Esclarecimento: Só reiterando que esta história não me pertence, ela é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Ally Blake, que foi publicado na série de romances "Modern Sexy", da editora Harlequin Books.
Capítulo 4
- Eu mal a vi nas últimas semanas ! - disse Luna, enquanto ela e Ginny pegavam, juntas, os tapetes de ioga, cobertores, tiras e blocos da caixa no fundo da sala do estúdio Hawthorn Hatha Yoga - O que você tem feito ?
- Trabalhado, você sabe - ela escolheu um lugar perto dos fundos da sala, tentado ficar parcialmente escondida atrás de alguém para que a instrutora de ioga não percebesse seus movimentos vacilantes.
- Apenas trabalho, sem diversão ? - Ginny deu um olhar de soslaio para a amiga, então se concentrou em abrir seu tapete de ioga.
- Algum divertimento.
- Eu sabia ! Você e Draco estão envolvidos, não estão ?
- Por Deus, não ! Bem, não realmente. Na verdade, nós estamos sendo bem maduros sobre tudo isso e concordamos que nos encontraremos casualmente. Para dizer a verdade, desde o jantar da semana passada, só almoçamos juntos uma vez.
O almoço tinha sido uma tigela de morangos cobertos de chocolate na cama. Foi entregue pelo serviço de quarto de um hotel maravilhoso que se localizava exatamente no meio do caminho entre o escritório de Draco e o dela. Apenas uma leve lembrança daquela tarde fazia seus joelhos tremerem mais ainda que qualquer postura de ioga.
- De costas - pediu a instrutora tão gentilmente quanto era possível em uma sala com o tamanho de uma quadra de basquete. As luzes foram diminuídas e uma música relaxante fluía dos alto-falantes - De olhos fechados. Limpem suas mentes.
- De costas, olhos fechados, luzes apagadas - sussurrou Luna - Soa como alguém que você conhece ?
Ginny jogou uma meia em Luna.
Depois de inspirar e expirar vigorosamente durante a prática de respiração, Luna se animou quando começaram com suas posturas de chão.
- Por favor, diga-me que tem havido várias poses atléticas durante as travessuras de vocês.
- Não estou dizendo nada disso - ofegou Ginny, durante uma respiração, enquanto se alongava de forma sobre-humana.
- Conecte-se com seu centro ! - mandou a instrutora.
Ela fez o que a instrutora disse, ou tanto quanto foi possível, pois não tinha certeza exata de onde seu centro estava.
- Então, fale-me sobre isso - disse Luna - O sorvete romântico está funcionando ?
- Sorbet romântico. E sim, por mais louco que possa parecer. Acho que está.
Ginny percebeu então, com a pontada de algo que parecia um monte de culpa, que mal havia pensado em Harry, ou em qualquer outro de seus relacionamentos fracassados nos últimos dias.
Mas não era de se admirar. Parecia que Draco estava impresso nela, em sua pele, em suas retinas, como nenhum outro homem estivera. Mesmo quando não estava com ele, Ginny conseguia senti-lo. Como se fosse questão de segundos, e não de dias, desde a última vez que se tocaram. Como se cada músculo em seu corpo estivesse permanentemente preparado, apenas esperando o momento em se dar para ele mais uma vez. Diante de todo aquele calor, simplesmente não havia espaço para pensamentos melancólicos.
- Então vocês não são realmente um casal ?
- Não, não somos mesmo - se ela precisava de alguma prova disso seria o quanto era difícil encontrar tempo para ficarem juntos. Estava acostumada a ser perseguida, mas a agenda de Draco e seu autocontrole ainda maior do que o dela tornavam difícil laçá-lo. Ele não vinha correndo a cada estalada de dedo de Ginny, o que era novo. Novo e, na verdade, bastante provocativo.
- E você está honestamente bem com isso ?
- Estou, de verdade. Estou excitada. É tão libertador. Sem pressão. Posso apenas me divertir. E ele está perfeitamente feliz em manter as coisas como estão também.
Luna suspirou.
- Bem, é claro que ele está. Ele é homem. Provavelmente acha que encontrou o Santo Graal.
- Talvez nós dois tenhamos encontrado.
Enquanto Luna inspirava e expirava, claramente não convencida, Ginny fechou os olhos e fingiu estar pensando sobre sua respiração e nada mais, quando na verdade estava pensando tão especificamente em outra coisa que, literalmente, conseguia sentir o gosto de morangos cobertos com chocolate. E logo ela começou a desejar Draco de um modo que nem mesmo a meditação mais profunda da ioga poderia apaziguar.
- Agora, de joelhos e na pose da criança estendida - disse a instrutora - Alonguem sua coluna com a respiração. Empurrem seu peito para a frente quando expirarem.
Com a cabeça no chão, os braços estendidos sobre a cabeça, Ginny olhou pelo ângulo de seu braço dobrado e sussurrou:
- Eu o verei no fim de semana e posso garantir que haverá mais sorbet romântico e mais posições atléticas e ousadas do que você jamais poderia imaginar.
Luna espiou a amiga por baixo do braço e sorriu.
- Essa é minha garota.
Ela não iria, na verdade, ver Draco naquele fim de semana. Não oficialmente. Não ainda. Mas o apartamento seria todo dela porque Luna faria uma escala em Perth. E ela pensou que era hora de mostrar para Draco os links das fotos que ele não procurara na internet. Biquínis e óleo de bronzear estavam incluídos na equação. Além disso, devido a um problema estomacal horrível naquele verão, ela nunca parecera melhor.
Um arrepio percorreu seu corpo quando pensou em ter as mãos dele sobre ela em breve. Nunca logo o suficiente. O pensamento a dominou até que Ginny sentiu o corpo todo dominado pela tensão, pela expectativa, até que ela conseguiu encher seus pulmões profundamente à medida que a sensação ia se espalhando por seu peito.
"Ah !" Ginny se deu conta de repente, mantendo-se em sua posição de ioga. "Então é com isso que conectar-me com meu centro se parece ?"
Quem precisava de ioga quando se tinha Draco Malfoy ?
Rumores sobre mais peculato dentro da fundação estavam começando a correr mais rapidamente pelos corredores. Com mais de quinhentos funcionários ao redor do mundo, seria necessária mais de uma auditoria nos livros da fundação para que qualquer um pudesse ter uma leve esperança de encontrar os culpados. Se Draco tivesse planos de estar em qualquer outro lugar, teria cancelado em um piscar de olhos para ficar mais uma noite preso à sua mesa. Qualquer coisa para levar a fundação de volta aos eixos.
Diabos, se ele fosse qualquer outro homem, provavelmente já teria ido para casa, jogado longe os sapatos, apanhado uma cerveja gelada para depois desabar no sono em frente ao futebol na televisão. Mas ele era quem era, e acreditava que as responsabilidades para com sua irmã, seus empregados e acionistas, assim como sua obrigação em restaurar o nome da família, eram muito maiores do que qualquer outra coisa. Tanto senso de dever poderia ter assustado qualquer outro homem. Draco apenas endireitara os ombros e aceitara a carga sem resmungar.
Mas, por alguma razão - talvez a pressão extra da semana, ou uma inspiração das estrelas - , ele decidiu conceder a si mesmo um raro descanso.
Parou diante da portaria do prédio de Ginny. Seus olhos vagaram pela fachada, até que encontrou uma luz acesa na janela dela. Não havia planos para jantar. Nem havia planos para uma bebida. Sequer meia hora de amor roubada e correr de volta para o trabalho. Existia apenas ela. E um apartamento vazio.
Ele tocou a campainha firmemente.
- Draco ? Você chegou cedo ! Ou sou eu que estou atrasada ? - a voz clara dela cantarolava através do interfone.
Ele sorriu para si mesmo.
- Você prefere que eu dê uma volta no quarteirão ?
A resposta dela veio sob a forma de um zumbido que anunciava a abertura do portão.
Quando ele finalmente bateu à porta do apartamento de Ginny, levou alguns segundos antes que ela a abrisse com um floreio.
- Você definitivamente está adiantado - disse Ginny novamente, pressionando a mão no rosto rosado.
Ela parecia tão fresca, tão saudável. O desejo que nasceu no peito dele tomou conta de todo o corpo. E as únicas palavras que surgiram do enevoado redemoinho de seu subconsciente, longa e lentamente, foram "meeeeuuuu Deuuuus".
- Tudo bem ? - perguntou ela com a testa franzida.
Draco assentiu, sem palavras. Um cro-magnon encarnado. Com todos os seus instintos de homem das cavernas em ascensão, tudo o que ele queria era tocá-la, abraçá-la, permitir que o calor natural dela lavasse tudo de ruim que houvera na semana dele. Adiantou-se para tocá-la. O sofá pareceu confortável o bastante, mesmo sendo um pouco pequeno.
Um longo sinal sonoro ecoou pelo apartamento.
Então Ginny se afastou de repente, desaparecendo entre um par de portas duplas, estilo saloon, para dentro de um cômodo que ele presumiu ser a cozinha.
Draco deu um passo adiante, apertando os olhos contra o Sol de final de primavera que fluía através das cortinas vaporosas sobre as paredes pintadas de amarelo-pálido e a mobília aconchegante.
O lugar era encantador e caloroso. Exatamente como Ginny. Assim como, inconscientemente, imaginara, Draco se sentiu relaxar bem devagar.
- Desculpe-me por estar atrasada - a voz dela chegava do outro cômodo - Esqueci que tinha que fazer bolinhos !
- Para o jantar ?
- Infelizmente não. A esposa de um dos rapazes do trabalho teve bebê na semana passada, e o aniversário de seu filho mais velho é nesta semana. Então, eu estou ajudando um pouquinho.
Draco tirou seu paletó e sua gravata e os colocou nas costas de uma cadeira da mesa de jantar.
Ela passou a cabeça sobre a porta. Mechas de cabelo ruivo caíram por seu rosto.
- Você quer um copo de vinho enquanto espera ?
- Obrigado - respondeu Draco. Saber pelo que o esperava fez sua garganta apertar tanto que ele mal conseguiu engolir.
Um minuto depois, Ginny abriu as portas com seu traseiro e entrou na sala. Diziam que saltos altos faziam coisas com os quadris de uma mulher quando ela andava. Mas, ao vê-la deslizar pelo carpete com os pés descalços e duas taças de vinho tinto generosas nas mãos, ele não teve certeza de já ter visto algo mais sensual.
Ela deslizou as pernas para baixo de seu corpo quando se recostou no sofá. Depois, em silêncio, observaram um ao outro sobre suas taças intocadas de vinho. O calor que vinha da cozinha não tinha nada a ver com o modo como, naquele cômodo, a temperatura deles aumentava tanto.
Draco se perguntou quando exatamente sua necessidade de expandir o negócio da família tinha se tornado essa obsessão desmedida que o mantinha longe disso, dela, de suprir uma necessidade humana básica, quando aquilo estava ao alcance de sua mão. Houve ocasiões, mais do que ele poderia contar, em que tinha se sentido menos do que amoroso com relação ao trabalho que fazia. Mas, naquele momento, com toda aquela luxúria tão fácil de alcançar, amaldiçoou a paixão que não sabia que possuía.
Ginny mexeu na alça de sua blusa, o que forneceu uma visão letal de seu ombro, dando a ele um vislumbre da tira de um sutiã rosa-escuro. Então, disse:
- Eu tinha planejado atender à porta vestida de um jeito mais glamouroso. E trajando uma lingerie sensual. Então beba e me dê dois minutos para me trocar. Serei uma nova mulher.
O problema era que Draco não queria uma nova mulher. Queria aquela, todo centímetro quente, doce e sincero dela. E não desejava esperar nem mais um minuto, muito menos dois.
Ele tomou a taça de vinho da mão dela e a colocou, junto com a dele, na superfície horizontal mais próxima. Depois, passou a mão em volta da cintura dela e a puxou para si com ímpeto. A respiração de Ginny ofegou quando se chocou contra ele, seus dedos agarraram-lhe a camisa, um de seus joelhos deslizava entre os dele.
- Você não está a fim de lingerie sensual ? - perguntou ela. Sua voz rouca exalava o mesmo desejo que podia ser visto em seus olhos límpidos, profundamente castanhos.
- Nem remotamente tanto quanto estou interessado no que você mantém escondido sob ela.
Os olhos dele deslizaram para os lábios dela, onde uma partícula de glacê rosado estava em um dos cantos. Ela passou a língua para limpar. E limpou tudo. Mas fingindo que ainda havia glacê ali, Draco levou o dedo até o lábio dela, enfeitiçado pela força da pele macia de Ginny contra a aspereza da sua. Então, afastou-o e o lambeu, imaginando o gosto dela em sua língua.
- Mas é realmente uma bela lingerie. Rendada. Dá para ver através dela, e é bem fácil de tirar - disse Ginny, com a voz carregada de desejo - Prometo. Dois minutos.
- Já esperei muito.
Com isso, ele a beijou. A frustração reprimida que tinha crescido dentro dele depois de muito tempo sem o toque dela, seu gosto, seu calor, transbordou até que sua necessidade dela não estivesse mais sob seu controle.
Ela gemeu quando o beijou de volta. Suas mãos se afundaram no cabelo dele. Seus quadris pressionando-o, suas costas arqueando como se tudo o que quisesse fosse se encaixar nele.
Quando tinham se beijado até que ele mal pudesse sentir seus lábios, Draco se afastou. Os lábios dela estavam rosados e inchados, seus olhos escurecidos e bêbados de desejo. Sem falar nada, ele a tomou nos braços e a levou para o quarto dela.
Depois, colocou as mãos em seus quadris e seus lábios nos dela. Nunca em sua vida provara algo tão doce. Como açúcar, frutas e creme. Tinha certeza de que não comia um bolinho desde a escola primária, mas sabia que retificaria aquela verdade miserável assim que fosse humanamente possível. Por ora, tinha outra conquista em mente.
As mãos ansiosas de Ginny traziam o corpo dele para junto dela e abriam sua camisa. Odiando deixar aqueles lábios sozinhos por mais tempo do que o necessário, ele a arrancou pela cabeça e a jogou no chão. Assim, voltou a beijá-la.
Ginny ergueu os braços, de um jeito frouxo e preguiçoso enquanto ele tirava sua blusa diáfana sem impedimento.
Beijavam-se como adolescentes que tinham acabado de perceber o que realmente significava aquilo e não viam razão para não se beijarem assim para sempre. Profundos, molhados e luxuriosos beijos que faziam o cérebro dele derreter. Então, o resto do corpo de Draco começou a se fazer presente. A exigir fazer parte da sedução. De maneiras com as quais seu eu adolescente nunca tinha sonhado.
Draco pressionou as costas dela contra a cama, prendendo suavemente seus braços acima da cabeça. Com seus olhos, disse a ela para não se mover. O sorriso que floresceu no canto dos lábios dela disse-lhe que Ginny estava perfeitamente feliz em fazer o que lhe fora mandado.
Ela se agarrou à cama, à cabeceira de ferro trabalhado, a ele, enquanto se contorcia, feliz, sob seu corpo. Enquanto ele se assegurava de que nenhum centímetro do corpo dela não fosse contemplado.
O completo destemor dela tornava a experiência, como um todo, inesquecível.
E enquanto ela cedia cada vez mais sob seu toque, seus olhos presos aos dele queimavam, atordoados. Draco sentia-se forte diante da fragilidade que fazia brotar dela.
Depois, com os dedos trêmulos, ela colocou suas mãos no rosto dele e enlaçou suas pernas em seus quadris. Trouxe-o para dentro de si de forma dolorosamente lenta e profunda.
Não disseram nada. Na verdade, não disseram uma única palavra um ao outro desde que ele a pegara pela mão pela primeira vez naquele dia.
Ainda assim, Draco sabia tudo o que ela estava pensando, sentindo.
Simplesmente por olhar em seus olhos, enquanto se movia sobre ela.
A pressão crescia em ondas dolorosas de prazer. Ele apenas se manteve firme e segurou seu crescente desejo. Assim que cedeu, sentiu alívio, libertação. Seus músculos cederam. Seus nervos estavam próximos à dormência. Sua mente estava inutilizada. Quando ele se deitou nos braços de Ginny, respirando pesadamente, seus membros quentes e pegajosos entrelaçados aos dela, teve a vaga sensação de que sua mente, normalmente cheia de preocupações, ansiedades e deveres, agora era apenas um zumbido quente.
O único pensamento que penetrava em sua mente enevoada era que, se houve uma semana em que ele mais tinha precisado encontrar uma mulher que não trouxesse a ele mais estresse e que, explicitamente, quisesse uma relação descomplicada, era aquela.
O carma finalmente tinha decidido lhe trazer algo de bom.
Ginny estava enrolada na cama, sua respiração finalmente voltava a algo próximo do normal. Sentia o braço de Draco pesado sobre sua cintura, enquanto a respiração dele assumia o ritmo profundo de um homem que dormia.
Enquanto isso a mente dela rodava um milhão de vezes por minuto.
O que eles experimentaram não tinha sido muito divertido. Nem atlético, nada próximo à ioga e às poses delirantes que ela prometera a Luna. Também não fora o sexo quente e luxuriante que eles experimentaram antes.
Aquilo tinha sido profundamente sensual.
Seus ossos pareciam manteiga quente. Tinha ciência de que sua pele, desde o dedão do pé até seu couro cabeludo, era tudo um único conjunto que cantarolava a mesma nota. Seu sangue pulsava poderosa e profundamente. Era como se Ginny tivesse encontrado a pulsação da Terra. A emoção ainda corria alta dentro dela, e teve que lutar contra as lágrimas de alívio que ainda estavam em seus olhos.
Não parecia simples sexo com um quase estranho. Ela olhara dentro dele. Deixara-o olhar dentro dela. Pareceu mais com fazer amor.
- Não é isso - sussurrou em voz alta, mordendo a língua quando Draco se mexeu lentamente atrás dela. Seu corpo grande e viril estava encaixado ao dela de forma divina, perfeita.
"Isso tudo é apenas sexo", ela disse a si mesma, silenciosamente desta vez. Porém, Draco era muito, muito bom nisso. Ou, talvez, eles fossem muito, muito bons nisso juntos. Em um esforço para se tranqüilizar, ela forçou-se a fazer exatamente aquilo que estava evitando. Pensou em seus namorados anteriores. Fez isso a fim de se assegurar que Draco era diferente e que o fato de eles terem uma química impressionante era uma coisa boa, não o presságio de uma desgraça iminente.
Os rapazes que ela namorava geralmente eram legais. Doces e descomplicados. Como labradores humanos. O tipo de homens que exalam afeição por uma menina assim que olham para elas. O tipo de afeição que ela sempre confundiu com amor verdadeiro.
Draco, por outro lado, era objetivo. Ele parecia ter uma vida cheia de coisas que o preocupavam e o consumiam. Algumas vezes parecia que estar com ela o fazia escapar por um tempo da realidade. E isso o tornava complicado o bastante para levar uma vida inteira para desvendá-lo.
Ela correu gentilmente o dedo pelo braço de Draco, sobre as veias longas e grossas próximas à superfície. Através da luz que seu cabelo loiro difundia, sobre os ossos largos de sua cintura, pelos dedos que fazia com que o corpo de uma mulher parecesse estar sendo tomado por algum tipo de força sobrenatural.
Talvez aquela fosse sua maior rede de proteção, afinal. O fato de que ele era muito para ela. Olhar para ele sempre a fazia perder o fôlego, como se estivesse respirando ar rarefeito. E ele tinha esse tipo de poder contido pulsando sob sua pele. Do tipo que a fazia se sentir pequena, até mesmo frágil. De maneira alguma, como ela mesma.
Draco Malfoy era complicado demais, forte demais, bonito demais. Tudo demais.
Ginny respirou fundo e suspirou, sentindo-se a salvo. Com tudo o que estava acontecendo, ela absolutamente não corria o risco de cair na velha armadilha de pensar que estava apaixonada por ele.
P. S.: Nos vemos no Capítulo 5.
