me sentir em dívida eterna com você, Harry. Sei que com a sua ajuda talvez tudo fosse mais simples, mas preciso sentir que não sou alguém dependente e fraca, que sempre precisa de um herói. Entende?

— Sim. — Harry suspirou e pegou a sua mão. — Eu sempre fui independente e pensei que precisar dos outros era uma fraqueza, na verdade ainda tenho dificuldades em confiar. No entanto, ser um Ravenclaw mudou um pouco a minha maneira de pensar, não do dia para a noite, mas nos últimos dois anos descobri que sem ajuda nunca seremos ou alcançaremos o nosso potencial. — Ele se tornou pensativo. — Em minha segunda noite em Hogwarts, Penny me disse que sozinho, eu poderia alcançar ou aprender com o tempo, mas que com ajuda dos meus colegas e amigos, eu aprenderia muito mais rápido e melhor. O mais inteligente, o que um Ravenclaw sempre faz, é seguir o caminho menos difícil, não o contrário. Além disso, nós aprendemos uns com os outros e eu aprendi muito com você desde que nos tornamos amigos, além disso, não existe dívida, Guinevere, não entre nós.

Ginny olhou para suas mãos dadas por alguns segundos antes de falar.

- O chapéu quase me colocado na Ravenclaw. - Ginny disse e Harry arregalou os olhos. - Mas eu tive medo, que dizer, antes do diário, quando pensava nisso ou quando Fred dizia que eu não seria uma Weasley se fosse para uma casa diferente da Grifinória, eu me sentia receosa ou chateada. Agora percebo que naquela noite da classificação os meus medos pareciam muito maiores e sei que foi o diário, assim, acabei pedindo para ficar com meus irmãos. Não que isso me faça muito. - Encerrou ela com certa amargura.

- Então ... - Harry sorria levemente. - Eu quase fui para um sonserino e você para um Ravenclaw. Gryffindor ser maior do que a sua inteligência Ravenclaw.

- OK. Prometo pensar e ...

- O que estão fazendo aqui? - Um funcionário com uniforme caramelo e branco apareceu. - Os estoques não são lugar para namorar! Vamos! Voltem para a loja agora mesmo!

Harry e Ginny coraram e correram para a loja ainda de mãos dadas. Ele decidiu não se identificar, pois não queria que se espalhasse boatos maliciosos sobre os dois.

- Eu preciso encontrar os meus adultos, Guinevere e continuar a visita. - Harry disse. - Nos vemos na escola?

- Sim! - Ginny sorriu apesar do seu rosto ainda estar corado. - Obrigada, Harry! E, bom ritual amanhã ...

Seu tom foi um sussurro quando ela se aproximou para falar, o inundando com seu cheiro, logo depois Ginny desapareceu entre os clientes da loja e Harry ficou parado com um sorriso bobo por alguns segundos. Então, alguém esbarrou nele e o despertou para a realidade, desconcertado, Harry se moveu pelo grande mercado até que encontrou os seus adultos conversando com a Sra. Mildred.

- Ah! Aqui está ele! - Falc disse sorrindo.

- Desculpem, acabei encontrando alguns amigos de Hogwarts e me distraí. - Harry disse constrangido ao perceber que se esquecer completamente da visita ao encontrar com Guinevere.

- Harry, esse é um nosso gerente, Mildred McNash, neta do Sr. McNash, antigo sócio dos Potters. - Sirius apresentou.

- Prazer, Sra. Mildred, estou muito feliz com a união da nossa família outra vez, mesmo que por caminhos diferentes. Por favor, diga ao seu avô que sinto muito tudo o que aconteceu há mais de 11 anos. - Harry disse estendendo a mão formalmente em cumprimento.

- Prazer, Sr. Potter e não precisa se desculpar, por favor. - Mildred tinha um rosto jovem e sincero. - Meu avô ..., na verdade, toda a minha família sabe que o que aconteceu foi uma tragédia ocasionada pela guerra, não por sua família, muito menos pelo senhor, que só tinha 1 ano de idade.

- Ainda assim, as paralizações das fazendas não visitam ter acontecido, nem a anulação do testamento dos meus pais ou a prisão de Sirius. - Harry disse contrito. - Sei que o prejuízo a sua família é incalculável, Sra. Mildred gostaria de ajudá-los sem precisar. Apenas nomeie e farei acontecer.

— Ora... — Mildred disse desconcertada. — Posso sentir a sua sinceridade e se quer mesmo ajudar, mais do que já tem, gostaria de pedir autorização para trazer o meu avô algumas vezes ao Emporium. Ele é jovem e lúcido apesar da idade, Sr. Potter, e com a inauguração dessa loja, decidiu fechar sua pequena mercearia, pois sabia que não haveria mais clientes para atender. Mas temo que essa aposentadoria auto imposta não lhe fará bem a alma, sabe.

— Claro! — Harry sorriu animado. — Traga-o sempre que quiser, todos os dias se ele estiver disposto e pague-lhe um salário justo! Você é a gerente e sua neta, assim saberá escolher o melhor cargo para o Sr. McNash. Por favor, faça-o feliz e se precisarem de qualquer coisa, não hesite em me dizer ou aos meus adultos. E me chame de Harry, por favor.

— Obrigada, Harry. — Ela sorriu emocionada. — Você quer conhecer a loja agora?

Harry concordou e passeou pela loja ou supermercado com janelões de vidro enormes que permitiam muita luminosidade. O chão era feito de granito cor de palha, mas as paredes foram revestidas de madeira cor de mel, assim como as prateleiras feitas de madeira natural. A loja estava longe de parecer um supermercado trouxa com suas cores e luzes frias. Na verdade, o Emporium parecia um ambiente natural, como uma feira dentro de um prédio e por toda a parte as decorações e detalhes deixavam claro que era um supermercado bruxo. O primeiro grande supermercado do mundo mágico britânico e ele ser inaugurado em Hogsmeade parecia apenas muito certo.

Mais tarde, Sirius o levou ao seu escritório no segundo andar do Emporium.

— Quero lhe mostrar isso, mas mantenha segredo, mesmo Serafina e Falc não sabem. Ok? — Harry acenou curioso e viu seu padrinho acenar para um quadro de um jogador de quadribol sorridente.

— Olá, Sirius. — O jovem disse.

— Oi, Nick. Quero mostrar o segredo ao Harry, você poderia me ajudar? — Sirius perguntou.

— Bem, apenas quem conhece a senha pode passar, isso serve até para você. Ordens sua, chefe! — Nick respondeu sorridente.

— Malfeito feito, Pontas. — Sirius disse a senha e Nick acenou abrindo o quadro.

— Eu encantei a entrada e o caminho com montes de magias maliciosas e armadilhas, apenas para o caso de alguém conseguir entrar sem a senha. — Sirius acenou e avançou para dentro do caminho, que descia uma escada antes de avançar por um túnel. — Mas se você tem a senha, todas as magias são canceladas e o túnel chegará até o salgueiro lutador.

— Uau! Você manteve a passagem! — Harry disse sorridente.

— Sim, mas ninguém sabe, apenas eu. — Sirius disse. — Os pedreiros ou Ian e Mac terminaram os seus trabalhos e eu fiz isso depois, pois sabia que o túnel ainda estava atrás das paredes. Construí a escada e fiz todas as magias com a ajuda do Remus, ele entendeu porque fiz isso, o simbolismo do que vivemos no passado e para chegarmos até você em caso de emergência.

— Você acha que os Boots não entenderiam? — Harry perguntou — E como faço para sair de Hogwarts se precisar?

— Acho que eles entenderiam, mas quero apenas nós três sabendo sobre isso, prefiro que não conte aos seus amigos também. — Sirius disse pensativo. — Essa é uma rota de fuga que apenas você saberá e isso pode ser importante em algum momento.

— Eu confio em meus amigos e nos Boots, mas entendo a questão... hum, posso contar para a Guinevere? — Harry perguntou não querendo ter segredos com ela.

— Ok. — Sirius tentou não parecer muito malicioso, mas sem sucesso. — Mas apenas para ela. Agora vem, te mostrarei o que fará para sair.

Eles seguiram até a entrada do túnel em Hogwarts e Sirius mostrou uma pedra com uma runa desenhada fincada no chão.

— Não passe da pedra sem colocar sua varinha na runa e dizer, "Malfeito Feito, Moony". — Sirius lhe explicou. — E quando voltar, acione as magias de proteção da mesma maneira, mas diga, "Malfeito Feito, Almofadinhas".

— Legal. Não sabia que poderíamos acionar pedras alas com senhas. — Harry disse.

— Pode, desde que ela não carregue muito poder, como aqui. — Sirius disse e tirou as proteções para voltarem. — Algo como uma casa mágica com alas poderosas ou Hogwarts seria impossível e precisariam de poder mágico e encantamentos. As proteções que criei aqui são bem mais simples e a pedra rúnica serve como um gatilho desliga e liga, mas principalmente para que as magias não se desgastem facilmente.

— Quanto tempo a força das proteções irão durar? — Harry perguntou.

— Hum... 10, talvez 20 anos, afinal a pedra está cercada pela magia de Hogwarts, mas ela se enfraquecerá com o tempo. — Sirius disse. — Quando estivermos em guerra, teremos que fortalecê-la de meses em meses, apenas por precaução.

— E se alguém enfrentar o salgueiro e entrar no túnel? — Harry demonstrou preocupação.

— Isso não aconteceu em anos e agora que a casa dos gritos foi destruída, duvido que se repita. — Sirius respondeu quando entraram em seu escritório. — Snape foi o único a enfrentar o salgueiro porque nos odiava e queria descobrir o que fazíamos para nos prejudicar. Não acredito que algo assim aconteçará, mas nenhuma das proteções são mortais, não se preocupe.

— Bom. — Harry disse e acenou tchau para o Nick do quadro.

— Foi muito legal você permitir que o Sr. Nash trabalhe aqui, Harry. — Disse Serafina quando caminharam para o flu da loja, eles não aparatariam até Godric's Hollow, pois estavam muito longe.

— Depois de tudo que aconteceu, isso não é nada, além disso, desde o começo eu quis desfazer o que Dumbledore fez e ajudá-los, apenas não sabia como. — Harry respondeu sincero.

— Acredito que a família precisa de empregos, Harry, e isso podemos fornecer. — Falc explicou. — Tentar ajudá-los financeiramente os ofenderia, pois são todos muito orgulhosos.

Harry acenou entendendo e ficou feliz de poder ajudá-los de alguma forma. Logo depois, ele passou por uma viagem nada agradável de flu até a fazenda Godric's Hollow. O novo gerente era uma homem enérgico de uns 40 anos que os recebeu sorridente. Muito alto e encorpado, lembrou a Harry de um urso, pois seus cabelos e barbas ruivas eram fartos e deixavam apenas seus olhos azuis visíveis.

— Sr. Potter! Prazer em conhecê-lo finalmente! — Monty Blummer exclamou com seu vozeirão alto.

— Prazer, Sr. Monty e me chame de Harry, por favor. — Disse Harry, feliz por não ter que encarar o antigo gerente e seus comentários preconceituosos. — Como está a feira? E a fazenda?

— Ah! A fazenda é enorme e dá muito trabalho, mas temos o número certo de funcionários, assim damos conta de tudo. — Sr. Monty disse sorridente. — A feira ficou muito linda, nós a construímos mais perto da estrada assim podemos receber o povo trouxa de Godric's e os turistas que estão chegando aos montes desde que "descobriram" os muros romanos nos arredores.

— A feira de Godric's Hollow é a única feira que não terá magia sendo feita livremente e receberá trouxas, Harry. — Falc contou. — Com o Jardim da Lily, o crescimento do centro comercial da cidade e o investimento no turismo histórico, não podíamos perder a chance de lucrarmos com a população trouxa.

— Além disso, a feira se tornará um ponto turístico para se visitar. — Serafina explicou. — Uma verdadeira feira de alimentos antiga com produtos de qualidade e uma linda paisagem.

— Bom. — Harry disse sorrindo. — Essa foi uma boa ideia e estou ansioso para ver.

A feira de Godric's era mais simples, parecendo algo saindo dos tempos antigos, além de ter um aspecto mais trouxa do que todas as outras. Harry percebeu que havia trouxas e bruxos por todos os lados, assim como uma placa na entrada da feira que dizia, "Feira frequentada por bruxos e trouxas. Por favor, respeite". Se algum trouxa perguntasse sobre a placa, os funcionários diriam ser uma citação antiga, como uma piada, mas para os bruxos seria uma aviso para não falar ou fazer magia.

— Está satisfeito, Harry? — Monty perguntou ansioso. — A gerente da feira é minha esposa, Lisa, ela tem se dedicado muito ao projeto, nunca a vi tão feliz.

— Eu adorei. — Harry sorriu sincero. — E acho que ter uma feira frequentada por trouxas é incrível, pena que não podemos fazer o mesmo com todas.

— Seria impossível porque as feiras ficam em lugares remotos, longe das estradas da cidade, só podem ser alcançadas por flu ou aparatação ou por uma SUV que aguenta as estradas das fazendas. — Sirius disse. — Mas aqui pudemos colocar a feira bem na entrada da fazenda, o que nos obrigou a tirar as alas anti trouxas da área. No entanto, atender o povo trouxa de Godric's e os turistas era uma oportunidade muito boa para deixarmos passar.

Harry acenou em acordo, contente em ver a feira de Godric's tão cheia, a ideia de que turistas de toda a parte visitariam e comprariam os seus produtos o encantava.

O prefeito Arnold Abbot surgiu de repente e o cumprimentou com entusiasmo, felizmente aprovando mais um empreendimento Potter.

- Você está tornando a minha vida como prefeito mais fácil, Harry. Mais empregos, crescimento, entretenimento e possibilidades para o futuro. Em nome dos cidadãos de Godric's Hollow, eu agradeço muito. - Disse Arnold sincero.

- De nada, mas talvez você possa retribuir. - Harry disse levemente hesitante e Arnold se revelou curiosamente animado.

- Estou curioso, mas o que precisar é só dizer, tentarei não o decepcionar. - Ele disse suavemente.

- Sem pressão, se não for possível, tudo bem. - Harry disse. - O senhor tem filhos?

- Sim ... - Isso fez Arnold franzir o cenho preocupado. - Tenho duas meninas pequenas, 3 e 4 anos, Beatrice e Annabeth. Porque?

- Bem ... - Harry se perguntou se não estava sendo muito intrometido, mas decidiu arriscar. - Hoje conheci as crianças do Orfanato dos Bruxos sem Magia, péssimo nome eu sei, mas Aborto parece pior.

- Eu concordo e acho que essas crianças crianças fornecem ainda mais do que os nascidos trouxas. - Disse Arnold sombrio. - Meu pai era filho de um bruxo e uma trouxa, nasceu sem magia e foi preferido da família mais bruxa, digamos assim, por causa disso. Sempre pensei nele como um trouxa, mas ele foi "classificado" como um aborto por familiares preconceituosos.

- Isso não me surpreende. - Harry disse. - Porque entre as crianças do Orfanato tem um Abbot e aposto que ele é filho de algum Abbots mais tradicionais.

- Um Abbot abandonado no orfanato porque não tem magia quando existem vários ramos da família que não se importariam em aceitá-lo? - Arnold se mostrado indignado e Harry seguro o suspiro de alívio. - Inclusive um ramo que convive muito bem no mundo trouxa ou com parentes sem magia !? Isso é um absurdo!

- Pois é, eu penso o mesmo. - Harry disse tentando não ficar animado. - Eu perguntei ao Phillip se ele era parente da Hannah Abbot, meu colega em Hogwarts, mas ele me disse o mesmo que o senhor. Que a família Abbot tem muitos ramos, até um lado trouxa e que seria bom saber se é verdade e se eles não se importariam em adotá-lo.

- Mas é claro que não! - Arnold exclamou sincero. - Se soubesse sobre isso já teria ido buscá-lo. - Ele olhou para o relógio. - Irei para casa almoçar com minha família e conversarei com minha esposa, sei que ela não irá se opor e, assim, hoje mesmo buscarei o Phillip. Quer dizer, se isso for legalmente possível ... - Arnold olhou em volta. - Preciso dar uma palavrinha com o Falc ... Imagine, um Abade abandonado em um orfanato, meu pai ficará furioso, mas tão feliz em ganhar outro neto. - O prefeito já parecia fazer planos com seu futuro filho. - Ele só tem netas, estava ansioso por um menino para levar em suas pescarias. Qual a idade do Phil?

- Ele tem 11 anos. - Harry informou e viu os olhos de Arnold já brilhando de animação e carinho.

- Ele já um rapazinho! Será maravilhoso ter um garotão em casa! As meninas vão adorar um irmão mais velho! - Ele disse animado. - Ah! Falc! Eu preciso de um momento, se você me permitir.

Enquanto Arnold e Falc se afastavam, Monty reapareceu e apresentou a sua esposa, Lisa, uma mulher ruiva, sardenta e sorridente, que os convidou para almoçar, pois já que eram mais de 11 horas. Remus chegou e se juntou a eles tornando o almoço um momento de lembranças e histórias dos Potters, principalmente dos seus avós e James.

- Eu estudei com essas pilantras. - Monty disse e riu divertido. - Eu era um Hufflepuff inocente no mesmo ano que eles ...

- Inocente! - Exclamou Sirius gargalhando e Remus parecia indignado.

— Não me envergonhe, marido, duvido que alguma vez você foi inocente, mesmo quando mamava nas tetas da sua mãe. — Lisa disse e todos urraram de rir, Monty tentou protestar, mas não conseguia falar de tanto que ria.

Harry se divertiu muito com as histórias das aventuras que eles tiveram na escola, a maioria envolvendo meninas e cantos escuros e secretos de Hogwarts. Na hora da sobremesa, uma torta de morango que teria feito o Terry babar, Harry perguntou sobre como o Sr. Graham estava se saindo como subgerente.

— Ah... — Sr. Monty suspirou chateado.

— Sr. Graham não é mais subgerente, Harry, ele se aposentou. — Falc disse com expressão levemente culpada.

— Mais como nós o aposentamos. — Sirius disse com uma careta. — Era impossível controlá-lo ou aturá-lo e foi a decisão certa.

— Pode ser, mas não quer dizer que foi fácil. — Falc disse aborrecido. Harry franziu o cenho curioso, mas não surpreso, porque o homem desagradável lhe causara uma péssima impressão.

— Eu conheço o Sr. Graham desde criança. — Monty disse suavemente. — Eu cresci com meu pai nesta fazenda, ainda um moleque e desejando crescer logo para trabalhar aqui com ele. Naquela época o Sr. Graham não era tão difícil, era um gerente exigente e justo, as vezes um pouco explosivo, mas o Sr. Fleamont o mantinha na linha, era o que meu pai costumava dizer. Quando ele foi rebaixado para subgerente e eu assumi o cargo de gerente, sabia que seria difícil, estava pronto para suas caras feias e qualquer coisa que ele fizesse contra mim.

— Monty disse para mim, "Lisa, o velho Graham tentará tornar a minha vida um inferno, mas não posso recusar, meu pai se envergonharia de mim se eu mostrasse deslealdade aos Potters". — Lisa disse servindo mais sobremesa a todos.

— Um Hufflepuff desleal? Nunca! — Disse Monty exclamou. — Então, eu aceitei muito orgulhoso e feliz, preparado para aguentar o Sr. Graham, mas o que eu não pude aceitar, Harry, é que ele destratasse os meus homens. Eu seria um péssimo e desleal chefe se fechasse os olhos para isso, assim, eu fui firme e deixei claro que não aceitaria sua grosseria. Disse que se ele visse algo errado, que viesse falar comigo e eu conversaria com o funcionário, mas logo percebi que o Sr. Graham só reclamava dos trabalhadores de origem estrangeira.

— O que? — Harry exclamou chocado.

— Sim. No começo achei que estava vendo coisas, mas suas reclamações constantes estavam atrapalhando o funcionamento da fazenda. Pensei que ele estava apenas sendo vingativo comigo, sabe, me fazendo ter que resolver cada pequena coisa e conversar com cada funcionário que descumpriu uma regra ou algo assim. — Monty deu de ombros. — Ele sempre começava com " Monty, em meu tempo de gerente aqui, os funcionários não faziam esses erros tolos, você precisa ter pulso firme ou esses folgados pisarão em você".

— O que o senhor fez? — Harry perguntou curioso.

— Decidi observá-lo com mais atenção e o vi vigiando os funcionários de descendência indiana, árabe, latina ou africana com olhares desconfiados e pouco amigáveis. — Monty disse. — Pior foi perceber que se um funcionário "inglês" cometesse um erro, o Sr. Graham viria até mim e diria que um funcionário "estrangeiro" fez aquele erro. Antes de perceber isso, eu estava a ponto de despedir dois funcionários de descendência indiana, pois o Sr. Graham os perseguia incansavelmente com acusações injustas, mentirosas ou exageradas. — Monty parecia inconformado. — Quando o confrontei, ele me disse que os dois eram invasores e roubavam empregos dos ingleses, assim, deveriam voltar para os seus países. O Sr. Graham ignorou completamente que eles eram ingleses, nascidos aqui, apenas filhos de indianos e disse que o governo tinha que expulsar todos os imigrantes legais e ilegais.

— Que merda. — Harry disse baixinho e Serafina lhe chamou a atenção. — Desculpe, mas não entendo como alguém que sofreu discriminação do mundo mágico pode discriminar da mesma maneira.

— A xenofobia, como outros preconceitos não tem uma explicação simples, Harry, pois apesar da base ser a ignorância, também pode ser um reflexo da sua educação. — Serafina disse. — Sr. Graham pode ter sido educado em uma família intolerante ou pode sentir que como não foi bem-vindo no mundo mágico, tem o direito de também não querer "estranhos" em seu mundo.

— De qualquer forma, Monty me procurou e explicou o que estava acontecendo, assim, coube a mim interferir e insistir que o Sr. Graham se aposentasse. — Falc disse. — Ele não gostou, pois se sente jovem e que ainda pode colaborar, mas eu tive que deixar claro, ou se aposentava com um salário justo, ou seria despedido.

— Nós também oferecemos uma cabana aqui na fazenda, assim ele poderia se sentir mais perto do lugar que ama, achamos que sem a responsabilidade, o Sr. Graham poderia até desfrutar da aposentadoria. — Falc disse com uma careta. — Ele recusou grosseiramente, claro, disse que continuaria a morar na casa onde viveu com a sua falecida esposa a vida toda.

— Bem, o fato é que a Sra. Graham morreu há 3 anos e o seu único filho vive em Londres e nunca visita o pai. Pelo que sabemos, eles tiveram uma briga feia anos atrás e nunca mais se falaram. — Lisa contou.

— Quer dizer que ele é solitário. — Harry disse com um suspiro. — Quando era criança o senhor se lembra se o Sr. Graham fazia essa discriminação contra os funcionários de origem não inglesa?

— Não. A fazenda era cheia de galeses, irlandeses, alguns poucos escoceses e tinha alguns indianos também, mas todos eram tratados bem. — Monty disse pensativo. —Claro, hoje o número de imigrantes ou filhos de imigrantes é muito maior, tanto no mundo mágico como no trouxa.

— Quando conversaram com ele, o Sr. Graham mostrou qualquer arrependimento ou disposição para mudar? — Harry acrescentou a pergunta pensativo.

— Não. — Monty disse e o Sr. Falc acenou negativamente

— Eu estava com o Falc quando lhe demos a notícia da aposentadoria e nunca vi alguém ser tão gentil ou paciente, mesmo quando o Sr. Graham gritou grosseiramente. — Sirius disse irritado. — Eu tive que me controlar e lembrar de sua idade, mas Falc nunca perdeu a calma.

— Acredite, como advogado já lidei com situações piores. — Falc disse. — Era possível perceber como o trabalho era importante para ele e foi por esse motivo que eu relutei em despedi-lo, mas infelizmente sua personalidade não nos deu escolha.

— Podemos fazer algo por ele? — Harry perguntou e todos se mantiveram em silêncio, sem ideias. — Talvez... acho que gostaria de falar com o Sr. Graham.

—Tem certeza? — Sirius parecia contrariado. — Ele provavelmente irá ofendê-lo.

— É possível, mas se eu não tentar, nunca saberei se fiz todo o possível, além disso, preciso entender porque ele se tornou xenofóbico... É assim que se diz? — Serafina acenou. — Quer dizer, talvez algo tenha lhe acontecido que não sabemos e só descobrirei se puder conversar com o Sr. Graham ou pelo menos tentar. — Harry disse sincero.

Assim, antes de irem para a próxima feira, Harry e seus adultos aparataram nos jardins da casa do Sr. Graham, que vivia aos arredores de Godric's. Da casa dele era possível chegar a cidade em 5 minutos de caminhada e eles tinham uma visão privilegiada da igreja, do Jardim da Lily e algumas casas coloridas e bonitas.

— Estamos atrasados e isso nos atrasará ainda mais. — Falc disse ao bater na porta. — Espero que ele esteja mais calmo.

Poucos minutos depois o Sr. Graham abriu a porta, usava óculos e tinha um livro na mão. Sua expressão curiosa se fechou quando os viu e ele fechou o livro de Astronomia com um baque seco.

— O que querem? Já não fizeram o suficiente? — Ele disse grosseiramente.

— Não. — Harry respondeu direto. — Eu não fiz ou disse nada, mas acho que devemos mudar isso.

Ele entrou na casa sem esperar convite e o Sr. Graham o encarou indignado.

— Eu não gosto de crianças mal-educadas. — Ele disse o seguindo para a sala e ignorando que Sirius, Falc e Serafina também entravam sem convite.

— E eu não gosto do senhor. — Harry disse com um olhar frio. — Vamos esclarecer isso. Desde o primeiro momento em que nos conhecemos o senhor foi grosseiro, me ignorou, subestimou e agiu como se estivesse falando com uma ameba. Pior, e mais imperdoável, é que tratou os meus funcionários com preconceitos tolos, isso sem falar que praticamente chamou o meu pai de vagabundo.

— Escute aqui, garoto...

— Harry, o meu nome é Harry, não garoto. — Harry o interrompeu. — O senhor teve a chance de ser o gerente da fazenda e estragou tudo, depois, se tornou o subgerente e ferrou com tudo outra vez. Está sozinho e sentado em sua bunda preconceituosa, agindo como se fosse um ser superior por ser inglês ou sei lá o que. — Harry gesticulou para Serafina. — Acredita que os negros devam voltar para a África assim como os indianos para a Índia? Esqueceu que a Inglaterra colonizou a Índia e muitos países do continente africano? Esqueceu que os negros foram sequestrados e retirados de seus lares? Os ingleses invadiram, exploraram e usaram muitos povos e seus recursos, assim, os imigrantes legais e seus filhos ou netos viverem aqui não é usurpação ou privilégio. É um direito obtido por cada um, desde que não estejam cometendo crimes.

— Acabou? — Sr. Graham perguntou com frieza.

— Não. — Harry deu um passo à frente. — Depois de sofrer discriminações no mundo mágico como pode agir assim? Se esqueceu da guerra purista? Dos inúmeros nascidos trouxas que morreram lutando por direitos iguais, pelo direito de estar no mundo ao qual pertencem os bruxos, incluindo a minha mãe! Como o senhor ousa ser igual aos comensais da morte e Voldemort?

— Eu não sou como eles! — Berrou o Sr. Graham. — Nosso país está sendo invadido por estrangeiros de todo o mundo que tira os nossos empregos. Depois que a fazenda fechou sabe como foi difícil conseguir um trabalho? Eles ganham menos, os negros, os indianos, árabes ou latinos, assim, são contratados e nós, ingleses ficamos passando necessidades! Minha esposa morreu sem que pudéssemos lhe comprar os remédios caros que o médico receitou porque eu não conseguia um trabalho descente!

— Não importa as suas justificativas e lamento por sua esposa! — Harry disse enérgico, mas compreendendo melhor a situação. — O senhor perseguir e atacar um grupo ou grupos por qualquer motivo, religião, nacionalidade, sangue, cor da pele, é errado e por isso o senhor perdeu o seu trabalho. É sua culpa! Sua responsabilidade e não venha se fingir de vítima! Ou fingir que não percebe que está agindo como aqueles puristas idiotas.

— Sr. Graham, entendo que o senhor sofreu com a perda da sua esposa e lamento que não pudemos ajudá-lo, mas a maneira como agiu ao perseguir e mentir sobre os funcionários não ingleses foi muito cruel. — Falc disse em tom suave.

— Talvez... — Sr. Graham passou a mão pelos cabelos grisalhos cheios e bagunçados. — Acho que quis me vingar ou fazer justiça...

— Não há nada de justo em perseguir quem não lhe fez mal ou pode se defender. — Harry disse. — Meus funcionários não têm culpa da situação ou do que lhe aconteceu e o senhor deveria ser leal e justo com todos, não os discriminar e prejudicá-los.

— Isso não importa agora, não é? — Sr. Graham disse e se sentou em uma poltrona, parecendo derrotado. — Perdi a minha chance e é minha culpa como você disse.

— O senhor pode conseguir uma nova oportunidade. — Harry disse e surpreendeu a todos. — Pense em nossa conversa e reflita com cuidado, se sentir que pode aceitar trabalhar com qualquer criatura que vive neste planeta sem discriminá-lo, eu posso conseguir um novo trabalho para o senhor.

— Em Godric's? — Sr. Graham mostrou ansiedade.

— Não, o senhor não seria bem-vindo lá. — Harry disse pensativo e pegou o livro de Astronomia sobre a mesa. — Gosta de Astronomia?

— Sim. — Ele se mostrou confuso. — Astronomia é importante para a agricultura, plantação e colheita na lua certa e assim por diante. Eu não fiz um mestre, pois um nascido trouxa jamais consegue fazer um no Ministério, mas pesquisei tanto sobre o assunto que me tornei um estudioso e apaixonado.

— Hum... — Harry soltou o livro pensativo. — Pense em nossa conversa, se realmente se arrepender e estiver disposto, posso ter o trabalho perfeito para o senhor, mas não tente mentir porque assinará um contrato bem detalhado se comprometendo a não discriminar estrangeiros, lobisomens, mulheres ou qualquer pessoa diferente com quem trabalhará.

— Qual o trabalho? — Graham perguntou com olhar desconfiado.

— Professor de Astronomia. — Harry respondeu e Serafina fez um som de entendimento.

— Professor? De qual escola? — O velho parecia ainda mais descrente.

— O senhor saberá quando assinar os contratos de confidencialidade. Espero uma resposta definitiva em duas semanas, Sr. Graham, envie uma carta a Sra. Serafina. Boa tarde. — Harry disse em tom firme.

Quando eles se aproximaram da porta de entrada, um perplexo Sr. Graham disse.

— O senhor parece muito com o seu avô, Sr. Potter, ele também não gostava de perder tempo ou de picuinhas tolas. — Ele disse e Harry apenas acenou em despedida.

Quando se afastaram da casa, dava para sentir a tensão dos adultos.

— Está falando sério? — Perguntou Sirius.

— De onde isso veio? — Questionou Falc.

— Perdeu o juízo? — Serafina perguntou. Todos falaram ao mesmo tempo e Harry sorriu divertido.

— Sim; da minha intuição; não. — Ele respondeu diretamente.

— Harry, você detestou o homem desde o começo e acabei concordando que ele não servia para ser gerente ou trabalhar de qualquer forma na fazenda. — Falc disse. — Agora o Sr. Graham está aposentado e nos livramos de um grande problema, mas você decide trazê-lo de volta?

— E para Stronghold? — Serafina disse indignada. — Imagine como ele tratará os lobisomens? As crianças?

— Eu estou confuso também e não acho uma boa ideia. — Sirius disse. — Os lobisomens precisam de um professor que não os discrimine ou os ofenda por serem quem são, principalmente porque estão em seu lar.

— Ok. Direi porque eu tive essa ideia e acho que todos concordarão comigo. — Harry parou de andar e organizou os seus pensamentos. — Primeiro, Monty disse que o Sr. Graham sempre foi um gerente rígido, mas não preconceituoso e cruel como se mostrou agora e que ele acredita que o motivo é porque o meu avô o mantinha na linha. Certo? — Os três acenaram. — Acreditam que o meu avô ou avó Euphemia aceitariam um gerente preconceituoso e discriminador? Quer dizer, o meu avô era ativo nas fazendas, mas ele tinha a fábrica de poções, assim, não tinha como vigiar e manter o Sr. Graham na linha o tempo.

— Então, o Sr. Graham não era xenofóbico quando jovem. — Serafina disse. — E você acredita que ele está assim por causa do que aconteceu com a esposa?

— Acho que ele era um bom gerente de uma grande fazenda e um homem feliz. — Harry disse. — Há 11 anos, ele perdeu o emprego e deve ter sido difícil ou impossível conseguir um trabalho no mundo trouxa sem escolaridade e um currículo, afinal, até outro dia, a fazenda não existia para os trouxas. — Harry viu o entendimento em seus rostos. — Duvido que Dumbledore pensou em dar cartas de recomendações aos funcionários, que não tinham como provar que trabalharam em um lugar que não existe no mundo trouxa. O filho dele estava em Hogwarts com suas mensalidades altíssimas, logo depois a esposa adoeceu e aposto que o Sr. Graham teve que fazer bicos ou pedir ajuda social ao governo para ajudar com os custos.

— Um homem orgulhoso como ele, deve ter se sentido humilhado e amargo por ter que passar por tudo isso. — Falc disse com o cenho franzido.

- Sim. Aposto que quando a esposa piorou, os remédios estavam muito caros, ele implorou por trabalhos, apenas para perdê-los para mãos de obras mais baratas, os não "ingleses". - Serafina disse triste. - O fato de os ingleses ou brancos ganharem mais já é uma discriminação horrorosa.

- Apesar de tudo o que fez, a esposa morreu. - Falc dados em sua mãe. - Sr. Graham tem 50 anos, assim ela deveria ser igualmente jovem e poderia ser salva com um tratamento e remédios adequados.

- Não sabemos o que aconteceu com seu filho, mas imagino que ser um bom pai diante de tudo se tornado mais difícil. - Harry olhou pensativo para a casa. - Agora ele está amargo, traído, solitário e cheio de raiva, mas é um homem jovem com potencial e não devemos desistir dele, acredito. Vamos lhe dar o que ele precisa, amizade, afeto, um trabalho importante que não o obrigue a se lembrar do passado e sim pensar no futuro. - Harry deu de ombros. - Se o Sr. Graham não se arrepender e aceitar uma oferta, ficamos como estamos, mas se ele decidir aceitar, lhe daremos um contrato bem detalhado e o vigiaremos bem de perto.

- Acha que ele será um bom professor? - Molho de Serafina. - Apesar do seu conhecimento, os alunos não precisam de alguém tão mal-humorado.

- Bem, sinceramente, acho que seria um desperdício alguém com tanto conhecimento se aposentar tão cedo. - Harry disse pensativo. - Ele pode usar muito aos lobisomens, não apenas Astronomia, mas sobre a sua ligação com a agricultura e ... Bem, acho que um homem que passou por tantas dificuldades e foi tão discriminado pode ser uma pessoa ideal para entender os lobisomens e ensiná -los.

- Suponho que faça sentido e, desde que não mostre amargura e rancor demais, acho que ele seria um exemplo para as crianças. - Serafina disse e Sirius riu.

- Só se por exemplo de como não se tornarem rabugentos quando crescerem. - Ele disse divertido.

- Olha, se eu estiver errado, enviamos o Sr. Graham para a aposentadoria outra vez e contratamos outro professor de Astronomia, mas tenho um bom pressentimento sobre isso. - Harry disse timidamente.

- OK. Não custa tentar e você está certo, Harry, não devemos desistir de uma pessoa que está apenas triste e solitário. - Serafina respondeu.

Logo depois eles aparataram para uma única feira em Gales, Glynneath. Harry teve muito prazer em reencontrar o gerente da fazenda, Dylan Appemdrick e sua esposa Emma, que não estava mais grávida e sim com uma pequena Glenda de 4 meses nos braços.

Glynneath era uma pequena cidade no sul de Gales, com muitas florestas, rios, cachoeiras e casas históricas. A feira foi construída em um lindo vale com grama verde e flores silvestres coloridas. Também ficava à beira de uma Floresta de árvores frondosas, um Parque Florestal de Afan e tinha uma linda visão do rio Neath, que cortava a fazenda.

O clima quente e campestre era leve, divertido e tranquilo. Por ser o horário de almoço a feira não estava lotada e os muitos clientes caminhavam lentamente, sem pressa, sorrisos nos rostos e conversando com os vendedores em cada barraca simpaticamente. Harry sorriu para a decoração simples, as barracas eram de madeira rústica e troncos de árvores sustentavam as laterais. Era como uma feira florestal e os funcionários usavam flores na lapela ou guirlandas nas cabeças. Os galeses se moviam sem pressa e pareciam apreciar que a feira tinha tanto da sua cultura, apesar de Harry ter visto alguns barganharem por descontos em tons enérgicos.

— O que acha? — Emma perguntou com uma Glenda dorminhoca nos braços.

— Acho que ficou perfeito. — Harry disse feliz, na verdade, essa era a feira mais bonita que visitou até agora. Dylan e Emma sorriram orgulhosos quando ouviram isso e os convidaram para almoçarem, mas eles recusaram explicando que já tinham se alimentando em Godric's Hollow.

As duas últimas feiras ficavam na Irlanda. No Sul, a fazenda Adare, que era administrada por Connor McGregor, um ruivo sorridente e animado que abraçou o Harry fortemente.

— Espero que goste do que fizemos, chefe. — Ele disse animado. — Queria que o meu Patrick estivesse aqui, mas ele me escreveu dizendo que pretende se divertir em Hogsmeade com a namorada. Vamos! Vamos ver a Feira!

Adare era uma cidade pequena com ruínas antigas e muitas igrejas, casas e mansões históricas. Os vales verdejantes e o Rio Maigue eram as características principais da fazenda, e a região não tinha muitas florestas, pois o terreno plano da região era utilizado para a agricultura por todos os fazendeiros. A feira estava em um lindo vale, mas longe do rio, pois segundo Connor, durante a época das chuvas, o rio subia acima das margens e era perigoso.

— Esse vale será só para a Feira? Ou o senhor o utilizará para a fazenda? — Harry perguntou curioso.

— Não, apenas para a feira. — Sr. Connor explicou. — Por isso escolhemos aqui, além de bonito, é um vale pequeno e não fará falta para a nossa produção. Logo depois daquele monte ali, começam os campos de grãos.

Harry olhou em volta para o vale verde e bonito, o monte a distância e para a feira. Ela era grande e suas barracas foram pintadas de verde floresta com coberturas laranjas, em uma referência as cores da bandeira da Irlanda. Os funcionários se vestiam de branco e verde, além de usarem chapéus de duendes mantendo a temática. Harry adorou, mas...

— Falta uma coisa. — Ele disse e Connor arregalou os olhos em confusão.

— O que? É só dizer que faremos, chefe. — Ele disse determinado. Falc, Serafina e Sirius também se mostraram curiosos.

— Árvores e flores. — Harry disse. — O vale é lindo com a grama verde e o cheiro do campo, mas precisamos plantar muitas árvores e fazer um bosque em volta da feira, bem ali. E ali, no resto do campo gramado, plantaremos algumas flores silvestres bem bonitas e, mesmo que no inverno elas morram, toda a primavera as flores renascerão e teremos uma linda vista, além de um delicioso perfume.

— Um bosque!? — Connor exclamou espantado. — E um jardim?

— Sim, o mundo precisa de mais árvores, Sr. Connor, por isso, em qualquer lugar da fazenda que o senhor puder e não atrapalhar a produção, plante árvores. — Harry recomendou, percebendo que essa era a única fazenda que não tinha um bosque ou floresta.

— Essa é uma boa ideia e poderá ajudar com a subida do rio Maigue, margens sem árvores são uma das razões para as enchentes. — Serafina disse e o Sr. Connor acenou passando as mãos pelos cabelos ruivos e fartos.

— Reunirei os rapazes e começaremos a plantar hoje mesmo, chefe, em alguns anos as mudas jovens irão crescer e teremos um lindo vale. — Ele disse entusiasmado.

Enquanto a tarde avançava, Harry e seus adultos aparataram para a última feira, que ficava no norte da Irlanda. Em sua visita em dezembro, Harry não conseguiu ver a fazenda por causa da tempestade de neve que se aproximava, mas hoje foi possível conhecê-la além da feira e ele perdeu o fôlego com tanta beleza.

A fazenda Longford ficava em frente ao Lago Forbes, uma área natural preservada por sua fauna e flora. A visão do lago azul, os montes, florestas e flores que cresciam as margens do lago deixaram Harry encantado. A fazenda era dedicada as estufas, gado, pesca e extração de madeira mágicas das árvores, tudo feito magicamente e legalmente para conservar a beleza e vida natural da região.

Saul Kelly, o gerente tinha muito orgulho da imensa fazenda e do trabalho incrível que realizavam. Harry teve a oportunidade de ver as vacas sendo ordenhadas, viu bezerros recém-nascidos correrem pelo pasto e ficou impressionado com as estufas imensas e bem cuidadas.

— O lago nos fornece peixes frescos, mas só pescamos no período correto e não utilizamos qualquer equipamento nocivo, como os trouxas com suas redes. — Sr. Saul explicou com orgulho.

— Maravilhoso! Acredito que é a fazenda mais bonita de todas que já conheci. — Harry disse e o Sr. Saul quase flutuou de alegria.

A feira ficava à beira do lago e era a menor entre as feiras, pois o lugar não poderia receber uma multidão sem causar danos a natureza.

— Não podemos cortar as árvores ou usar magia para ampliar o espaço, assim a feira não é muito grande, mas quem conhece a região sabe que lutamos para preservar o Lago Forbes. — Sr. Saul explicou. — Estamos lotados hoje por causa da inauguração, é verdade, mas depois acredito que daremos conta de atender bem a todos, principalmente porque aqui no Norte não existem tantos bruxos assim.

— A feira de Callander precisou ser ampliada hoje porque a estrutura inicial não foi suficiente. — Harry disse preocupado. — Se o senhor acreditar que a feira está muito pequena, deve no avisar, assim faremos outra aqui na Irlanda, afinal, eu tenho mais 3 fazendas sem feiras.

— Combinado. — Saul disse e os levou até a feira com as barracas de madeira natural e decorações de flores, com coberturas em azul, para combinar com o lindo lago azul. Sra. Serafina não resistiu e comprou alguns peixes frescos para o jantar e Harry comprou algumas geleias de framboesa para presentear a Guinevere.

Quando a hora do chá se aproximou, eles finalmente voltaram para Londres muito satisfeitos com as feiras que claramente se mostraram um grande sucesso.

— Problemas aparecerão, mas resolveremos todos e acredito que teremos sucesso financeiro e de geração de empregos, Harry. — Falc disse animado.

— Agora que temos esse objetivo alcançado, devemos começar novos projetos. — Harry disse sorrindo e os adultos gemeram.

— O que agora? — Sirius disse cansadamente e Harry riu.

— Pensarei em alguma coisa. — Ele disse olhando para a mansão estranhamente vazia. — As crianças não voltarão hoje?

— Não, porque temos o jantar com nossos convidados e depois o ritual. — Serafina respondeu. — Não sei quanto tempo demorará, mas amanhã almoçaremos em Oxford com meus pais e você poderá encontrar Ayana e Adam.

Harry acenou e, depois de um banho, foi ajudar a Serafina a preparar o jantar, pois eles receberiam alguns convidados naquela noite. Como tinham provado alguma coisa em todas as feiras, eles dispensaram o chá, pois não tinham fome. Harry fez um cheesecake de framboesa para sobremesa, decidindo testar a receita e depois preparar um em Hogwarts para Guinevere provar. O Sr. Boot, que tinha passado o dia fazendo pesquisa, se juntou a eles e ouviu o Harry contando em detalhes sobre cada feira.

— Amanhã eu pretendo visitar Sevenoaks, agora que me descreveu tudo isso, fiquei ainda mais ansioso. — Sr. Boot disse — Hoje eu sabia que estaria muito cheio e preferi ficar com as pesquisas do meu livro...

Harry aproveitou para fazer algumas perguntas sobre a procura de informações sobre Tom Riddle e o fim de tarde passou rapidamente.

Às 7 horas, Hector Jonas e sua sorridente esposa, Bathsheda chegaram por flu. Harry ficou muito feliz em vê-los e os abraçou amigavelmente.

— Agora sei que somos família, professor e fico muito feliz por isso. — Harry disse solene.

— Família? — Bathsheda se mostrou confusa.

— Nossos antepassados se casaram entre si, assim os Jonas são descendentes dos Potters. — Hector explicou. — Mas é uma ligação distante, mais de 400 anos atrás o meu tataravô se casou com uma das filhas do chefe da Família Potter, Liam Potter.

— Oh! Liam Potter é quem os ensinou sobre a extração de madeira mágica e que iniciou em sociedade com os Jonas a Madeireira? — Bathsheda exclamou ao aceitar um copo de suco de abobora de Serafina, enquanto Hector aceitou o vinho élfico.

— Sim. Nossas famílias eram amigas e com o casamento, se iniciou a Madeireira que é o negócio da família desde então. — Hector disse.

— Isso sem falar no ritual de ligação. — Harry disse quando se sentaram no sofá da sala de estar.

— Você sabe sobre isso? — Hector se mostrou surpreso e Harry acenou. — Eu não quis mencionar o assunto porque não queria que pensasse que estava forçando uma proximidade ou cobrando algo. Nossas famílias sempre foram amigas e nunca mais precisamos de ajuda ou proteção dos Potters, por isso, o ritual ficou meio que não mencionado, mas não esquecido.

— Os Jonas e os Potters fizeram um ritual de ligação familiar? — Bathsheda perguntou surpresa.

— Sim! — Entusiasmado, Harry contou sobre encontrar os quadros de seus antepassados e ouvir de Liam a história de como Calvin Jonas e seu filho, Callum, salvaram sua filha, Margareth, de um afogamento. — Então, quando os Jonas precisaram de ajuda e abrigo das perseguições religiosas dos trouxas, Liam os acolheu e propôs a ligação familiar, pois assim os Potters sempre viriam em socorro do Jonas e vice e versa.

— A promessa da ligação era de mútua proteção, lealdade, amizade e o casamento de Maggie e Cal, que se apaixonaram. — Hector acrescentou. — Eles dois são meus tataravôs e como Callum era o único filho de Calvin, todos os Jonas tem sangue Potter.

— Somos família. — Harry disse sorrindo feliz.

— Sim, nós somos. — Hector sorriu e acenou em reconhecimento. — Bem, conta-se muitas histórias sobre Liam Potter, sua ligação com a natureza e a magia era especial e foi por isso que ele iniciou a Madeireira Mágica. Nossa família trabalhava com pesca e uma pequena produção de ingredientes de poções no pequeno sítio em que viviam, mas eles foram obrigados a abandonar tudo e Liam lhes ofereceu a sociedade da empresa que já era forte e prestigiada. Por isso somos muito gratos a família Potter, e mantemos as promessas da ligação familiar. Sempre.

— Harry... — Bathsheda foi interrompida pelo flu que foi acionado para a chegada de Fiona.

— Boa noite. Desculpe, estou um pouco atrasada. — Ela disse e se moveu para cumprimentar Serafina, Falc, Sirius, os Jonas e Harry. — Você, meu garoto surpreendente, me manteve presa em pesquisas e preparações. Tenho tudo pronto para à meia noite e estou faminta, assim espero que o jantar não demore.

Isso provocou o riso de todos e Serafina os orientou para a mesa de jantar que estava formalmente decorada, ainda que com simplicidade.

— Lamento estar lhe dando tanto trabalho, Srta. Fiona, mas não confio em ninguém além de vocês e Flitwick para me ajudarem com os rituais. — Harry disse.

— Flitwick não vem? — Fiona perguntou.

— Ele está em uma reunião com Dumbledore e McGonagall, explicando algumas mudanças que a AP está propondo para o próximo ano. — Serafina disse. — Deveríamos participar, pois Dumbledore recusou uma mudança de data, mas tínhamos que estar aqui e assim, Flitwick e Cecilia MacMillan assumiram.

— O Conselho de Governadores não participam? — Bathsheda se mostrou curiosa.

— Decidimos seguir um movimento menos impositivo e mais apaziguador. — Serafina disse. — Explicamos e discutimos com o diretor e a vice-diretora as nossas ideias, futuros projetos e aceitamos suas perguntas e sugestões. Então, a partir disso, apresentamos ao Conselho, que aprova ou não as mudanças e conseguimos não nos indispor com Dumbledore ou os outros professores. Não queremos que as mudanças sejam surpresas impostas e desagradáveis a vocês e sim uma transição natural.

— Isso é muito inteligente. — Hector disse e todos acenaram. — Mas imagino que vocês estão encontrando alguma resistência da direção de Hogwarts.

— Sim, mas não deixamos isso nos desanimar. — Serafina disse determinada.

— Hum... — Bathsheda se mostrou pensativa e corou quando todos a encararam. — Apenas, bem...

— Pode falar, Bathsheda, toda ideia é bem-vinda. — — Serafina a incentivou.

— Apenas pensei que existe uma comissão de alunos em Hogwarts que está organizando o primeiro baile para os formandos do sétimo ano. E na AP, existem mais três alunos e um professor como representante dos alunos, o Flitwick. — Bathsheda disse pensativa. — Mas os outros professores não participam ou dão ideias em qualquer dessas reuniões. Dumbledore e McGonagall são incríveis, mas... bem, eles não são velhos, apenas de uma geração diferente. Séptima, Sinistra, Joe, Charlie, Manya, Hector e eu somos todos jovens professores cheios de ideias e vontade de ver Hogwarts avançar em uma educação mais moderna e abrangente. Particularmente, acredito que estamos com um currículo antiquado e que não oferece aos alunos o conhecimento necessário ou uma estrutura de ensino producente. — Seu discurso empolgado fez todos arregalarem os olhos e Hector a olhou com orgulho. — E se a AP ouvisse os outros professores, acredito que conhecerá muitas boas ideias e opiniões sensatas. Além disso, como somos mais abertos a mudanças, podemos ajudar a introduzi-las de maneira mais natural, enquanto que a direção parece só querer manter tudo igual. — Ela parou para recuperar o fôlego e percebeu todos a olhando com espanto, Bathsheda corou ainda mais. — Desculpa, eu me empolguei.

— Não precisa se desculpar! — Serafina disse com um grande sorriso. — Você está absolutamente certa! Vocês professores são os maiores interessados e provedores de mudanças que Hogwarts poderia ter além dos alunos e devemos sim usar e respeitar suas mentes. Como professora eu deveria ter pensado nisso, mas as vezes, quando estamos muito envolvidos em uma situação, não vemos o óbvio.

— Bathsheda tem excelentes ideias, Serafina, ela e Manya passam horas discutindo como melhorar as aulas e interessar mais os alunos por assuntos menos queridos como História e Runas Antigas.

— Marcaremos uma reunião para o mais breve possível entre os professores e a AP. — Serafina disse empolgada. — Sei que os exames estão próximos, mas tenho certeza que podemos encaixar um horário.

— Com certeza! — Bathsheda exclamou alegre.

Pouco depois eles voltaram a falar sobre o ritual de ligação com os lobisomens.

— Eu estava curioso para perguntar se os nomes com H tinham algo a ver com a ligação de nossas famílias, professor. — Harry mostrou sua curiosidade e Hector riu.

— Apenas Hector, por favor. E sim, de alguma forma tem a ver sim. — Ele disse divertido. — O nome do meio de Liam era Hesíodo, e Maggie escolheu dar ao seu filho esse nome, em homenagem ao avô. Callum concordou por obrigação e gratidão, mas detestava o nome e chamava o filho de Hesy, mas então era a esposa que detestava o apelido. Quando cresceu, Hesíodo acabou com as discussões ao dizer que gostava de seu nome e que colocaria em seus filhos nomes estranhos com H, pois isso faria os Jones diferentes e únicos. — Harry riu com os outros. — Seus filhos se chamavam Helion, Hidrew e Hunara... — Isso provocou mais risos. — Eu sei, eu sei... na verdade, a tradição se manteve, mas os nomes melhoraram, felizmente.

— E vocês já escolheram o nome da bebê? — Harry perguntou quando o riso morreu.

— Eu não me importo com a tradição do H, mas quero um nome bonito para a nossa garotinha. — Bathsheda disse. — Estamos em dúvida sobre Helena, Helga e Heloise, acho que decidiremos quando olharmos o seu rostinho e ver qual combina mais.

— Eu acho Helena e Helga nomes muito fortes e Heloisa é tão delicado e bonito. — Serafina disse. — Ótimas escolhas.

— Eu penso assim também. — Bathsheda disse. — A mãe de Hector, que já faleceu, se chamava Hannah e o irmão mais velho dele já usou o nome em sua filha ou então o consideraríamos como opção.

— Existem muitos nomes repetidos em minha família, mas de qualquer forma o meu preferido é Helena. — Hector disse com um sorriso bobo.

Eles falaram um pouco sobre a chegado da bebê e como se organizariam para as aulas.

— Eu conversei com a McGonagall e ela sugeriu que eu a leve comigo para Hogwarts e mantenha um elfo doméstico como babá, assim poderei vê-la e amamentá-la entre as aulas. — Bathsheda explicou.

— Isso é ótimo! Você poderia contratar um elfo no Jardim e oferecer pagamento! — Harry disse animado. — Estamos fazendo isso com os nossos elfos e cada vez mais eles parecem aceitar que precisam ser pagos e não escravizados. Bem, os mais jovens, claro.

— Hum... Eu não tinha pensado nisso, na verdade a McGonagall sugeriu que usássemos um dos elfos de Hogwarts como babá. — Bathsheda parecia constrangida.

— Oh, mas isso seria errado... — Harry disse com o cenho franzido.

— Harry! — Serafina lhe chamou a atenção. — Essa decisão é deles e não sua, você deve respeitar.

— Eu sei, mas... apenas parece errado que sua bebê seja cuidada por um escravo. — Harry disse chateado. — Além disso, olha como a McGonagall fala, "use um dos elfos de Hogwarts", como se eles fossem uma coisa, uma cama inanimada para ser usada como quisermos. O elfos são seres mágicos! E deveriam ser livres e respeitados!

— Harry! — Sirius disse suavemente. — Bathsheda não tem culpa disso ou que os elfos de Hogwarts sejam escravizados.

— Não, Sirius, eu não tenho culpa, mas o Harry está certo. — Bathsheda disse e Hector acenou. Fiona sorria orgulhosa, pois como meia elfa da floresta, sabia muito bem das perseguições e tratamentos cruéis a todos os tipos de elfos. — Não podemos mudar a realidade dos elfos domésticos, mas também não devemos ser indiferentes.

— Sim, exatamente o que eu penso. Não podemos evitar de usufruir do trabalho duro que os elfos fazem em Hogwarts, mas não precisamos promover a escravidão. — Harry disse sério. — Os elfos que trabalham para nós são todos contratados e acredito que aos poucos, se seguirmos uma estratégia de dessensibilização... esse é o nome que a Hermione usa, acredito que podemos mudar as suas crenças de serem felizes com a escravidão.

— Hermione está muito empolgada com esse projeto. — Fiona disse animada. — Bella Perrin e eu estamos ajudando com informações e ideias, particularmente acho que dessensibilizar os elfos para tentar desfazer essa lavagem cerebral de séculos é o melhor plano. Ainda que seja lento, claro.

— Mas agora que temos o Partido e apoio na Suprema Corte, podemos tentar algumas mudanças. — Sirius apontou.

— Nada muito brusco, mas poderíamos tentar protegê-los, sabe, acabar com as punições. — Harry disse e todos acenaram antes de voltarem outra vez ao assunto do ritual.

— Harry, o que lhe inspirou a fazer a ligação com os lobisomens? Foi saber sobre a ligação antiga entre os Potters e Jonas? — Bathsheda perguntou.

— Não, quando eu soube sobre o ritual entre os Jonas e os Potters, já tinha me decido pelo ritual de ligação com os lobisomens. — Harry explicou e ao ver o olhar curioso de Fiona, contou a história das famílias.

— Interessante. — Fiona disse pensativa. — Mas você pensou no ritual por si mesmo, o que te inspirou exatamente?

— Bem, como membros do Partido dos Justos vocês já sabem como e porque eu sobrevivi a maldição da morte, mas vocês ainda não sabem sobre as alas. — Harry explicou como o sacrifício da sua mãe e a proteção criada que permitiu ao Dumbledore criar alas que se mantinham fortes até hoje e existiriam enquanto ele continuasse a viver com o sangue de Lily. Contou também como Serafina disse que eles poderiam transpô-la para outro local ou casa, desde que houvesse uma ligação familiar, mágica ou de sangue entre o Harry e os moradores desse outro lugar.

— Eu estou estudando as alas com muito cuidado, a magia é muito complexa e algo tão único assim é ainda mais. — Serafina disse suavemente. — Minha intenção era manter as alas e por consequência a proteção sem que o Harry fosse obrigado a viver com os tios, mas não tenho certeza se isso é possível, ainda. Agora que o Harry está seguro vivendo com sua tia, nosso maior objetivo é descobrir como manter a proteção e as alas além da sua maioridade, que dizer, ele não poderá viver com a tia para sempre e ao tornar-se adulto a proteção se desfaz.

— Para a guerra contra Voldemort, perder a proteção e as alas seria um golpe duro. — Hector disse e todos acenaram.

— Em teoria, penso que poderíamos tornar a proteção um encanto ligado ao sangue e magia Potter. — Serafina disse. — O ritual de ligação mágica tornará a matilha família do Harry e poderemos colocar as alas em volta da ilha. Também acredito que isso nos dará muitas informações.

— Dumbledore criou um complexo rúnico para erguer as alas? — Bathsheda perguntou pensativa.

— Não, as runas usadas nas pedras alas são de poder, amplitude e ligação. — Serafina explicou. — O poder da proteção é transferido para as alas por intenção e sangue, por isso quando erguemos as alas na ilha, o Harry deverá usar o seu sangue para dotá-las da proteção da Lily.

— Com o Harry entregando o seu sangue voluntariamente as alas da ilha serão muito poderosas, mesmo que ele não more lá. — Fiona disse. — Mas acredito que vocês não consideraram a magia.

— Como assim? — Harry perguntou preocupado.

— Bem, as alas de sangue se sustentam porque você e sua tia têm o mesmo sangue, mesmo que ela não seja portadora de magia. Como você disse, Serafina, intenção e sangue, mas a ligação do Harry com a matilha será por magia, não sangue, assim, acredito que as alas devem ter sua magia para protegê-los, não apenas a magia que está em seu sangue. — Fiona explicou. — Sua intenção e força mágica devem sustentar a magia das alas, como um reforço duplo, ou seja, Harry utiliza o sangue e sua magia.

— Harry não tem poder suficiente para criar alas. — Falc disse.

— Não as criar, os adultos podem cuidar disso, mas quando chegar a hora de dotá-la da proteção da Lily, o sangue e a magia do Harry deveriam trabalhar juntos. — Fiona disse e Serafina acenou pensativa.

— Porque a ligação do Harry com a matilha é mágica, assim, o sangue nas alas poderá não ser o suficiente, ele precisará utilizar sua magia, pois é o que o ligará aos lobisomens hoje. — Serafina disse.

— Eu adoraria conhecer mais as alas, Serafina e Harry, acredito que seria possível tornar a ala um encantamento rúnico. — Bathsheda disse concentrada. — Seria muito complexo e estaria ligado a magia Potter, ao sangue Potter. O maior problema como eu vejo, é que a proteção da Lily tem a intenção de proteger o Harry de Voldemort, assim, ao atingir a maioridade ou se Voldemort morrer de vez, ela não é mais necessária.

— Mas as alas também me protegeram dos comensais da morte, quer dizer, eles nunca me encontraram. — Harry apontou.

— Mas isso é parte do poder e intenção de Dumbledore, Harry, não podemos esquecer de quão poderoso ele é. — Serafina disse. — Se por um acaso um comensal da morte o atacasse, o tocasse ou tentasse lhe atingir com o Avada Kedrava, a proteção não agiria como agiu contra Voldemort.

— Oh... — Harry acenou meio confuso.

— Mas isso é bom! — Bathsheda disse animada. — Quer dizer que a proteção tem uma "falha" e podemos concertá-la! Uma proteção ligada por sague e magia é muito poderosa, viver com a tia permite que a proteção viva e fortaleça as alas, então, só precisamos "ensinar" a proteção que ela precisa ir além do que já faz. Quando criarmos o complexo rúnico do encantamento, explicaremos a proteção que ela precisa proteger o Harry de seus inimigos e não do seu maior inimigo.

— Isso é possível? — Sirius perguntou ansioso.

— Sim, não é fácil ou rápido, mas acredito ser possível. — Bathsheda disse sincera. — Precisarei estudar as alas, fazer algumas pesquisas e o Harry precisa começar a aprender Runas imediatamente! Se o prazo é até a sua maioridade, já estamos atrasados!

Os adultos pareciam empolgados e Harry pensativo.

— Isso ainda não resolve como farei para levar essas alas de proteção para famílias das quais me importo, mas que não tem o meu sangue e sem me ligar a eles magicamente. — Harry disse.

— Uma coisa de cada vez, Harry. — Serafina disse sabendo que ele estava buscando uma maneira de proteger os Boots de Voldemort e seus comensais durante a guerra. — Se conseguirmos manter a ala existente como um encantamento rúnico, mesmo que seja apenas para a sua família, depois podemos descobrir o próximo passo.

— Você poderia conversa com a minha trisavó, Bathsheda. — Harry disse se servindo de mais batatas assadas que acompanhavam o peixe. — Ela era uma mestra em Runas Antigas e fez coisa incríveis na Mansão Potter.

— Oh, eu adoraria... — Bathsheda disse hesitante. — Antigamente as mulheres não tinham muitas oportunidades de estudar, é incrível que ela tenha feito um mestre.

— Duvido que algo segure a vovó Laura. — Harry disse divertido.

— Laura? Como em Laura Fleamont? — Bathsheda exclamou chocada e levou a mão ao peito amplo. — Oh! Merlin!

— Você a conhece? — Hector perguntou confuso.

— Se eu a conheço? Eu li todos os 5 livros que ela escreveu! 5! Eu não sabia que ela era uma Potter, seu sobrenome nos livros é Fleamont! — Bathsheda parecia emocionada e o Harry muito surpreso.

— Ela escreveu livros? — Ele perguntou.

— Sim! Infelizmente, apesar das minhas tentativas, eu nunca convenci o diretor a incluir os seus livros no currículo de Hogwarts. — Bathsheda disse. — Primeiro, eles são antigos e proibidos legalmente pela autora de serem editados ou censurados pelo Ministério. Alguns dizem que os livros devem ser defasados, mas é o oposto! O que acontece é que os novos escritores pegam os livros dela e de outros grandes autores e fazem um resumo, depois o ministério vem e faz a sua "edição especial". Se eu pudesse mostrar aos alunos o seu incrível trabalho, as aulas seriam deveras mais interessantes, ainda que eu tente trazer o máximo possível do seu trabalho nos poucos horários que tenho disponível.

— Bem, acho que vocês se darão bem. — Harry disse sabendo que sua avó amaria conhecer outra alma apaixonada por Runas Antigas. — E, eu preciso começar a ler os livros dela.

— Urgentemente. — Bathsheda acrescentou.

— E sobre o ritual, Fiona, Bathsheda? Tudo está pronto? — Serafina perguntou preocupada.

— Sim, precisamos apenas saber o que o Harry pretende sacrificar. — Fiona disse. — O ritual sofreu algumas alterações do original, pois o Harry não é um adulto, assim tivemos que ancorar mais poder nas runas. Por isso vocês terão que participar como testemunhas. — Bathsheda acenou e explicou em detalhes como seria o ritual.

— Essas mudanças são para que a convocação não o esgote, Harry, pois assim que essa parte estiver finalizada, vem as promessas e a ligação. Você precisa estar forte para esse momento. — Bathsheda concluiu.

- Eu confesso que acho esse ritual muito perigoso e preferiria que o Harry escolhido escolhido outro. - Serafina apontou.

- O menino sabe o que faz, Serafina. - Sr. Boot disse suavemente. - Apenas estou curioso sobre o sacrifício escolhido por ele.

- Vocês saberão na hora do ritual. - Harry disse convicto. - Eu sinto que esse ritual é o certo, pois preciso que os meus antepassados testemunhem, aprovem, apoiem e protejam os nossos novos familiares.

- E, esse é o maior problema com o ritual, não importa qual você escolhesse. - Fiona disse. - O que você está pretendo é muito maior e mais complexo do que o que seu antepassado Liam Potter fez. - Ela suspirou e se serviu de mais comida, pois ainda estava com fome. - Um ritual de ligação entre famílias é simples, precisa de muita atenção com as palavras intenção, pois deve abranger a linha da família durante os séculos e séculos seguintes. Ou para sempre.

- Isso não é assim também? - Sirius perguntou. - A ligação familiar entre os Potter e a matilha não continuará para sempre?

- Impossível. - Fiona respondeu sincera. - Se possível, se o Harry se ligar com uma matilha e não com os lobisomens, o que eu conselho. Na verdade, eu preparo os dois rituais, mas já lhe digo o segundo é muito mais complexo, exigirá um grande poder mágico e tem mais chance de não funcionar, além de não durar para sempre.

- Eu estou confuso. - Harry disse e todos acenaram preocupados.

Fiona suspirou e comeu lentamente o seu bocado tentando ordenar os pensamentos.

- O ritual de ligação com os lobisomens enquanto obrigaria o Harry a ligar magicamente com mais de três mil bruxos. - Ela começou pela parte mais complexa. - Estamos falando de uma ligação familiar, mas não com uma família e sim com mais de 3 mil bruxos de famílias diferentes e que possui filhos, netos, sobrinhos, bisnetos e assim por diante. A família Jonas por exemplo, neste momento pode ter uns 20 ou 30 membros vivos, certo?

- Aproximadamente. - Hector confirmou.

- Agora imagine multiplicar isso por 3 mil? - Todos acenaram entendendo o problema. - A ligação com mais de 3 mil lobisomens já é bem complexa, coloque na mistura como famílias, incluindo que estão vivas agora.

- Quer dizer que eu estaria me ligando com famílias como os Greengrass, Travers e outros? - Harry picado com chocado. - Pessoas que expulsaram os seus familiares para viverem abandonados em acampamentos? Ou são puristas apoiadores de Voldemort?

- Exatamente. - Fiona disse.

- Eu não quero isso. - Harry disse com firmeza e Fiona alívio alívio.

- Bom, porque, como eu disse, desta maneira eu recomendaria que o ritual de ligação fosse feito só depois que você realizasse os rituais de fortalecimento que planeja para o verão, pois a exigência mágica é enorme e poderia ser fatal. - Fiona disse seriamente.

- Isso não é uma opção. - Disse Sirius olhando para Harry com preocupação e carinho. - A ligação com a matilha é a melhor opção nesse caso, mais segura e pode durar por séculos.

— Sim, mas a "desvantagem", se é que podemos chamar assim, é que a ligação é com a Matilha dos Lobos Guardiões, não com os lobisomens individualmente. — Fiona expôs, mas era possível ver que eles não entediam a diferença. — Basicamente, quando os lobos se ligaram como uma matilha, eles se tornaram uma grande família e assim, o Harry se liga a essa família. Ou seja, se alguém deixar a matilha ou for expulso, perderá essa ligação com os Potters. Quando a pessoa morrer, seus descendentes não herdarão essa ligação ou qualquer familiar vivo no momento. Se um novo membro for aceito na matilha, seja por escolha ou por nascimento, ele se torna parte da ligação desde que faça e mantenha as promessas exigidas pela Matilha. — Fiona explicou suavemente.

— Isso me parece bom, não vejo desvantagem. — Falc observou.

— Bem, acho que devemos pensar a longo prazo. — Fiona disse. — Se a Matilha se desfizer ou acabar um dia, a ligação desaparece e se os futuros membros não forem do agrado dos descendentes do Harry, eles não poderão quebrar a ligação.

— Mas isso não é verdade para a ligação com uma família? — Harry perguntou. — Se os Jonas não existissem mais, a ligação feita por vovô Liam não existiria mais. Ou, se os atuais membros da família fossem pessoas ruins, eu não poderia desfazer a ligação.

— Sim, Harry, mas estamos falando de uma família de 30 membros. — Fiona disse. — Imagine que daqui há 200 anos, a Matilha dos Lobos Guardiões seja uma matilha de 5 mil membros e eles decidam entrar em guerra contra o mundo mágico? Algumas das promessas feitas até agora os impede de fazer algo assim?

— Não exatamente. — Harry disse com o cenho franzido. — Mas eles não podem ferir pessoas ou transformá-los propositalmente ou viver de roubos, assassinatos ou explorações ilegais.

— Quando fizemos o texto do tratado tivemos cuidado com a disposição de atos ilegais, pois para o Ministério da Magia até eles trabalharem é algo ilegal. — Falc acrescentou. — Nós especificamos os atos ilegais para evitar esse conflito, mas entrar em guerra não está entre eles.

— Não ferir, assassinar ou transformar uma pessoa ou bruxo já abrange a ideia de guerra. — Sr. Boot disse lentamente. — Além disso, duvido que os números aumentarão, pois, a tendência é que as mordidas acidentais diminuam. Os lobisomens que surgirem a partir de agora serão criados por não membros da matilha e sempre poderemos oferecer ajuda para que eles não vivam da maneira como os outros viviam antes de Stronghold.

— Além disso tudo, se por um acaso a matilha se tornar má, meus descendentes cuidarão disso. — Harry disse. — Nossa ligação e promessas não podem impedir que quem fizer coisas ruins sejam punidas, como um escudo que os permitem fazer o que quiserem. Se um Jonas se tornasse um assassino, eu não poderia ir contra a lei e livrá-lo da prisão.

— Isso tudo faz sentido, Harry. — Hector disse pensativo. — Mas o que Fiona quer dizer é que é impossível controlar mais de 3 mil lobisomens.

— Eu não quero controlá-los. — Harry acenou negativamente. — Eles fizeram promessas a matilha, assinaram o Tratado, aceitaram a ligação por magia com os Potters. Tudo isso exige comprometimento e honra, se algum deles se desviar desse compromisso, os outros lobisomens descobrirão e cuidarão disso. Minha intervenção deve vir em casos excepcionais ou se toda a matilha se tornar má e não se for um lobisomem ou um pequeno grupo deles.

— Você controlará quem será aceito como novo membro? — Fiona disse. — Ou quem será expulso ou porquê? Se os alfas se tornarem injustos ou cruéis, quem ajudará a matilha? Harry, Stronghold se tornou quase um país, com suas fronteiras e leis próprias e você não estará aqui para sempre para ajudar, aconselhar ou intervir.

— Bem, gostaria de pensar que o que estamos fazendo hoje refletirá positivamente no futuro. — Harry disse suavemente. — Que os filhos desses lobisomens ou os lobisomens que existirem no futuro serão aceitos em nossa sociedade, que respeitarão e seguirão as leis do Ministério. Leis justas. E que a ilha será apenas o seu lar, não o seu esconderijo ou porto seguro. — Ele pensou por alguns segundos. — Gostaria de acreditar que eu viverei por muito tempo e terei filhos, netos, bisnetos, e que poderei ensiná-los a como agir corretamente em quaisquer circunstâncias. No entanto, não sou tolo para ignorar que as coisas podem piorar e não melhorar, além disso, eu posso não sobreviver a guerra. — Ele suspirou. — Entendo a sua preocupação, Srta. Fiona, mas o que você acredita seria a solução?

— Olha, entendo toda a questão da proteção e alas. — Fiona disse sincera. — Se a ligação permitir que coloquemos as alas de sangue em volta da ilha, será impossível para Voldemort e seus comensais invadirem Stronghold e atacarem os lobisomens. Acho que fazer a ligação dos antepassados foi a sua melhor escolha, pois apesar dos perigos com a convocação, você terá a possibilidade de proteção extra.

— Como assim? — Serafina perguntou.

— Quando os antepassados do Harry se apresentarem a convocação, ele deve fazer um acordo com eles sobre a matilha. — Fiona disse. — Isso é algo especial, possível, mas delicado como tudo o que envolve a morte, espíritos, magia e poder.

— Qual acordo? — Harry se inclinou a frente ansioso.

— Que serão eles que julgarão a matilha e decidirão se a ligação se fará ou se manterá. — Fiona explicou. — Peça a eles não apenas que testemunhem e apoiem, mas também que julguem se a magia da família Potter deve se ligar a Matilha dos Lobos Guardiões. E acrescente que agora e para sempre, confiará neles para se manterem atentos a matilha e se eles permanecerão no caminho digno e honrado que o nome Potter exige. Dê a eles o poder de desfazerem a ligação no caso de um dia a matilha toda se perder e se tornar má

— Oh... — Harry arregalou os olhos enquanto ouvia. — Isso é possível? Porque me parece a decisão ideal! Eu confio em meus antepassados!

— Sim, é possível, desde que os seus antepassados aceitem a incumbência. — Fiona disse sorrindo. — Agora, sobre se apenas um lobisomem ou grupo se desviar, concordo que a matilha deve agir por si mesma, mas em caso de os alfas se tornarem cruéis, bem, isso me preocupa.

— Acho que já temos a solução para isso, Fiona. — Sirius contou sobre a visita a Ardelean e como o vampiro Mihai faria um objeto mágico para a escolha dos alfas, onde a magia escolheria os melhores para a função.

— Ok. Isso me deixa mais aliviada. — Fiona disse. — Um objeto como esse será poderoso e conectado com a própria Deusa, assim, me sinto mais segura. — Ela suspirou. — Toda essa sua ideia de ajudar os lobisomens, lhes dar um lar e formar uma grande matilha foi incrível, Harry, mas acho que devemos esperar dificuldades e nos preparar para elas.

— Mihai nos disse algo do tipo. — Sirius falou. — Ele acredita que a união de tantas matilhas e grupos, com alfas acostumados a comandar e liderar os seus lobisomens causará conflitos cedo ou tarde.

— Isso é possível. — Fiona acenou. — Agora tudo parece bem, porque é uma vida muito melhor do que a anterior, mas não duvido que os conflitos se iniciem em algum momento. Literalmente, o que temos agora são milhares de lobisomens coexistindo em uma ilha, quase que presos em uma situação necessária, não exatamente ideal. Os lobisomens podem ser instáveis, irritáveis, territoriais e violentos em algumas circunstâncias e é impossível prever todos os cenários ou impedir conflitos.

— Se é impossível evitar conflitos, devemos nos preparar para resolvê-los. — Sr. Boot disse seriamente. — O que faremos quando eles começarem?

— Nada. — Harry disse. — Nós não interferiremos, porque eles têm que resolver os seus problemas por si mesmos e aprender com eles, ou com os erros que cometerem. Se formos até lá e resolver a bagunça que criarem, eles nunca irão crescer como uma matilha, uma comunidade ou povo. — Ele olhou em volta da mesa. — Pior, eles duvidarão da liberdade que prometemos a matilha. Stronghold não é como os acampamentos do Ministério e eles não devem sentir que estão sendo vigiados, analisados ou coagidos por nós. Prometemos que eles teriam liberdade para viverem suas vidas, construírem uma unidade e liderarem a matilha, mas se interferirmos, tiraremos a autoridade dos alfas e isso os enfraquecerão. — Houve acenos entre os adultos ao analisarem sua opinião. — Apoiar e ajudar é diferente do que controlar ou impor nossa autoridade. Se eles precisarem de nossa ajuda e pedirem, ajudaremos e se eles cometerem erros, terão que aprender e fazer melhor na próxima vez.

— Como filhos. — Serafina disse suavemente. — Nós lhe damos liberdade, mas com apoio e ajuda incondicional, além de uma dose de vigília, que virá dos seus antepassados. Acredito que o Harry está certo, se tentarmos controlar, faremos os lobisomens mais desconfiados de nossas intenções e o Tratado não resolverá tudo.

— Mesmo a ligação não fará isso. — Fiona disse. — Existem desconfianças e discordâncias entre familiares, o que a ligação fará é torná-los parte da sua magia familiar e eles serão como irmãos para você, Harry. Mas confiança não se conquista com magia e sim com o tempo.

— E decisões corretas. — Sr. Boot disse pensativo. — Acho que você está certo, mas existe uma linha onde você deve intervir caso se faça necessário, Harry.

— Não posso saber quando cruzar essa linha até me deparar com ela, Sr. Boot, apenas posso esperar que eu possa enxergar e saber o que fazer quando esse momento chegar. — Harry expôs a verdade.

— E nós o ajudaremos, Harry, você não estará sozinho. — Sirius disse em tom de promessa.

— Absolutamente. — Hector sorriu. — Eu serei um dos professores em Stronghold e prometo ajudá-lo e a matilha no que precisarem, Harry.

— Você sempre terá o apoio dos Boot, Harry, e dentro da matilha existem muitos que querem viver bem e dignamente. Acredito que a grande maioria não fará nada para destruir o que está sendo construído em Stronghold. — Sr. Boot disse e Harry acenou desejando que ele estivesse certo.

Depois da sobremesa deliciosa e muito elogiada por todos, o grupo aparatou para Stronghold. O ponto de aparatação era no pátio em frente ao castelo e o vento os atingiu fortemente assim que chegaram. Remus os esperava no grande salão junto com os alfas e era possível ver a ansiedade dos três.

— Que bom que chegaram! — Remus disse sorridente. — Tudo está como Bathsheda e Fiona prepararam, qualquer coisa a mais que precisarem é só dizer.

— Tudo está pronto, Remus, apenas recorde a todos de que devem formar um grande círculo em volta do Harry e dos alfas. — Fiona disse suavemente. — E, meu conselho é que todos estejam sentados, assim poderão ver o círculo do ritual.

— Ótimo! Eu já disse a todos, mas voltarei a avisá-los se for necessário. — Remus olhou para Becky e Elfort que acenaram.

— Você está pronto, Harry? — Sirius perguntou e Harry sorriu serenamente.

— Totalmente. — Depois olhou para os alfas — Como está tudo por aqui? Espero que a primeira lua cheia tenha sido menos ruim do que é normalmente.

— Realmente foi. — Becky disse sincera. — A dor da transformação não mudou, mas não nos ferimos com mordidas e arranhões como sempre. Estar em nosso lar, seguros e com os irmãos da matilha acalmou os nossos lobos e isso foi incrivelmente mais pacífico do que esperávamos.

— Sim, mas não sabemos se será todo o mês assim. — Elfort disse. — O seu plano para conseguirmos os ingredientes da poção mata cão é muito bom, garoto, espero que em três luas todos possamos tomá-la. — Elfort e Becky pareciam esperançosos. — Sobre a sua pergunta se está tudo bem, eu lhe digo que por enquanto sim, mas já aviso que estamos com alguns descontentes.

— Descontentes? — Harry perguntou preocupado. — Porque? Algo está faltando?

— Para nós, não. — Becky se apressou em dizer. — Temos um lar seguro, comida, alguns já estão trabalhando e aos poucos acredito que todos terão um emprego. Enquanto isso, as casas na vila estão em reforma acelerada, a fazenda sendo preparada para produção e as estufas já foram semeadas. — Ela parecia emocionada. — Para mim pessoalmente, parece um sonho.

— O problema são aqueles que estão ociosos por falta do que fazer ou porque não se preocupam em ajudar na reforma ou na produção. — Elfort disse. — Os que estão trabalhando reclamam daqueles que não fazem nada e os que não fazem nada, reclamam de que têm que esperar por uma colocação. — Ele suspirou irritado. — Pior são aqueles que ficam reclamando de tudo e ou que querem fazer tudo por conta própria, sem pedir ajuda, autorização ou seguir ordens.

— Tivemos um acidente outro dia. — Becky disse parecendo preocupada com sua reação. — Aqueles que estiveram em sua fazenda em Callander, foram orientados pela gerente, Jesse, a como cuidar das ovelhas, cordeiros e carneiros. Como temos montes escarpados e precipícios como Callander, ela explicou que o pastoreio deve sempre ser feita com calma e serenidade.

— Quer dizer que você não toca os animais com gritos ou movimentos bruscos, eles não devem correr e sim andar de um lado para o outro, em busca de pastagens mais fartas. Entende? — Elfort acrescentou, Harry e todos os outros acenaram. — O problema é que alguns idiotas resolveram ignorar os conselhos, disseram que uma mulher não sabia nada sobre como tocar uma fazenda ou cuidar dos animais. Resultado, perdemos 10 animais que se machucaram fatalmente ao caírem pelas escarpas quando se assustaram.

— Pudemos aproveitar a carne de alguns, mas os que caíram no mar, 6, foram perdidos. — Becky disse.

— Bem, posso imaginar quem foi o idiota que fez essa tolice. — Harry disse. — E aposto que foi o pessoal da sua matilha que o acompanhou.

— Douglas. — Disse Sirius irritado.

— Ele mesmo. — Elfort disse com uma careta. — McGregor está sempre reclamando de tudo, furioso por ter que trabalhar enquanto muitos ficam sem fazer nada, apenas esperando por uma colocação. Ainda nos desafia, desobedece, resmunga sem parar ou apenas discursa sobre como a matilha precisa de um alfa mais rígido.

— Hum... — Harry sorriu levemente, mas reprimiu o pensamento. — E o que vocês fizeram?

— Bem, nada, porque foi um acidente e não achamos que devemos puni-lo por sua idiotice. — Becky disse. — Sobre o seu comportamento, Elfort teve uma conversa com ele.

— Eu lhe disse que ele estava sendo um idiota mesquinho, que os membros parados estavam esperando ser chamados pela GER para algum trabalho na Aliance ou na fábrica de cosméticos que será inaugurada no fim do mês. — Elfort deu de ombros. — Mas McGregor respondeu que não era ao único descontente e que como o alfa, eu deveria ouvir e ajudar a matilha.

— Vocês têm alguma ideia do que podemos ou devemos fazer? — Becky perguntou. — E sobre os animais? Você tem alguma punição em mente, Harry?

— Primeiro, isso é decisão de vocês dois. Os alfas que escolhi para esta matilha são fortes, capazes e podem resolver ou decidir sobre esses conflitos sem a minha interferência. Ou de qualquer um de nós. — Harry disse olhando em volta e percebeu que Becky endireitou os ombros mais confiante. — Particularmente, acredito que McGregor não deve ser punido severamente pela perda dos animais, ao mesmo tempo, acho que vocês deveriam ouvi-lo e lhe dar o que ele quer.

— O que? — Elfort e Becky mostraram assombro.

— Gosto dessa ideia. — Disse Sirius divertido, Remus riu levemente.

— Não entendo. — Disse Becky confusa.

— Ora, McGregor não pediu um alfa rígido? — Harry apontou. — Ele não está reclamando de trabalhar quando outros estão parados? Bem, puna-o lhe retirando a administração da fazenda e coloque os ociosos para trabalhar nela, aqueles que têm competência e disposição para ouvir os ensinamentos da Jesse, claro. — Harry os viu arregalar os olhos ao entenderem. — E deixe McGregor e seus ex-membros de matilha parados para descansarem, afinal, não é justo que só eles trabalhem.

Por um segundo todos absorveram a ideia, então todos começaram a rir, pois era muito divertida.

— Por Merlin! Não vejo a hora de ver a sua cara quando eu lhe disser isso! — Elfort gargalhou.

— Essa é uma ideia. — Harry disse. — Mas vocês devem decidir o que fazer por si mesmos, eu ajudarei, apoiarei e aconselharei, no entanto, vocês têm o controle aqui. Assim, alfas, assumam o comando.

Suas palavras trouxe um brilho de satisfação e orgulho aos olhares de Becky e Elfort que acenaram determinados a cumprir a sua ordem.

— Já é quase hora. — Fiona disse gentilmente. — Posso sentir a magia aumentar, devemos nos mover e nos preparar para o ritual.

Todos acenaram e caminharam para fora do castelo. O ritual aconteceria em uma clareira na floresta, o mesmo lugar onde o Harry pretendia construir a sua fazenda de flores e plantas, que seriam vendidas para a fábrica de cosméticos. O lugar tinha muito espaço, mas ainda não o suficiente para mais de 3 mil pessoas, assim, muitos subiriam em árvores para poderem acompanhar o ritual e estarem presentes. Os que ficariam no chão foram orientados a se sentaram em um grande círculo em volta do local preparado para o ritual, assim, os últimos poderiam enxergar tudo.

O grupo já estava esperando a beira da floresta e Harry se surpreendeu outra vez com a quantidade de bruxos que agora viviam em Stronghold. Eles pareciam melhores, observou ele, mais felizes, esperançosos, bem alimentados e, apesar das roupas velhas, elas estavam mais limpas. A frente do grupo estava os Greengrass e Harry pode ver que Daphne parecia bem à vontade entre eles. Harry sorriu para ela e sua amiga sempre fria devolveu um meio sorriso, enquanto a garota que estava ao seu lado, e parecia sua gêmea, abriu um sorriso largo e animado. Não foi difícil perceber que aquela era a Viviane.

— Oi, Daphne. — Harry disse. — Como foi o seu dia?

— Muito bom, Potter. — Ela respondeu em tom suave. — Mais uma vez, obrigada.

— De nada. — Ele disse simplesmente, depois se virou para Viviane e estendeu a mão. — Harry Potter, a seu dispor.

— Viviane Greengrass. — Vivi disse apertando a mão estendida e corando levemente com seu tom formal e elegante. — Prazer em conhecê-lo.

— Igualmente. — Harry olhou em volta e encontrou muitos rostos o encarando com expressões de gratidão, carinho, assombro ou curiosidade. Ele sorriu e depois se distanciou, procurando um ponto mais alto para ver a grande multidão, então, Harry acionou o Sonorus em sua garganta com a sua varinha. — Boa noite! — Ele disse e as conversas foram parando até que o silêncio total imperou. — Oi, eu sou o Harry Potter, vocês já me viram no dia em que se mudaram para a ilha. Não tive a oportunidade de conhecê-los por causa da escola, mas espero que durante o verão possamos passar mais tempo juntos e nos tornamos amigos. — Muitos tinham olhos arregalados para a ideia, outros sorriram e acenaram. — Vocês sabem o que faremos hoje e porquê. Certo? — Todos acenaram ou murmuraram que sim. — Bem, o ritual foi minha ideia e minha decisão, meus adultos me apoiaram como sempre, me mostrando como sou abençoado por tê-los ao meu lado. — Harry sorriu para Sirius e os Boots. — No entanto, eles não são Potters... a verdade é que eu sou o único Potter vivo. — O silêncio foi solene e Harry respirou fundo. — Mas o nosso dom mágico nos permite a conexão com os nossos antepassados e hoje eu realizarei o ritual dos antepassados para a nossa ligação. Se tudo der certo, nós seremos irmãos em magia. A Matilha dos Lobos Guardiões serão familiares do Potters e espero que todos aqui compreendam a importância do que estou fazendo. — Harry olhou em volta com seriedade. — Eu não discursarei sobre os feitos da minha família, mas direi com clareza o seguinte. Para aqueles que não estiverem satisfeitos ou verdadeiramente comprometidos com essa matilha, o seu lugar não é aqui. — Houve um murmúrio surpreso e olhares preocupados. — Eu soube que há alguma insatisfação entre alguns de vocês e digo que se não estão felizes ou comprometidos em tornar as coisas melhores com paciência e dedicação, o seu lugar não é aqui. — Harry manteve a expressão neutra. — Quando entrarmos naquela floresta, fizermos o círculo e realizarmos o ritual, não quero ninguém com dúvidas nos acompanhando. A magia do ritual é delicada, se alguém não estiver verdadeiramente comprometido, tudo poderá dar errado. E, se alguém estiver sendo falso, meus antepassados saberão, a magia saberá e eu descobrirei. Não aceitarei traidores e para aqueles que não pretendem viver honradamente ou cumprir as promessas, saiba que ser expulso da matilha desfaz a ligação comigo. — Muitos acenaram entendendo o que ele dizia. — Ser um Potter para mim é motivo de orgulho e estou transformando-os em minha família, assim, espero o mesmo respeito ao nome, a história, a magia e ao sangue Potter. Não aceitarei menos e, se alguém desrespeitar os meus antepassados e suas honras, não terão outra chance. Assim, se observem, escutem os seus corações e, se tiverem dúvidas, caminhem para lá. — Harry apontou para o castelo. — Para aqueles que estão certos do que querem, vamos em frente.

Harry se colocou ao lado do Sirius e iniciou a caminhada para a clareira onde fariam o ritual.

— Você sempre me surpreende. — Sirius disse baixinho e parecia orgulho.

— Sei que o discurso não estava previsto, mas com tudo o que ouvi essa noite, percebi que precisava deixar alguns pontos claros. — Harry disse e suspirou. — Sei que o que estou fazendo é o certo, mas temo que os meus antepassados não concordem. Não quero decepciona-los.

— Ei, se você sente que é a coisa certa, eles saberão e respeitarão isso, Harry. — Sirius passou o braço por seus ombros. — Confie em si mesmo e em seus antepassados.

Harry acenou mais confiante e olhou em volta, surpreso ao ver que Daphne sorria abertamente para um garoto loiro que se parecia muito com Lud. Sua amiga parecia mais jovem e feliz, observou Harry, provavelmente porque estava descobrindo o prazer de ter uma família de verdade. Ele se aproximou dela e bateu o seu ombro com o dela amigavelmente.

— Então? — Harry perguntou e Daphne lhe lançou um olhar indiferente.

— Então o que, Potter? — Ela disse em seu tom neutro, o que fez Harry rir divertido.

— Corte a besteira, Daphne. — Ele disse ironicamente. — Não precisa manter a pose comigo, você sabe, posso manter em segredo que você tem um coração.

Daphne lhe lançou um frio, mas Harry pode ver como sua expressão se suavizou levemente antes que ela respondesse.

— Eles são incríveis. — Ela admitiu finalmente. — Tio Lud é tão diferente do meu pai como sol é da escuridão e Viviane... — Daphne parecia estranhamente sem fôlego. — Ela é maravilhosa, tão alegre e amorosa, tão...

— Diferente de você? — Harry disse suavemente.

— Sim... — Daphne abaixou a cabeça parecendo envergonha.

— Bem, vocês são irmãs e parecidas, mas são pessoas diferentes, sabe, então serem diferentes é normal. — Harry disse dando de ombros. — Meu pai e eu somos muito parecidos fisicamente, no entanto, em personalidade somos quase opostos. Ele era brincalhão, descontraído, despreocupado, arrogante e ele foi criado por pais amorosos que o tiveram depois de anos e anos tentando, assim, meus avós o encheram de mimos e amor. — Ele olhou para Vivi que ria divertida de algum comentário de Lud. — E assim foi para Viviane, mas nós dois crescemos com quase nenhum amor e tivemos que aprender a nos defender sozinhos e sobreviver dia após dia.

— Pode ser. — Daphne acenou em concordância, apesar de não conhecer detalhes da vida do Harry, sabia o suficiente para entender o que ele dizia. — Mas isso não o impediu de ser arrogante como o seu pai, Potter.

— Tem toda razão, apesar da nossa infância, não perdemos a nossa arrogância familiar. — Ele devolveu na hora e Daphne tentou disfarçar um meio sorriso.

— Finalmente! Achei que nem hoje lhe arrancaria um sorriso. — Harry brincou.

— Eu não sorri, Potter, acho que você precisa mudar os seus óculos. — Ela disse ironicamente.

— Talvez. — Ele disse rindo. — Sabe, somos quem somos. — Harry acrescentou mais sério. — Podemos estar meios quebrados e não vermos o mundo cheio de arco íris e ursinhos de pelúcias, mas ainda somos boas pessoas. Nós merecemos uma família e amigos que nos amem, merecemos ser felizes de verdade.

Daphne não disse nada por quase um minuto inteiro enquanto caminhavam por entre as árvores.

— O que é um ursinho de pelúcia? — Ela perguntou finalmente com expressão curiosa e Harry riu divertido.

— Um dia te conto.

Logo depois, Lud a chamou e Daphne pediu licença para se afastar. Harry caminhou sozinho por alguns segundos até que George Travers se colocou ao seu lado.

— Belo discurso. — Ele disse ironicamente. — Imagino que está treinando para ser o próximo Albus Dumbledore.

Harry lhe lançou um olhar azedo, o que fez o homem mais velho rir.

— Se aproximou apenas para me ofender? — Harry disse sem deixar de estar atento ao homem. — Aliás, não esperava vê-lo aqui, lembro-me em nosso primeiro encontro que tinha decidido não se juntar a matilha.

— Sim, mas... — Ele pareceu hesitar e seu olhar se desviou na direção de Belle Perrin, a diretora da Divisão Evans que caminhava conversando com Fiona. — Alguém me convenceu a apoiar os meus homens, ao invés de um fantasma.

— Fico feliz. — Harry disse sincero.

— Ainda não pretendo deixar que mate o meu irmão, não importa o ritual. — George disse e Harry sorriu com frieza.

— Sabe o que acontecerá quando Voldemort voltar? — Harry disse e George levantou as sobrancelhas. — Ele receberá os prisioneiros de Azkaban de braços abertos e os que negaram ser seus fiéis seguidores, serão torturados e punidos.

— Você está certo. — George acenou. — O que isso tem a ver com o que eu disse?

— Se Travers estiver vivo, ou qualquer dos prisioneiros, e eles voltarem para Voldemort, ele estará mais forte e capaz para machucar a todos nós. — Harry disse. — Essa ilha estará protegida, mas o que acontecerá quando vocês deixarem a segurança para trabalharem? E sobre todas as pessoas que os ajudaram até agora? — Ele apontou para Belle. — Acredita que uma meia ninfa será poupada por seu irmão quando ele atacar a GER?

George olhou outra vez para Belle e tentou não se importar com o que lhe aconteceria, mas seu coração pulsou aceleradamente com um medo desconhecido ao imaginar os possíveis destinos cruéis que seu irmão e o Lord das Trevos lhe imporia.

— Eu não sou um assassino, Travers e não planejo matá-los como se abate um animal enjaulado, mas deixá-los serem libertados por seu mestre, significaria vidas preciosas perdidas. — Harry continuou ao explicar o seu conflito. — Assim, como você pode ver, a solução não é simples e se você tiver uma ideia melhor, eu o ouvirei.

— Eu pensarei sobre isso. — George disse sincero.

— Tem outra coisa que você deve pensar também. — Disse Harry. — Diga-me, você está entre os descontentes pela forma como as coisas estão sendo administradas em Stronghold?

— Não. — George respondeu franzindo o cenho. — Estamos aqui há menos de um mês, tive a melhor transformação em todos esses anos desde que fui mordido. Estamos bem alimentados, construindo nossas casas, sendo treinados em uma nova profissão e, em breve, estaremos todos trabalhando e ganhando o nosso sustento. Porque?

— Porque os alfas precisam de apoio. — Harry disse. — De membros fortes da matilha... betas que sejam leais, fortes e justos. — George arregalou os olhos de espanto, mas depois deixou o rosto neutro outra vez.

— E o que eu ganho com isso? — Ele perguntou.

— Sempre um Slytherin. — Harry disse com um sorriso divertido. — Você já foi escolhido para um trabalho?

— Sim. — George parecia orgulhoso. — Serei segurança das boates do Black no mundo trouxa. Na boate do Beco Diagonal, eu não poderia trabalhar, pois seria muito visível e fácil de ser identificado. Eu começarei um curso de segurança e algo chamado computação, também treinarei artes marciais. Eles disseram que sou capacitado devido ao meu físico e experiência com pessoas hostis, além do meu espírito de liderança, (seja lá o que isso for) que poderá me ajudar a me tornar o chefe dos seguranças em pouco tempo.

Harry acenou, pois podia ver que Travers se daria bem em algo assim.

— Fico feliz. — Ele disse sincero. — Agora, vamos dizer que se você não aceitar a minha proposta, colocarei você para trabalhar de barman na boate e com o T lhe dando ordens a noite inteira. — Isso fez George parar de andar e lhe lançar um olhar mortal, mas Harry apenas sorriu com malícia. — Eu também sou um Slytherin, Travers, por baixo de todo o azul e bronze.

Depois de se encararem por alguns segundos, eles voltaram a andar e Harry tinha certeza que o homem tinha um brilho de diversão no olhar.

— Só aceitarei porque vou adorar colocar aquele idiota do McGregor em seu lugar. — Disse George com falsa indiferença.

— Combinado. — Harry disse.

Travers acenou e se afastou, se aproximando de Belle Perrin para falar sobre alguma coisa. Sirius se colocou ao seu lado parecendo curioso.

— Tudo certo?

— Sim, apenas um acordo entre cavalheiros. — Harry disse divertido.

— Hum, sempre que vejo esse brilho de malícia em seu olhar, me sinto meio arrepiado de medo, sabe. — Sirius disse ironicamente e o Harry riu.

— Sirius, você sabe que eu jamais faria algo muito recriminador e muito menos ilegal. — Ele disse brincalhão.

— Sei... — Sirius estava brincando e eles sabiam, mas Harry também sabia que o seu padrinho nem sempre estava confortável com a sua veia Slytherin. — Sei também que uma jovem morena parece estar muito à vontade em sua companhia.

A mudança de assunto confundiu o Harry totalmente pois ele não tinha ideia do que Sirius falava.

— O que?

— Na verdade, eu diria que os dois estão muito à vontade um com o outro. — Sirius acrescentou com malícia, mas Harry ainda se mostrava perdido. — Estou falando se você e a garota Greengrass, a mais jovem... Daphne, certo?

— Oh! Sim, acho que posso dizer que somos amigos, apesar do quanto ela é fechada, mas hoje que está tão feliz, até que consegui arrancar um sorriso de Daphne. — Harry disse ainda sem noção da intenção por trás das palavras do padrinho.

— Você deveria pensar em convidá-la para um encontro em Hogsmeade no ano que vem. — Sirius sugeriu não tão sutilmente.

— O que? — Finalmente Harry entendeu o seu sorriso brincalhão e corou vermelho profundo. — Não, eu não...

— Por que? Vocês se dão bem, ela é muito bonita e inteligente, acredito que vocês teriam um bom momento. — Sirius disse agora mais sério.

- Bem, eu não tinha pensado sobre isso ... - Harry tinha que admitir que Daphne era muito bonita e os dois se davam bem, pois tinha muito em comum, o sarcasmo sendo apenas um ponto. - Você sabe que não é tão simples, pois eu lhe contei sobre a ... - Harry hesitou, pois, dizer "minha Guinevere" pareceria muito exagerado e revelador. - Bem, ela. - Harry acrescentou em um sussurro mesmo que sentisse que o pronome não era o suficiente para descrevê-la.

- Sim, eu me lembro sobre ... ela, mas vocês dois são muito jovens, ela é ainda mais nova por um ano inteiro, assim, você não precisa pensar em algo mais sério tão cedo. - Sirius disse em tom suave. - E, isso não te impede de sair com outras garotas em encontros ou namorar com quem você se sentir atraído. - Harry acenou pensativo e hesitante, refletindo que parecia algo possível, afinal, ir a um encontro com uma garota bonita não precisava ser um grande drama. - E, ela também, claro.

- O que? - Ele franziu o cenho. - Ela também o que?

- A garota, se você estiver namorando alguém, ela também pode sair e namorar outros garotos até vocês estarem prontos para algo mais sério. - Sirius explicou e Harry arregalou os olhos ao sentir uma explosão de raiva com o pensamento. Parecia que um rugido sairia do peito e Harry teve que controlar o impulso.

- Isso não acontecerá. - Ele disse convicto e sua voz saiu abafada pela raiva. Sirius provoca a sobrancelha curioso. - Olha, sinceramente, eu também não me certa interesso porque parece errado de forma como se ... - Harry tentou configurar os sentimentos. - Como se eu uso usando uma garota, pois sei que nunca seremos nada mais sérios, entende?

- Se você for sincero ... - Sirius deu de ombros.

- Como convido alguém para sair e digo, "ei, então, eu já encontrei minha alma gêmea e estou esperando ela crescer, enquanto isso, podemos sair e beijar?" - Harry disse sarcasticamente e Sirius riu divertido.

- OK. Eu entendo, mas não precisa ser tão sincero, apenas não fazer promessas, sabe, um encontro divertido, alguns beijos, nada demais. - Sirius disse de ombros e Harry respondeu que não vejo um encontro com tanta displicência, principalmente se beijar uma garota aleatória significaria que sua Guinevere poderia beijar algum garoto troll idiota.

- Acho que prefiro esperá-la crescer e ir em um encontro com ela. - Harry disse pensativo e a ideia fez seu coração se esquentar de um jeito gostoso. - Não quero correr o risco de ela namorar alguém e essa pessoa tomá-la de mim.

Isso fez Sirius rir divertido e Harry o encarou confuso.

— Desculpe, apenas me senti voltar no tempo por um momento. — Sirius tinha um grande sorriso e olhar saudoso. — Eu ouvi o seu pai dizer o mesmo diversas vezes, ele se apavorava com a ideia de que quando a sua mãe deixasse de odiá-lo e estivesse disposta a um encontro, isso não seria possível porque ele estaria preso com alguma garota aleatória. Pior, o que mais o aterrorizava era que ela começasse a namorar algum garoto idiota e nunca lhe desse uma chance, James acreditava que ela poderia se iludir que o amava e nunca descobrir que eles eram almas gêmeas.

Harry acenou entendendo totalmente o seu pai e um novo medo se instalou em seu estômago ao pensar que se não contasse a Guinevere que eles eram almas gêmeas, ela poderia gostar de algum garoto com cara de troll.

— O que eu faço? — Ele perguntou ansiosamente. — Eu tenho que esperar, mas e se eu esperar demais e for muito tarde? E se ela começar a gostar de algum troll idiota? E se ela não quiser ir a um encontro comigo porque somos amigos? E se...

— Calma! Ei, calma apressadinho. — Sirius tentou ignorar o sentimento de saudade de James, pois eles tinham tido essa conversa exata anos atrás. Ele precisava se concentrar no Harry. — Primeiro, não adianta ficar com pensamentos catastróficos e apavorantes, isso não leva a nada. Segundo, é justo supor que ela irá sentir por você o mesmo que você sente por ela, almas gêmeas são assim, sabe. — Harry acenou mais tranquilizado. — Por fim, o tempo é importante e acho que precisa compreender que você precisa estar pronto. Eu disse sobre o ano que vem, mas se você achar que é cedo para ir a um encontro com qualquer menina, tudo bem.

— Ok. Então, eu tenho que estar pronto. — Harry disse pensativo. — Como saberei isso?

— Um encontro sem compromisso, alguns beijos e uma conversa divertida é legal, mas namorar alguém exige mais compromisso de você e do seu tempo. — Sirius disse. — O que você sente pela menina é importante, mas você precisa estar disposto a lhe dar atenção e criar uma relação com ela. Significa estar pronto para se abrir, tomarem decisões juntos e passar muito tempo juntos, então, se nada disso lhe agrada, você não está pronto.

— Hum, mas eu já passo muito tempo com ela e adoro a sua companhia, conversamos sobre tudo e não me importaria de tomar decisões com a sua ajuda. — Harry disse e Sirius levantou a sobrancelha pensativo, pois isso era o oposto do que aconteceu com James, afinal, ele e Lily não se suportavam aos 12 anos.

— Bem, aí entra os aspectos físicos. — Sirius disse. — Acho que como vocês já são amigos tão próximos, o momento em que sentir uma grande atração física por ela, será a hora de pensar em convidá-la. — Harry acenou meio hesitante e Sirius acrescentou. — Seu corpo irá reagir a presença dela, Harry, acredite, você saberá sem sombra de dúvida. — Sirius deu uma piscadela e apontou para suas partes baixas, o que fez o Harry corar.

— Ok. — Ele pigarreou constrangido. — Mas, e sobre ela? Como eu saberei se ela está pronta?

— Acho que você deve supor que precisará esperar um ano a partir do momento em que você se sentir pronto. — Sirius disse dando de ombros. — Mas cada um tem o seu tempo, como já lhe disse, assim, você terá que observar e tentar a sorte, imagino. E, bem, você deve considerar outra coisa nessa equação.

— O que? — Harry perguntou confuso e percebeu por entre as árvores que se aproximavam da clareira.

— Os pais dela, Harry. — Sirius disse sombriamente. — Mesmo que ela e você estejam prontos, os pais delas podem não permitir que a filha namore até certa idade, as vezes 15 ou 16 anos. E você terá que conquistá-los também.

— Conquis... — Harry arregalou os olhos apavorado. — Como assim? E porque eles não a deixariam namorar se ela estiver pronta?

— Acho que essa é uma conversa para outro momento, afilhado querido. Até porque, nós chegamos. — Sirius disse

Realmente, eles tinham chegado e Harry observou que no centro da grande clareira havia um círculo rúnico o esperando. Ele e seus adultos, além dos alfas, Fiona e Bathsheda, se aproximaram enquanto aos poucos os lobisomens entravam na clareira e a preenchiam até não haver mais espaço. Harry observou o círculo rúnico com atenção, sentido o seu poder e, por puro instinto, caminhou pela runa de abertura até o centro, onde uma fogueira de troncos de faia tinha sido preparada para queimar durante o ritual. Olhando em volta, percebeu como os lobisomens eram orientados a se sentarem e outros a subirem nas árvores, em breve toda a matilha estava posicionada à espera do que viria.

Harry suspirou tentando acalmar a ansiedade que fazia o seu coração se acelerar. Fora do círculo rúnico os adultos o observavam e Harry acenou mostrando estar prontos.

— Hoje, a magia da noite, da floresta, da terra, do mar e do ar nos energiza. A Deusa nos acolhe. — Fiona disse com sua voz etérea. — Eu sou Fiona Daisy O'Shea, aquela que inicia este ritual. Quem convoca esse ritual? Quem apresenta-se diante da Deusa com seu coração e magia para realizar essa cerimônia?

— Eu me apresento como aquele que convoca humildemente este ritual, solicitando a Deusa da magia que o aceite e o honre. Meu nome é Harry James Potter e, com o ritual dos antepassados, desejo realizar uma ligação mágica entre mim e a Matilha dos Lobos Guardiões. — Harry disse formalmente e a energia da noite se tornou estranhamente mais elétrica.

— Quem são aqueles que compartilham deste ritual? Quem são aqueles que desejam aceitar a ligação proposta por Harry James Potter? — Fiona perguntou.

Becky e Elfort se adiantaram, entraram pela runa de abertura e se posicionaram em frente ao Harry, do outro lado da fogueira de faia.

— A Matilha dos Lobos Guardiões são aqueles que compartilham deste ritual. Nós, como uma família, aceitamos a ligação proposta por Harry James Potter. — Becky disse serenamente. — Somos os Alfas da matilha e estamos aqui representando a nossa família. Eu sou Rebeca Linn Young.

— Eu sou Harvey Robert Elfort. — Disse Elfort parecendo emocionado e orgulhoso.

— Quem se apresenta como testemunhas e apoiadores deste ritual? Quem são aqueles que aceitam ancorar o círculo rúnico com seu poder? — Fiona disse lentamente e Sirius caminhou para uma das pontas do círculo.

Serafina se posicionou em outra ponta, Falc no oposto, Bathsheda em frente ao Sirius e Jonas em outro ponto. Finalmente, o Sr. Boot se posicionou no ponto mais alto e os seis formaram uma estrela de seis pontas em volta de Harry e dos alfas, pisando exatamente nas seis runas desenhadas no chão. As runas eram de proteção, ligação, união, poder, convocação e abertura. A estrela de seis pontas que ancoraria o círculo rúnico durante o ritual seria energizada pela magia de cada um deles e tinha a função de proteção e união do feminino com o masculino, da ligação dos opostos, como o céu e a Terra. O ritual de ligação dos antepassados unia o mundo dos vivos e o dos mortos, assim precisava de muito poder terrestre para que nenhuma alma atravessasse o véu antes da hora.

Quando cada um se posicionou, se apresentou em voz alta.

— Eu sou Sirius Orion Black, testemunha deste ritual. Aceito usar minha magia para a proteção deste círculo.

— Eu sou Serafina Léia Boot, testemunha deste ritual. Aceito usar a minha magia para a proteção deste círculo.

— Eu sou Falcon Áquila Boot, testemunha deste ritual. Aceito usar minha magia para a proteção deste círculo.

— Eu sou Bathsheda Jonas, testemunha deste ritual. Aceito usar minha magia para a proteção deste círculo.

— Eu sou Hector Hercules Jonas, testemunha deste ritual. Aceito usar a minha magia para a proteção deste círculo.

— Eu sou Áquila Hawk Boot, testemunha deste ritual. Aceito usar a minha magia para a proteção deste círculo.

Ao fim de cada apresentação e posicionamento, o ambiente se enchia de mais magia e, para todos, respirar trazia a sensação do poder que circulava pelo ar.

— Deusa da magia, por favor, ouça os seus filhos e aceite o nosso pedido para que se abra as portas da magia para esse ritual. — Fiona disse fechando os olhos e usando a sua ligação com a magia natural para iniciar o ritual.

Em alguns segundos as runas no chão brilharam em uma luz prateada e a fogueira se incandesceu em um fogo forte de cores laranjas, vermelhas e azuladas. O círculo em volta das runas e a estrela de seis pontas, que cercava a fogueira, Harry e os Alfas, brilharam em dourado e todos puderam ver e sentir como o ritual era aceito e se iniciava.

Harry viu o aceno de Fiona e fechou os olhos deixando sua magia se conectar com a magia natural e fluir para todos os lados. Ele sabia o que dizer, mas os instintos agiram por ele quando Harry se ajoelhou e colocou a mão direita na terra, sentindo a sua magia se conectar e se mover como raízes por todo a clareira até alcançar cada um dos lobisomens, incluindo o que estavam sobre as árvores.

Ele não saberia dizer porque fez isso, mas a eletricidade do ambiente dobrou rapidamente e Harry suspirou ao se levantar e ouvir no fundo da mente corações batendo em uníssono. Então, ele levantou as duas mãos para o ar e sentiu como o poder penetrava em seu corpo, o energizava e alimentava as raízes de magia que saiam do seu corpo para a terra.

— Minha magia não é minha sem eles! Meu sangue não tem poder sem o poder deles! Meu coração é puro por causa dos seus ensinamentos! Deusa! Meu corpo sobrevive porque eles viveram! Minha mente é consciente porque eles me dotaram de discernimento! — Harry sentiu uma brisa quente passar por seu rosto. — Sob a sua guarda, sob o seu poder e benção, eu lhe peço que me conceda o meu pedido!

"O que deseja, jovem guerreiro? "

A brisa morna murmurou e Harry sentiu uma emoção diferente de tudo o que já sentiu ao conversar com a própria magia. Era a maior honra e benção que um bruxo poderia ter.

— Obrigada por me abençoar, Deusa. — Ele sussurrou e se ajoelhou em gratidão.

"Você é o meu escolhido para derrotar o mal que a escuridão traz ao mundo. Tu és o meu guerreiro".

Harry abaixou a cabeça humildemente e acenou.

— Eu a honrarei com a vitória, devotarei a minha vida, magia e sangue para vencer o mal e a escuridão.

"Sei que escolhi bem, guerreiro. O mundo se ilumina com o seu coração".

Harry soluçou sem perceber as lágrimas que escorriam por seu rosto ou o poder mágico que o cercava. Ninguém se moveu de suas posições, pois não poderiam quebrar o círculo rúnico, mas era claro a preocupação que sentiam. Apenas Fiona poderia sentir algo do que acontecia com o Harry, os outros apenas o ouviam sussurrar e chorar lentamente.

— Preciso do passado para lutar no futuro, por isso convoco os meus antepassados a minha presença. — Harry disse com voz firme.

"Está pronto para pagar o preço desta convocação, guerreiro? Magia pede magia".

— Pensei que apenas a ligação exigia um sacrifício. — Harry disse confuso.

"A ligação tem seu próprio preço, mas a convocação é uma concessão a mais".

Harry engoliu em seco pensando no que poderia sacrificar além do que já tinha decidido.

— O que a senhora deseja?

"Seu amor. Tirarei a sua alma gêmea de você".

Harry arregalou os olhos e um grunhido ecoou pela floresta como o de um lobo enraivecido. O som era aterrorizante, fazendo com que até os lobisomens saltassem de susto e Harry sentiu como se o protesto surgisse de sua própria alma, ao mesmo tempo que a eletricidade explodiu do seu corpo em ondas de poder que chacoalharam os galhos das árvores mais próximas.

— Nunca! Eu lhe darei tudo o mais! Mas a senhora não pode tocar em minha Guinevere! — Harry disse, mas ninguém o escutava diante do poder que o cercava. — Pode levar o meu ouro, minhas propriedades, até a minha magia, mas não o meu coração!

"Você sacrificaria a vitória por ela?"

- Senhora, não há vitória se eu estiver seco, vazio, solitário e sem amor. Por favor. Qualquer coisa. - Harry implorou desesperado.

"Bom. Essa era exatamente a resposta que eu esperava ouvir, meu guerreiro".

- O que? - Harry se mostrou confuso e esperançoso.

"Nunca duvide do amor ou de sua importância em sua vitória, jovem guerreiro. O amor é tudo, ele deu vida, ele lhe deu uma chance de sobreviver, vencer e ser feliz. Lembre-se."

- Eu me lembrarei. - Harry disse em tom de promessa.

"Eu lhe concedo a sua convocação, pois você se mostra merecedor do meu favor. Me orgulhosa, meu guerreiro."

- Eu deixarei, senhora. Obrigado. Por tudo.

A brisa morna e o poder com ela se afastaram e Harry se percebendo expressões preocupadas, mas ele nada disse ao tentar controlar a eletricidade que faziam suas mãos brilharem. Mais uma vez, Harry fechou os olhos e respirou fundo até conseguir controlar e acalmar com sua magia. Ao sentir um arrepio gelado, Harry abriu os olhos e se deparou com dezenas de fantasmas por todos os lados da clareira.

Os lobisomens ou os seus adultos não vêem-los, mas puderam sentir suas presenças geladas e carregadas de poder antigo.

- Você nos chamou, jovem herdeiro. - Um fantasma se adiantou e Harry reconheceu Henry Potter, o primeiro.

- Olá, vovô. - Harry disse formalmente, mas com carinho. Depois olhou em volta procurando por seu pai ou avô, mas não os encontrou e gozou o coração se encher de desapontamento.

- Procurando alguma coisa? - Uma voz disse bem perto dele e Harry perdeu o fôlego.

- Vovô Fleamont! - Ele exclamou com um grande sorriso, tendo que se controlar para não tentar abraçar a figura prateada e transparente. - Eu tinha esperança de vê-lo e ao papai!

- Você convocou os seus antepassados, mas a magia só lhe obrigou a presença dos seus antepassados guerreiros, que com quem você se ligou no Alban Arthan. Lembra-se? - Fleamont explicou com carinho.

- Oh! Sim, claro que me lembro. O senhor sabe porquê? - Harry não tentou ficar chateado, pois sabia que a magia tinha os seus motivos.

- Porque você é um guerreiro e está fazendo algo que apenas um verdadeiro guerreiro de honra e coragem poderia realizar. - Outra voz disse e Harry reconheceu Liam Potter. - Unindo os lobisomens na Grande Matilha, como previu os antigos. E por isso, você precisa do poder dos seus antepassados guerreiros para se ligar com uma Matilha.

- Além disso, como guerreiros, nós seremos os guardiões da Grande Matilha. - Disse outro Potter, desta vez uma mulher. - Olá, sou Brigite Potter Quirke, irmã de Ralston. Meu irmão não está aqui porque ele não saberia guerrear nem com tronquilhos.

Harry riu sabendo que o almofadinha e político Ralston, filho mais velho de Liam, jamais seria um guerreiro.

- Mas como você está aqui? Eu não sou da sua linha ou sou? - Harry se mostrou confuso.

— Ralston adotou o meu filho quando eu morri no parto, pois meu marido não o queria. — Brigite contou. — Foi uma adoção de sangue, assim, você é meu descendente e do meu irmão.

— Legal. — Harry disse suavemente, pois sabia que adoção de sangue tornava a criança filho legítimo do bruxo, além de herdeiro e descendente da sua linha. — Quer dizer que eu também descendo da linha dos Quirkes?

— Sim, mas o meu marido se perdeu na dor que a minha morte lhe causou. — Brigite explicou. — Ele se casou outra vez e teve um herdeiro, mas depois bebeu até morrer.

Harry acenou suavemente ao pensar que a família Quirke eram parentes distantes.

— Nossa linha só se torna poderosa quando se liga a outras famílias e aos trouxas. — Um homem alto e de cabelos compridos se aproximou. — Sou Hardwin Potter, filho de Linfred, uma honra conhecer o meu descendente e herdeiro.

— A honra é minha de conhecer todos vocês. Obrigado por me dotarem de tanto, sou um privilegiado por nascer de todos vocês. — Harry disse sincero e emocionado.

— O que nos pede é perigoso. — Outro jovem se aproximou. — Sou Dalton, filho de Henry I.

— Eu vi o seu quadro. — Harry disse, mas não acrescentou que Dalton era o mais silencioso entre os quadros na Mansão Potter.

— A ligação exigirá demais de você e ela durará por séculos e séculos. Você precisará de sua magia para lutar e vencer a escuridão, acredita que pode dividi-la com tantos? — Dalton perguntou. — Além disso, lobisomens não são confiáveis.

— Deixa de preconceitos, Dalton. — Liam disse exasperado.

— Eu sei o que vivi com essas feras! — Dalton disse zangado. — Eles mataram minha esposa e filho mais velho, meu primogênito. Se não fosse o fato de ter mais filhos, poderiam ter acabado com nossa família ali mesmo.

— Filho, você encontrou uma matilha de assassinos. — Henry I disse. — Não pode compará-los a essas pobres almas.

— Verdade. — Concedeu Dalton. — Mas nem todos aqui são sinceros e leais.

— Por isso peço que os guardem. — Harry disse olhando para Dalton com respeito. — Se concordarem em ser meus guardiões, em protegerem a honra e a magia da nossa família, estarei para sempre grato e prometo que punirei aqueles que quebrarem as promessas. Além disso, magia traz mais magias, não estarei perdendo e sim ganhando ao me ligar com seres mágicos, vovô.

— Sábias palavras e nós é que somos gratos por nos convocar para um trabalho tão nobre. — Disse Hardwin solenemente. — Meu bisneto, Dalton, sabe que não podemos deixar de ajudar o nosso herdeiro em sua missão, assim como também nunca poderíamos virar as costas para aqueles que precisam de nós.

— Não é assim que um Potter age. — Disse Henry olhando para o avô com orgulho. — Bisavô Linfred sempre dizia isso.

— Meu pai era um potioneer e curandeiro, não um guerreiro, por isso não está aqui, mas se estivesse concordaria em te ajudar a proteger esse povo e a guardar a honra da nossa família. — Hardwin disse em tom de liderança. — Alguém aqui se opõe?

— Não, vovô. — Responderam todos em respeito ao descendente mais antigo.

— Uma pena que o meu filho não esteja aqui. — Matthew, marido de Laura Fleamont, se aproximou de Harry. — Henry era um estadista e não um guerreiro, mas ele tem um enorme orgulho de você, Harry.

— Obrigado, vovô Matt. — Harry disse desejando que seu bisavô Henry II e seu pai estivessem aqui. — Pensei que meu pai seria um guerreiro também.

— Ah, não, James lutaria até a morte por quem ele amava, mas não era como nós. — Fleamont disse. — O melhor aluno de Defesa e um grande duelista, mas sem os instintos que faz um guerreiro.

Harry acenou entendendo, pois, um guerreiro não precisava pensar ou de livros, apenas de instinto e poder.

— Por isso você vencerá, Harry. — Disse Fleamont com carinho. — Você é um guerreiro, mas assim como não se limita a ser apenas um Ravenclaw, também não se detém a ser apenas um guerreiro.

— Nós o vimos. — Disse Brigite orgulhosa. — Você pode ser tão político quanto Ralston ou um líder como vovô Hardwin.

— Também o vimos ser persuasivo como Henry II e generoso como Liam. Além de bondoso como Brigite. — Disse Matthew.

— Isso sem falar que você é muito inteligente como Matthew e corajoso como Henry I.— Disse Dalton sincero. — Você também sabe ser implacável e frio com aqueles que merecem. Assim, não deixe de fazer o que precisa para honrar nossa família e proteger essa nova família que o destino e a magia nos concederam.

— E vença a escuridão, Harry. — Disse Brigite se aproximando e entendendo a mão como se quisesse tocar em sua testa. — A escuridão que tem dentro de você também deverá ser extirpada no momento certo e nós estaremos lá para ajudá-lo. Deixe a bondade e o amor inundar a sua vida. Lembre-se.

Harry acenou, ainda que não compreendesse totalmente, mas sabia que algumas coisas não precisavam de explicação imediata, suas palavras fariam sentido em algum momento.

— Eu prometo. Obrigado, por tudo. — Harry disse emocionado. — O que faremos com quem não é sincero?

— Eu definirei a punição. — Dalton disse olhando em volta. — O mundo e o seu mundo, não precisam de mais maldades ou inimigos, meu herdeiro. Diga a eles que terão uma chance, apenas uma chance. Um ano. Se não mudarem ou deixarem a Matilha, eu lhes tirarei suas magias e a licantropia os matará. E, se um dia a Matilha do Lobos Guardiões se perder na escuridão, nós romperemos com a ligação. Que assim seja.

Harry e os outros fantasmas repetiram "Que assim seja", pois acreditavam ser uma punição justa.

— Apenas uma chance. Sem segundas chances. — Harry prometeu e por fim olhou para o seu avô. — Diga a vovó e aos meus pais que eu... — Sua voz se embargou e as palavras se perderam.

— Eles sabem, meu neto querido. — Fleamont tinha lágrimas peroladas escorrendo por seu rosto. — E nunca duvide que eles estão com você a cada instante do caminho. Estamos todos muito orgulhosos de você e acreditamos em nosso Guerreiro Vencedor.

Seus antepassados pareciam se afastar e Harry sabia que eles não partiriam, apenas se tornariam invisíveis para ele.

— Harry, peça ao Flitwick que lhe apresente Aaron Mason, ele é a chave para a sua missão de ajudar os lobisomens. — Disse Liam com voz distante e, então, todos sumiram.

Harry acenou e olhou em volta, percebendo que todos esperavam que algo acontecesse, como se nem um segundo tivesse passado desde que os fantasmas de seus antepassados surgiram. Seus rostos não tinham expressões alarmadas ou assombradas, assim Harry assumiu que ninguém os tinha visto ou ouvido a conversa que eles tiveram. Ocorreu-lhe o pensamento de que foi ele quem se aproximou do mundo dos mortos e não os seus antepassados que vieram até ele

— Eles estão aqui. — Harry disse e Fiona acenou.

— Você sabe o que fazer. — Ela disse solenemente.

Harry respirou fundo, se aproximou mais da fogueira mágica e, usando uma adaga preparada para esse momento, ofereceu o seu sacrifício. Ele cortou a mão deixando que o sangue escorresse e pingasse nas chamas que se agitaram, faiscaram e pareceram ficar ainda mais intensas em poder.

— Como sacrífico para essa ligação, eu dou o meu sangue e compartilho a minha magia. Parte de mim e dos meus descendentes sempre viverá nesta Matilha. Que assim seja. — Um vento estranhamente morno soprou pela clareira e agitou as árvores. Concentrado, Harry iniciou a apresentação da sua vontade. — Ego Harrius James Potter, Heredis Sanguinem, Nomen et Magicae Potter, Ortum et Loquor ante Mater Magicae, Testibus, Maiorum et Stipanti Custos Lupi. Et Verbi Meis, una cum magicae sanguis mea, Coniungere et fiet unum et Custos Lupi. Et verbi alphae Young et Alphae Elfort, et sibi amicitia fide verita Nostris Magicae et Animus facti sunt frates. Ita sit per me et sedum. (Eu Harry James Potter, Herdeiro do Sangue, Nome e Magia Potter, me ergo e falo, perante a Mãe Magia, as testemunhas, meus ancestrais e a Matilha dos Lobos Guardiões. Com minhas Palavras, unidas com a magia do meu sangue, eu me conecto e me torno um com os Lobos Guardiões. E falo, perante Alfa Young e Alfa Elfort, me comprometendo em amizade, lealdade, proteção e verdade. Que nossas magias e almas se tornem irmãs. Que assim seja para mim e meus descendentes).

O ar pareceu ficar ainda mais carregado de eletricidade e o vento que soprava por entre as árvores aumentou. Ao longe, na escuridão dos céus, um trovão retumbou.

— Alguém questiona ou se opõe a vontade do herdeiro? — Fiona perguntou e o silêncio solene acompanhou as suas palavras. — Que a vontade do herdeiro Potter seja julgada e acolhida pela Deusa! Que assim seja!

- Que seja! - Repetiram todos como um grande coral bem treinado.

O vento aumentou e os trovões ressoaram os mais próximos da clareira.

- Eu, Alfa Young, em nome da Matilha dos Lobos Guardiões, aceito a ligação mágica com Harry James Potter e seus descendentes.

- Eu, Alfa Elfort, em nome da Matilha dos Lobos Guardiões, aceito a ligação mágica com Harry James Potter e seus descendentes.

Eles se aproximaram da fogueira e também cortaram suas mãos, para a surpresa do Harry, pois a Matilha não precisa de um sacrifício. O fogo ficou ainda mais vermelho e o poder que envolvia o círculo rúnico era imenso, mas como testemunhas mantinham o círculo com seu próprio poder.

- Ofertamos ao nosso futuro irmão o mesmo sacrifício que ele nos honra e, assim, parte desta Matilha sempre viverá no herdeiro Potter e seus descendentes. - Disse Becky e Elfort estendeu a sua mão ensanguentada, que Harry apertou com a sua.

- Que nosso sangue sele esse sacrifício e a magia o receba como a verdade dos nossos corações. - Disse Elfort solene.

- Que seja assim. - Harry disse ao apertar à mão de Becky também. Incrivelmente, depois do aperto de mãos, os cortes se fecham instantaneamente e o precioso sangue mágico de escorrer.

Então, prosseguindo o ritual, os Alfas juntos juntos em latim.

- Lúpus et facit ipsum esse episcopum magicis Sarcina de figulo conexionem sanguine amicitiae fide veritatis praesidio. Non erit tibi ut Pack pro omnibus sodalibus Lupi de Tutor. Hodie, et saecula saeculorum. (A Matilha dos Lobos Guardiões se compromete a essa ligação mágica e ao sangue Potter, com amizade, lealdade, proteção e verdade. Que assim seja para todos os membros da Matilha dos Lobos Guardiões. Hoje e para sempre).

- Alguém questiona ou se opõe a vontade de Matilha dos Lobos Guardiões apresentados pelos Alfas Young e Elfort? - Fiona disse e precisou usar o Sonorus porque o vento e os trovões dificultavam escutar como suas palavras. Não houve protestos e Fiona prosseguiu. - Que a vontade da Matilha dos Lobos Guardiões seja julgada e acolhida pela Deusa! Que assim seja! - Todos gritaram repetindo "Que assim seja" e um trovão ensurdecedor foi ouvido bem acima da clareira e tão baixo como se as nuvens estivessem logo acima das árvores. - Que as testemunhas se pronunciem! Vocês acolhem e testemunham a verdade e a vontade de Harry James Potter e da Matilha dos Lobos Guardiões?

- Eu, Sirius Orion Black testemunho a verdade e a vontade de Harry James Potter e da Matilha dos Lobos Guardiões! Eu acolho este ritual de ligação mágica! Que assim seja! - Suas palavras eram levadas pelo vento que dobravam os galhos das árvores, mas com o Sonorus todos puderam ouvi-lo e repetir, "Que assim seja".

Uma a uma as testemunhas falaram aceitando e acolhendo o ritual de ligação enquanto a magia se agitava e crescia a cada instante. O vento, o trovão e a chuva, que começou a cair torrencialmente, eram completamente inesperados e todos surgiram a acreditar que o ritual seria recusado dada a violência da manifestação da magia. Harry se mantinha sereno, com sua magia ligada a magia do ar que se movia para a terra e alcançava cada lobisomem da matilha como raízes elétricas. Como se ele fosse uma árvore com sua magia se conectando com tudo e todos.

- Que a magia acolha a verdade das testemunhas! Deusa! Que a magia se abra como possibilidades! Que nosso pedido seja aceito, julgado e acolhido! - Fiona gritou com o Sonorus por cima do barulho da chuva, vento e trovões. - Que seja!

- Que seja! - Todos disseram juntos e Harry pôde sentir sua magia deixar seu corpo e se espalhar pelas "raízes" até chegar a cada um dos lobisomens com ainda maior intensidade. Ao mesmo tempo a magia do ar o alimentava e era tão forte, tão intensa e elétrica que Harry podia sentir na língua o gosto metálico.

- A Deusa nos da mão! Concluam o ritual! - Fiona gritou e Harry deixou que as intenções das palavras se espalhassem pelo universo.

- Nos coniunctum magicae! (Nós nos ligamos por magia!)

- Nos gloriam magicae! (Nós honramos a magia!)

- Nos ad magica scelus! (Nós nos comprometemos com a magia!)

- Nos autem accipere voluntatem magicae! (Nós aceitamos a vontade da magia!)

- Hoc nunc et usque in sempiternum: et nostros familias esse sororibus magicae! (Daqui por diante e para todo o sempre, nossas famílias serão irmãs em magia!)

- Ego, Harry James Potter sempre matilha dos Lobos Guardiões frater! (Eu, Harry James Potter serei sempre irmão da Matilha dos Lobos Guardiões!)

- Sente-se! (Que seja assim!)

Os lobisomens repetiram cada sentença e a eletricidade triplicou fazendo com que cada um pudesse sentir uma magia de Harry se conectar com suas magias. Não houve um único lobisomem que não se sentiu inundar pela eletricidade metálica e fria, mas cheia de bondade, amizade e fraternidade. Até os mais frios se emocionaram, até os mais céticos acreditaram e até os menos leais confiaram que cada promessa era verdade. E, enquanto cada um recebe um pouco do Harry, a Matilha como um todo se deu um pouco para o Harry, que suspirou com a intensidade do poder que o preenchia.

Atenciosamente, Harry consolidado que ficaria exausto e fraco depois do ritual, mas na verdade, aconteceu o oposto. A Matilha não era uma família com alguns adultos e crianças mágicas, ela era uma família com milhares de bruxos adultos cheios de poder e que tinha sido criada com promessas e ligações mágicas poderosas. Cada pedaço de poder, intenção, promessas mágicas e lealdade foi compartilhada com o Harry, que se tornou parte da Matilha dos Lobos Guardiões. Mas a ligação lhe deu mais, o inundou de poder mágico e Harry tinha certeza que explodiria, pois, seu corpo não poderia conter tanto poder.

A dor que o percorreu era tão intensa que Harry se viu de joelhos, gritando e gritando até a rouquidão. Ao fundo, uivos, latidos e granidos assolaram a sua mente até que Harry proposta que ficaria surdo e, então ...

"Olá, irmão ..." - Uma sombra falou e Harry se viu na escuridão da própria mente

- Quem? - Ele perguntou mentalmente e tentou ver o que era ou quem era.

"Sou o seu espírito irmão e o dia de nos encontramos se aproxima ..."

A sombra disse com voz rouca e clara, mas Harry não conseguiu ver que ele era animal.

- Quando? - Harry disse curioso.

"Quando estiver pronto ... hoje nos aproximamos, em breve o guerreiro em você estiver pronto para ser parte de mim e me ter em sua alma…"

- Será uma honra. - Harry disse sincero. - Posso saber porque está aqui hoje?

"Você me chamou ... eu sou um espírito guerreiro ... seus antepassados deram deram sua benção ... eu lhe darei um conselho ...

- Qual? - Harry olhou uma sombra se afastando, mas estranhamente não se sentiu sozinho. Olhando em volta, descobrindo outra sombra mais escura e pulsante, curioso, Harry se imaginou se aproximando, mas ...

"Não se aproxime do mal, irmão." - Harry parou na mesma hora. - "Meu conselho: para sobreviver a este ritual, você deve devolver a magia o poder que recebes e, talvez, ela seja generosa e o conceda de volta um dia."

A sombra se afastou de vez e Harry se viu de volta ao círculo rúnico, gritando e com tanta dor que parecia que seu corpo se rasgaria em pedaços.

Seguindo o conselho do seu espírito irmão e seu instinto, Harry deixou que a magia vasasse do seu corpo por sua conexão com a magia do ar. Ainda parecia não ser suficiente, então Harry ergueu os braços e empurrou a magia para fora do corpo, tornando a tempestade ainda mais violenta e com os trovões ensurdecedores estremecendo o chão da ilha. Com os olhos fechados e perto da inconsciência, Harry não tinha como sabre, mas seu corpo foi erguido do chão e flutuado acima das árvores, enquanto ondas de magia em formas de raio de disparo o seu corpo para todos os lados e para os céus. Apesar dos trovões e da chuva, os raios não vinham da tempestade e sim do Harry que depois de dar parte de sua magia à Matilha, necessária a absorção de uma magia ofertada em retribuição e devolvê-la a magia natural para não explodir.

Foi só ao vê-lo flutuar e libertar tanta magia que os adultos observamos o verdadeiro risco do ritual, pois o corpo jovem poderia explodir com tanto poder.

- Não se movam! - Gritou Fiona ao ver o desespero no rosto do Sirius.

- Mas ... - Serafina se engasgou com a chuva torrencial.

- Precisamos ajudá-lo! - Sirius berrou.

- A Deusa lhe concedeu o seu pedido! Ela é uma única que pode ajudá-lo! Confiem! - Fiona disse apesar da sua expressão tensa.

O mais angustiante para todos era o silêncio absoluto do Harry, que passava a dor, se mantinha com os olhos fechados e expressão serena enquanto raios de magia deixavam o seu corpo e alimentava o ar, a terra, a água e toda a natureza que os cercava. Se alguém pudesse observar uma ilha de cima, veria uma tempestade de raios prateados que não vinha do céu tempestuoso, mas da clareira no meio da floresta.

Durante um tempo que lhes pareceu infinito, mas que não foram mais do que alguns minutos, Harry flutuou acima das árvores e dividiu o poder que seu corpo absorvia com a magia natural. A sensação de poder era tão intensa que Harry duvidou que algum dia ele voltaria a se sentir esgotado magicamente outra vez. Seu corpo saudável absorveu a magia da Matilha, mas por ser tão jovem, seu núcleo mágico precisou liberar o excesso. No entanto, a Deusa lhe deu um último recado antes que ele desmaiasse.

"O poder que liberou na natureza estará à sua espera se um dia precisar, guerreiro. "

Harry apenas concordou e agradeceu antes que seu mundo se tornasse escuro. Seu corpo foi pousado carinhosamente no chão e a magia em volta do círculo rúnico se acalmou, assim como a tempestade se desfez e o céu estrelado de primavera surgiu. Por um segundo, todos ficaram paralisados com a mudança e silêncio repentinos, então, tudo aconteceu ao mesmo tempo. Os lobisomens se levantaram de onde estiveram sentados e Sirius correu para o Harry, com os Boots e os Alfas seguindo de perto.

— Harry! — Ele o segurou nos braços, erguendo o seu tronco até encostar a orelha em seu peito e suspirar de alívio quando ouviu o seu coração bater forte. — Graças a Merlin!

- Eu diria, Graças a Deusa. - Fiona disse sentindo o cansaço e alívio percorrê-la. - Não tinha pensado que a ligação mágica poderia sobrecarregar o núcleo mágico de Harry, como ele não se ligou aos lobisomens individualmente. Mas a Matilha é poderosa por si só, pois ela existe graças a ligação e promessas mágicas feitas por cada um dos lobisomens.

- Ele parece estar dormindo. - Sussurrou Serafina tensa. - Que loucura, não deveríamos ter permitido essa ligação, Harry poderia ter morrido.

- Ele sentiu ser o certo e que tudo ficaria bem. - Falc defendeu. - Concordamos em confiar nele.

- Alfas? Nosso irmão está bem? - Gritou alguém entre a multidão que os cercava.

- Sim! - Elfort disse e depois pediu a Fiona que acionasse o Sonorus em sua garganta. - Acalmem-se todos! Harry está bem! Ele apenas ficou sobrecarregado e agora está dormindo!

A notícia aliviou e tirou a tensão dos lobisomens da matilha que olharam em volta espantados com a sensação estranha de que não estavam mais sozinhos com seus lobisomens. Eles eram parte de algo maior, de um todo completo, pois a Matilha não existia mais por si só, agora, ela era parte da Família Potter.

Enquanto todos caminhavam de volta para o Castelo e o acampamento onde os lobisomens dormiam, eles sussurravam baixinho, falando sobre a sensação de eletricidade que os percorrera durante o ritual. As crianças falavam da tempestade mágica incrível e como Harry flutuou e soltou raios. Os mais velhos sentiam a ligação e o respeito de uma maneira ainda mais forte, era possível entender melhor o respeito a Harry por sua família e antepassados.

Sirius carregou Harry por todo o caminho, acreditando que o afilhado dormiria até o dia seguinte, mas quando chegou a borda da floresta, Harry acordou.

O despertar foi abrupto e doloroso, seu corpo ou os músculos do seu corpo protestaram como se o Harry teve passado horas se exercitando. Sua mente estava clara e limpa de filhos, mas Harry quase poderia sentir corações batendo junto com o seu, felizmente era só uma sensação ou ele enlouqueceria. Ele se conectou com uma magia que parecia uma mesma, elétrica, suave e intensa, mas algo estava diferente, Harry tentou entender, no entanto, nada surgiu como resposta.

- Eu entenderei em algum momento. - Ele sussurrou e todos perceberam que ele não estava mais dormindo. - Me coloque no chão, Sirius.

Harry quase se arrependeu do pedido, mas ignorando a dor, ele endireitou o corpo e se manteve ereto, sem mostrar fraqueza a Matilha. Ele não sabia porque isso era importante, mas Harry sentia que não poderia ser fraco diante dos seus novos irmãos, mais importante, como chefe da família Potter, Harry deveria avisá-los do que viria.

- Sonorus. - Harry disse sem perceber que fez a magia sem sua varinha, enquanto registrava a voz rouca e a garganta dolorida. - Oi ... Parece estranho e ao mesmo tempo certo dizer isso ... Oi, irmãos! - Harry disse e a resposta veio em coro.

- Oi, irmão! - Harry riu levemente.

- Eu me acostumarei com isso algum dia. - Ele disse, o que provocou risos. Os rostos o encaravam em expectativa, esperando por mais um discurso, talvez, mas Harry não tinha um. - Queria apenas dizer que me sinto honrado com suas confianças e amizades. - Ele curvou a cabeça em reconhecimento. - Também quero lhes dar um presente, como meus familiares e irmãos em magia, eu os presenteio com Fortaleza. A partir de hoje, esta ilha pertencerá e será para sempre o lar da Matilha dos Lobos Guardiões. - pedido Harry tirou do boldo o contrato de arredamento que tinha mais cedo para Falc e o ergueu para o alto, assim todos veriam. - Que seja feita a minha vontade. - Assim que terminou de falar e apenas por sua intenção mágica, sem qualquer feitiço, chamas lamberam o contrato que se tornou cinzas e voou pelo ar.

Isso provocou um suspiro coletivo entre a matilha. Alguns agradeceram, soluçaram ou sorriram de emoção.

— Agora, vamos as más notícias. — Harry disse muito sério. — Quando convoquei os meus antepassados, eles me apoiaram em minha decisão de ligar a nossa família a matilha. No entanto, eles foram muito claros que não devo permitir que ninguém desonre a nossa família ou nosso passado ou futuro. Também deixaram claro que não tenho permissão para dar segundas chances a traidores desonrosos. — Harry viu muitas expressões solenes de aceitação. — Eu não posso vigia-los, suas ações ou seus corações, mas eles podem e eles o farão. Meus antepassados serão os seus guardiões, eles os protegerão, mas também protegerão as promessas feitas nesta noite para que elas se cumpram. — Ele fez outra pausa e viu olhares curiosos, mas nenhum alarmado. — Para aqueles que no futuro quiserem desfazer a ligação ou deixar a matilha, por qualquer motivo, tudo bem. Nenhum de vocês é prisioneiro e poderão escolher outro caminho se assim quiserem. Aqueles que desonrarem esta matilha e nossa ligação, eu escolherei, junto com os alfas, a punição ministrada e desde já lhes digo, não haverá segundas chances! Entenderam? — Todos acenaram e os alfas se adiantaram.

— Nosso irmão fala com sabedoria. — Becky disse. — Somos um povo, uma família, se alguém desonrar isso não merece ser parte do que construiremos e não poderão voltar.

— Se alguém acha isso muito cruel, então, observe o que estamos construindo neste novo chão! Nosso lar! Honrem o presente que a Deusa nos deu desde o momento em que colocou o nosso irmão Harry em nosso caminho! — Elfort disse com voz forte.

- Agora ... - Harry suspirou tentando ignorar a dor e se esforçando para a parte mais difícil. - Meus antepassados disseram que entre os membros da matilha, existem aqueles que não são leais e sinceros. - Sussurrou explodiram e os lobisomens definidos a se olhar chocados ou desconfiados. - Não importa quem sejam! Não precisam se preocupar! Escutem! - Harry calou os murmúrios. - Meus antepassados enviaram um recado para vocês, sejam quem for ou quantos ferem. Eles sabem e lhes deram um prazo! Vocês têm um ano para deixar a matilha! Um ano! - Ele parou olhando em volta e tentando não se encolher com uma punição. - Se você continuar na matilha enganando todos com falsas promessas e desonrando a nossa ligação, em um ano, você perderá a sua magia. - Desta vez o silêncio foi absoluto e chocado. - Não haverá retorno, sem misericórdia ou segundas chances! Em um ano, você perderá a sua magia e a licantropia o matará dolorosamente.

Muitos pálidos estavam, pois havia diabetes tão terríveis. Os Alfas se mantinham firmes, seus adultos apresentam expressões sérias e muitos dos lobisomens pareciam angustiados ou preocupados. O silêncio foi quebrado por um lobisomem ruivo, da antiga matilha do McGregor.

- Você espera que acreditemos nisso? - Ele perguntou um tanto incrédulo.

- Não me importa no que acredita. - Harry devolveu indiferente.

- Senhor ... - Um jovem de 16 ou 17 anos começou.

- Apenas Harry. - Ele respondeu gentil.

- O que exatamente causaria essa punição? Quer dizer, se podemos deixar a matilha, tudo bem, então ... - Sua expressão mostrava confusão.

- Alguns de vocês fizeram como promessas, aceitaram a ligação, mas não foram verdadeiros. - Harry disse. - Eu posso senti-los como parte de mim, mas não posso identificar cada um de vocês, mas aqueles que não estão sentindo a nossa ligação com força e verdade, não são leais. Não quer dizer que são maus ou traidores, assim, esses não serão punidos, pois espero que com o tempo, vocês poderão sentir a verdade das nossas promessas. - Houve centenas de acenos. - Outros, não apenas não são verdadeiros, como também não são leais a mim, ao meu sangue, a este chão ou aos meus novos irmãos. Estão aqui com propósitos egoístas, planejam traições ou maldades aqui ou lá fora e por isso serão extirpados de nossa família, por bem ou por mal. - Harry viu ainda mais acenos e murmúrios de concordância. - Meus antepassados foram generosos, deram um prazo de um ano para que vocês mudem os seus corações ou deixem esta matilha. Assim, eu o aconselho a aceitar o seu aviso. - Harry suspirou se esforçando para não gemer de dor quando se moveu. - Por último, se algum dia esta matilha se perder para a maldade e a escuridão, meus antepassados irão romper a ligação que esta noite. Mesmo que seja daqui há mil anos, eles não hesitarão e desfazer a nossa ligação, pois não aceitarão ser parte da maldade e da desonra. Todos entendream? - Harry viu os acenos e acrescentou. - Agora, devemos dormir, irmãos, pois acredito que todos precisamos. meus antepassados permitem romper a ligação que estabelece esta noite. Mesmo que seja daqui há mil anos, eles não hesitarão e desfazer a nossa ligação, pois não aceitarão ser parte da maldade e da desonra. Todos entendream? - Harry viu os acenos e acrescentou. - Agora, devemos dormir, irmãos, pois acredito que todos precisamos. meus antepassados permitem romper a ligação que protocolo esta noite. Mesmo que seja daqui há mil anos, eles não hesitarão e desfazer a nossa ligação, pois não aceitarão ser parte da maldade e da desonra. Todos entendream? - Harry viu os acenos e acrescentou. - Agora, devemos dormir, irmãos, pois acredito que todos precisamos.

A matilha se moveu para o acampamento e Harry caminhou o mais ereto possível para o castelo, com os alfas, Remus, Fiona, os Jonas, Belle e seus adultos o seguindo. Assim que entrou no grande salão, Harry se apoiou em Sirius e gemeu baixinho.

- Atormentar! Porque não disse que estava com dor? - Seu padrinho disse preocupado.

- Só preciso deitar. - Harry respondeu. - Talvez ... de uma poção para dor ... um leve ... Podemos dormir aqui?

- Isso é uma boa ideia. - Fiona disse gesticulando com sua varinha pelo corpo do Harry e deu um passo para trás quando um fio de corrente elétrica prateada proporcionou o seu corpo até a ponta da sua varinha. - Sua magia está muito instável para aparatar e o melhor é que ele durma por aqui esta noite.

- Tem algum quarto pronto? - Serafina disse preocupada e lhe entregou uma poção.

- Estão prontos, mas ainda sem camas. - Respondeu Remus sorrindo, apesar a situação tensa. Na verdade, ele sorria assim from o fim do ritual. - Harry eu posso sentir a sua magia, sua lealdade e amizade ... na verdade, acho que nunca senti uma magia tão bondosa.

- Que bom, Remus, eu sinto algo também, mas parece estranho, não consigo nomear ... - Sonolento Harry acenou com a mão e uma cama de solteiro apareceu. - Desculpe, eu preciso dormir agora ...

Sem se preocupar que estava no meio do grande salão do castelo, cercado por pessoas e com suas roupas, Harry deitou de bruxos no colchão macio e, em segundos, voltou para o mundo dos sonhos.

- Ele acabou se conjurar uma cama? - Falc disse chocado.

- Seu corpo está inundado de magia que ele introduza da matilha. - Fiona disse e Bathsheda acenou.

- É bom que ele faça bastante magia até que seu núcleo volte aos níveis normais, pois está sobrecarregado agora. Desconfio que é isso que está lhe causando dor muscular. - A professora de Runas acrescentou.

- Em alguns dias ele deve voltar ao normal. - Sirius disse tocando os seus cabelos bagunçados. - Ele sempre me surpreende e agora, esse aviso dos antepassados.

- Parece cruel, mas se existem membros da matilha que planejam fazer o mal para nós ou para inocentes fora de Stronghold, fico feliz que teremos guardiões tão bondosos e poderosos. - Becky disse e Elfort acenou. - Me preocupa apenas é o que eles farão agora que sabem que têm um prazo.

- Harry já sabe o que fazer sobre isso. - Travers entrou no grande salão com a expressão solene e olhou preocupado para o Harry. - Ele está bem?

- Apenas dormindo. - Belle disse suavemente. - Harry lhe disse algo?

- Sim. - George Travers hesitou, pois, uma parte dele não queria a responsabilidade ou ceder ao garoto, apesar de ter achado sua chantagem brilhante. No entanto, a eletricidade cheia de bondade e gentileza que percorreu o seu corpo não poderia ser ignorada. - Precisamos de Betas. Alfas ... - Ele caminhou até Elfort e Becky e se ajoelhou em um dos joelhos. - Eu me apresento e me ofereço como seu Beta, para servi-los e esta Matilha com honra, lealdade e determinação.

Os alfas se olharam, depois acenaram e disseram juntos.

- Nós o aceitamos e suas promessas, George Travers, Beta da Matilha dos Lobos Guardiões.

Notas Finais

Por favor, revisem! Estou precisando de um pouco de reafirmação.