Notas:

1. O universo de Harry Potter pertence a J. K. Rowling.

2. História sem fins lucrativos.

3. Créditos da imagem ao fotógrafo, imagem tirada do Unsplash.

4. História focada em personagem original.

5. Ship: Voldemort e Personagem Original (OC)


A Ordem da Fênix

1980

Cassandra estava indo encontrar-se com os membros da Ordem da Fênix. De acordo com a carta que havia recebido naquela tarde, havia um assunto muito importante a ser discutido entre eles, um assunto que necessitava da presença de todos os membros.

O encontro daquela noite seria na casa dos Potter, Lily e James, dois recém-casados que haviam entrado na Ordem há cerca de uma semana.

Cassandra precisou apressar o passo, pois do contrário acabaria chegando atrasada naquela reunião, que seria o seu segundo encontro com os membros da ordem, ela também era uma recém chegada.

Cassy havia demorado muito decidindo-se se viria ou não a essa reunião. Ela nem tinha certeza de por que estava fazendo aquilo, sendo parte da Ordem; talvez fosse apenas por que sua mãe fazia questão, talvez fosse para honrar a memória de seu irmão, que havia falecido em um confronto contra os seguidores das trevas; talvez fosse para preencher o vazio que havia dentro de si.

Haviam muitos 'talvez' em sua mente, mas nenhuma 'certeza'.

Cassandra suspirou, precisava tirar essas inquietações de sua mente. Mesmo que tivesse dúvidas sobre como seguir sua vida, não poderia deixar essas dúvidas lhe atormentarem. Além disso, precisava estar completamente focada na reunião com a Ordem, já que havia aceitado participar daquilo, se dedicaria por completo.

A bruxa fechou os olhos por alguns segundos, respirou fundo, então seguiu até a casa dos Potter.

Logo depois de bater na porta, foi recebida por Lily Potter.

— Boa noite, Cassy, entre. — disse a ruiva — Todos os outros já chegaram, estávamos esperando só por você.

— Me desculpe pelo atraso. — Disse Cassy enquanto entrava na casa.

— Tudo bem, nós ainda não começamos.

Lily conduziu a outra bruxa até a sala de estar, onde estavam todos os outros integrantes da Ordem da Fênix.

Cassandra os cumprimentou e sentou-se no local que Lily indicou.

— Que bom que chegou, senhorita Barthe, — disse Dumbledore — agora podemos debater o assunto importante que mencionei nas correspondências de vocês, mais cedo.

— Como todos aqui sabem, as trevas estão ganhando força, uma força nunca vista antes. — disse Alastor Moody. — Se continuar da forma que está, Voldemort muito em breve conseguirá tomar o poder e passará a controlar a nossa sociedade.

Diversos suspiros e conversas sussurradas foram ouvidas pela sala depois das palavras de Moody.

— Já perdemos muitos de nós nessa batalha contra as trevas. — Dumbledore retomou a palavra, olhando diretamente para Cassandra. — Por isso, esta noite, vamos debater uma solução mais drástica e talvez definitiva, para acabar com essa batalha contra as trevas.

Todos olharam para Dumbledore espantados.

— Uma solução definitiva? — questionou Frank Longbottom — Como essa "solução" só surgiu agora?

Alice colocou a mão sobre a mão do marido, ele estava visivelmente frustrado.

— Meu caro, Frank, entendo o que está sentindo. — disse Dumbledore — Porém essa solução apresentou-se para nós apenas há algumas semanas.

— O que Dumbledore quer dizer é que recentemente encontramos alguns livros, que falam de uma magia antiga. E desde que encontramos esse material temos estudado e buscado algo de útil. Há algumas semanas descobrimos uma magia, capaz de transportar um bruxo no tempo. — explicou Moody.

— Mas essa magia já existe, é o vira-tempo. — Disse Marlene McKinnon como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Sim, minha cara, mas o que encontramos é algo muito mais poderoso e perigoso que um simples vira-tempo. — disse Edgar Bones — O que encontramos é capaz de nos fazer viajar até cem anos no passado.

— Como isso é possível? — perguntou Remus Lupin.

— Como Dumbledore havia dito, é uma magia muito antiga. — Edgar disse.

— Então, o que pretendem fazer com essa descoberta? — perguntou James Potter, o anfitrião daquela noite.

— Pensamos por muito tempo e analisamos muitas possibilidades, — disse Moody — chegamos à conclusão de que com essa magia seria possível regressar alguns anos no passado, encontrar Voldemort antes de sua ascensão como Lorde das Trevas e destruí-lo.

— Vocês estão certos do que estão dizendo? — perguntou Sirius — Pra mim isso parece só uma missão suicida.

— E pode ser que seja mesmo, Black. — disse Moody — Não sabemos a real extensão dessa magia, nem se realmente funcionará.

— Porém Voldemort vem ganhando mais poder a cada dia que passa, mais aliados se juntam a ele e o Ministério em vez de se fortalecer, continua fraquejando. — disse Dumbledore — Com essa magia, nós temos uma chance de mudar o passado para concertar o futuro.

— E a linha temporal, como fica? — perguntou James parecendo genuinamente preocupado.

— Nós não queremos eliminar a existência de Voldemort, pois isso poderia gerar o caos, — explicou Moody — mas se ele morrer, depois de adulto, o dano na linha temporal seria mínimo.

— Imaginamos que se conseguirmos encontrá-lo com cerca de trinta anos e o matarmos, a linha temporal poderia seguir sem muita alteração. — disse Dumbledore — Porém, acreditamos que aquele que for ao passado, não terá como retornar.

— Então é só uma missão suicida no final de tudo! — Bradou Sirius.

— Por isso pedi que nos reuníssemos aqui hoje, — disse Dumbledore — para que todos estivessem cientes dos riscos dessa missão, de que é uma missão que não temos certeza de que será bem sucedida, de que há uma grande chance de morte. Mas também há uma chance de livrar o futuro da influência de Voldemort, podendo assim poupar muitas vidas.

Dumbledore olhou para Cassandra quando disse a última frase. Cassy logo entendeu o que ele quis dizer.

— Queremos um voluntário para essa missão, — disse Moody — não iremos obrigar ninguém a isso. Afinal é uma escolha muito difícil. Mas gostaríamos que pensassem sobre o assunto e que se algum de vocês acredita que isso pode funcionar, se algum de vocês acredita que pode mudar o passado, venha falar comigo ou com Dumbledore.

— Esperem, vocês vão jogar isso assim? Simplesmente atirar essa responsabilidade em cima de nós? — Sirius parecia indignado.

— Não estamos obrigando ninguém a nada, Black. — disse Moody — Estamos deixando a opção de escolha.

— E se ninguém se voluntariar? Vocês vão escolher alguém para se sacrificar em nome de um bem maior? — Sirius continuou.

"Em nome de um bem maior", essa palavras atingiram Cassandra de uma maneira muito cruel. Essas eram as palavras que seu irmão costumava usar, ele sempre dizia que ao se tornar auror, lutava por um bem maior.

— Não, não vamos escolher ninguém. Nós apenas descartaremos essa opção. — disse Dumbledore.

— Nada disso está fazendo o menor sentido. — disse Remus — Vocês dizem que tem um plano maravilhoso, que pode acabar com Voldemort, mas ao mesmo tempo não sabem se vai funcionar, além disso é uma missão suicida. Não faz sentido.

— Meu caro, Remus, sei que tudo isso é confuso para todos. — disse Dumbledore — Por isso pedimos que pensem bem, em algum momento irá fazer sentido, em algum momento todas as palavras vão se encaixar.

Cassy tinha quase certeza de que aquelas palavras eram dirigidas à ela. Mas preferiu não falar nada, não se manifestar, se aquilo fosse direcionado à ela, as palavras iriam se encaixar, como disse Dumbledore.

Após a tensa reunião, Dumbledore e Moody logo se retiraram, alguns outros membros da Ordem logo se foram também, como Edgar Bones. Os demais permaneceram reunidos na sala de estar dos Potter.

Cassandra, só se deu conta que a reunião havia terminado quando Lily lhe alcançou um copo de ponche de frutas.

— Beba, Cassy, você não parece estar muito bem.

— Obrigada, Lily. — disse Cassy pegando o copo da mão da ruiva.

Cassandra olhou em volta, aqueles que ainda estavam na casa dos Potter eram em sua maioria jovens, assim como ela, na casa dos 19/20 anos. Qualquer um ali tinha muito a perder se aceitasse a proposta de Dumbledore. Alguns dos presentes já estavam casados, pensando em constituir família, como os Longbottom. Outros perderiam o contato com os amigos e a família, a quem amavam, como o Black ou o Lupin.

Cassandra chegou rapidamente a conclusão de que ela era a única pessoa que não perderia nada, pois odiava sua família e a única pessoa que já havia amado nesse mundo, seu irmão, estava morto. Ele estava morto por causa de toda essa maldita sede de poder de Voldemort e da omissão do Ministério da Magia.

Assim que se deu conta disso, largou o copo de ponche sobre a mesa de centro da sala de estar e se dirigiu o mais rápida e discretamente possível até a porta. Não suportou mais ficar naquele ambiente, ela só queria ir para sua casa, só desejava ficar sozinha.

Conseguiu ir até o hall sem maiores problemas e sem ser notada, porém, assim que abriu a porta, foi abordada por um membro da Ordem.

— Você parece estar fugindo ao sair assim, sem se despedir de ninguém.

Cassandra virou-se para quem havia lhe dirigido a palavra. Era Remus Lupin. Ela suspirou profundamente e respondeu:

— Eu estou fugindo, na verdade. Sai sorrateiramente da sala de estar e consegui passar despercebida. Bom, até você me encontrar.

— Desculpe por frustrar seu "plano de fuga". Como forma de me desculpar, me deixe acompanhá-la até o portão. É o mínimo que posso fazer.

Cassandra, percebendo que provavelmente Lupin queria conversar com ela, permitiu que ele a acompanhasse.

Os dois saíram da casa, Lupin caminho ao lado de Cassy sem falar nada, até eles chegarem ao portão.

— Como você tem se sentido? — Perguntou Lupin repentinamente. — Digo, depois do que aconteceu.

Cassy não precisava perguntar ao que ele se referia, ela sabia, era à morte de seu irmão, que havia acontecido algumas semanas antes.

— Não posso dizer que está sendo fácil. — Respondeu Cassy.

Remus respirou fundo, logo depois disse:

— Perdoe-me por perguntar, não queria trazer lembranças dolorosas à sua mente.

Cassandra sacudiu a cabeça e disse:

— Não tem problema. Pelo menos você não falou "Isso vai passar logo", como se a morte do meu irmão fosse algo que eu pudesse esquecer ou deixar de sentir.

Lupin olhou seriamente para Cassy.

— Por favor, não se sinta obrigada a participar dessa missão suicida de Dumbledore e Moody.

— De onde tirou essa ideia, Lupin? — Disse Cassy tentando desconversar.

— Cassandra, eu posso não te conhecer bem, mas conheço um olhar de alguém que acha que não tem nada a perder. — Disse Lupin. — Além disso, Dumbledore parecia estar jogando essa responsabilidade para você, pela maneira que ele falou, não sei se você também achou isso.

Cassy também havia achado isso. Mas não queria discutir com Lupin, não naquele lugar, nem naquele momento. Ela só queria ir para casa tentar organizar sua mente.

— Eu agradeço sua preocupação, mas nesse momento minha cabeça está uma total confusão. Eu não sei o que vou fazer, mas não se preocupe, não vou tomar uma decisão precipitada. — Disse Cassy baixando um pouco a guarda. — Agora eu só quero ir até a minha casa e dormir, se possível a noite toda.

Lupin apenas assentiu e deixou a bruxa passar pelo portão para então poder aparatar, mas ele ainda estava preocupado com a garota.

— Obrigada por se preocupar, — disse Cassy a Lupin antes de aparatar.

Cassandra respirou fundo assim que seu pés pisaram no conhecido calçamento da rua de sua casa. Ela estava apenas há alguns passos de casa. Cassy caminhou até a cerca de madeiras brancas, com um toque de varinha abriu o portão e então seguiu o caminho de pedras de dolomita até a porta de sua casa.

Com um novo toque de varinha abriu a porta e já entrou acendendo as luzes da sala de estar, ela precisava de um gole de algo forte, como whisky, então foi direto até o bar.

Porém, antes que alcançasse a garrafa de whisky e um copo, ouviu seu nome sendo chamado, da outra extremidade da sala de estar.

— Senhorita Barthe.

Cassandra virou-se rapidamente e viu um manto negro e uma máscara prateada.


Notas finais:

Então? O que acharam?
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Beijão!