Crepúsculo não me pertence.
Olá! Essa fic faz parte do Projeto One-shot Oculta, um amigo oculto entre autoras do fandom de Crepúsculo. Confira as regras e todas as participantes no nosso perfil oficial – /POSOnyah – na aba "Favoritas" e "Estou Acompanhando".
Essa fanfic é dedicada à minha amiga oculta Gi e o escolhido foi o combo 2.
Cara amiga oculta, Gi, quando você falou que gostava de fic estilo For the summer, eu fiz uma careta kkkkk é uma das fics que mais desgostei, eu não gosto de muita enrolação nas histórias e confesso que pulei vários capítulos, até chegar na parte que eles ficavam juntos, fora isso é uma fic perfeita, mesmo, mas eu tentei fazer uma coisa que você gostasse, não tá naquele estilo, está bem direta e sem enrolar muito, mas espero que goste, fiz com muito carinho para você, ainda mais depois de dizer que as outras suas não fora concluídas (sinto muito por isso, aliás). Enfim, espero que goste da one, coração tá apreensivo aqui rsrs
SINOPSE:
Edward Cullen e Isabella Swan, são namorados de colegial que sonham em ficar juntos. Mas, a vida os coloca em caminhos diferentes. Dez anos depois, eles ainda poderão comprimir a promessa que fizeram? Projeto One-Shot Oculta 2021.
"A esperança é a poesia da dor, é a promessa eternamente suspensa diante de olhos que choram e do coração que padece." Paulo Mantegazza
Capítulo Único
Eu encarava o papel da carta que tinha acabado de chegar com as mãos trêmulas. Não. Não. Aquilo só podia ser um pesadelo.
Lágrimas de decepção escorreram por meus olhos e caíram na cara como se estivessem em câmera lenta. Passei a mão em meu rosto secando-as.
De repente todo o planejamento que tinha feito evaporou de minha mente como fumaça, se esvaindo para nunca mais voltar.
O meu maior medo tinha se tornado real. Eu não tinha conseguido nem a fila de espera.
Lamentamos informar, mas sua inscrição não foi aceita esse ano na Universidade de Yale...
Eu era tão boba também. Por que criei tantas esperanças que iria conseguir entrar em uma das faculdades da Ivy League?
A única que me aceitou, com uma bolsa aceitável tinha sido a Dartmouth
a única que ele não tinha entrado.
Yale era nossa última esperança. Uma esperança que tinha acabado de morrer.
E ele estava tão confiante, tinha a extrema certeza que eu iria entrar, que nós dois iríamos juntos para a universidade. Como eu iria dizer isso a ele agora?
Como iria quebrar o coração dele como o meu tinha acabado de ser quebrado?
Eu não podia fazer isso. Mas que escolha eu tinha?
Senti um aperto sufocante no peito e tentei respirar fundo. Sabia o que aconteceria naquele momento. Sabia que nós nos separaríamos e seguiríamos caminhos diferentes.
Que muito provavelmente nós nunca mais nos veríamos.
Eu sempre achei que estivéssemos destinados a ficar juntos, todos sempre diziam que um dia nos casaríamos e teríamos filhos lindos, mas a verdade era cruel e tinham um ponto final. Nosso namoro não resistiria ao fim do colegial.
— Bella, querida. Edward chegou — escutei a voz da minha mãe e funguei passando a mão em meu rosto.
Respirei fundo tentando controlar minhas emoções e joguei a carta de qualquer jeito na mochila fechando o zíper, quem sabe assim ela desaparecesse. Porém, sabia que não e eu não podia contar isso para ele ainda.
Edward estava ainda mais esperançoso que eu. Bem lá no fundo eu sempre soube que isso iria acontecer. Eu esperei a notícia ruim para não me decepcionar e fiquei decepcionada do mesmo jeito.
— Boa aula, querida! — mamãe falou enquanto eu descia as escadas quase que correndo.
Felizmente meus pais não sabiam ainda que a carta tinha chegado. Ninguém sabia, eu tinha praticamente madrugado olhando a janela, como vinha fazendo nos últimos dias e quando vi o carro do correio parando, sai de casa correndo mais rápido que Usain Bolt, pegando a carta da mão dele.
Só de sentir o peso dela, meu coração se partiu.
Era leve demais para uma carta de aprovação, a de Edward tinha chegado dias antes e já vinha com um manual de novo aluno.
— Obrigada, mãe — respondi parando em frente a porta, colocando minha melhor cara de normalidade.
Respirei fundo antes de abrir a porta e ver Edward parado tranquilamente mexendo em seu blackberry encostado no seu carro, um volvo prata.
Eu nunca cansava de admirar a beleza do meu namorado.
Esse ano ele parecia ter crescido ainda mais, seu cabelo rebelde que eu amava era de um tom de cobre, seus olhos verdes sempre atentos a tudo. Eu tinha tanta sorte de ter ele na minha vida, de ter tido seu amor naqueles últimos anos.
Seu rosto se ergueu ao ver minha aproximação e bloqueou o celular, colocando dentro do bolso, dando aquele sorriso torto que eu tanto amava.
Meu coração acelerou como se aquele sorriso tivesse curado momentaneamente.
— Bom dia, meu amor — puxou-me para um abraço.
Envolvi sua cintura com meus braços e coloquei minha cabeça em seu peito, ouvindo seu coração batendo forte. Era como se meu lugar fosse ali, entre os braços dele. Como sentiria falta disso.
— Bom dia, Ed — obriguei-me a dizer e franzi meus lábios inclinando meu rosto para cima e ele me deu um selinho demorado, nos separamos e abriu a porta do carro para mim.
Edward parecia ter nascido no século errado, era sempre tão cordial e cavalheiro. Acho que isso que tinha feito eu me apaixonar por ele.
Eu era uma fascinada por literatura de época e meu namorado parecia ter acabado de sair de um e feito todinho para mim.
Nos conhecemos a quase três anos atrás quando me mudei da pequena cidade de Forks, para a grande Seatlle com meus pais.
O vi pela primeira vez na mesa do refeitório sentado com sua irmã gêmea Edythe e seu melhor amigo Emmett.
Nós trocamos um primeiro olhar no refeitório e depois quando o vi sentado na aula de biologia mal conseguia acreditar na minha sorte ou destino?
Era o único sem parceiro, nos tornamos amigos quase que imediatamente e um mês depois demos nosso primeiro beijo em uma praça, o dia estava nublado e o céu refletia um arco-íris.
Lembro que seus lábios estavam com gosto do chocolate quente que tinha tomado na cafeteria.
O dia na escola foi normal como qualquer outro, felizmente não escutei ninguém falando sobre ter recebido a carta de Dartmouth. Não queria que Edward soubesse sem antes conversar com ele.
— Bella, o que você tem? Está tão calada — se inclinou sussurrando para mim no nosso horário de almoço, eu mal tinha comido apenas observando nossos amigos conversando.
— Nada — respondi forçando o sorriso.
Ele balançou a cabeça.
— Você sabe que eu te conheço bem, não é? — arqueou sua sobrancelha grossa para mim. — O que está escondendo de mim?
Eu suspirei apertando sua mão que estava entrelaçada na minha.
Sem que eu quisesse lágrimas começaram a escorrer do meu rosto.
Assustado, Edward se virou e me abraçou.
— Bella, meu Deus o que foi? — podia sentir o tanto que ele estava preocupado comigo em sua voz.
— Nada, eu só... — funguei sem querer conversar.
— Alguma coisa foi sim, quer ir embora daqui para gente conversar?
— Mas ainda temos aula e...
— Foda-se as aulas, só quero saber de você — falou e sentir meu coração apertar, por seu amor por mim.
Edward era um nerd. Desde pequeno sonhava em ser médico como o pai dele era. Seu pai era diretor geral de um hospital aqui de Seattle e o levava sempre para lá. Edward cresceu apaixonado pela medicina e sabia que teria que estudar muito para chegar aonde queria.
É claro que ele tinha passado nas melhores faculdades de medicina do país e até de Londres, onde se inscreveu apenas de brincadeira para ver se conseguiria.
Assenti, sabendo que não conseguiria mais guardar aquilo só para mim. Ele se inclinou e senti seus lábios beijarem minhas lágrimas delicadamente.
— Você está bem, amiga? — a irmã gêmea de Edward perguntou.
Eles eram incrivelmente parecidos, mas os cabelos de Edythe eram mais loiros, porém tinham os mesmos olhos verdes e a beleza de ambos os pais.
— Estou sim, só preciso falar com seu irmão — sorri.
— Se precisar da gente é só falar — Tanya falou, ela era namorada de Edythe.
Ainda lembro de como Edward ficou chocado quando descobriu um ano atrás que sua irmã gostava de mulher. Eu já desconfiava, mas para ele tinha sido uma total surpresa. Depois do susto é claro que ele a aceitou, assim como seus pais que disseram para ela que só queriam que a filha fosse feliz.
Nós formamos um grupo e tanto ainda mais quando Emmett se juntava com sua namorada Rosalie, a líder de torcida da escola, que não era uma patricinha metida, apesar de todos acharem que sim.
Eu me despedi das duas enquanto Edward se despedia de seus amigos, pedindo para Emmett inventar uma desculpa para ele no último horário. Saímos da escola no carro dele.
— Quer ir lá para casa? Minha mãe ia visitar minha tia e meu pai tá no trabalho.
— Pode ser — concordei.
Ele dirigiu em silêncio e nem a música da nossa banda favorita que colocou para tocar, fez eu relaxar. Assim que o carro parou na frente de sua casa, as lágrimas começaram a deslizar de volta no meu rosto.
— Bella, meu amor — sua mão puxou meu queixo delicadamente e seu polegar limpou minhas lágrimas.
Balancei a cabeça o encarando e ele suspirou saindo do carro. Peguei a carta amassada em minha mochila, fechando-a com força na minha mão e sai do carro.
— Ok, agora você pode me dizer o que está acontecendo com você? — sua voz saiu suavemente, apesar de eu saber que ele estava tenso e preocupado comigo.
Ele sempre me tratava com tanto carinho, independente de como seu humor estivesse.
— Minha carta chegou — pronunciei aquelas três palavras lentamente estendendo o papel amassado para ele.
Seus olhos verdes se arregalaram encarando o papel. Sabia que sua mente estava rapidamente juntando as peças.
— Vo-você não...?
— Não — funguei.
Como se não acreditasse em mim, Edward pegou o papel o abrindo, suas mãos tremiam levemente enquanto seus olhos passavam de um canto a outro da carta.
— Isso não importa, podemos ficar na Universidade daqui mesmo, podemos ficar juntos — sua voz saiu trêmula pela primeira vez, seus olhos verdes se enchendo de lágrimas.
Ele sabia o que aquilo significava. A promessa que tínhamos feito, quando éramos dois idiotas apaixonados achando que o destino conspiraria a nosso favor. Mas não tinha conspirado.
Eu sabia que o que sentíamos um pelo outro era amor de verdade, não um amor de colegial, era um amor para vida toda. Sempre nos amaríamos. Sempre, essa era uma certeza tão forte que tinha na minha vida, assim como tinha certeza de que um dia morreríamos.
— Não — falei podendo sentir o impacto que essas palavras causariam em nossas vidas. — Você vai para Havard, Edward. Você se preparou a sua adolescência inteira para isso, abriu mão de várias coisas, é seu sonho desde mais novo. Não vou tirar isso de você.
— Meu sonho é ficar com você Bella, eu te amo, eu te amo — puxou-me pela cintura, sua boca tomando a minha em um beijo forte.
Nossas línguas se entrelaçaram e podia sentir o gosto salgado de nossas lágrimas que se misturavam. O mundo parecia sempre parar quando estávamos perdidos um no outro. As pessoas, os problemas, os deveres, trabalhos, tudo sumiam enquanto nos beijávamos. Aproveitei ao máximo aquele momento, antes de quebrá-lo ofegante.
— Você sabe que prometamos...
— Foda-se essa promessa idiota. Eu não sei quando estava com a cabeça quando prometi isso — falou com raiva, puxando seus cabelos e os deixando ainda mais rebeldes.
— Nós estávamos com esperança de que desse certo, Edward, mas não deu — funguei. — Temos que honrar o que prometemos.
— Não temos, não quando isso vai nos separar.
— Não podemos quebrar essa promessa — falei convicta.
Um dia antes de começarmos a nos inscrever para a faculdade eu pedi que Edward e eu fizéssemos uma promessa.
Eu sempre fui uma aluna mediana, me dava bem em matérias de humanas, ele ao contrário sempre tirava dez em tudo.
Sabia que seria praticamente impossível conseguir uma bolsa integral em uma Universidade da Ivy League, assim como sabia que Edward iria para uma delas, mas precisamente a Havard que sempre foi seu sonho.
Porém, ele estava tão esperançoso que eu iria também, e usei isso para que fizéssemos uma promessa.
— Promete para mim que se eu não passar em nenhuma da universidade da Ivy League e você passar, você vai ir sem olhar para trás?
— Sem você? — me encarou chocado.
— Sim.
— Tá doida, garota? Claro que não! Nós vamos juntos para universidade, tenho certeza de que você vai passar em alguma delas. Você é inteligente, Bella, tem uma ótima carta de recomendação.
Balancei a cabeça.
— Então promete para mim? — estendi minha mão.
Ele olhou por minha mão por um momento, antes de dar de ombros.
— Tudo bem, eu prometo para você Isabella Swan que se não entrar em nenhuma Universidade da Ivy League que eu entrar, vou embora daqui sem olhar para trás, depois do nosso último dia juntos no verão.
Eu sorri apertando sua mão na minha.
— Mas quero que me faça a mesma promessa — colocou sem soltar minha mão.
Eu ri.
— Até parece que eu vou passar em alguma sem você.
— Então promete para mim? — repetiu.
Eu revirei meus olhos para ele.
— Tudo bem, Edward Cullen se eu passar em uma Universidade da Ivy League e você não entrar em nenhuma, eu vou para a melhor delas sem olhar para trás, depois do nosso último dia juntos no verão.
Apertamos nossas mãos e selamos nosso pacto com um beijo. Eu sabia que ele não tinha pensado naquela promessa até eu trazer o assunto à tona novamente.
Durante todo nosso relacionamento foi assim, sempre fazíamos pequenas promessas que quando não podíamos cumprir logo anotávamos para não esquecer. Uma vez eu caí da escada e me machuquei feio, prometemos que o nome da nossa primeira filha seria Elizabeth, o nome da médica que me atendeu quando cheguei no hospital e me diagnosticou rapidamente com uma hemorragia interna. Já tínhamos prometido também, que nossa lua de mel seria no Brasil, um lugar que eu sempre tive vontade de conhecer, assim como prometemos que teríamos um cachorro chamado Jacob, quando tivéssemos nossa casa, porque nossos pais nunca nos deixaram ter animais de estimação.
Tínhamos várias promessas escritas e agora percebia que nunca a cumpriríamos.
— Eu vou para Vancouver — pronunciei decidida.
— O que? — sua voz saiu um pouco mais alta que o normal.
— Foi a única que me ofereceu uma bolsa quase integral Edward e o departamento de literatura é o melhor.
— Bella, você sabe que eu não me inscrevi para lá, merda!
Eu assenti, uma lágrima caindo pela minha bochecha, passei minha mão no rosto a tirando dali.
— Eu sei, você vai para Massachusetts.
— E você para o Canadá? Não!
Fiquei em silêncio sentindo o peso da distância que nos separaria.
— Isso são mais de 5mil quilômetros, Bella. CINCO MIL. Como você quer que a gente continue namorando ass...
Ele parou me encarando, sabendo o que eu estava planejando.
— Nós prometemos, sem olhar para trás — falei. — Isso quer dizer sem telefonemas, sem seguir um ao outro em redes sociais, sem procurar saber o que estamos fazendo da vida.
Uma lágrima escorreu de seu rosto.
— É isso mesmo que quer? Não quer lutar por nosso amor?
— Você sabe que não tem outro jeito, Edward — suspirei, meu coração estava minúsculo em meu peito.
— Tem sim, podemos ficar aqui em Seattle juntos — pegou minhas mãos entrelaçando seus dedos.
Balancei a cabeça.
— Não vou fazer você desistir do seu sonho por minha causa, eu não poderia viver com isso.
— Eu ainda vou ser um médico, não vai mudar em nada.
— Vai sim, você sabe bem disso. É a porcaria de Havard, a melhor faculdade de medicina do mundo. MUNDO — frisei. — Você vai para lá e vai ser o melhor médico do país, me escutou?
— Não, se isso significa perder você, não quero — disse beijando-me novamente.
O beijei de volta, pois nunca conseguiria negar um beijo dele, uma ideia surgindo em minha mente.
— Vamos fazer uma outra promessa — sussurrei, quebrando nosso beijo de novo.
— A única promessa que vou fazer com você de novo é que vou te amar até o último dia da minha vida. — declarou.
Meu coração se encheu de amor por aquele garoto naquele momento e não me contive beijando seus lábios novamente.
— Falta dois meses para formatura e os meses das férias de verão que poderemos aproveitar ao máximo. Vamos viver esses meses como se fosse nossos últimos momentos juntos... porque eles vão ser — engoli o nó em minha garganta com dificuldade.
— Não... não.
Eu sorri triste entrelaçando nossas mãos.
— Quando terminar, cada um vai seguir seu caminho, sem olhar para trás.
— Não me faça fazer isso.
— Você vai ser o melhor médico desse país.
— Um médico que vai te amar para sempre — eu sorri concordando e beijando seus lábios.
Edward que quebrou o beijo dessa vez, puxando-me para dentro de sua casa e depois para seu quarto.
Percebi o que ele estava querendo, o que eu também precisava.
Tiramos nossas roupas lentamente e deitei-me em sua cama. Edward cobriu seu corpo com o meu, beijando suavemente.
Eu amava o fato de mesmo ele ser tão grande, nossos corpos pareciam se encaixar com perfeição. Como se um fosse a peça do quebra cabeça que completava o outro.
Tínhamos tido nossa primeira vez, depois de alguns meses de namoro, nem eu e nem ele, nunca tínhamos feito isso. Foi uma noite em que meus pais saíram e Edward ficou em casa comigo, nós dissemos que iriamos assistir filme e realmente começamos a assistir, mas não demorou muito para começar um amasso e eu levá-lo para meu quarto. Tinha sido um dos momentos mais especiais da minha vida, cheio de descobertas. E não havia demorado muito para passarmos de inexperientes, para experts no que gostávamos.
Eu amava o fato de só eu saber como era sua expressão quando ele atingia o ápice do prazer, os seus gemidos, os seus beijos e de como ele ficava doido quando eu que ficava por cima.
Seu membro longo me invadiu completamente e gemi sentindo-me aquela sensação de completude que sempre sentia, seus movimentos foram suaves e lento, podia sentir o amor dele por mim e meus olhos lacrimejaram.
Edward estava fazendo amor comigo, me venerando e adorando, com seus toques, beijos e sussurrando juras de amor eterno.
— Não, para Edward, por favor — implorei gemendo, sua boca mordiscando meu pescoço e descendo para meu colo, tomando meu seio e sugando meu mamilo.
—Nunca vou parar, porra — ele praguejou gemendo, indo o mais profundamente que conseguia, quando envolvi sua cintura com minhas pernas.
Atingimos o ápice do prazer, nossas mãos se entrelaçando.
Ele saiu de dentro de mim com cuidado, nós não usávamos camisinha e sempre tomava o anticoncepcional certinho.
Edward se deitou ao meu lado puxando-me para seus braços. Estava quente e um pouco suado, mas não me importei. Eu amava senti-lo assim.
— Eu vou te amar para sempre — pegou em minha mão a apertando suavemente.
Apoiei meus braços em seu peito e encarei seu rosto.
— Eu vou te amar para sempre — selei nossa promessa apertando sua mão e ele me deu um selinho.
Sabia que aquela era a promessa mais importante de todas.
Não importa para onde fossemos, o que faríamos, quem conheceríamos. Eu sabia que sempre amaria Edward Cullen e que sempre ele me amaria.
...
Quando eu estava com ele, o tempo e o espaço eram tão escorregadios que eu acabava perdendo a noção dos dois.
Nossa formatura chegou e Edythe foi a oradora, fazendo um discurso que emocionou a todos. Ela e Tanya não tiveram o mesmo azar que eu e Edward e iriam juntas para Columbia, morariam em Nova Iorque.
Edward e eu não nos desgrudamos um minuto sequer, viajei com ele para Havard quando foi conhecer a Universidade. Teria que se apresentar novamente uma semana antes do começo das aulas, moraria a princípio em um dormitório.
Ficamos um final de semana em Boston e conhecemos a cidade, fomos para a praia e nos divertíamos, provocando um ao outro. Nunca falamos sobre nossa iminente separação e vivíamos como se isso não fosse acontecer.
Quando voltamos para Seattle, fizemos de tudo um pouco.
Fingimos que éramos turistas e conhecemos toda a cidade, nos divertimos nos beijando na chuva, visitando pontos turísticos como se fôssemos ter aquele momento para sempre.
Um mês antes de tudo acabar, Edward e eu viajamos de carro para Vancouver, onde conheci o campus e fiz minha matrícula, também teria que voltar uma semana antes da aula começar.
O peso da nossa separação começou a pesar.
Toda vez que nos amávamos era um pouco desesperado e já cheio de saudades, pois sabíamos que cada segundo que passávamos um ao lado do outro poderia ser o último.
Às vezes eu o pegava triste e pensativo e o fazia se alegrar, às vezes ele me pegava chorando e me levava para fazer alguma coisa boba.
Todos os dias dizíamos que nos amávamos.
Até que chegou o nosso último dia juntos. Edward viajaria na manhã seguinte e meus pais me levariam de carro para Vancouver.
Não dormir nada na noite anterior e quando acordei Edward já me esperava sério conversando com meus pais.
— Oi — falei chegando na cozinha e o encontrando ali.
Percebi que seus olhos tinham algumas olheiras e sabia que ele não tinha dormido nada também.
— Oi — respondeu de volta apenas.
Minha mãe falou algo engraçado descontraindo o clima e me forcei a sorrir.
Tomei café enquanto os três conversavam e percebi que aquela era a última vez que meus pais veriam Edward.
Meu peito se apertou.
Meu pai apesar de querer bancar o assustador no começo, adorava Edward e a forma como ele me tratava. Eu sabia que minha mãe o tinha como um filho, assim como os pais de Edward também gostavam de mim. Foi doloroso quando disse a eles adeus na noite anterior. Edythe e Tanya já tinham ido para Nova Iorque.
Nossos pais nunca questionaram nossa decisão, só perguntaram se tínhamos certeza se era o que queríamos. E não era o que queríamos, mas era o que faríamos.
Quando terminei puxei Edward para meu quarto e ele ficou em silêncio enquanto observava eu guardar algumas das minhas coisas. O dia anterior eu tinha o ajudado a fazer sua mala.
Quando terminei ele me levou para almoçar no La Bella Itália, nosso restaurante aonde fomos no nosso primeiro encontro oficial depois do pedido de namoro.
Comi ravioli de cogumelo e não gostei nada da garçonete que ficou dando em cima dele.
Sai de lá estressada, com ele me seguindo.
— Bella, me espera!
— Argh, desculpa eu sei que você não fez nada, mas... Argh.
Ele sorriu pelo meus ciúmes.
— Eu sou seu, vou ser sempre seu — se inclinou para me beijar.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
— Não, não é mais — senti aquele familiar aperto no peito. — Hoje é nosso último dia juntos, a partir de amanhã nossa vida vai seguir caminhos diferentes. Você vai conhecer outras pessoas, outras mulheres, vai se apaixonar, beijar, fazer amor com elas e eu vou ser só uma sombra distante, só sua primeira namorada.
— Não, você nunca vai ser só isso. Você é a mulher da minha vida.
— Não sou, Edward. — funguei — Nós dois sabemos disso, assim como você também não é o meu. Nós nunca mais vamos nos ver e...
— Por favor, não diz isso — colocou a mão em meus lábios.
— Está tudo bem — sorri de verdade dessa vez — Eu quero que seja feliz, se você conhecer alguém e se interessar, se se apaixonar por ela, quero que siga sua vida Edward, não pense em mim, ok? Eu quero que seja feliz e aproveite tudo.
— Você vai me prometer o mesmo? — estendeu sua mão.
Eu assenti e apertamos nossa mão uma na outra, selando mais uma promessa.
Mesmo eu sabendo que só amaria ele durante toda minha vida. Eu nunca o esqueceria.
— Onde estamos indo? — perguntei horas depois, quando percebi que ele dirigia para fora da cidade.
— Não sei só dirigindo por aí — respondeu dando de ombros e apertei minha mão no seu joelho.
Ficamos em silêncio enquanto ele dirigia minha velha caminhonete, feliz por poder ficar coladinha nele. Talvez por isso tenha sido tão fácil convencê-lo a dirigi-la.
Edward entrou no meio de um campo que não tinha nada além de mato seco.
Saiu da caminhonete e eu puxei uma manta quadriculada amarela que estava sempre ali. A estendi na minha caçamba e nos deitamos observando o sol se pôr.
Era hora do crepúsculo.
O fim de mais um dia. O fim do nosso último dia juntos.
O abracei com força e ele retribui.
— Posso pedir uma última promessa? — sussurrou.
Eu o encarei surpresa, ele sempre odiou minhas promessas, mas naquele dia já era a segunda que queria fazer.
— É claro que sim.
Estendeu sua mão olhando bem fundo nos meus olhos.
— Promete para mim que se daqui dez anos você estiver solteira e se por acaso pensar em mim nem que seja um pouquinho. Promete vim me encontrar?
— Onde eu te encontraria? — perguntei analisando no que aquilo implicaria.
— Na praça que demos nosso primeiro beijo, foi o começo da nossa relação uma vez, quem sabe um dia possa ser de novo.
— Não vamos manter essa esperança, Edward — balancei a cabeça. — Criar essas expectativa só vai fazer nos sofrer mais.
— Eu preciso disso Bella, por favor. Se não, não vou conseguir. Não vou conseguir ir embora sem olhar para trás. — Entendi o que ele queria e claro que nunca negaria aquele pedido a ele.
— Eu prometo — prometi colocando a mão na sua e selemos nossa última promessa. Ele me deu um selinho, voltando a se deitar.
Passamos a noite em claro em silêncio, deitados olhando a lua e as estrelas.
Ele me amou uma última vez, a lua no céu e as bilhões de estrelas como testemunha. Não foi desesperado, como das outras vezes, foi calmo e lento, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Nós dois choramos quando atingimos o clímax juntos e não dissemos mais nada.
Quando o dia amanheceu eu estava deitada toda enrolada na manta, Edward já estava vestido em pé encostado na lateral do carro. Sem dizer nada vestir minha roupa. Bebi a água que tinha levado e comi uma das barrinhas de cerais, esperando que isso tirasse o má hálito.
Edward me observou sem dizer nada, entramos no carro e voltamos para casa, ainda naquele silêncio tortuoso. Dessa vez não estávamos próximos, nem nos tocamos, eu encarava a janela do carro, sem conseguir olhá-lo, sabia que se fizesse isso começaria a chorar e poderia desistir de tudo.
Quando parou em frente à minha casa eu saí batendo a porta apressada, sem coragem de dizer adeus.
Edward me agarrou antes que pudesse entrar. Nos abraçamos e choramos juntos por longos minutos, demos nosso último beijo cheio de saudade.
Ele quebrou o beijo com um último selinho e se afastou de mim, sem falar nada limpando minhas lágrimas.
Seus olhos verdes também estavam úmidos, me deu um último beijo na testa e se virou andando de costas até chegar no seu carro.
Entrou nele e acelerou sumindo dali.
O soluço de dor rompeu meu peito e senti os braços da minha mãe me envolverem antes que eu caísse no chão.
Aquela foi a última vez que vi Edward Cullen.
DEZ ANOS DEPOIS
Eu deveria ser uma boba, eu sei.
Eu não sabia o que estava fazendo ali sentada naquele banco da praça sozinha, há uma hora.
Balancei minha cabeça, vendo algumas crianças brincarem sozinhas no parquinho, alguns pais observando de longe.
Acordei cedo naquela manhã, ainda sem saber se deveria ou não ir. Na verdade eu tinha dormido bem pouco. Passei quase a noite inteira levantando os pros e os contras de ir ou não o encontrar.
Dez anos tinha se passado. Uma década. Eu tinha 28 anos agora, não era mais aquela Bella adolescente sonhadora. Tantas coisas tinham mudado em minha vida.
Era uma mulher adulta agora, me formei, voltei para Seattle comecei a dar aulas em uma escola de ensino fundamental, não morava mais com meus pais. Aluguei um minúsculo apartamento e morava sozinha, com minha cachorra maltês chamada Leah, era minha companheira.
Querendo ou não a faculdade foi o melhor período da minha vida. Fiz uma grande amizade com uma garota que dividia o dormitório, Alice.
Era a pessoa mais louca que conheci, mas divertida também.
Conheci vários caras e me relacionei com eles, mas sempre que ficava sério demais eu não conseguia levar adiante.
Muita coisa tinha mudado na minha vida, mas uma coisa não tinha mudado: o meu amor por Edward continuava o mesmo.
Como isso era possível? Nem eu sabia.
E olha que tentei esquecê-lo e às vezes até achava que conseguiria, mas nada do que tinha feito havia funcionado.
Os caras que beijei, os caras que levei para cama em uma busca de sentir ao menos dez por cento do que sentia por Edward, estaria feliz.
Mas nunca dava certo e eu ficava frustrada novamente, pensando no meu namorado do colegial.
Eu nunca contei para ninguém sobre ele, nem para Alice, pelo menos não a história toda, até um mês atrás.
Não aguentava mais guardar aquele segredo e com a data cada vez mais se aproximando precisava contar para alguém.
Ela tinha se mudado para Seattle comigo, pois namorava um cara que também era de Seattle e ele a pediu em casamento assim que se formoram. Moravam no mesmo prédio que eu.
— Meu Deus, Bella! Agora eu entendo você. Por isso sempre fugia quando alguém queria se relacionar sério com você.
Eu apenas assenti, meus olhos enchendo de lágrimas.
— Eu sei, eu sou tão idiota. Quase dez anos se passaram e eu nunca conseguir esquecer ele Alice, nunca mais o vi, não sei nem o que aconteceu com ele... muito menos se ele está vivo. Já me xinguei tanto por ter feito aquela maldita promessa, por não ter lutado por nosso amor, como ele queria. E se tivesse dado certo? Nós podíamos estar juntos agora.
— Ou podiam estarem odiando um ao outro nesse momento, você se lembra da época da faculdade amiga? Nós não tínhamos tempo para nada, imagina ele fazendo medicina.
Eu suspirei sabendo que ela tinha razão. Eu tinha feito a melhor escolha para o futuro dele e para o meu também.
— Você nunca pesquisou sobre ele?
— Nunca, nós prometemos. Sem olhar para trás — funguei.
Ela então deu um sorriso maligno e puxou seu celular.
— Você prometeu, eu não.
— Não, Alice! Você não pode fazer isso — respondi sentindo meu coração quase parar.
— Bella, vai lá... só uma pesquisada não vai matar, ninguém. Qual o nome dele mesmo?
— Edward Cullen — respondi em uma voz baixa, sem conseguir acreditar.
— Doutor Edward Cullen, google ativar — falou teclando no celular.
— Alice...
— Ah, meu Deus, Bella! Se for esse daqui é um deus grego.
Só com essa frase eu sabia que era ele.
Alice então virou o celular e ali estava Edward Cullen, dez anos depois.
Ele parecia não ter mudado nada, na verdade, estava mais lindo ainda que antes.
Seus cabelos continuavam rebeldes, seu maxilar parecia ainda mais másculo e aqueles olhos verdes...
Meu coração bateu acelerado. Se eu tinha alguma dúvida de que ainda amava esse homem, não havia mais.
Ele parecia está em algum evento e em seus braços estava uma menininha loira, sorrindo feliz. Ela usava um vestidinho florido e parecia feliz de estar nos braços dele. Ele conversava com uma mulher morena em um vestido vermelho. Quem seria ela?
Subi meus olhos procurando uma manchete e o que vi ali quebrou meu coração.
— Doutor Edward Cullen, com sua filha Olívia, no baile beneficente do Hospital St. John — li em voz alta, engasgando com as palavras. — Ele tem uma filha — sussurrei. — Essa... essa mulher é esposa dele.
— Merda — Alice disse virando o celular de volta para ela e mexendo. — Mas aqui não diz nada disso Bella, talvez ele não seja casado e...
— Não, Alie por favor. Eu conheço o Edward, ele não teria um filho assim e...
— Mas você não disse que mudou, ele também pode ter mudado e acidentes acontecem. Vou pesquisar o insta dele e...
— Não — segurei suas mãos a impedindo de mexer no celular. — Por favor, prometa para mim que não vai pesquisar mais nada dele.
— Bella...
— Por favor.
— Tudo bem — concordou relutante.
Eu suspirei e forcei um sorriso.
— Mas você tem que ir para esse encontro, Bella.
— Para ele não aparecer? E eu ficar lá como uma pateta?
— E daí se ele não aparecer? Você esperou esse momento por dez anos, se você o ama de verdade tem que dar uma chance. Pode ser que ele não esteja com a mãe da criança, que tenha sido um acidente e...
— Não, não quero mais falar sobre isso. Ligue para Jasper, hoje vamos beber.
Tive uma ressaca infernal na manhã seguinte. Odiei aquilo e como Edward Cullen com sua filha fazia eu me sentir, jurei para mim mesma que não iria para aquele encontro.
É claro que aquela promessa só durou até quando o dia chegou.
Eu não sabia a hora que ele estaria, isso é se ele fosse.
Decidir ir então no mesmo horário do nosso primeiro encontro na cafeteria que ficava do outro lado da praça.
O dia amanheceu chuvoso e ficou nublado pelo resto do dia, mas o sol começou a aparecer assim que eu cheguei na praça e sentei no banco.
Naquele momento um arco-íris surgia no céu nublado.
— Olha um arco-íris — lembro de dizer depois que saímos da cafeteria — Vamos ver até onde ele vai.
Falei boba e saí andando na direção dele, lembro de Edward ter me alcançado colocando sua mão na minha eu parei e o olhei.
Seus olhos verdes encaravam meus lábios e no próximo segundo estávamos nos beijando.
Não era meu primeiro beijo, mas foi o nosso primeiro beijo. E foi perfeito.
Aquele dia foi quando começamos a namorar, naquele último dia mais de dez anos atrás também teve um arco-íris e hoje também tinha um.
Mas sabia que aquele dia não teria um final feliz.
Olhei no meu relógio.
Já tinha duas horas que estava ali e começava a escurecer, as crianças já tinham ido embora.
Era isso.
Ele não tinha ido.
Ele não sentia mais nada por mim.
Não iria mais chorar por ele, iria esquecê-lo de uma vez por todas.
Estava decidida.
Parte minha estava feliz de ele ter construído uma família.
Fiquei me perguntando como seria a esposa dele, como ele teria feito o pedido, que promessas ele tinha feito a ela.
Suspirando, tirei a pulseira com um pingente de coração que ele meu deu no nosso primeiro ano de namoro do meu pulso.
Não sei por quê tinha colocado aquilo.
Me levantei e a coloquei ali.
Era o fim da nossa história de amor.
— Adeus, Edward — falei encarando agora a pulseira solitária naquele banco.
Virei as costas e sai dali.
O arco íris já tinha sumido, junto com o crepúsculo. O céu estava até estrelado para um dia que foi nublado.
Talvez a lua quisesse me mostrar para não desistir da vida nem do amor, que eu encontraria um homem que iria amar e ser feliz com ele.
E Edward seria apenas uma lembrança distante que pensaria com carinho.
— BELLA — escutei um grito de repente e parei de andar.
Aquela voz...
Não... eu, com certeza, estava imaginando algumas coisas.
— BELLA, ONDE VOCÊ ESTÁ? — escutei novamente.
Virei-me lentamente e vi uma sombra preta parada em frente ao banco que estava sentada, ele girava ao redor parecendo procurar por alguém... por mim.
Edward, era ele.
Meu corpo todo tremeu.
Por que ele tinha vindo? Por que estava ali? Era para ele está na casa dele, com a mulher dele, a filha dele.
Não. Eu não podia.
Se ouvisse da boca dele que estava casado que tinha me esquecido, a dor seria ainda maior.
Antes que ele terminasse de girar eu me virei e comecei a andar de novo, para longe dele.
Porém, antes que pudesse chegar na calçada, uma mão deslizou na minha, fazendo-me parar bruscamente.
Eu não precisei olhar para saber quem era.
Aquele toque... eu o reconheceria de olhos fechados, em qualquer lugar do meu corpo.
Ele puxou minha mão suavemente, fazendo-me virar e encará-lo. Tive um déjà vu dele fazendo isso, antes de nos beijarmos pela primeira vez.
Ele estava ainda mais bonito do que naquela foto. Respirei fundo e seu cheiro me invadiu. Cheiro de Edward.
— Acho que você esqueceu isso — falou erguendo minha mão delicadamente, sua outra mão cobriu a minha e senti a pulseira ser depositada ali.
— Obrigada — foi só o que conseguir dizer, soltando minha mão da dele e colocando a pulseira no bolso do meu casaco.
— É só isso que vai me dizer? — seus olhos verdes pareciam ansiosos, mas para o que eu não sabia.
O que ele queria que eu dissesse?
Ele tinha se casado e tinha um filha. Era bem óbvio que seu amor por minha tinha acabado.
— Você demorou — mordi minha língua quando aquelas duas palavras escaparam.
Ele deu aquele sorriso torto que eu tanto amava e naquele momento pareceu tanto com o meu Edward do passado que foi como se não tivesse dez anos que os separasse.
— Eu tive uma cirurgia de emergência de última hora e perdi o voo de Nova Iorque para cá, era para ter chegado umas quatro horas atrás.
— Então você não mora em Boston?
É claro que ele não morava, provavelmente a mulher dele que deveria ser de NY.
— Não — balançou a cabeça. — Depois que me formei em Havard, fui fazer residência e especialização em Nova Iorque, então fiquei por lá.
— Ah — coloquei minhas mãos no bolso do meu casaco e senti a pulseira em um deles, meus dedos apertaram aquele pequeno coração de diamante.
"Meu coração sempre vai tá com você", foi o que disse quando meu deu aquele presente.
Tantas promessas que fizemos um ao outro, tantas promessas que não cumprimos.
Encaramo-nos por um momento, eu não sabia o que dizer mais e olha que tinha tanta coisa para ser dita.
— Eu moro aqui — murmurei magoada dele não ter perguntado aquilo.
Pelo jeito não queria saber nada de mim.
— Eu sei.
— Como você sabe? — franzi meu cenho confusa.
Edward suspirou e passou a mão em seu cabelo, em um sinal claro que estava nervoso. Aqueles anos todos e ainda continuava com aquela mania.
Não pude impedir um pequeno sorriso surgir em meu rosto.
— Eu não mantive minha promessa — confessou. — Eu não conseguir ir sem olhar para trás... eu ligava para seu pai às vezes para saber de você.
Minha boca se abriu chocada.
— Ele nunca me disse isso!
— Eu pedi que ele não dissesse nada... eu pesquisei você no instagram também... eu achei seu perfil, mas é bloqueado, mas vi que você tem uma amiga Alice, ela veio para Seattle com você. Eu... eu assistir sua formatura também pela live que a Universidade de Vancouver fez... Você se formou com honras Bella, fiquei orgulhoso disso.
Balancei minha cabeça sem conseguir acreditar.
Edward tinha me stalkeado, ele provavelmente viu fotos minha no insta da Alice, ele assistiu minha formatura.
Isso deveria ter me assustado, mas pelo contrário.
Pude começar a enxergar numa luz no fim do túnel. Um fio de esperança surgindo.
E se Alice estivesse certa? E se Edward não tivesse se casado?
Nós tínhamos prometido está aqui, dez anos depois, se estivéssemos solteiros, se ainda sentíssemos alguma coisa pelo outro.
E ele estava aqui. Comigo.
— Você pesquisou sobre mim — falei tentando entender isso ainda.
— Ah qual é! Vai dizer que não me pesquisou nenhuma vez?
Fechei meus olhos respirando fundo, lembrando-me das vezes que minha mão coçou querendo que eu pesquisasse sobre ele.
— Não... se eu fizesse isso... se descobrisse algo de você eu... — gaguejei, se eu soubesse onde ele estava, eu sabia que iria querer ir até ele. Mas então me lembrei da foto, da filha dele — Você tem uma filha, eu.. eu vi sua foto com ela, a legenda...
— Merda, eu sabia que isso ia acontecer! Eu até mandei uma nota para o site do hospital que divulgou a foto pedindo que corrigisse. Olívia não é minha filha, é minha sobrinha.
— Sobrinha? — arfei surpresa.
— Da Edythe e da Tanya, elas se casaram há uns cinco anos em Nova Iorque e Tanya engravidou por inseminação artificial.
Sobrinha. Ele tinha uma sobrinha.
— Eu contei sobre você para ela.
— Por quê?
Edward deu um passo se aproximando mais de mim.
— Sei que se passaram malditos dez anos, eu mudei, sei que você também não é mais a mesma. Mas todos esses anos, todas as mulheres que conheci e me relacionei, todos os dias, eu só conseguia pensar em você, Bella. Eu vivi esses anos todos aguardando esse encontro, rezando para que estivesse aqui solteira e disposta a tentar de novo comigo. Qual foi a maior promessa que fizemos?
Nos amar para sempre. Nossa maior promessa era essa.
— Você está aqui na minha frente depois de todos esses anos, e mesmo assim parece tão... distante. Se não sentir nada por mim... eu... vou entender, mas se quiser tentar de novo, eu estou aqui com você e não quero ir para nenhum lugar mais se você não tiver do meu lado. Então só me responda uma coisa, só sim ou não e...
Eu não respondi. Nem sim, nem não.
Cada palavra que ele pronunciava era como um sopro para meu coração.
Então agi, me aproximando dele, enlaçando sua nuca e colando nossos lábios depois de dez anos.
E foi como se o mundo parasse e um meteoro atingisse a Terra.
Meu coração acelerou como se eu fosse uma menininha e meu corpo inteiro tremeu. Era ele, sempre seria ele.
Nossas línguas se encontraram em um beijo profundo e cheio de saudade.
Tentei colocar o tanto que o amava naquele beijo, queria que ele sentisse tudo, toda saudade que eu senti, todos esses anos.
E recebi de volta tudo o que ele sentia, seu amor por mim.
Ele me esperou, ele ainda me amava, o tanto que eu o amava.
Queria gritar de felicidade. Me senti completa e viva como há muito tempo não me sentia.
— Eu te amo, eu te amo, eu te amo para sempre — quebrou nosso beijo arfante, beijando minhas duas bochechas, minha testa, meu nariz.
— Eu te amo, Edward — pronunciei aquelas palavras lentamente me deliciando ao dizê-las. Minhas mãos acariciaram seu cabelo rebelde deixando-o ainda mais bagunçando, como sentia falta disso. — Eu pensei que tinha se casado, quando vi a foto com a menina. Alice que me convenceu a vim, eu nem queria, sabia que não ia aparecer e você não chegou e...
Ele beijou minhas lágrimas.
— Me perdoe pela demora Bella, eu pensei em vim ontem, mas aí chegou esse paciente, não podia deixá-lo sem fazer a cirurgia. Quando me atrasei e perdi o avião pensei que fosse perdê-la também. E no momento que cheguei aqui e vi naquele banco sua pulseira e só conseguia pensar que não podia ter perdido você, então comecei a gritar e olhar ao redor, até que te vi olhando para mim, mas você se virou de costas e continuou andando...
— Achei que você era uma ilusão da minha mente — respondi rindo e ele me acompanhou.
— Não sou, eu sou real e estou aqui — pegou minha mão e levou ao seu coração que batia tão acelerado. — No começo eu estava tão triste com você Bella, por ter me persuadido a fazer aquela promessa, por me querer longe de você, mas depois... depois eu entendi. Eu mal tinha tempo para comer e sabia que ia acabar nos magoando se tivéssemos ficado juntos.
Encostei minha testa a dele, feliz que ele entendesse.
— Como vamos fazer? — sussurrei. — Você mora em Nova Iorque, eu aqui. Ainda tem quase cinco mil quilômetros nos separando e...
Ele sorriu parecendo tranquilo, seu rosto todo estava feliz e mais vivo, eu sabia que o meu se encontrava da mesma forma. Edward afastou meu cabelo do rosto e colocou atrás da minha orelha, fazendo carinho.
Como sentia falta disso.
— Na verdade, eu estou me mudando para cá... surgiu uma vaga no hospital daqui então... não vamos nos separar.
— Nunca mais?
— Nunca mais, se depender de mim.
— Uma última promessa? — estendi minha mão.
Edward a afastou dele balançando sua cabeça.
— Vou passar a vida fazendo promessas para você, meu amor. Mas a mais importante espero que façamos logo em frente a um celebrante e com nossa família de testemunha.
Eu sorri, meu coração explodindo de felicidade.
Nós iriamos nos casar, nós teríamos uma família, filhos, tudo que tínhamos planejados quando éramos, mais jovens.
Talvez não seja tudo como imaginei, mas sabia que estaríamos juntos todos os dias de agora em diante.
Eu o abracei com força, Edward me ergueu do chão e nos girou, nós dois rindo felizes.
Ali, em seus braços, era o meu lugar.
Nota da Autora:
Ansiosa para saber o que acharam e principalmente você Gi, saiba que fiz com muito carinho e espero que tenha se emocionado, porque eu me emocionei um pouquinho kkkk
Mais um ano participando desse projeto e espero nos vermos de novo na Poso em 2022
Beeijos e não esqueçam de comentar!
