Capitulo I

Colegial! O tormento de qualquer adolescente que não se encaixe nos padrões. Pois bem! Sou uma dessas, mas graças ao meu bom Deus esse tormento chegou ao fim, acabo de me formar no colégio Forks Higth School, o lar dos espartanos. Desde que me entendo por gente vivo nesta cidade onde nem o sol gosta de dar as caras, claro que muito raramente vou a Seattle ou a Port Angeles, mas o lugar que mais freqüento é a reserva de La Push.

Nada de interessante acontece por aqui e para não morrer de tédio, me entrego a minha paixão, a literatura. Meus amigos me acham estranha, por preferir um bom livro há um encontro, mas sinceramente não tenho saco pra agüentar esses babacas com os hormônios em fúria, em sua grande maioria são uns babacas. Angie diz que preciso de um namorado, mas não encontrei ninguém que valesse a pena, alguém que prendesse minha atenção, que fosse melhor companhia que um bom livro ou um bom filme.

Devem estar se perguntando: Garota estranha? Já estou acostumada, sou considerada estranha por todos na cidade! A ardência em meus olhos me tirou dos meus devaneios, me acomodei para dormir me entregando aos braços de Morfeu.

Acordei com o som insuportável do despertador, abri um olho bem devagar amaldiçoando o dia em que comprei aquela joça! Olhei as horas e quase tive um AVC, já eram sete horas e pra variar me atrasaria de novo. Depois que meu pai se casou com Sue e se mudou para a reserva, fiquei sozinha nessa casa, por isso mantenho meu emprego de período integral na loja dos Newton, pelo menos até as aulas iniciarem.

- Droga! Mike vai me matar! – grunhi sonolenta, adquiri o péssimo hábito de falar sozinha, o incrível é que consigo discutir comigo mesma! Corri para o banheiro, precisava de um bom banho para despertar, jogar alguma coisa no estômago e voar para aquela bendita loja onde ultimamente não entra viva alma. Roguei para que a minha querida Red não me deixasse na mão, beijei o volante quando respondeu de primeira.

- Essa é minha garota! – pisei fundo, mas infelizmente Red era um tanto idosa, a pobrezinha não conseguia passar dos oitenta por hora.

- Outra vez Bella! Já disse pra você, se quiser vou buscá-la, ainda vai ficar na mão com aquele ferro velho. – disparou Mike assim que atravessei a porta.

- Não fale assim da Red, ela é um pouco lenta eu sei, mas é devido à idade, mais respeito, por favor. – retruquei colocando aquele ridículo avental laranja. Acho que não tem um ser nesse mundo ou em nenhum outro que fique bem usando, laranja. - Além do mais, creio que Jéssica não vai gostar nada de saber que você foi me buscar em casa, não se esqueça que ela já detesta o fato deu trabalhar aqui. – ele revirou os olhos, Jess era namorada dele desde o final do segundo ano, mas Mike insistia em ficar me enchendo com suas cantadas baratas se achando o tal.

Mike até que era um carinha legal, bonitinho com seus cabelos claros e seus olhos azuis, aquela carinha de bebê era fofa, mas nada nele me chamava à atenção, absolutamente nada!

Para minha felicidade o movimento foi até que considerável, já que alguns montanhistas apareceram fazendo uma boa compra, Charlie sempre dizia que final de maio era uma boa época, por causa da temporada de caça. O dia havia passado rápido e não percebi que já passava do meu horário, me despedi de Mike e fui para minha querida Red.

- Não quer que eu te leve Bella? Já está escurecendo. – insistiu Mike.

- Não! Mas obrigado mesmo assim, sei que já está escurecendo, não se preocupe! Consigo achar o caminho de casa sozinha! – tentei ser simpática, mas não consegui evitar ser sarcástica. Estava na estrada quando começou a tocar no rádio ele, o rei! - (Burning Love – Elvis)- Aumentei o volume e acompanhei a todo pulmão.

Senhor todo poderoso,

Eu sinto minha temperatura subindo

Mais alto e mais alto,

Está queimando dentro de minh'alma

Alguma coisa atravessou a pista como um raio, um vulto que não soube distinguir, me assustando pra valer. Pisei no freio, mas a Red não respondeu desestabilizando, acabei saindo da estrada entrando floresta adentro dando com tudo em uma árvore enorme.

Meu corpo todo doía, minha cabeça latejava e meu estômago estava embrulhado, devido ao cheiro de sangue. Senti uma dor no peito ao ver a frente de Red acabada, saia uma fumaça estranha do motor, a sorte é que ela parecia um tanque de guerra e eu usava cinto. Olhei em volta e não fazia a menor idéia de onde estava. Se havia um lugar onde eu não me atrevia a entrar era na floresta, com minha falta de coordenação e minha má sorte, com certeza me depararia com um leão da montanha ou um urso, daqueles enormes, sem contar nos lobos.

- Droga! O que eu faço agora? – me perguntava enquanto procurava meu celular, já estava quase escuro e não seria nada saudável ficar ali.

- Merda! – soltei em alto e bom tom ao ver o infeliz sem bateria. – O que mais pode acontecer, Isabella? – alguns minutos depois, senti uns pingos em meu rosto e do nada o céu caia em minha cabeça. Peguei a lanterna e sai de lá na esperança de encontrar a pista ou alguém que tivesse se lembrado de carregar a droga do celular. Andei por cerca de uns dez minutos e nada além de mato e troncos enormes.

- Ótimo Isabella! Você merece uma medalha, agora está perdida no meio da floresta de noite e na chuva! – grunhi tentando decidir se ia pra direita ou para a esquerda.

POV EDWARD

Depois de longos setenta anos estávamos de volta a Forks, Alice estava ansiosa, era a primeira vez que vinha pra cá, tanto ela quanto Jasper se uniram há nós pouco tempo depois que deixamos esta cidade.

Estavam todos em casa, o que era bom e ruim ao mesmo tempo, já que infelizmente conseguia ler a mente de todos. O dom com que fui agraciado era ao mesmo tempo um dom e uma maldição! Com ele conseguia ver e ouvir o que acontecia na mente de cada ser, humano ou não, sabia o que estavam pensando sobre nós de verdade, não tinha uma mente a qual eu não tivesse acesso, Mas... O lado ruim é que mesmo sem querer acabo tendo visões e presenciando coisas que eu realmente não precisava saber e conviver com três casais em lua de mel constante às vezes era um saco!

Sai tentando dar privacidade aos casais, já que sou o único solteiro nessa família, precisava correr... Espairecer um pouco, quando corria me sentia livre, conseguia me desligar de tudo. Estava correndo pela floresta sem rumo certo, espantando os animais com minha presença, mas algo me chamou a atenção e estanquei.

Fechei meus olhos me concentrando e ao longe, pude ouvir o som estrondoso de um motor, mas o que me chamou a atenção era a música que vinha de lá, Burning Love de Elvis, fazia muito tempo que não a ouvia. Havia um acompanhamento interessante, uma voz gostosa de ouvir, parecia empolgada.

Sobressaltei-me ao ouvir o som de algo se chocando, aquilo ecoou floresta adentro a música ainda tocava, mas a voz já não a acompanhava. Deveria ir até lá? Talvez esteja precisando de ajuda, mas e se tivesse machucada? Seria capaz de encarar um humano sangrando? Seria controlado o suficiente? Essas perguntas ecoavam em minha mente enquanto eu corria na direção do som.

"Droga! O que eu faço agora?" se perguntava, parecia brava e assustada ao mesmo tempo. "Merda!" sorri com seu jeito exasperado. "O que mais pode acontecer, Isabella?" – Isabella, seu nome era Isabella?

Já estava bem próximo, minha garganta ardeu ao sentir o cheiro de sangue vindo daquela direção, fechei meus olhos sentindo aquele cheiro absurdamente tentador me invadir, nunca em minha existência um sangue me pareceu tão atrativo, era como se ele me chamasse. Um rosnado brotou em meu peito e minha garganta queimou como o próprio fogo do inferno... Eu tinha sede... Sede dela.

Estanquei novamente, sentindo o monstro dentro de mim rugir sedento, aquele monstro que eu havia enterrado no mais fundo do meu ser. Sacudi a cabeça com força tentando afastar os pensamentos que me invadiam a cada segundo, diversas formas de acabar com aquela ardência em minha garganta. Prendi a respiração e agradeci quando a chuva desabou grossa, ouvia seus passos pelo chão agora encharcado, estava completamente perdida, andando a esmo sem rumo certo.

"Ótimo Isabella! Você merece uma medalha, agora está perdida no meio da floresta de noite e na chuva!" – grunhiu furiosa, o cheiro do sangue havia se dissipado, mas o cheiro dela ainda era forte e atraente, molhada ele se acentuou ainda mais. Já conseguia vê-la, era uma garota! No máximo dezoito anos, um pouco baixa, usava jeans com uma blusinha fina que estava colada ao seu corpo devido à chuva, além de um tanto transparente.

Fiquei a acompanhando de longe, vendo para onde ia, não poderia simplesmente aparecer diante dela, pensava estar ouvindo seus pensamentos, mas não, ela falava sozinha. Por mais que me concentrasse não consegui ter acesso a sua mente e aquilo me deixou intrigado, por quê? Porque não conseguia lê-la? Porque sua mente era completamente fechada pra mim?

Era um tanto desajeitada e tropeçava o tempo todo praguejando a todo instante, ela tremia, estava com frio. Mesmo pequena, seu corpo era muito bem feito, tudo no lugar certo e do tamanho exato, bem proporcional. Seus cabelos eram longos iam até o meio das costas, eram escuros e estavam encharcados, contrastava com sua pele branca, quase como a nossa. Um filhote de cervo e sua mãe se espantaram com a minha presença a assustando.

- Quem está ai? – perguntou se virando assustada, tentei novamente ler sua mente, mas não consegui, forcei ao máximo e nada, os únicos pensamentos ali eram os meus o que não era de todo ruim. - Por favor, que não seja um lobo ou um urso... E se for um leão da montanha? – dizia com a voz entrecortada, já que tremia de frio. – Bichano? Acho melhor ir procurar algo melhor pra comer, não sou tão apetitosa lhe garanto!

"Sou obrigado a discordar de você, minha cara!"- respondi mentalmente, segurando o riso, A garota começou a andar de costas e acabou tropeçando em uma raiz batendo com a cabeça em um troco, corri pra junto dela que estava desacordada.

Deus como cheirava bem! Retirei o cabelo de seu rosto e não consegui conter a vontade de tocá-la, sua pele apesar da chuva fria estava morna. Era linda, não era uma beleza clássica, mas mesmo assim linda, senti meu celular vibrar.

"Ed, a traga para casa, já avisei Carlisle, ele está aguardando, não se preocupe meu irmão, não irá machucá-la! Eu vi." – dizia Alice, provavelmente teve uma visão.

- Tem certeza? – e se eu não conseguisse me controlar?

"Absoluta, confie em mim Ed, não vai machucá-la."

- Estou indo. – avisei desligando, peguei-a em meus braços sentindo o calor de seu corpo e disparei na direção de nossa casa.

"Ele se arriscou se aproximando de um acidente." – pensava Carlisle preocupado. – Alice já havia contado a eles o que viu.

"Oh pobrezinha, será que está muito machucada?" – se perguntava Esme olhando com ternura para a garota em meus braços.

- A coloque aqui no sofá, vou ver esse corte na testa. – disse Carlisle que já tinha tudo preparado.

"Enquanto ele faz isso, porque não vão tirar essa roupa molhada?" – pensou Alice, bloqueando algo em sua mente, aquilo me deixou confuso e intrigado.

"Nossa essa criança tem muitas cicatrizes aqui, isso não é normal." – pensava meu pai enquanto fazia o curativo nela.

- De onde tiraram isso ai? – perguntou Rose olhando com desdém para a garota. "Credo! É tão sem sal." - revirei os olhos ao ver o quão fútil e idiota ela podia ser, aquela só pensava em si mesma. Subi para o meu quarto, tomei um banho e desci em seguida.

- Ela é uma gracinha não acham? – dizia Alice olhando para a garota que ainda estava desacordada. – E cheira tão bem.

- Concordo Alice, ela é muito bonita. – Esme parecia encantada na garota.

"Qual o problema dessas duas?" – Rose parecia indignada com a atenção dispensada à garota.

"Ela tem um cheiro tão bom." – olhei para Jazz que estava mais afastado, não era tão forte para ele quanto pra mim, mas meu irmão ainda tinha dificuldade com a nossa dieta por assim dizer.

- Porque está ai tão longe Ed? Já disse que não vai machucá-la. – disse Alice fazendo com que todos olhassem pra mim.

- Qual o problema filho? – perguntou Carlisle sem entender, lancei um olhar mortal para aquele projeto de vampira, abusada.

- O cheiro dela é forte! Muito atrativo se é que me entende.

"Wow!" – pelo seu pensamento sabia perfeitamente do que eu falava.

-Hmmm... - gemeu Isabella, pelo som de seu coração estava despertando. Seus olhos se abriram lentamente, ela piscou algumas vezes, se adaptando a claridade. - Ai! – soltou levando a mão a testa. – Oh meu Deus! Onde eu estou e quem são vocês?- disse dando um salto, ficando em pé, mas cambaleou caindo sentada novamente.

- Meu irmão ali... – Alice disse apontando pra mim. - Encontrou você na floresta, estava desacordada.

- Ohh! É mesmo, coitada da Red. – Quem diabos é Red?

"Havia mais alguém lá?" – perguntou Emm olhando pra mim.

- Não que eu tenha sentido ou visto. – respondi em um tom inaudível pra ela.

- Quem é Red querida? - Carlisle perguntou aproximando-se dela, assim como Esme.

- Minha caminhonete... – um biquinho se formou em seus lábios. - Acho que a pobrezinha morreu, coitadinha.

Mal pude crer, ela quase morre na floresta e está preocupada com a caminhonete? Isabella se sobressaltou com a gargalhada de Emmett que ecoou pela casa.

- Desculpe! Meu irmão é um idiota! – lamentou a tampinha. - Sou Alice, Alice Cullen, este é meu pai Carlisle, ele cuidou de você. – a garota olhava de um para o outro. – Ele é médico!

-Oh! Obrigado doutor. – agradeceu lhe sorrindo. – Alice? Não é? – minha irmã assentiu sorridente, me perguntava o que aquela tampinha estaria aprontando?

- Prazer sou Isabella, Isabella Swan, mas pode me chamar de Bella mesmo. – disse estendendo a mão para Alice.

- Swan? Por acaso é a filha de Charlie Swan o chefe de polícia? – ela assentiu sorrindo novamente, pela mente de Carlisle vi que meu pai conhecia o pai dela.

- O que aconteceu filha? – perguntou Esme sentando-se do outro lado dela. – Desculpe, sou Esme, esposa de Carlisle e mãe desses adoráveis jovens. – revirei os olhos novamente, ela era tão coruja.

- Nossa! Mas a senhora é tão jovem e tão linda.

"Ela é adorável." – pensava Esme derretida.

- Obrigada! É que... – minha mãe sorriu. - São meus filhos do coração, os adotamos quando já eram grandinhos.

"Poe grandinho nisso!" – completou Emmett mentalmente.

- Isso é incrível! É muito raro algo assim acontecer, são pessoas muito especiais. – falou olhando para Carlisle e Esme com certa admiração eu diria.

- Eles os são, acredite! – exclamou Alice chamando a atenção da garota. – Então me diz o que aconteceu?

- Não sei ao certo, estava indo pra casa quando algo atravessou a pista... Me assustando e...Bum! – fez com a boca, mexia as mãos sem parar. – Red estava socada em uma árvore, tentei ligar para meu pai, mas meu celular estava descarregado, acredita? Achei melhor ver se achava a pista, mas estava escuro e confesso que a floresta não é um lugar de minha devoção e acabei me perdendo completamente até que ouvi um som estranho. – ela segurou no braço de Alice como se as duas se conhecessem á séculos. - Acho que era um animal grande, algum desses predadores, podia sentir seus olhos em mim. – o olhar de Carlisle encontrou o meu.

"Realmente era um predador." – pensava Emmett olhando para ela, estava se divertindo com aquilo, lancei um olhar mortal pra ele.

- Aquilo me deixou apavorada, eu estava com a cabeça doendo, encharcada, perdida e ainda ia virar a refeição da noite, acho que me assustei e depois ficou tudo escuro... Mas como cheguei aqui?

- Como disse meu irmão Edward encontrou você. – novamente Alice apontou pra mim. – Ele te trouxe até aqui para que meu pai cuidasse de você. – a tal Isabella me olhou de forma tão intensa que me senti estranho, seus olhos eram castanhos, havia um brilho intenso e profundo naquele olhar, parecia um mar de chocolate.

Sua mente era muda pra mim, mas aqueles olhos eram muito expressivos, ela mordeu o lábio inferior de forma tentadora. Com certeza era linda, sua boca era daquelas que parecia pedir um beijo e suas bochechas foram adquirindo uma coloração cada vez mais avermelhada até que desviou o olhar.

POV BELLA

Era tudo muito confuso, num instante eu estava na floresta, prestes a ser devorada por Deus sabe o que? E em outro estou em uma casa com sete pessoas me olhando, a tal Alice era encantadora, aparentemente da minha idade, com os cabelos curtos e despontados em todas as direções, suas feições delicadas assim como seu corpo pequeno me lembrou uma daquelas fadinhas.

Doutor Carlisle era um homem muito bonito, loiro com olhos de um tom peculiar, parecia um daqueles galãs Hollywoodianos de tão bonito. Sentada do outro lado, estava Esme, esposa dele e mãe dos demais, era uma mulher jovem e muito bonita. Seus cabelos caramelos desciam até abaixo dos ombros, moldando um rosto lindo e maternal eu diria, algo nela me dizia que era confiável.

- Como disse meu irmão Edward encontrou você. – Alice dizia apontando para um cara que estava junto da escada. – Ele te trouxe até aqui para que meu pai cuidasse de você.

Nunca em meus dezoito anos havia sequer sonhado com um homem tão lindo! Era alto e sua pele branquinha como a de todos ali, seu olhar era penetrante e intenso, aqueles olhos cor de âmbar me olhavam de um jeito que me fez esquecer tudo e todos ali. Seus cabelos eram meio bagunçados de uma cor incomum, um acobreado eu diria e aquela boca era definitivamente uma tentação. Sua beleza era algo incomum, como se fosse um anjo... Algo divino. Só de imaginar que eu estava em seus braços minhas bochechas ardiam, desviei daquele olhar intenso, que fez meu estômago se contrair.

- Aquele grandão ali, é meu irmão Emmett e aquela ao seu lado é Rosalie e o bonitão ali é Jasper, meu namorado. – dizia Alice piscando pra ele que ficou sem graça.

- É um prazer conhecê-los.

- O prazer é nosso Bella, você é divertida. – sorri para o grandão, não tinha como não fazê-lo, Apesar de ser enorme e um tanto intimidador, quando sorria, covinhas se formavam em suas bochechas lhe dando um ar infantil ele parecia um garotinho, apesar de seu tamanho. A loira era estonteante e absurdamente linda, mas um tanto arrogante. Já o tal Jasper, parecia incomodado com algo.

POV EDWARD

- Será que eu poderia usar o telefone? Preciso avisar meu pai. – parecia um tanto preocupada.

- Sim, claro esteja a vontade querida. – disse Carlisle lhe entregando o aparelho da casa. Todos de forma discreta saíram para lhe dar privacidade, apesar de que ouvimos perfeitamente a conversa dos dois.

- Alô pai? O senhor está na delegacia?

"Não! Estou em casa Bells, por quê?"

- Olha fica calmo ta! Será que o senhor poderia vir me buscar, aconteceu um pequeno acidente. – não tinha como não ouvir os gritos do homem do outro lado.

"Acidente, como assim acidente? Onde está Isabella?" – perguntou alterado, seu nome era tão lindo quanto ela.

- Calma pai, eu estou bem agora, a coitadinha da Red é que não está nada bem... – revirei os olhos novamente, porque ela falava daquela forma do carro? - Não sei muito bem onde estou, sabe que não sou de prestar muita atenção nessas coisas não é? – ela parecia acostumada a incidentes desse tipo.

"Como assim, me explica isso?"- seu pai estava nervoso pelo tom que usava.

- Um vulto me cortou na estrada e acabei perdendo a direção, Red está socada em uma árvore não sei onde, já que, andei pela floresta tentando achar a estrada...

"Com o seu senso de direção? Deveria ter ficado onde estava!" – ralhou o homem. Emmett e Jazz se divertiam com aquilo.

-Eu sei, mas estava com medo de ficar ali, meu celular estava sem bateria e eu precisava encontrar alguém. – se explicou um tanto constrangida.

"Diabos Bells! De onde está falando afinal?"

- Um moço me encontrou na floresta e me trouxe para a casa dele, o pai dele é médico!

"Está na casa de um desconhecido? Enlouqueceu Isabella, quer me matar do coração?"

- Não faz drama Charlie Swan! Creio que o senhor conheça o doutor Carlisle Cullen se eu não me engano.

"Você está na casa dos Cullen?"- havia incredulidade em sua voz.

- Os conhece? – perguntou mais tranqüila.

"Pergunte como faço pra chegar ai?" – disse ignorando sua pergunta.

- Alice? – chamou meio sem jeito.

- Estou aqui Bella. – falou a tampinha voltando para a sala.

- Será que pode indicar o caminho ao meu pai? – ela assentiu pegando o telefone.

Alice conversou com o pai da garota como se o conhecesse a vida toda, passou-lhe o endereço e segundo ele levaria por volta de uma hora pra chegar.

- Ele chegará aqui em menos de uma hora. – falou para Isabella, minha irmã definitivamente havia gostado da garota e pelo que notei era recíproco.

"Alie está tão feliz com a presença dessa garota." – o sorriso nos lábios de Jazz me tranqüilizou, sabia que por Alice ele não faria mal a garota. Aos poucos todos voltaram para a sala. Me sentei ao lado contrario de onde ela estava o mais longe possível.

- Desculpe pelo transtorno, estou atrapalhando vocês não é mesmo? –parecia nervosa, torcia as mãos sem parar.

- Não é transtorno nenhum, é um prazer tê-la em nossa casa. – Esme disse sorrindo e a garota lhe sorriu de volta.

- Meu pai vai demorar um pouco, ele vem de La Push, sabe como é? – todos se entreolharam.

"Ela não é um deles, não cheira como eles" – pensou Alice e Carlisle ao mesmo tempo.

"Não acredito que esse idiota trouxe um deles pra dentro de casa." – o pensamento de Rose me deixou profundamente irritado.

"Só pode ser brincadeira, ela é um cachorro?" - Emm parecia confuso quanto aquilo.

- Você também vive lá? – perguntou Alice.

- Não, eu moro em Forks, ele se casou não faz muito tempo com Sue então foi morar lá. – disse dando de ombros.

-E sua mãe? – continuou minha amada irmã, interrogando a pobre garota.

- Não a conheci, segundo meu pai ela sumiu logo depois que eu nasci. – seu olhar ficou um tanto triste ao dizer aquilo.

- Me desculpe. – pediu minha irmã sinceramente. "Coitadinha." – pensou olhando com carinho para a garota. Ouvimos quando um carro entrou na estradinha, os pensamentos de seu pai me deixaram intrigado.

"Só a Bells mesmo pra vir parar justo na casa dos Cullen, ainda bem que Carlisle é diferente daqueles sanguessugas nojentos."- ele sabia sobre nós, mas pelo seus pensamentos, gostava de Carlisle.

- Ele sabe sobre nós? – perguntei confuso, enquanto Alice e Esme levavam a garota para a cozinha, para que comece algo.

- Charlie mora com os Quileutes, deve saber sobre nós assim como sabe sobre eles já que vive entre eles, é um bom homem filho, não se preocupe. – Carlisle parecia gostar dele também, o carro parou em frente de casa e a garota foi ao encontro dele.

- Bells o que aconteceu querida? – neste momento seus pensamentos eram somente para ela.

"Oh! minha menina, Deus se eu a perdesse não sei o que faria... Você é a coisa mais importante do mundo pra mim, princesa." – pensava abraçado a ela.

- Não foi nada pai estou bem, já não posso dizer o mesmo da Red. – novamente aquele bico lindo se formou em seus lábios. Sorri mentalmente, era a coisa mais bonitinha que já tinha visto, senti os olhos de Jazz fixos em mim.

"Porque ele olha daquela forma pra ela? Parece um tanto confuso com seus sentimentos com relação a essa garota peculiar."

- A gente da um jeito nisso filha, Jake verá isso pra você. – dizia Charlie sorrindo. - Obrigado Carlisle por cuidar da minha filha. - ele foi sincero ao dizer aquilo, mesmo não o agradando o fato dela estar aqui.

- Não por isso meu amigo, não por isso.

- Meu amigo, agora que está no hospital, verá Bella com freqüência. – disse o chefe Swan divertido, em sua mente pude ver imagens de incidentes envolvendo a garota, ela era um perigo pra si mesma.

- Pai! – ralhou envergonhada, corando novamente.

"Cara deve ser muito legal conviver com uma pessoa tão desastrada, eu ia me acabar de rir" - pensava o idiota do meu irmão lesado.

- Por quê? – perguntou curioso.

- Filho esta garota deveria ter uma ala só pra ela naquele hospital. – Isabella ficou visivelmente constrangida, o lesado gargalhou alto.

- Você é hilária Bella. – dizia entre risos, levando todos a rirem junto com ele.

- Que bom que divirto vocês. – ela era sarcástica e pela cara que fazia, estava uma fera com o pai. - Agora vamos?- disse lançando um olhar mortal para o chefe Swan. - Obrigada por tudo. – agradeceu diante de Carlisle o abraçando carinhosamente, ele ficou sem ação de início, mas retribuiu.

"Essa garota tem que ser tão impulsiva?" – se perguntava Charlie com certa preocupação.

"É uma garota muito especial e adorável." – pensava meu pai comovido. - Não tem o que agradecer filha. – respondeu sorrindo.

- Você foi muito atenciosa Esme, gostei muito de você, foi um prazer conhecê-la. – e lá estava ela abraçando Esme, que se emocionou, minha mãe ficou encantada com ela. "Que docinho de menina, ela é encantadora." – pensava ainda abraçada a Isabella.

- Adorei te conhecer, espero que a gente se cruze por ai. – falou Alice a abraçando desta vez.

- Com certeza, esta cidade é um ovo. – brincou ao se apartar. – Foi um prazer conhecê-los e muito obrigado por tudo, ela veio em minha direção me deixando tenso.

- Obrigado Edward. – ouvi-la dizer meu nome me deixou estranho. – Obrigado por me tirar da floresta. – ela ficou na ponta dos pés, estalando um beijo em meu rosto, estremeci ao seu toque, podia ouvir seu coração acelerado e suas bochechas corarem.

- Não foi nada demais, qualquer um teria feito aquilo. – fui praticamente fuzilado por Esme e Alice.

"Ele sempre foi tão educado, tão gentil, não entendo sua atitude" – eram os pensamentos de Esme.

"O que deu em você filho?" – perguntou Carlisle.

"Será que ele virou gay e ta com medo de mulher?"- olhei para Emmett sem enxergá-lo.

- Claro. - respondeu sentida, não queria magoá-la, mas estava completamente perdido, não entendia o que estava acontecendo, o porquê dela mexer comigo daquela forma? - Vamos? – perguntou para pai, indo na direção do carro. - Pode me dizer o que foi aquilo? – falou entre os dentes, assim que seu pai entrou carro.

- Só estava sendo sincero, não me olhe assim. – disse divertido. - Amanhã pegaremos sua caminhonete, Jake dará um jeito nela assim que chegar. – comunicou enquanto manobrava a viatura para ir embora.

- Filho o que deu em você? – perguntou meu pai, confuso com minha atitude.

- Não sei dizer Carlisle, mas o sangue dela cheira bem demais, é muito forte pra mim, é como se me chamasse entende? Não tem idéia do quanto foi difícil estar perto dela. – disse ainda confuso com tudo que havia acontecido.

- Entendo filho ás vezes isso acontece. – dizia compreensivo, mas ele jamais havia passado por algo assim, somente Emmett e o final não foi nada bom.

- O monstro que há dentro de mim a queria, ele queria sentir seu gosto e isso me assustou, jamais quero voltar a fazer aquilo. – disse angustiado.

- E não vai. – afirmou Alice sentada no braço do sofá, olhando as unhas.

- Como pode ter tanta certeza? Viu algo? Por favor, Alice não me esconda nada. – pedi me sentindo perdido.

Alice abriu sua mente, nela pude ver que no momento em que descidi ir até o carro ver o que havia acontecido, meu futuro estava inconstante, mudava a todo o momento, estava incerto.

"Está muito confuso Edward, precisa se decidir." – disse em pensamento.

- E ela? Consegue vê-la? – minha irmã se concentrou perdendo o foco, imagens de nós dois juntos invadiram minha mente, estávamos abraçados, rindo felizes. Em outra nos beijávamos, era um beijo voraz cheio de paixão. De repente a imagem mudou e Isabella estava inerte nos meus braços e o monstro que habitava em mim sorria satisfeito.

- NÂO! – gritei fechando meus olhos. - Isso não pode acontecer.

O desespero tomou conta de mim, não queria matá-la, não queria fazer mal a ela. A imagem mudou e Alice e Isabella estavam abraçadas, seus olhos eram cor de mel e Isabella parecia feliz, muito feliz.

- Não Alice, isso não vai acontecer me ouviu? Não vai.

- Edward acalme-se, por favor. – pedia Jazz incomodado com o meu desespero.

- Meu irmão o destino de vocês estão se cruzando, será inevitável. – insistia Alice me olhando convicta.

- Não se eu puder impedir. – cuspi entre os dentes.

- Faça como achar melhor, eu gosto dela e não me afastarei por sua teimosia. – ela estava me desafiando?

"Gosto dela, seremos amigas, goste ou não." – praticamente gritou em pensamento.

- Não me envolverei com ela, jamais! – disse entre um rosnado. – Ela é uma humana e ainda amiga dos lobos esqueceu? – estava furioso, todos nos olhavam confusos, eu e Alice nos dávamos muito bem, nunca havíamos discutido antes.

- Não esqueci, ela não tem culpa do que é, assim como nós, gosto dela e pelo que me parece não sou só eu. – dizia com aquela petulância, que só ela tinha.

"Eu também gostei dela e não quero me afastar" – pensava Emmett me deixando ainda mais irritado.

- Se é assim, irei embora. – falei não muito certo de minha decisão.

- NÃO! – gritou Esme - Isso não será necessário filho, sei que é forte, foi o bastante para trazê-la até aqui, pelo que Alice nos contou ela sangrava quando a viu, não fará nada meu filho. Ela é uma garota boa de coração puro, pude sentir isso e sei que também sentiu... Você não fará nada contra ela Edward. – dizia minha mãe certa de suas palavras.

-Concordo com Esme. – Alice disse debochada. – Apesar do cheiro dela ser atraente demais para você, gostou dela... - afirmou sem olhar pra mim. - Algo nela te atraiu, algo além do sangue, posso sentir em meus ossos.

- Alie está certa Edward, gostou dela mais do que imagina, está confuso e perdido, mas aquela garota mexeu com você. – dizia Jazz desta vez, era um complô por acaso?

- Filho á outras maneiras de solucionarmos isso, sem que você tenha que ir embora. – dizia Carlisle com a mão em meu ombro.

- Não esquenta Carlisle, não o vejo indo a lugar algum, ele está curioso sobre ela, já que não tem acesso a sua mente. – lhe lancei um olhar mortal. – Não tenho medo de você Edward! Tem coragem de negar? – como um ser tão pequeno, podia ser tão insuportável?

"Como assim ele não pode ler a mente dela?" – Jazz parecia chocado e todos me olhavam confusos.

- Como sabe disso? – perguntei rosnando baixo.

- Simples, você em nenhum momento comentou o que se passou em sua mente enquanto ela esteve aqui e quando o beijou, ficou surpreso, Bella te pegou desprevenido. "Sua cara foi hilária." - concluiu debochada.

- Isso é verdade? – perguntou Carlisle.

- Sim, é verdade... – confessei soltando um bufo irritado. - Não consigo ler a mente dela, tentei de todas as formas mais foi impossível, aquela garota é um mistério pra mim. – disse passando as mãos nos cabelos sem parar.

"Você precisa definir seus sentimentos com relação a ela, você está uma bagunça Edward." – pensou Jazz, assenti e o agradeci mentalmente por sua discrição.

- Vou dar uma volta. – disse disparando porta a fora, corri como um louco e em pouco tempo estava na divisa com Seattle. Por que aquela garota tinha que aparecer para bagunçar minha vida?

Fechei meus olhos e a imagem dela aparecia em minha mente, seu sorriso meigo, sua voz doce, seu olhar e aqueles olhos cor de chocolate, envolventes.