Such Great Heights

Título Traduzido: Alturas Extremas

Autora: SydneyAlice

Tradutoras: Irene Maceió, Laysa Melo e Bruna Brito

Beta: Ju Martinhão

Sinopse: Edward Cullen precisa desesperadamente de uma babá após sua mulher abandoná-lo e ao seu filho de cinco anos de idade. Bella Swan é uma professora sem perspectivas de emprego. Ela pode encontrar o seu verdadeiro lugar no mundo, enquanto ajuda pai e filho a superarem as suas dores? Todos humanos.


Disclaimer: Essa história pertence à SydneyAlice, que me autorizou a traduzir, e os personagens pertencem a Stephenie Meyer.

This story belong to SydneyAlice, who allowed me to translate, and the characters belongs to Stephenie Meyer.

Nota da Autora: O título para esta história vem do cover de Iron and Wine de "Such Great Heights". Eu usarei letras de várias canções para os títulos dos capítulos.

O título deste capítulo foi retirado de uma linha da letra da música "Such Great Heights", de Iron and Wine: Everything Looks Perfect From Far Away.


Capítulo 1

Tudo parece perfeito de longe


Tradutora: Laysa Melo

Bella POV

Eu estava aninhada sob o cobertor enquanto apertava os botões do controle remoto. Eu estabeleci em meu novo canal favorito – GSN* - e me perdi nas horas irracionalmente assistindo as amostras de jogos antigos e contraindo involuntariamente aos penteados e a moda dos anos 70 e da maior parte dos anos 80. Match Game** era um dos meus favoritos. Eu não estava tão por fora que não entendi o duplo sentido associado com as perguntas do anfitrião e, ultimamente, as minhas risadas só tinham vindo ao assistir Betty White*** corar quando ela inocentemente preenchia os espaços em branco – respostas que você nunca esperaria de alguém que parecia tão sadia e doce.

*GNS: Game Show Network, em tradução literal, Rede de Show de Jogos, é um canal de televisão a cabo americano que é dedicado aos game shows, e mostra também jogos de cassino em tempo real. O seu slogan é "O mundo precisa de mais vencedores".

**Match Game: em tradução literal, Partida de Jogo, é um dos programas do canal GSN. É um jogo onde os competidores tentam igualar as respostas das seis celebridades que ficam no 'banco'. As versões mais famosas são as dos anos 1970 e 1980 (a que ela está assistindo), e ficaram conhecidas pelo seu humor, obscenidades e barulhos, e às vezes envolviam competidores que tentavam igualar seis celebridades. Foto: http:/ upload. wikimedia. org/ wikipedia / en/ 4/ 49/ GeneRayburnandContestants. jpg (retirar os espaços)

***Betty White: é uma atriz, comediante, autora e apresentadora dos EUA, premiada com sete Emmys durante sua carreira. É bem conhecida pelos seus papeis na televisão, especialmente como Sue Ann Nivens em The Mary Tyler Moore Show e Rose Nylund em Menina de Ouro.

Betty White é incrível. Com o que ela está agora? 90 anos de idade?

Contemplar a idade da Menina de Ouro era apenas mais uma indicação de que eu estava completamente fora de contato com o mundo real, e eu sinceramente não poderia me importar menos.

Rodeada por caixas e mais caixas de marmita e pizza, eu havia me tornado uma batata de sofá durante esta última semana de auto-chafurdar. Meu correio de voz do celular estava cheio - e minha secretária eletrônica de casa estava persistentemente piscando em vermelho – ambos me lembrando que havia de fato algumas pessoas intrometidas neste mundo que simplesmente não podiam entender uma dica.

Eu só queria ser deixada sozinha.

Eu nunca esperei que o meu primeiro verão depois da formatura seria assim. Eu caminhei através do palco da Universidade de Washington há apenas dois meses - a minha cabeça cheia de sonhos e o meu diploma de ensino fundamental na mão. Eu queria ser professora desde que eu era velha o suficiente para escrever no quadro negro improvisado que mamãe e papai me compraram no Natal quando eu tinha cinco anos de idade. Na minha sala/quarto, eu colocaria em fileiras meus bichinhos de pelúcia, dando a eles lugares atribuídos ao longo da minha cama, e os ensinaria como fazer coisas importantes como contar até dez e cantar a canção do ABC. Então, quando chegou a hora de escolher uma carreira universitária, o ensino fundamental foi completamente óbvio.

Eu me formei na faculdade com honras, e com mestrado e currículo na mão, eu bateria na calçada. Eu vestiria com uma blusa e saia mais profissional possível e comecei a procurar o meu emprego dos sonhos. Eu tinha uma ideia clara do que e onde eu queria ensinar - tinha uma visão primitiva da decoração da minha sala e atribuição de assentos. Nem por um momento eu pensei que a minha fantasia não seria transformada em realidade.

Eu tinha sido ingênua. Compreendi isso agora.

O que eu falhei em perceber foi que havia mais de duas centenas de interessados na área de Seattle - todos com diplomas de honra e certificados de ensino - que estavam tão ansiosos como eu e com fome de emprego. Só que não havia postos de trabalho suficientes para todos nós, e a maioria das escolas estava salivando para professores com diploma em matemática, ciências, ou educação especial.

Eu odiava ciências. Eu desprezava matemática. E acrescente que um endosso de educação especial teria tomado um adicional de dois anos, o que teria sido impossível porque minha bolsa integral ocorreu em quatro. Meus pais estavam sempre dispostos a ajudar, mas eu não podia pedir a eles que pagassem minhas faturas por mais dois anos. Papai era um policial e minha mãe era uma pintora, e eu nunca vou esquecer o olhar sereno de alívio quando eu tinha recebido ajuda para o meu passeio completo na UW.

Eu não poderia pedir a eles por dois anos de aula.

Então aqui eu deito. Colher na boca, caixa de sorvete na mão, assistindo GSN. E eu sou um das professoras desempregadas mais recomendadas na área de Seattle.

Fico aqui.

Um incessante bater na porta do meu apartamento interrompeu meu cochilo. Não era a primeira vez que alguém batia na minha porta durante a ultima semana, mas esta era a primeira vez que tinha me sacudido acordada. Eu estava em uma neblina de sono que não tive o sentido de ignorar.

"É sobre o maldito tempo, Bella Swan." Rosalie empurrou a porta com uma garrafa de vinho na mão. "Eu estava prestes a ligar para os seus pais, e você sabe o quanto eu detesto ligar para os pais. Quaisquer pais. Especialmente os meus. Aqui..." Ela empurrou a garrafa na minha mão e foi em direção à minha cozinha, gritando obscenidades enquanto procurava copos e um saca-rolha nos meus armários e gavetas. De pé na porta, Alice estava sorrindo enquanto segurava o que parecia ser um cheesecake de cereja*.

*Torta estranha feita com queijo, mas me parece apetitosa. Foto: http:/ www. kraftrecipes. com/ assets/ recipe_images/ Quick_Cherry_Cheesecake. jpg (retire os espaços)

"Viu? Eu trouxe sobremesa. Não atire".

Com um gemido, revirei os olhos e chutei a porta para ela se fechar.

"Esse é o espírito! Vou pegar alguns pratos e garfos!" Alice gritou entusiasmada. Ignorei o seu entusiasmo e tropecei de volta para o meu sofá. Meu apartamento era uma bagunça e normalmente isso me incomodaria, especialmente com visitas chegando. Mas percebi que elas apareceram sem avisar, e eu estava precisando de antidepressivos. Então minhas duas melhores amigas podiam simplesmente lidar com a minha bagunça.

"Quando foi a última vez que você tomou banho?" Rose olhou furiosa quando fez seu caminho até a sala com copos de vinho na mão. Ela olhou em volta da minha sala e atirou em mim um olhar penetrante. "Ou limpou a casa, para começo de conversa".

"Não é da sua maldita conta - para ambas as perguntas. Por que vocês estão aqui? Que parte do 'eu não tenho um trabalho e estou deprimida, então me deixe sozinha' vocês não compreenderam?"

"Sabemos que você está para baixo." Alice simpatizou quando desabou no sofá junto a mim e me ofereceu uma fatia de cheesecake. "Mas você teve uma semana para se lamentar. Chegou a hora de voltar para o cavalo, Bella".

"E nós estamos aqui... umm... para lhe oferecer um cavalo, por assim dizer. E um copo de vinho. Beba." Peguei o copo. Rose tomou um gole do seu próprio vinho quando olhou para a minha televisão. "Você está realmente assistindo Whammy*?"

*Whammy!Push Your Luck: em tradução literal, Urucubaca! Pressione a sua sorte, era um programa onde os 3 competidores participavam de 3 rodadas de perguntas a cada episódio. Vence o jogador que conseguir mais dinheiro.

"Cale a boca." Eu murmurei enquanto pegava um pedaço do cheesecake. Eu estava sinceramente com medo de olhar para a balança. Eu só podia imaginar os danos que eu fiz na ultima semana.

"Nós temos uma oportunidade de emprego para vocêêê..." Alice cantou em sua voz alta, cadenciada, irritante. Rosalie acenou séria enquanto enchia outro copo.

"É um trabalho de ensino?"

Os olhos de Rose brilharam. "No modo de falar. Tipo assim. Meio que".

"Hmm..."

"Não seja exigente, Swan. Você precisa de um emprego, não é? Eu conheço alguém que está precisando de ajuda e está disposto a contratá-la. O salário é excelente. Muito mais do que você estaria ganhando ensinando em uma sala de aula cheia de crianças com meleca no nariz todos os dias. E mais, eu dei a você uma recomendação entusiástica." Rose tomou um gole do seu segundo copo de vinho e, mesmo no meu estado depressivo, não pude deixar de ficar impressionada com a sua proeza de beber. Ela bebia mais que a maioria dos homens, incluindo seu namorado, e o deixava debaixo da mesa.

"E a melhor parte é que você estará trabalhando com uma criança." Alice sorriu alegremente.

"Uma criança? Como apenas uma?"

"Sim." Rosalie sorriu. "Garoto mais bonito do mundo inteiro".

"Uau. Isso é um grande elogio vindo de você. Você nem gosta de crianças." Eu murmurei enquanto acabava o resto da minha torta.

"Bem, eu sou biologicamente obrigada a amá-lo. Ele é meu sobrinho".

Isso me surpreendeu. Eu sabia que Rosalie tinha um irmão, mas ela nunca mencionou seu nome, e ela certamente nunca mencionou um sobrinho na família.

"O nome dele é Riley. Ele tem cinco anos. Parece com o seu pai, graças a Deus, ou eu teria sérias dificuldades de amá-lo".

"Por quê? O que há de errado com sua mãe?"

"Quantos anos você tem?" Rose resmungou. "Mas resumindo a longa história: ela deixou meu irmão e seu filho por outro homem. Então meu irmão está tentando criar seu filho, além de trabalhar em horário normal na empresa do papai... e realmente precisando de alguém. Então, ele mencionou a contratação de uma babá..."

Ahh. Isso estava de repente começando a fazer sentido. Eu cheirei a minha bebida.

"Eu não vou brincar de Mary Poppins*. Esqueça isso".

*Mary Poppins: possivelmente é a babá mais famosa da história. ;)

"Apenas cale a boca e escute." Rosalie me interrompeu. "Riley passou por quatro babás no ultimo mês. Quero dizer, essas meninas saíram correndo e gritando pelo apartamento. Elas nem sequer deixaram um endereço para que o meu irmão pudesse enviar a elas os seus salários".

"Eu pensei que você disse que ele era o garoto mais bonito do mundo?" Os olhos de Alice estavam arregalados em apreensão.

"Mesmo as crianças mais bonitas do mundo ficam chateadas quando são abandonadas por sua mãe." Eu respondi automaticamente, e Rose me mandou um sorriso brilhante.

"Veja! Você entende isso e você ainda nem o conheceu. Você é perfeita para este trabalho. Ele não está lidando bem com isso. Em tudo. Edward é... indiferente. Eu odeio Jessica, mas eu acho que ele a amava. Mas a principal preocupação dele é com o seu filho. Riley acabou de começar a pré-escola, e ele é tão inteligente. Mas o garoto está lidando com muitas coisas, e Edward está trabalhando tanto... ele só precisa de alguma estabilidade, Bella. E meu irmão precisa de ajuda. Desesperadamente. E você precisa de um emprego..." Ela olhou em volta do meu apartamento bagunçado. "... muito. Então, o que você diz?"

Considerei as minhas opções. Eu precisava de um emprego. E brincar de babá de uma criança de cinco anos não podia ser tão ruim. De repente, visões de A Noviça Rebelde passaram pela minha cabeça e eu estremeci.

Fêmea... um cervo... um cervo fêmea...

"Você pode apenas dar uma chance a isso." Alice encorajou suavemente. "Se durar mais de uma semana, você já faria mais do que as outras. E você precisa de dinheiro, embora o aluguel não seja um problema..."

Minha testa enrugou em confusão. "O que você quer dizer?"

"Bem, você poderia morar lá, é claro. 24/7*. Edward tem um apartamento em um edifício de muitos andares, que é completamente espaçoso e inacreditavelmente lindo. Ele tem uma empregada, então não há preocupações. Mas você teria o seu próprio quarto e teria tudo ao seu dispor." Rosalie sorriu lindamente, como se ser mimada era algo que eu estivesse acostumada.

*24/7: 24 horas por dia, 7 dias por semana.

"Ah, Rose... eu não sei." Eu gemi. "Tudo parece tão O Diário de uma Babá* para mim".

*O Diário de uma Babá: Filme estadunidense que conta a história da formada Annie, que estava desempregada e arrumou um emprego de babá, e vai ter que aprender a sobreviver no meio de um casal em separação, e não ter problemas com uma criança mimada e viver com um amor.

"Mas sem a mãe megera." Rose me lembrou. "E eu não vou mentir. Edward não está muito feliz agora. Mas você pode culpá-lo? Sua mulher acaba de fugir dele, e seu filho está correndo com a ajuda contratada. Talvez você possa ajudar os dois..."

"Eu vou ficar com a criança de cinco anos, se é tudo a mesma coisa para você".

Rosa gritou de alegria. "Então você vai fazer isso?"

Isso tudo estava acontecendo tão rápido. Eu realmente queria brincar de babá? Olhei para o meu mestrado pendurado na parede. Insultando-me.

Suspirei.

"Seu irmão não quer me entrevistar primeiro?"

"Ele realmente não tem tempo de ser exigente também. Ele confia em meu julgamento. Se eu digo que você pode lidar com isso, então ele acredita em mim".

"Mas e se eu não puder lidar com isso? E quanto a todas essas outras babás?"

Rose zombou. "Eles não foram treinados para fazer isso, Bella. Você foi para a faculdade por cinco anos para que pudesse lidar com as crianças e suas diversas situações. Você pode fazer isso. Eu sei disso." Ela acabou com sua terceira bebida e olhou para mim. "Além disso, o que você tem a perder... Além de reprises de Family Feud*, é claro?"

*Family Feud: Em tradução literal, Disputa de Famílias. Jogo da TV americana onde duas famílias, uma contra a outra, em um concurso para nomear a família mais populosa, e eles jogam um jogo de 100 perguntas, quem acertar o maior número, vence.

Era um trabalho. Eu poderia fazer isso - apenas até o ensino tornar-se uma posição disponível. Era apenas um garoto. Um garoto triste que sentia falta da sua mãe. Mas se eu não pudesse lidar com isso, o que me faz pensar que eu poderia lidar com uma sala de aula exatamente como ele? Se eu tivesse uma classe de vinte crianças, todos eles teriam algum tipo de problema. Esta poderia ser uma formação profissional, e se não funcionasse, eu provavelmente deveria considerar minha escolha de carreira.

Este era apenas um garoto. E um pai.

E uma empregada doméstica.

Eu poderia fazer isso.

"Vocês vão me ajudar com as caixas de mudança, certo?"

E com isso, dois guinchos de alta frequência ecoaram nas minhas paredes.

"Eu não posso acreditar que estou fazendo isso." Eu murmurei enquanto pressionava o botão para o 27º andar. Rose não estava mentindo quando disse que o edifício era um arranha-céu. Ela deixou de mencionar que a minha nova casa era uma cobertura. Não que isso importasse. Pela aparência externa do lobby em mármore do Brookstone Towers, eu duvidava que houvesse apartamentos neste edifício que seriam menos do que espetacular.

O que diabos eu estava fazendo aqui?

Ah, sim. Eu precisava de um emprego.

Encontrar a cobertura foi bastante fácil. O elevador se abriu bem na frente da porta da frente. Respirando fundo, reajustei a minha blusa e alisei o meu cabelo quando saí do elevador. Puxando a minha mala atrás de mim, eu timidamente bati na porta.

"Senhorita Swan?" Uma mulher encantadora me cumprimentou com um sorriso. Ela estava vestindo um uniforme de empregada - justo e arrumado. Seu cabelo grisalho estava em um coque. Ela provavelmente estava na casa dos cinquenta, e me fez lembrar da minha avó Swan. Eu gostei dela imediatamente.

"Sim, mas, por favor, me chame de Bella".

"Bella." Ela sorriu calorosamente enquanto deu um passo para trás. "Meu nome é Carmen. Você não vai entrar? Posso pegar seu casaco e sua bolsa?"

"Não, obrigada." Eu respondi quando entrei. Vi seu rosto vacilar e fiquei instantaneamente arrependida. Talvez ela fosse obrigada a ser hospitaleira quando se tratava de visitantes? Eu certamente não queria deixá-la em apuros. "Sinto muito. Você ficaria mais confortável pegando o meu casaco e a minha bolsa?"

"Sim, senhorita... quero dizer, Bella. Eu ficaria feliz em pegá-los e depois mostra a você o seu quarto antes de você conhecer o Sr. Cullen e o pequeno Riley".

Agradeci a ela quando ela me conduziu por um corredor longo e sinuoso. Não havia nenhuma impressão digital na parede branca e imaculada. Nada de brinquedos espalhados ao redor. Apenas o corredor meticulosamente limpo. Eu só pude imaginar o resto da casa. Procurei por qualquer sinal de vida - qualquer indicação de que uma criança pequena residia aqui. Mas todas as portas da casa estavam fechadas, e eu me perguntei se isso era porque o Sr. Cullen gostava de sua privacidade, ou porque a casa era simbólica para os seus humores. Fechada. Fria. Inóspita.

"Aqui está." Carmen sorriu quando puxou a minha mala para um quarto e que era maior do que o meu apartamento e quarto juntos. A cama estava coberta por um lindo edredom cor de mirtilo e almofadas sortidas enfeitavam o colchão. Fora isso, o quarto estava completamente vazio, exceto pela mesa de cabeceira e a cômoda. Não havia quadros nas paredes brancas gritantes. Se o edredom não estivesse na cama, não haveria nenhuma cor em todo o quarto.

Frio. Inóspito.

"Vou deixar você desempacotar suas coisas. Você me avisa se precisar de alguma coisa?"

"Avisarei." Eu sorri. "Obrigada, Carmen".

"É tão bom ter você aqui, Bella." Sua voz era baixa, como se ela estivesse com medo de que alguém pudesse estar escutando. "Estou esperando muito que isso... funcione. Para todos os envolvidos".

"Eu também. Obrigada".

Com um sorriso quente, ela fechou a porta atrás dela. Eu suspirei enquanto abri as portas duplas do enorme closet. Acendi a luz e comecei a desembrulhar as roupas da semana que eu trouxe. Enquanto Rosalie estava confiante de que o acordo duraria, seu irmão insistiu que eu só trouxesse o essencial por agora.

"Menos roupas se isso não der certo." Rosalie havia fundamentado. "Basta ir com a correnteza, Bella. Edward não é otimista, mas você pode culpá-lo?"

Quatro babás em um mês.

Depois de aceitar o emprego, Rose tinha me dado todas as informações sobre as babás. Duas garotas tinham durado cada uma exatamente uma semana. Decidindo que o sexo era o problema, Sr. Cullen tinha então contratado uma babá do sexo masculino. Ele era um senhor mais velho que tinha esquecido de colocar Riley em seu assento antes de dirigir de volta para casa da escola. Exatamente através de uma zona escolar. O oficial de patrulha tinha dado ao babá uma multa. Ele, por sua vez, entregou a citação ao Sr. Cullen, e o Sr. Cullen tinha mostrado a ele a porta. A última babá era um estudante universitário. Durante o primeiro almoço, Riley havia jogado um prato de espaguete sobre a cabeça do homem. Ele tinha, aparentemente, berrado como um bebê, e ele já tinha empacotado tudo e ido embora em uma hora.

Rosalie prometeu que Riley geralmente não tem problemas de comportamento. Ele era apenas um menininho perdido - a mãe o deixou para trás com um pai que trabalhava longas horas e não estava acostumado a ser mãe e pai de uma criança de cinco anos de idade. Naturalmente, esta criança estava agindo fora de si.

E seu pai. Ele ficaria aliviado ao me ver? Claro, ele era reticente sobre este acordo. Ele contratou outros quatro iguaizinhos a mim nos últimos 30 dias. Eu estava preparada para isso. Mas ele seria frio? Indiferente?

Se a aparência desta cobertura fosse qualquer indicação, essa possibilidade estava aí.

Uma batida na minha porta interrompeu os meus devaneios mentais.

"Bella, o Sr. Cullen está em seu escritório. Se esta é uma boa hora para você, ele gostaria de conhecê-la e te apresentar ao Riley".

"Claro." Fechei a porta do armário e notei meu reflexo no espelho. De repente, eu estava muito nervosa. "Carmen, eu pareço bem?"

"Oh, você está adorável, Bella".

"Obrigada." Eu corei. "Mas eu queria trocar de roupa. Eu não tenho certeza, o que eu devo vestir?"

Ela sorriu. "Sr. Cullen vai te explicar tudo isso, mas garanto a você que vestir algo casual está bem. A menos, claro, que haja um jantar, ou uma função na qual você está convidada a participar. Mas, novamente, ele vai te explicar essas coisas".

Jantares? Que tipo de funções?

Eu ia matar Rosalie.

Com uma última olhada no espelho, eu segui Carmen pelo corredor para a enorme sala. A decoração era muito contemporânea e, claro, impecável. Um piano de cauda descansava em um canto que estava ladeado por janelas com vista para o terraço. Uma tela de plasma – de pelo menos cinquenta polegadas - enfeitava a parede oposta. Intrincadas peças de arte foram espalhadas e pinturas a óleo cercavam a sala. O lugar era como um museu, e eu estava literalmente com medo de sentar no sofá de couro. Olhei ao redor, procurando qualquer sinal de que uma criança realmente vivia aqui. Mas não havia nada. Nenhum livro para colorir. Nada de brinquedos. Nada de animais de pelúcia.

"Você parece confusa." Carmen observou enquanto fazíamos o nosso caminho para o esritório.

"Eu estava apenas pensando... Riley não brinca? Eu não vi nada até agora que poderia mesmo indicar que uma criança vive aqui".

"A Sra. Cullen só deixava Riley brincar em seu quarto." Carmen explicou, seu tom de voz calmo e cortado. Era óbvio que a empregada doce não era fã da esposa também. "Brincar não era exatamente incentivado até que o Sr. Cullen voltasse para casa".

"Sr. Cullen gosta de brincar com seu filho?" Isso me surpreendeu. E me incentivou. "O que eles fazem?"

"Oh, eles pintam. Leem livros. Colorem. Estudam francês".

Eu parei no meu caminho. "Francês?"

"Sim. Espera-se que Riley seja bem culto".

"Ele tem cinco anos! Ele está começando a aprender Inglês!" Eu bati com raiva e logo cobri minha boca com a mão. "Desculpe. Eu não devia ter dito isso".

Carmen riu. "Eu concordo com você. Você será uma lufada de ar fresco por aqui. Eu apenas sei. Aqui estamos nós..."

Carmen me conduziu para o escritório, uma outra sala enorme que era forrada com estantes cheias de livros e revistas. Senti como se eu estivesse em pé no meio de uma biblioteca. Eu caminhava com cuidado, deixando os meus dedos passarem suavemente contra as colunas de alguns dos livros da coleção. Meus olhos se viraram para os títulos e fiquei surpresa ao ver alguns dos meus favoritos.

Eu estava no céu, e eu podia apenas imaginar puxar um das prateleiras e me esconder no meu quarto por horas enquanto eu me perdia nas páginas.

"Senhorita Swan?"

Sua voz era suave como veludo, e eu lentamente despreguei os meus olhos dos livros e os estabeleci em possivelmente o homem mais bonito que eu já vi. Seus olhos eram esmeraldas brilhantes. Sua mandíbula era esculpida. Seu cabelo era escuro e bem aparado. Ele parecia cansado. Quase apreensivo. Mas ele ainda era lindo.

E eu mencionei seus olhos?

Rosalie esqueceu de me dizer que seu irmão era sexy como o inferno.

Puta merda.

"Você está bem?" Ele perguntou quando fechou o livro que estava lendo. "Você parece um pouco confusa".

Ah, certo. Eu deveria amarrar as palavras juntas e realmente saudar este homem.

"Não, não... Eu estou bem. E, por favor, me chame de Bella".

"Bella." A maneira como ele disse meu nome me fez ficar com as pernas bambas. "Por favor, sente-se. Riley se juntará a nós em breve".

Olhei novamente para Carmen, que tentava esconder o sorriso quando fechou a porta atrás dela. Tomei meu assento do outro lado da sua mesa e tentei fazer com que os meus hormônios ficassem sob controle.

O que havia de errado comigo?

"Obrigada." Eu gaguejei, e eu sabia que tinha que me acalmar, ou ele questionaria a recomendação brilhante de Rose."E muito obrigada por esta oportunidade, Sr. Cullen. Prometo fazer o melhor que posso para o seu filho".

"Bem, isso seria refrescante." Sr. Cullen admitiu com um sorriso apertado. "Seria especialmente refrescante se eu não tivesse ouvido essa mesma promessa quatro vezes durante o ultimo mês".

Merda.

"Umm..." Balbuciei como uma idiota. "Eu entendo que o ultimo mês tem sido um desafio para Riley".

"Você poderia dizer isso." Ele respondeu quando se levantou e caminhou até sua janela. Seus olhos olharam para o céu de Seattle. "Rosalie gosta muito de você. Você foi altamente recomendada. Eu não costumo empregar amigas da minha irmã para... bem, qualquer posição".

"Eu entendo isso." Concordei.

"Você tem um mestrado da Universidade de Washington?"

"Sim." Respondi calmamente. "Em educação fundamental".

"Mas você não podia encontrar um emprego em uma das centenas de escolas de Seattle?"

Meu coração acelerou no meu peito. "Não, o número de candidatos era demasiadamente grande e não havia vagas suficientes".

"Hmmm..." Ele meditou quando virou o seu olhar penetrante para mim mais uma vez. Meu coração começou a martelar. "Talvez você não se esforçou o suficiente".

Mas que diabos?

"Eu fui uma dos duzentos candidatos, Sr. Cullen. Fornecimento e demanda." Meu temperamento estava conseguindo o melhor de mim, mas a sua sugestão de que eu não tinha me "esforçado" tinha atingido um nervo.

"Os candidatos devem encontrar uma maneira de se distinguirem. Fazer-se de um valor inestimável para os empregadores em perspectiva. Talvez você não fosse convincente o bastante".

Qual era a sua? Ele estava tentando me irritar?

Meu subconsciente me importunou. Não. Ele está testando você. Se você não consegue lidar com ele, como você pode mesmo começar a lidar com o seu filho?

Eu respirei fundo e olhei direto para os seus lindos olhos verdes brilhantes.

"Sr. Cullen, eu me formei Magna Cum Laude*. Tenho cartas de recomendação bastante impressionantes dos meus orientadores e professores – tudo que eu ficarei feliz de compartilhar com você. Eu sou uma professora licenciada e altamente qualificada - de acordo com a estupida lei Nenhuma Criança Deixada para Trás** – e estou bastante qualificada para brincar de babá com o seu filho. Dê-me uma semana. Pelo que ouvi, se eu fizer isso por mais tempo, vou ser oficialmente a babá de sobrevivência mais longa ao seu filho. Se depois de uma semana, eu não tiver corrido daqui gritando, nós podemos voltar a ter esta conversa. Você precisa de ajuda. Eu estou me oferecendo para dar isso. Vou até lhe dar os meus serviços voluntários por esta primeira semana. Se não der certo, você não precisa nem me pagar. Mas eu gostaria de ter a chance de provar que posso ser muito útil a você... e ao seu filho".

*Magna Cum Laude (Com Grandes Honras, literalmente) corresponde aos alunos graduados com um nível acadêmico não menor de dezoito pontos obtidos. No mundo anglo-saxão, é o equivalente a uma graduação Cum Laude que é uma frase em latim usada especialmente nos EUA para indicar o nível de distinção acadêmica com o qual um indivíduo havia cursado uma graduação.

** No Child Left Behind: é uma lei que tem como proposito, melhorar a educação fundamental nas escolas públicas. Bella quis dizer que ela atende a todos os requisitos dessa lei.

Ele parecia atordoado pelo meu pequeno discurso inflamado, mas eu podia ver um leve sorriso no canto dos seus lábios. Era impressionante o quanto o seu rosto mudava com apenas aquele pequeno sorriso.

Tão bonito.

Foco, Bella.

"Muito bem, Senhorita Swan. Temos um acordo".

Eu exalei um profundo suspiro. Se eu estava em um rolo, por que não empurrar a minha sorte?

"E eu preferiria que você me chamasse de Bella... Senhor".

"Bem, Bella..." Ele sorriu levemente enquanto levantava da sua cadeira e caminhava até a frente da sua mesa. Ele se sentou na beirada e eu não pude deixar de notar o quão alto e bonito ele era. "... você lidou com esta pequena entrevista bastante bem. Eu acho que é hora de ver se você pode lidar com o meu filho com a mesma eficiência".

"Estou ansiosa para isso, senhor".

"E se você insiste que eu te chame pelo seu primeiro nome, eu preferiria que você não me chamasse de senhor. Esse é o meu pai".

"Claro, Sr. Cullen." Eu era positiva de que ele não estava me dando permissão para chamá-lo pelo seu primeiro nome. Balançando a cabeça, ele me apontou para a porta e me levou para o corredor com as portas fechadas. Ele parou no quarto bem ao lado do meu e suavemente bateu na porta.

"Entre." Uma pequena voz gritou.

O Sr. Cullen abriu a porta e fui imediatamente arrasada ao ver que o quarto de Riley parecia exatamente como o resto da casa. Branco. Frio. Inóspito. Havia brinquedos, e todos eles estavam guardados nas caixas de brinquedos gigantes que ladeavam as paredes. Havia livros – todos bonitos e limpos e arrumados por sobrenome do autor na estante. O edredom em sua cama era escuro. Preto sólido.

E, aninhado contra o travesseiro estava o mais bonito garoto de cinco anos de idade que eu já tinha posto os olhos em cima.

"Quem é você?"

Sua voz era triste e apenas… odiosa. Olhei para o Sr. Cullen. Ele acenou com a cabeça em encorajamento.

"Eu sou Bella. Eu sou sua nova babá".

Ele ficou me olhando por alguns momentos e eu me senti como um experimento científico em um béquer. Seus olhos me percorreram de cima abaixo antes de voltar para os meus olhos.

"Vá embora." Ele cuspiu com raiva quando puxou o travesseiro sob sua cabeça e atirou em minha direção. Virei minha cabeça quando o travesseiro quase me bateu na cara, e observei surpresa quando ele caiu no chão.

Olhei de volta para o menininho. Ele estava olhando para mim com estes belos pares de olhos verdes como os do pai, e eu entendi imediatamente o que estava acontecendo aqui.

Este era o teste de Riley.

Quão rápido ele poderia se livrar da nova babá? Quão rápido ele poderia assustar qualquer um?

Eu inclinei os meus ombros e olhei para o Sr. Cullen. Ele me olhava com expectativa, como se estivesse desejando que eu usasse o meu trabalho vodu. Acenasse a minha varinha mágica.

Fazer-me ter um valor inestimável.

Eu me agachei no chão, apanhando o travesseiro. Eu o joguei cuidadosamente sobre a cama.

"Minha primeira regra..." Eu anunciei corajosamente. "... é que não atiramos coisas, a menos que sejam coisas que não podem ferir aos outros".

Seus olhos brilharam. Isto pareceu despertar a sua atenção, animado com a perspectiva de que ele poderia jogar alguma coisa.

"Coisas como o quê?"

"Coisas macias." Eu respondi. "Como pipocas. Ou penas".

"Travesseiros tem penas..." Ele pensou enquanto subia em cima dos joelhos. Eu podia sentir os olhos do Sr. Cullen em mim.

"Isso é verdade." Eu concordei, pensativa. "Mas travesseiros às vezes podem ter arestas duras, e elas poderiam bater no olho de alguém. Mas eu acho que as guerras de travesseiros estão bem. O que você acha?"

Riley considerou isto. "Lutas de travesseiros estão bem porque não estamos jogando neles?"

"Eu acho que sim." Concordei. "Contanto que nós não batermos muito forte".

Ele balançou a cabeça, pondo um fim a conversa.

"Riley..." A voz do Sr. Cullen era baixa enquanto ele continuava a olhar para mim. Seus olhos estavam em conflito, e ele imediatamente me deixou ansiosa. Eu tinha feito algo errado? Pisquei nervosamente e seu olhar finalmente se voltou para o seu filho. "A Sra. Reed estará aqui em breve para a sua aula de piano. Por favor, lave as mãos e vá para a sala. Bella e eu vamos te encontrar lá".

"Ok." Riley desceu da sua cama e caminhou em direção ao seu banheiro adjacente. Ele fechou a porta atrás dele.

Os olhos do Sr. Cullen estavam em mim novamente. "Muito bem, Bella. Essa é a mais longa conversa que ouvi entre o meu filho e uma babá".

"Sério?" Eu fiquei surpresa. O que foi aquilo? Trinta segundos?

"Venha." Disse o Sr. Cullen enquanto apontava para uma porta. "Eu gostaria que você passasse o resto do dia com Riley. Ele é às vezes... um pouco demais... para o seu professor de piano. Talvez você terá um efeito calmante sobre ele. E se não... bem... você terá a oportunidade de ver por que você é a minha quinta babá".

Eu respirei fundo e segui para a sala. A Sra. Reed já estava lá - folheando partituras e parecendo apreensiva e incomodada. Dentro de instantes, Riley apareceu. Eu assisti quando o Sr. Cullen ajudou o seu filho no banco e depois eu assisti com horror quando Riley abaixou a tampa - forte - contra os dedos da sua professora de piano. Seus gritos me causaram calafrios na espinha.

E então Riley virou aqueles olhos verdes brilhando para mim.

E ele riu.

No que diabos eu fui me meter?


Nota de Tradutora: Estamos estreando mais uma fic, e o que eu posso dizer é que vocês não vão se arrepender de lê-la, uma historia lindíssima *-*

Comentando o capítulo, gente como essa Bella só assistia porcarias quando estava trancafiada em casa, kkkkk, morri de rir pesquisando sobre esses programas. E Riley vai ser um desafio e tanto pra ela, espero que ela consiga 'domar a fera'.

Deixem reviews e nos digam sua opinião.

Bjus,

Lay


Nota da Irene: Meninas... estreando fic nova \o/ *pula* Estamos tão apaixonadas que temos a metade da fic já traduzida e até o capítulo 10 betado, só esperando os dias passarem. Ela será postada todas as segundas. Mas se vocês mostrarem muito interesse por ela... *cof cof* podemos aumentar os posts.

Beijos e até segunda feira.