Notas importantes: Twilight pertence a Stephanie Mayer. E a história original pertence a Kit .


CAPÍTULO 1

POV Bella

− Nervosa, Swan?

Perguntou Sam, o mentor de Bella e seu parceiro nesta missão.

Bella levantou os olhos da mira do rifle.

− Não, Sam.

Ela tentou dar um tom objetivo de profissionalismo, mas sua voz traiu um leve chiado. Para se distrair, verificou o alinhamento da mira mais uma vez. Ela estava realmente lá com a única finalidade de eliminar os necros?

Sam balançou a cabeça, os fios do cabelo escuro chicotearam sobre o rosto pálido. Quando ele falava, o palito preso entre os lábios mal se movia.

− Escuta, é normal, ok? Esta é a primeira vez que está em uma missão real contra os necros. Basta lembrar-se de não deixar que o medo interfira em seu trabalho.

− Sim, senhor.

Bella estava mais preocupada com suas dúvidas do que com a interferência do medo oprimindo-a. Durante meses, desde que uma de suas irmãs se juntou a um grupo que luta pelos direitos dos necros e começou a questioná-la sobre a Agência e se esta era ou não uma forma nobre para gastar a sua vida tinha rondado sua mente. Finalmente, ela tinha decidido que a única maneira de afastar suas dúvidas era participar de uma missão, usar seu treinamento, e silenciar a voz em sua mente de uma vez por todas.

Ele bateu no seu ombro.

− Você vai se sair bem. Aponte para o coração, o cérebro ou a coluna vertebral, e os derrubará.

Bella forçou um sorriso confiante, desejando que a agitação da náusea em seu estômago desaparecesse antes de entrarem na mansão. Três vans que transportavam os agentes da The Necro Sapien Containment Agency estavam alinhadas no perímetro dos muros altos e portão, impedindo a passagem para a mansão. A van principal bloqueava o portão impedindo-o de abrir mais do que alguns centímetros, permitindo apenas espaço suficiente para os homens e mulheres deslizarem através do portão de ferro forjado, mas não permitindo uma fuga fácil para qualquer um dos necros, que podiam ser muito jovens para voar.

Mais uma vez, ela verificou a câmara de seu rifle, assegurada pela visão circular da prata reluzente calibre 50. Prata não mataria um necro, mas o deixaria atordoado o suficiente para permitir que outro agente o fizesse com um segundo tiro ou cortasse sua cabeça ou outra área vital, se a primeira tentativa não atingisse uma área vital. Ela repetiu a decisão mental, revisando seu treinamento.

Seis anos de treinamento, ela percebeu, era apenas um começo. Seis anos de sua vida haviam sido gastos para se tornar uma agente, trabalhando para ser uma da elite que rastreava os necros e deixava o mundo um lugar mais seguro para os seres humanos. Tudo isso passou pela sua mente nesta noite. Era sua primeira missão ao vivo, Bella tinha passado por incontáveis simulações, mas sabia que hoje seria diferente, uma vez que entrassem na mansão. Ela esperava que essa tarefa simples e direta, validasse sua escolha de carreira e dedicação à causa da Agência.

Ela lançou os olhos avaliando a estrutura imponente, que lembrava uma espécie de castelo assustador saído de um romance gótico. Depois de tanto tempo sendo perseguidos, surpreendia-se, pelos necros ainda se mantinham agarrados aos seus velhos habitats. A mansão, situada no alto de um penhasco na costa central da Califórnia, bem que poderia ter um sinal de néon anunciando-a como um refúgio de vampiro. A fachada em ruínas, a torre, e o ar de melancolia entregavam-na, como tal, tão certo quanto o frio nas leituras de imagens térmicas localizavam mais de vinte necros escondidos no interior, à espera do pôr-do-sol.

− Vamos!

O Chefe Billy não se preocupou em manter o seu comando silencioso. Qualquer necro com mais de algumas décadas já sabia que a esquadra estava reunida no exterior. Eles podiam cheirar sangue humano a partir de três quarteirões de distância, mesmo se as batidas dos corações da equipe não tivessem denunciado sua presença. Esta missão não era sobre cautela. Era sobre extermínio eficiente.

Ela tentou livrar-se de todo melindre, agora que chegara a hora de realmente matar necros. Eles eram perigosos e imprevisíveis, precisavam ser eliminados. Só então a sociedade voltaria à forma que tinha sido anteriormente, antes de Dr. Stoker revelar a existência de necros. Sabia que não era de muita ajuda para acalmar seus nervos, já que ela nunca tinha matado nada. Isso era um problema neste trabalho.

− Eles já estão mortos. Você está dando-lhes descanso eterno.

Ela sussurrou baixinho enquanto entrava na fila ao lado de Sam. Ela verificou duas vezes o cinto em sua cintura. O colete de nylon levava todas as armas necessárias para um combate, em ambiente fechado, com necros: spray de alho, água benta, um crucifixo e uma arma carregada de balas de prata. Na mão esquerda estava a espada katana, ultraleve e mortal, a arma escolhida por ela para a desagradável tarefa de cortar as cabeças dos necros caídos. Ela tinha treinado tanto tempo com a espada que era uma extensão de sua mão esquerda quando a segurou.

Ela seguiu a orientação dos agentes que se deslocavam em direção à mansão com movimentos lentos, o rifle era um peso sólido no braço. Bella olhou para o sol, queimando no alto do céu, e pegou a confiança dele. Somente um vampiro mestre não teria medo dos raios ardentes, e a inteligência indicou que não havia um MP com esse bando, por isso, se sua equipe não conseguisse eliminar todos os necros, seriam obrigados a permanecer na mansão até que outra equipe chegasse.

Na porta da frente da mansão, um painel da janela francesa estava completamente estourado. A aranha tinha sua residência no local e construiu uma intrincada teia no espaço abandonado. A criatura feia agarrava serenamente a sua teia quando um dos agentes chutou a porta, que revelou sua idade no desmoronamento em contato com a pesada bota de combate.

Como todos ao seu redor, Bella ligou a luz de mineiro em seu capacete e ativou as luzes em cada ombro do seu colete. Os necros preferiam a escuridão, e qualquer iluminação poderia significar a diferença entre encontrar um deles, antes que ele os encontrasse primeiro.

Sam tocou seu ombro com o rifle, dando-lhe um sorriso largo ao redor do palito, agora mostrando desgaste de seus dentes.

− Mate todos eles, novata!

Ela sorriu de volta, ignorando a forma como seu estômago revirou, quando deu o primeiro passo para a escuridão que abrigava os necros. O silêncio a surpreendeu. Não o silêncio furtivo de esconder alguém, mas sim o silêncio de um túmulo. Na verdade, parecia que nada se movia no espaço, exceto os agentes.

Com passos cautelosos, ela caminhou à frente, consciente do movimento em leque dos outros agentes, cada equipe avançava em um movimento padrão atribuído. Tendo Sam à sua esquerda tranquilizou-a, mas não detinha todo seu medo. As palmas das mãos estavam suadas e Bella foi forçada a segurar a arma em uma mão enquanto esfregava a outra mão contra o colete. Depois de repetir o processo, ela agarrou o rifle em uma posição segura mais uma vez.

A escuridão parecia engoli-los mais profundamente enquanto penetravam na casa. As luzes do capacete e da jaqueta não faziam nada para acabar com a negritude. Parecia quase sobrenatural. As persianas pretas nas janelas poderiam explicar esse grau de obscuridade?

Um grito vindo da direção oposta da sua localização quebrou a concentração de Bella. Parecia totalmente humano, e ela teve de resistir ao impulso de se virar para fugir. De jeito nenhum ela ia deixar que o medo arruinasse sua carreira, não depois de passar seis anos treinando para isso.

Uma porta apareceu nas sombras do lado direito de Bella. Seu estômago estava apertado, e o suor gotejava. Com um movimento de cabeça, Sam indicou que iria investigar. Ele ergueu a mão durante a comunicação com as operações.

− Sam aqui. Você consegue a leitura da sala que Swan e eu estamos prestes a entrar?

− Negativo.

Disse a voz fria do sexo feminino, na outra extremidade.

− O isolamento nos quartos está impedindo nosso scanner portátil de funcionar direito. Temos um pedido para a Agência reposicionar o satélite, mas vai demorar trinta minutos.

Com um aceno de cabeça, Sam foi até a porta, gesticulando para Bella manter a posição. Levando em conta o que eles tinham logo à frente, o rifle parecia muito frágil quando ela segurou-o firmemente, retirando-se para permitir Sam tomar sua frente. Ele testou o botão, e quando cedeu, empurrou a porta rapidamente, retrocedendo para o lado da porta, o rifle estendido.

Bella analisou a carnificina que tinha sido instalada numa elegante sala de estar, decorada em estilo vitoriano, sibilando com nojo o que viu pela iluminação fornecida por uma única lâmpada de estilo Tiffany em um lustre ornamentado. O sangue nas paredes brilhava como uma grotesca pintura de um louco em uma enfermaria psiquiátrica. A sombra carmesim escura criava um cenário adequado para a mobília estilhaçada, destruída no que parecia ser um frenesi alimentício. Uma pilha de restos mortais em um tapete persa colorido não era facilmente identificável, mas estritamente por instinto, Bella sabia que eles eram humanos. Qualquer elegância na sala tinha desaparecido, quando se tornou uma lixeira para os restos das presas dos necros. Algumas das suas dúvidas foram esmagadas pela prova da natureza bestial dos necros, ela forçou a bile de volta ao estômago e seguiu seu parceiro para dentro da sala, sabendo que tinha que revisar tudo antes de prosseguir.

As botas chapinharam quando ela pisou no tapete, e olhou reflexivamente, engasgou na poça de sangue que havia entrado. Poça do inferno, mais parecido com um lago. Os necros não teriam desperdiçado tanto, então só poderia ter vindo de alimentações múltiplas acontecendo ao mesmo tempo.

Ecoando seus pensamentos, Sam disse em voz baixa.

− Deve ter sido uma festa.

− A última refeição.

A raiva esmagou seu medo quando ela reconheceu os restos de um pré-adolescente no meio à pilha de cadáveres amontoados a esmo perto da lareira, quando se aproximou.

Concentrando-se no seu treinamento mental, Bella conseguiu ignorar o resto do banho de sangue à sua volta e se concentrar na busca pela sala. Aproximou-se da chaminé e, com seu rifle para cima, disparou três tiros. O espaço apertado, escuro teria sido um esconderijo perfeito para um necro, mas nenhum se escondeu lá. Se tivesse estado, teria caído na lareira no momento que uma bala de prata penetrasse sua carne. A dor excruciante não teria lhe permitido manter seu domínio sobre a gravidade.

Eles terminaram de olhar o restante dos cantos e recantos, e, em seguida, Sam caminhou em direção à porta. Ele seguiu atrás dela, fazendo uma pausa para borrifar água de alho na maçaneta e, com spray de tinta, um grande X vermelho sobre a porta, indicando que a sala estava limpa. Caso algum necros tentasse refugiar-se lá, a água de alho seria uma surpresa desagradável. Graças aos químicos da Agência, uma substância química adicionada interagiria com a frieza do necro se tocasse a porta, deixando a maçaneta azul fosforescente, informando aos agentes que a sala podia ter sido comprometida.

Percorreram dez metros antes de descobrir outra porta. Sam, novamente, gesticulou que ele tomaria o ponto, e Bella não discutiu. Como uma novata, era o seu dever acatar a decisão. E ela não estava ansiosa para ir às cegas para o quarto. A falha nos scanners foi um golpe para a eficiência e colocava todos os agentes em maior perigo.

Ele moveu-se silencioso e rápido, verificando o botão. Ao encontrá-lo trancado, Sam usou a arma para explodir a fechadura. À medida que se abria a partir do chute que aplicou, ele entrou agachado. Bella estava bem atrás dele.

Um grito desumano perfurou o ar. Dois necros correram para fora da escuridão, dentes arreganhados, e as mãos estendidas com a necessidade óbvia. Eles atacaram e Bella grunhiu, caindo ao chão sob o impacto da besta. Ele cortou o rosto dela, quase atingindo os olhos, e Bella gritou. A criatura recuou, as presas estranhamente alongadas, obscenamente salientes.

Em um exame mais próximo, quando ela conseguiu usar seu rifle para bloquear o necros, Bella percebeu que suas presas não eram muito longas. A carne do seu rosto tinha encolhido, assim como em outros lugares. Parecia mais monstro que humano em seu estado atual de fome. Apesar de ter visto vítimas de suas refeições com seus próprios olhos, o estado emaciado deste vampiro indicava que não tinha recebido sangue durante muito tempo, ou tinham subsistido com apenas uma pequena quantidade.

O necro rosnou para ela, tentando afastar o rifle, para que pudesse atacar seu pescoço. Ela forçou-se a afastar-se do exame clínico, lembrando-se de que um necro faminto era ainda mais perigoso do que aquele que se alimentava regularmente e estava em boa forma. O cheiro de seu sangue devia estar deixando-o enlouquecido.

Seus dedos escorregaram sobre o rifle, e as garras do necro seguraram sua mão. Bella grunhiu e soltou a arma. O necro caiu para frente, despreparado para o enfraquecimento da sua resistência. Mesmo com ele preparado para uma festa no seu pescoço, ela estava chegando ao pulverizador de água de alho. Seus dedos eram ágeis, agarrando o pulverizador para aproximá-lo dos olhos do necro. A criatura estava distraída, raspando os dentes contra a veia carótida dela, quando soltou um fluxo constante da mistura. Os gritos terríveis da criatura encheram a sala enquanto contorcia-se em reação à dor. Distraído e em agonia como estava o necro, foi fácil para ela rolar para longe de seu atacante e ficar de pé.

Automaticamente, pegou seu rifle e se virou para olhar seu parceiro, congelando quando o viu lutando contra um necro em melhor forma do que seu oponente tinha estado. Apesar de magro, este não parecia ter sido deixado tão à míngua quanto o outro.

Aproximando-se, ela nivelou o rifle na cabeça do necro, identificando este como uma fêmea porque ela estava em melhor forma do que seu companheiro, com carne sobrando nos ossos para revelar seios murchos e curvas leves.

− Deixe-o ir.

Um riso frio escapou através de sua boca aberta, mas esta foi a única resposta que deu. Seus olhos não se afastaram da pulsação de Sam, batendo constantemente na garganta, e as mãos permaneceram firmes em torno de seus pulsos, segurando-o ao chão com o que parecia ser um mínimo de esforço.

− Atire nela!

Em suas palavras, seu dedo apertou o gatilho. Fez mira com o ponto vermelho centrado na cabeça do necro. Tudo estava no lugar, sem o necro prestar atenção a ela.

Agora era o momento perfeito para atirar, antes que a mulher derrubasse seu parceiro no chão, tomasse seu sangue e viesse atrás de Bella.

Bella tentou apertar o gatilho, mas sua mão tremia. O dedo escorregou, umedecido com seu suor. Ela piscou e reposicionou a arma, pronta para disparar. Só que ela não podia dar o tiro. Com a boca seca, Bella tentou novamente, mas seu dedo não cooperava.

− Que diabos você está esperando? Mate essa puta!

As palavras duras empurraram Bella de volta à ação e ela conseguiu disparar o rifle, mas não acertou. O tiro foi dado de distância angular do necro, fazendo com que a bala se alojasse nas costas em vez de pegar na parte de trás da cabeça como ela tinha planejado.

Com um grito, que era metade raiva, metade dor, ela afastou-se de Sam cambaleando, freneticamente arranhando na ferida, como se estivesse tentando arrancar o pedaço de prata que, sem dúvida, queimava sua pele.

Como se presa em melaço, Bella reagiu lentamente. Antes que ela pudesse chegar a Sam, ele levantou-se e decapitou o necro com sua espada em um movimento suave. Por um momento, ela olhou para a cabeça, que rolou em sua direção, parando a centímetros de seus pés. A expressão na cabeça decepada era de terror, e ela virou-se para vomitar no tapete. A confusão a encheu quando viu seu medo. Se o necro temia a morte, estava realmente morto? Será que a transformação a que os necros foram submetidos poderia classificá-los como mortos, se ainda andavam? Será que eles teriam medo do fim de sua existência, se não estivessem vivos, de alguma forma?

Enquanto perdia o conteúdo de seu estômago, Sam cuidou do necro que ela havia deixado cego pela água de alho, retirando sua cabeça com um golpe limpo.

− Anime-se.

Embora insensível, as palavras não foram ásperas. Ele até bateu levemente no ombro dela enquanto caminhava.

− Há mais de onde esses vieram.

Com um aceno de cabeça, fingindo uma certeza na missão de exterminar necros que não sentia há algum tempo, Bella o ajudou a examinar o resto da sala, determinar que estava limpa, marcar a porta, e seguiram em frente pelo corredor. Enquanto o seguia, tentou deixar de lado as dúvidas que se aglomeravam na sua mente, as dúvidas que tinham aumentado mais a cada dia que se aproximava o momento de exterminá-los. Dizer que seus pensamentos eram devido a experimentar as mortes dos necros em primeira mão não explicava as dúvidas que tinha antes de entrar na mansão. O medo dos necros a tinha abalado, mas devia ter esperado por isso. Como qualquer animal, eles eram levados pelo instinto de sobrevivência. Isso não significava nada. Não realmente. Ela ainda não estava questionando ter dedicado seis anos de sua vida em treinamentos para acabar com os necros, que representavam uma ameaça ao modo dos seres humanos de vida. Não é? Não por causa desse incidente. Devia ser apenas consequência ou reação alimentando suas dúvidas, ela decidiu, tentando empurrar os pensamentos para fora de sua mente. Ela tinha que continuar com a missão de provar para si mesma que tinha tomado a decisão certa ao se tornar uma agente.

Na próxima porta, um frio tocou sua espinha, e ela hesitou, querendo pedir a Sam para não abrir a porta. Algo estava do outro lado, e ela não queria enfrentá-lo, mas não sabia expressar seus medos ao seu parceiro. Ele os interpretaria como nervosismo.

Ele checou a maçaneta e abriu a porta ao encontrá-la destrancada. A sensação de perigo aumentava a cada passo, ela não podia deixar de sentir que estavam cometendo um erro enquanto o seguia para dentro da sala.

A escuridão era absoluta. Suas luzes não iluminavam quase nada. Ela era tão espessa que assentava na pele como uma carícia inebriante. A frieza no ar deixou os cabelos de sua nuca de pé. Não era um tipo de escuridão natural.

− Sam?

− Relaxe, Swan.

Soou sereno como sempre.

− Eu não gosto disso. Acho que deveríamos...

Sair deste inferno, agora!

– Pedir auxílio.

− Acalme-se e mude para visão noturna.

Mantendo o rifle firme numa mão, Bella usou a outra para abaixar o visor do capacete. O visor ampliava qualquer luz ambiente, por 80.000, mas o cômodo permaneceu tão puramente negro quanto antes. Ela virou o visor inútil de volta para cima, removendo-o da sua linha de visão.

− E agora?

− Nós só precisamos...

Ele interrompeu-se de repente, com apenas um pequeno suspiro de ar.

Ela estendeu a mão para frente. Sua mão roçou a carne. Fria, carne fria. Braços chegaram ao seu redor, bloqueando-a em um abraço tão sólido quanto o aço. Bella gritou.

− Sam?

− Ele não vai responder.

A voz sussurrante do necro a fez sentir calafrios por toda coluna, arrepios não apenas inspirados pelo medo. O acento másculo lançou uma onda de calor em seu estômago e seus membros ficaram dormentes.

Ele a estava hipnotizando. Não havia outra explicação. Ela tentou obrigar seu corpo a resistir, mas derreteu contra seu algoz, quando ele a ergueu em seus braços. Bella percebeu que tinha outro necro na sala quando ele chegou ao lado de seu captor. Embora ela não tivesse pensado que seu medo pudesse aumentar, ele avolumou-se como uma bola enchendo sua garganta. Pequenas respirações curtas eram tudo que ela conseguia.

Eles andaram pelo corredor, e a espessa neblina se dissipou por um instante, permitindo-lhe ver o belo semblante de seus captores. O cabelo preto emoldurava o rosto de um, e os cachos dourados distinguiam o outro. A escuridão do cabelo serviu para ressaltar a palidez de sua pele, apesar de ter sido pintada com uma sugestão de rosa. Sangue. Sam tinha-lhes dado esse brilho, sem dúvida.

Com a mente presa em uma neblina, ela lutou por um pensamento racional. Eles subiam lances de escadas, um após o outro. Finalmente, saíram através do sótão e subiram no telhado. A luz solar machucou seus olhos, e o abalo trouxe de volta parte de seu raciocínio. Bella prendeu a respiração, esperando o necros estourar em chamas. Depois de um momento, ela gemeu seu medo. A informação tinha sido errada. Havia dois mestres presentes. Como eles poderiam ter errado?

− Venha, Emmett, vamos partir. Nós temos o que viemos buscar, e não há nada que possamos fazer pelos filhotes.

Foi o de cabelos dourados que falou? Ela não podia ter certeza.

− Eu sei, Edward.

O necro intensificou seu aperto.

– Culpa da sua Agência por essa perseguição.

Sua mente tornou-se nebulosa novamente e levou vários minutos para perceber que estavam voando. Um grito subiu em sua garganta, mas emergiu como pouco mais que um miado de terror quando olhou para baixo. Apavorada, achando que a soltaria, agarrou os braços do necro que a mantinha em seus braços.

Ignorando a reação dela, ele voou com seu companheiro por perto. Como eles viajaram através de levitação, não um vôo verdadeiro, Bella perguntou-se se não seria melhor fazer com que o necro a soltasse. Poderia ser um final mais atraente do que tudo o que fariam com ela assim que chegasse a um lugar seguro.


E aí temos o primeiro capítulo dessa história intrigante. Espero que vocês gostem.

Não briguem comigo, por favor, era pra esse capítulo estar sendo postado no sábado, mas eu estava com visitas em casa.

Boa terça e até quinta! Beijinhos! Fui!

Att. Izzy Duchannes