Notas importantes: Twilight pertence a Stephanie Mayer. E a história original pertence a Kit Tunstall.
CAPÍTULO 5
POV Bella
Por volta de meio-dia, Bella despertou de um sono profundo, tão satisfatório que a deixou totalmente descansada depois de apenas sete horas. Em um emaranhado de braços e pernas, ela estava presa entre Edward e Emmett, que dormiam profundamente. Estudou-os por um longo momento, olhando para Emmett, examinando-o enquanto ele se regenerava. Em um estado mais profundo de sono, ele parecia morto, salvo pela respiração ocasional movendo o peito para cima e para baixo. A pele pálida tinha uma aparência sebosa, que não parecia saudável.
Virando-se, ela examinou Edward, encontrando-o em uma condição semelhante. Sua mente rodava confusa quando ela saiu da cama, movendo-se com cuidado para não despertá-los, embora ambos parecessem além da vigília no momento. De acordo com a sua formação, necros estavam mortos após terem sido infectados. Eles não respiravam ou tinham batimentos cardíacos. Novamente, ela se questionou o que tinha aprendido quando saiu do quarto.
Seus pés automaticamente a levaram de volta ao quarto onde tinham aprisionado ontem. Quando entrou, franziu as sobrancelhas. O que ela estava fazendo? Ela devia estar procurando uma maneira de escapar, testando os laços da escravidão.
Com um olhar triste ao seu estado nua, ela reconheceu que não podia andar despida, e ela certamente não poderia tentar escapar, sem roupas. A ida ao banheiro revelou a sua roupa de ontem ainda espalhada pelo chão. A banheira ainda estava cheia, e ela mergulhou a mão no líquido gelado para abrir o tampão.
Bella voltou para o quarto, enquanto esperava a banheira esvaziar para que pudesse tomar banho e foi até o armário. As palavras de Edward sobre sua companheira de quarto de ter deixado as roupas permaneceram com ela, abriu as portas do armário, encontrando uma boa seleção de roupas.
Com um grito de alegria, Bella removeu calças de jogging e um moletom do armário, feliz por encontrar sua marca e cor preferidas penduradas no armário da outra mulher. Quando ela abriu a calça roxa para verificar o tamanho, a marca roçou-lhe a mão. Confuso, ela leu a etiqueta, descobrindo que as calças eram novíssimas e do seu tamanho. Quais eram as probabilidades?
Com um aceno de cabeça, ela verificou o moletom cinza e roxo, encontrando o mesmo cenário. Ela jogou as peças sobre a cama e começou a verificar o resto das roupas. Um arrepio resolveu seu couro cabeludo quando encontrou vários itens, todos do seu tamanho e preferência de estilo. Poucas peças pareciam mais velhas, e tinham sido empurradas para o fundo do armário. Ela pegou um vestido simples azul, nem um pouco confortável ou casual, a etiqueta revelou que era duas vezes maior do que o resto das roupas. Era também de um estilo mais antigo, reminiscente dos anos 1940, apesar de ter pouco conhecimento sobre a moda da época.
Concentrada, Bella dirigiu-se para a cômoda, encontrando pacotes de calcinhas novas, mais uma vez no seu tamanho. Dois sutiãs estavam dobrados cuidadosamente ao lado delas, e ela achou sua presença reconfortante, simplesmente porque eles não eram para um tamanho específico, apenas assinalados como médios. As meias também eram grandes, dando credibilidade às informações de Edward, sobre as roupas de Irina estarem disponíveis para ela.
Ainda assim, não conseguia afastar o pensamento das roupas no armário, não poderiam ser mais do seu gosto se as tivesse escolhido sozinha. Na verdade, ela tinha um bom número dos mesmos itens, todos empilhados ordenadamente em suas gavetas em casa. Ainda mais estranho, as roupas eram de cores ousadas, que ela teria escolhido para si mesma, enquanto as roupas no fundo do armário eram pastéis, de grifes femininas. Irina devia ter gostos muito diferentes dependendo do seu humor durante o dia.
A suspeita permaneceu com Bella quando ela pegou a lingerie, um sutiã, e a roupa de jogging no banheiro. Deixou-os dobrados em uma prateleira vazia, ela entrou na banheira, usando o chuveiro para lavar a prova da paixão de seu corpo o mais rápido possível. Um sentimento de urgência tomou conta dela, e ela estava se apressando para escapar desta casa estranha, e dos dois homens que dormiam no outro quarto.
Em vez de usar uma toalha limpa e sem nenhuma ideia de onde encontrar uma, Bella usou a mesma toalha da noite anterior, esfregando com firmeza na esperança de eliminar as impressões dos toques das mãos de Emmett e Edward de sua pele. Ela tinha que se libertar de todo poder que eles tinham sobre ela, e o primeiro passo era limpar a mente da neblina apaixonada que ainda vagava em seu cérebro.
Vestiu-se rapidamente, encontrando nas botas de combate um interessante contraste com as calças de jogging. Eram sua única opção, a menos que Irina usasse o seu tamanho de sapatos também. A curiosidade obrigou-a a dirigir-se para o guarda-roupa, mas não havia sapatos à vista. Ela testou a gaveta na parte inferior, e abri-la revelou apenas três pares de sapatos - tênis, sapatos de casa de estilo sapatilhas, e um par de sapatos de salto alto que parecia mais velho, o couro estava rachando. Como tinha suspeitado, o tênis e a sapatilha eram novos e de seu tamanho.
Com movimentos eficientes, Bella calçou tênis, amarrando os cadarços com dupla laçada, evitando perdê-los se tivesse que correr, e saiu do quarto. Ela não se preocupou em pegar o colete ou a espada, sabia que não poderia ferir Edward e Emmett.
Silenciosamente, ela se arrastou escada abaixo, apesar de que cada passo fazia ranger os degraus quando pisava neles. Se Edward ou Emmett estivessem acordados, não teriam problemas para ouvi-la. Seu coração batendo teria traído a sua presença.
Quando chegou ao primeiro andar, Bella caminhou diretamente para a porta da frente. Para sua surpresa, ela se abriu facilmente. Esperando que um deles viesse correndo atrás dela, entrou na tarde de outono, encontrando um dia agradável de sol, embora frio.
A grama ainda estava úmida, e a terra cheirava à chuva do dia anterior. As flores de um lado da casa pareciam ter prosperado com a umidade, os botões abertos a saudavam enquanto passava. Bella caminhou em torno da casa, afastando-se do precipício, porque não havia escapatória lá, exceto atirar-se para o Pacífico. Não, obrigada.
O lado da casa mostrou mais flores e plantas, incluindo uma pequena horta. Um dos necros claramente tinha uma mão verde. O instinto forneceu uma imagem de Edward, que parecia o candidato mais provável.
Sua pesquisa levou-a através do jardim para a parte de trás da casa, onde encontrou um caminho sinuoso, e até um SUV preto estacionado de frente para o leste, como se estivesse esperando por ela para entrar e ir embora.
Um galpão na parte de trás da casa, desviou sua atenção do veículo, e dirigiu-se a ele para dar uma olhada pela janela. Bella ficou com a respiração presa na garganta quando viu as obras de arte delicadas alinhadas em uma estante. Alguém fazia esculturas de vidro, as figuras, copos e vasos, tinham um toque delicado, artístico. As peças deviam valer um bom dinheiro. Seria assim que eles se sustentavam?
Bella franziu as sobrancelhas enquanto tentava decidir qual deles era o artista. Emmett não parecia ter a natureza sensível normalmente exigida de um artista, mas Edward não tinha paciência para criar esses trabalhos excelentes, ou assim parecia a ela. Era um quebra-cabeça, e não saberia a resposta até perguntar.
Pestanejando com o pensamento, ela virou do galpão e correu para o SUV, lembrando-se que não teria conversas amigáveis com eles no futuro. Ela tinha que sair dali e contatar a Agência. Eles estariam preocupados com ela, em uma busca frenética para encontrar os dois vampiros mestres.
Seu estômago contorceu com náuseas com a ideia de delatar a localização de Edward e Emmett ao NCA. Ela não estava pensando realmente em contar ao seu chefe, onde encontrar os dois homens que tinham feito amor tão deliciosamente com ela na noite passada, estava? Com um aceno de cabeça, decidiu que não poderia, especialmente sabendo o destino que os esperava. A Agência enviaria um grande contingente para eliminar a ameaça representada por esses dois necros poderosos. Ela não poderia ter aquilo, em sua consciência.
O SUV estava trancado, como ela esperava. Bella olhou ao redor, encontrando uma pedra nas proximidades. Quando a levantou, estimou que pesasse entre três ou quatro quilos e deveria ser forte o suficiente para quebrar a janela do passageiro. Com a pedra na mão, caminhou ao redor para o outro lado, trazendo a pedra com toda a intenção de jogá-la na janela. Uma vez que estivesse na caminhonete, tinha confiança na sua capacidade de escapar.
Algo a deteve. Sua mão tremeu no ar, até que finalmente largou a pedra, caindo para frente. O estômago de Bella estava torcido e uma voz sussurrava em sua cabeça, como aranhas rastejando em seu cérebro, puxando-a para a casa. Os tremores torturam seu corpo quando ela tentou resistir, mas seus pés desobedeciam as ordens de sua mente e a levavam de volta à residência, um passo traiçoeiro de cada vez.
Relutante, ela caminhou até a varanda e tornou a entrar na casa, percebendo que as aranhas geladas se dissipavam a cada passo que dava, até que sua mente estava clara outra vez, quando fechou a porta atrás de si.
Sons na cozinha chamaram sua atenção, e ela se aproximou para investigar. Uma risada escapou antes que ela pudesse segurá-la. Ela parou na entrada para olhar Edward, vestido com um avental branco e nada mais. Ele estava assobiando uma música sem nome enquanto batia ovos em uma tigela de metal. Com um aceno animado da mão, ele a chamou, dizendo:
− Você sabe fazer bacon?
− O quê?
− Bacon... você sabe, gordura de suíno? Você pode cozinhá-lo?
Dissimuladamente, Bella deu de ombros.
− Não é tão difícil.
Um sorriso largo apareceu no seu rosto, e ele acenou com a cabeça em direção a um pacote sobre o balcão de madeira, perto do fogão que tinha uns trinta anos.
− Excelente. Emmett sempre reclama sobre a forma como eu o faço. Diz que é muito crocante.
Ele fez um som de desgosto.
− Pessoalmente, eu acho que deve ser crocante. Quem quer isso macio e mole?
− Eu...
Bella parou, a boca aberta, sem palavras.
− Cuidado para as moscas não se reunirem.
Disse ele sobre o ombro quando se virou para o fogão, preparando-se para deixar cair a mistura do ovo em uma panela de omelete.
− Sua boca é muito tentadora para permanecer vazia por muito tempo.
Um riso assustado escapou de Bella, e ela entrou na cozinha, olhando seu charme acolhedor, que era um contraste com o estilo mediterrâneo do exterior. O ensolarado amarelo e branco a colocaram imediatamente à vontade, e as cadeiras grandes de madeira na mesa quadrada de madeira a chamavam para afundar nas almofadas grossas. Inativa, ela pegou o pacote de bacon, e olhou Edward pelo canto do olho.
− Você não precisa ter todo esse trabalho por mim.
Ele se virou para ela com uma careta de confusão.
− Huh?
− Eu não costumo comer muito no café da manhã.
Um olhar para o relógio revelou que era quase uma e meia.
− Especialmente para o almoço.
Edward sorriu.
− Você trabalhou para ter apetite ontem à noite, querida, como nós.
− Você come?
Uma risada cordial escapou.
− Claro que sim. Pense em como a vida seria monótona se nós sobrevivessemos exclusivamente com sangue.
− E sexo.
Ela disse com voz grossa, perguntando por que no mundo que ela contribuiu com isso para a conversa.
Com uma piscada, ele derramou os ovos na frigideira.
− Isso depende. Caso se tratasse de você, eu viveria muito feliz... até morreria de fome.
Ele se virou para ela, olhando confuso.
− Você achou que eu estava falando em código, quando citei as preferências de Emmett pelo bacon?
Ela encolheu os ombros.
− Eu não sei. Pensei que talvez você estivesse falando de antes de se tornar um vampiro.
Balançando a cabeça, ele voltou a atenção para os ovos.
− Poderia ser, exceto que ele já era vampiro quando eu o conheci.
− Ele é seu antepassado?
Sem saber como, Bella se viu abrindo o pacote e colocando as tiras de bacon numa frigideira que Edward tinha trazido para a tarefa.
− Sim. Emmett é um homem de idade em relação a mim.
Ele piscou novamente.
− Eu tenho apenas noventa e cinco anos, você sabe. Ele tem quase trezentos. Talvez por isso odeie bacon crocante, seus dentes estão fracos demais para mastigar corretamente.
Ela engasgou, pensando no quanto temia o seu trigésimo aniversário, aproximando-se em menos de dezoito meses. Eles eram velhos para ela. Era difícil compreender suas idades em todos os termos que conhecia. Embora eles não tivessem idade no quarto, ela tinha que admitir. A resistência definitivamente combinava e ultrapassava a das idades que deviam ter quando foram alterados.
Antes que pudesse formular uma resposta, Emmett entrou na cozinha. Ao contrário de seu companheiro imodesto, ele usava jeans pecaminosamente baixo em seus quadris, parecendo à beira de cair para revelar o seu pacote tentador. Ao contrário do resto da casa, as janelas escuras estavam abertas, e seu peito nu brilhava na luz âmbar que atravessava as cortinas, com os pêlos escuros acentuando.
Inexplicavelmente tímida, ela deixou cair seu olhar para o bacon enquanto Emmett e Edward trocaram saudações da manhã. Apesar da hipersensibilidade à sua presença, ela ainda saltou de surpresa quando ele tocou em seu ombro enquanto se inclinava sobre ela para olhar a frigideira, cheirando apreciativamente. Sem dizer uma palavra, ele acariciou suas nádegas e tomou um assento à mesa.
Bella deu um olhar para Edward, encontrando-o absorto em virar a omelete.
− Você sempre cozinha por sua Alteza?
Ela perguntou em tom de provocação.
− Não. Emmett sabe se virar na cozinha melhor do que eu. Era simplesmente a minha vez.
Quando eles terminaram de cozinhar, Bella ficou mais nervosa ainda por se sentar com eles para o café da manhã. Parecia uma atividade muito normal, especialmente após os eventos da noite anterior. Muito acolhedora e doméstica, de longe. Era estranho estar comendo com os homens que mais tarde iriam comer seu... bem, drenar seu sangue.
Ela escolheu sua comida, observando tanto Emmett quanto Edward devorar grandes quantidades, como se estivessem morrendo de fome. A omelete estava leve e macia, mas não tinha apetite. Impressionada com a quantidade que eles comiam, ela disse.
− Eu não tinha ideia que vocês podiam consumir alimento. Considerando a quantidade que vocês comem, é incrível que o mundo não saiba que necros consumam alimento regular além de suas... dietas líquidas.
Edward riu, mas a expressão Emmett ficou gelada.
− O mundo só sabe o que sua agência quer saber sobre necros.
Ele enfatizou a última palavra, infundindo-lhe uma profunda raiva e nojo que era assustador.
− Emmett, depois de tudo que nós passamos para encontrá-la, não vale a pena.
− Não, Edward, é hora de perder algumas de suas ilusões.
Emmett praticamente rosnou, quando voltou-se para Bella.
− O que importa a verdade a você, entretanto? Tudo o que você e seus amigos querem é nos exterminar.
O ataque verbal a obrigou a responder com a retórica incutida nela ao longo dos anos.
− Nós exterminamos os necros, porque eles são perigosos. Vocês matam os humanos, e dominariam nossa raça se tivessem a chance.
Um riso duro deixou Emmett, e ele afastou o prato.
− Você é uma tola, Bella. Antes que o mundo soubesse da nossa existência e criasse o NCA, era crime punível com a morte um vampiro matar um ser humano. A maneira como vocês nos perseguem e nos matam nos obrigou a fugir em busca de proteção, e quando temos pressa, somos forçados a utilizar todos os recursos. Quem sabe quando teremos a oportunidade de nos alimentar de novo?
Ela balançou a cabeça, recusando-se a acreditar nele. O que ele dizia não podia ser verdade. O NCA não poderia ter levado os vampiros a matar. Era impossível.
− Eu não posso acreditar que você está tentando culpar a Agência pela sua natureza impiedosa. Nós fazemos o que deve ser feito para proteger o nosso povo. É tão simples como isso.
Mesmo enquanto emitia as palavras para defender a causa a que dedicou a sua vida, o estômago de Bella se contorcia quando se lembrava das incoerências entre o que tinha sido dito a ela sobre os necros e o que tinha observado na companhia destes dois.
− E nós fazemos o que temos que fazer para proteger nossa raça, mas centenas ainda são aniquilados a cada dia. Seu único crime é ser diferente de você. Você não dá nenhum pensamento para aqueles que você mata, para as famílias que você destrói. Pelo menos, nós matamos por uma boa razão. Você mata, porque eles dizem para você matar.
Ele parou bruscamente, abrandou a voz.
− Por que me preocupar? Você nunca vai entender.
Com um movimento brusco, se afastou tão rápido que a cadeira caiu no chão. Ele ignorou-a, voltando as costas enquanto caminhava para fora da cozinha.
Em silêncio atordoado, Bella olhou Edward, encontrando-o sereno, apesar de um traço de preocupação sombreando seu olhar.
− O que foi aquilo?
Perguntou ela.
Ele levantou um ombro.
− Emmett tem motivos para se sentir do jeito que ele sente.
Razões para atacá-la verbalmente, após uma observação provocadora? Ela balançou a cabeça, incapaz de compreender qualquer justificativa para a sua reação.
− Como o quê?
− Por que não pergunta a ele?
Ele cortou um pedaço de omelete com o garfo, de forma clara, tentando terminar o seu café da manhã.
− Se ele quiser que você saiba, vai contar.
− Ele está no quarto?
Ela perguntou com uma ponta de irritação.
− Não.
Edward colocou o garfo na boca para dar a mordida antes de dizer.
− Ele está em sua oficina.
− O estúdio atrás da casa, com todo aquele vidro?
Com um aceno de cabeça, ele mastigou com entusiasmo, parecendo ter perdido o interesse na comunicação. Com um pequeno suspiro, ela afastou-se da mesa, abandonando o prato, com a intenção de ir atrás de Emmett.
− Você vai comer isso?
Edward perguntou com a boca cheia.
− Não. É todo seu.
Bella deixou a cozinha, passando pela casa em busca de uma porta traseira, que encontrou na lavanderia. Um caminho pavimentado de tijolos ornados levava à oficina, e ela podia ver silhueta Emmett na luz solar da tarde nebulosa derramando através da janela de vidro. O aprumo de seus ombros sugeria desespero, e seu coração disparou apreensivo quando ela caminhou para o pequeno prédio. Ela abriu a porta sem bater, supondo que ele não iria convidá-la educadamente para entrar.
Ele olhou para cima, sua expressão impassível. Imediatamente, ajeitou a coluna, eliminando qualquer traço de tristeza.
− Eu não gosto de ser incomodado enquanto estou trabalhando.
Bella fechou a porta com um clique, apoiando as costas contra o batente.
− Você não está trabalhando agora.
− Eu vou começar.
Olhou para longe dela, seus olhos encontrando um par de luvas de Kevlar.
Com uma leve gagueira, ela se esforçou para dizer algo para aliviar a tensão.
− Eu sinto muito.
Emmett virou a cabeça para trás em sua direção, e deu um passo em sua direção.
− Por quê? Por participar do assassinato em massa da minha raça?
Ela firmou a boca.
− Como você pode esperar que eu peça desculpas por dedicar minha vida a uma causa que salva a minha raça?
Ele rosnou de raiva, os dentes pronunciados revelando as presas crescidas.
− Você não está salvando a sua raça. Você está cega para a verdade, empenhada em nos destruir, sem qualquer outra razão, além do medo.
Ela balançou a cabeça.
− Isso é loucura. Existem provas, dados... você é uma ameaça.
− Sério?
Sua voz baixou uma oitava, e andou em sua direção.
– Que grande ameaça sou eu, Bella? Você não está morta, está?
Seus olhares se chocaram e ela inclinou sua cabeça para trás para manter seu olhar.
− Ainda não. Mas assim que eu tiver pouco sangue, e você tomar todo o prazer que puder de mim, você vai me descartar.
Um longo suspiro escapou-lhe, e ele parou de se aproximar.
− Quando eu percebi o que você era, eu disse ao Edward que era impossível.
Balançando a cabeça, afastou-se dela, indo para a sua bancada.
A menção do nome de Edward, ela se lembrou da finalidade para a procura de Emmett. Não era para continuar seu argumento, mas... o quê? O que ela precisava dele? O que ela queria dar?
Quando ele se sentou em um banquinho na frente da bancada, pegando um tubo usado para moldar vidro quente, sua aura conturbada torceu-lhe o coração. O instinto a impeliu para frente, e ela colocou a mão em seu ombro, querendo dar-lhe consolo. Ele não olhou para cima, de modo que ela se curvou, segurando seu queixo e levando-o a olhá-la.
− Edward disse que você tem boas razões para sentir do jeito que você faz. Eu sei que você já viu necros...
Sua expressão escureceu, e ela rapidamente alterou suas palavras
– Vampiros assassinados, mas eu vi humanos mortos também.
Um tremor tomou seu corpo quando se lembrou da cena horripilante da mansão, com o lago de sangue sob seus pés.
− Estamos no meio de uma guerra, Emmett.
Ele balançou a cabeça, sua expressão endurecendo.
− Sim, mas você viu os seus pais abatidos na sua frente? Você já assistiu sua irmã torturada e estuprada por um grupo de agentes, enquanto você lutava para chegar até ela, incapaz de detê-los? Incapaz de deixá-la inteira de novo, de salvar sua sanidade mental?
Um suave suspiro escapou de Bella, e a mão em seu ombro apertou-o reflexivamente.
− Nos primeiros dias da criação da Agência, apenas décadas depois que o Dr. Stoker revelou a existência da nossa espécie, os meus pais subestimaram o perigo. Quando os outros fugiram de suas casas e estilos de vida para se esconder, para tentar evitar a detecção como necro, eles ficaram em sua casa em Paris onde sempre viveram, pensando seu estilo discreto os protegeriam.
Uma risada áspera escapou de Emmett, sem nenhum divertimento.
− Eles estavam errados.
Bella fechou os olhos.
− O Raid Paris, 1934.
Era geralmente aclamado como o momento decisivo no movimento para livrar o mundo dos vampiros, quando a Agência mobilizou um esforço coordenado e exterminou mais de cem vampiros em um único dia. Houve agressões mais gloriosas, desde então, mas a maioria na NCA considerava o Raid Paris sua coroação, feita antes que a tecnologia preparasse o caminho para os agentes detectar e destruir mais eficientemente o necros.
Ele bateu palmas, quebrando o silêncio.
− Parabéns pela brilhante dedução.
A expressão de Emmett se aprofundou, e seus olhos tornaram-se escuras folhas douradas, mostrando nada, além de seu reflexo.
− As pessoas envolvidas na invasão queriam testar a si mesmos.
Bella assentiu.
− Eles queriam demonstrar aos governos do mundo que o NCA tinha um objetivo válido, que o financiamento devia ser aprovado, juntamente com as mudanças radicais na lei.
Emmett não reconheceu a sua interrupção.
− Eles não eram rápidos e eficientes como a maioria dos agentes são nestes dias. Os assassinatos foram brutais.
Ele atraiu uma respiração profunda antes de continuar.
− Eles decapitaram meu pai rapidamente, sentindo que ele era a maior ameaça. Quando a mamãe tentou detê-los, três dos homens cortaram ela com espadas, mais e mais. Muito tempo depois, que ela tinha caído, eles continuaram mutilando seu corpo.
Seu estômago agitou pela descrição dos acontecimentos. Ela tinha visto fotos daquela noite no seu treinamento, mas suspeitava que fossem versões abrandadas. Tornaria a ideia de salvar sua raça muito menos atraente se os agentes em treinamento tivessem de enfrentar a brutalidade dos assassinatos tão cedo.
− Eu estava apenas me defendendo, e não pude chegar a minha irmã quando outro grupo de agentes a atacou. Orei para que sua morte fosse rápida, como a do meu pai tinha sido, mas não era para ser.
− Emmett.
Bella se inclinou mais perto, colocando a cabeça em seu ombro, não estava certa se estava procurando ou oferecendo conforto. Sua reação foi apenas uma ligeira diminuição da tensão em seus músculos, mas quando ele continuou, sua voz permanecia assombrada.
− Estava perto do fim do massacre, e foi se espalhando que a Agência era vitoriosa. Os que estavam no comando emitiram ordens para terminar as tarefas atuais e retornar à base. Isso permitiu-lhes bastante tempo para estuprar minha irmã, mas só depois de amarrá-la. Quando eu tentei impedi-los, eles me amarraram a uma árvore próxima com alho pendurado no meu pescoço. Impotente, eu só podia ouvir que ela gritava, até que sua voz desvaneceu-se. Depois do que pareceram horas, eles terminaram com ela.
− Como vocês sobreviveram?
− Edward.
A voz de Emmett travou na segunda sílaba, emergindo como um sussurro.
− Ele era humano, mas estava horrorizado com o que tinha presenciado. Depois que os agentes cortaram nossas gargantas e nos embeberam com água benta, deixando-nos para sangrar lentamente, ele nos desamarrou. Ele nos levou para sua casa e cuidou de nós.
Ele fez um som de escárnio.
− Naturalmente, a água benta não fez nada, além de limpar as feridas, assim sua tarefa principal era fazer parar o sangramento. Ele fez a única coisa que poderia pensar que era cortar o próprio pulso e nos dar alimento.
Bella piscou, tentando conciliar a ação com o homem, charmoso despreocupado atualmente na cozinha devorando bacon e omeletes.
− Isso foi muito corajoso.
− Foi tolo. Se eu não tivesse me recuperado a tempo, ele teria morrido por sua nobreza.
Emmett suspirou.
− Eu fiz a única coisa que podia para salvá-lo, que era transformá-lo.
− Ele estava chateado?
Emmett sacudiu a cabeça.
− Edward ficou emocionado com o seu novo estado, mesmo com os perigos e perseguições.
− O que aconteceu com sua irmã?
O pomo de Adão balançou visivelmente quando ele engoliu, e ela aproximou-se mais, colocando os lábios contra seu pescoço para pressionar beijos leves contra a carne forte.
− Fisicamente, ela se recuperou, mas nunca foi a mesma novamente. Irina nunca mais falou uma palavra. Na maioria das vezes, era como cuidar de uma criança. Em algum lugar lá dentro, a mulher que tinha sido, ficou presa, mas eu não acho que ela realmente quisesse escapar. Trancada em um transe, ela não tinha que enfrentar os horrores do que tinha acontecido. As únicas vezes que ela chegou perto, ela ficou deprimida por vários dias antes de encontrar o caminho de volta ao estado de conforto do esquecimento.
Bella ergueu a cabeça, franzindo a testa.
− Irina, sua companheira de quarto, é sua irmã? Onde ela está?
− Morta. Sua expressão fechou novamente.
− Como?
− Eu não poderia salvá-la de si mesma, Bella, de seu próprio tormento. Quando se tornou muito para ela, ela se matou.
Ela abriu a boca, chocada com a revelação. Sua dor, ainda visível, estendeu-se para enredá-la, puxando-a para mais perto dele. Seu coração estremeceu sob o peso de aceitar um pouco de sua agonia, mesmo quando seu corpo o abraçou. Bella puxou-o para ela, abraçando-o tão forte quanto podia do seu ângulo estranho.
Por um longo segundo, ele ficou tenso, como se estivesse debatendo se poderia aceitar o conforto que ela oferecia. Com uma exalação dura, sua musculatura relaxou, e ele puxou-a para seus braços, colocando-a em seu colo e devolvendo o abraço.
Bella inclinou-se contra ele, permanecendo em silêncio, enquanto acariciava suas costas. Ele não estava chorando, mas o sofrimento antigo agarrava-se a ele como um cheiro amargo. Instintivamente, ela sabia que não era uma dor, que ela poderia verdadeiramente aliviar. Tudo o que ela poderia fazer era oferecer conforto, enquanto ele lidava com sua dor.
Conforme o tempo passou, sua tensão diminuiu, e ela encontrou conforto para si mesma, apesar de sua dor ser menos específica, mais de um vazio de tristeza. Embora o futuro fosse incerto, e a reação de Emmett para consigo pudesse mudar, como mercúrio, neste momento eles estavam juntos, unidos de uma forma que ela não tinha experimentado antes.
E, então, o abraço mudou de conforto para paixão, uma progressão natural. As mãos dele vagaram sobre suas costas ao invés de mover-se em círculos suaves, seus dedos passaram a brincar nas laterais dos seus seios. Bella aproximou-se, em busca de seu pescoço para soprar suavemente contra a carne sensível. Em resposta, Emmett ficou com a respiração acelerada, e as mãos se moveram para suas nádegas para puxá-la mais confortavelmente no seu colo. Seu pênis pressionou o ponto central entre suas pernas, inflamando o tecido receptivo e fazendo-o chorar de excitação.
Ela mordiscou a lateral de sua garganta, trabalhando antes de virar em direção a sua orelha. Tomou o lóbulo da orelha entre os lábios, chupando levemente. Ele se moveu irrequieto e o tamborete rangeu quando deslizou o pênis mais firmemente em sua vagina. Quando ele inclinou a cabeça para trás, ela dedicou-se ao pescoço novamente, mordendo a área perto de sua artéria carótida, com uma leve pressão. Ela estava fazendo a Emmett o que queria que ele fizesse a ela. A constatação a fez tremer.
Abruptamente, se afastou do pescoço, os olhos arregalados e apreensivos. Emmett não permitiu que ficasse distante por muito tempo. Uma das mãos deixou sua nádega para capturar-lhe o pescoço, trazendo o rosto para ele. Emmett ajustou seus lábios com os dela com possessividade e fome, a língua foi arremessada entre os lábios entreabertos para explorar seus recessos úmidos com pancadas confiantes. Bella gemia sob o ataque, afundando as unhas em seus ombros para ancorar-se em seu colo, e para não perder toda a consciência.
Ela não conseguia falar, e ele não parecia inclinado a fazê-lo, mas ela não precisava dele para conversar. Seus corpos estavam se comunicando melhor do que palavras vazias. Ela quase podia sentir suas emoções refletidas através dela. Esta estranha fusão de corpos e emoções era nova para ela. Será que os vampiros rotineiramente experimentavam essa emoção? Seria comum a seus parceiros humanos fazê-lo? Ou era algo especial que partilhava com seu amante vampiro?
Emmett elevou seu moletom, mas parou no seio. Bella esperava que ele se afastasse para retirar a camisa, mas ele não o fez. Em vez disso, passou ao cós das calças seu jogging, empurrando para baixo. Com Emmett a segurando, Bella levantou as nádegas para ajudar na remoção da peça. As calças e calcinha foram para seus tornozelos, mas nem pensou em se descartar dos tênis. Sua mente estava ocupada demais pedindo agilidade nas mãos, enquanto se atrapalhava com o botão e o zíper do jeans de Emmett.
Ela expressou sua excitação ofegando quando o pênis saltou livre da prisão do jeans, desembaraçado da roupa íntima. Estava quente e pesado em suas mãos, e ela acariciou o comprimento do pênis, deliciando-se com os espasmos que o percorriam a cada golpe de seu dedo, cada aperto de sua mão.
Emmett deslizou uma mão pelo cabelo dela, puxando-a para beijá-la novamente. Bella aconchegou-se mais, alinhando a vagina ao pênis, enquanto aproximava-se de sua boca.
− Tome-me.
As palavras pareceram abalar a esfera cristalina que os juntava, mas só por um momento. Quando a última palavra foi proferida, Emmett insinuou-se dentro dela, seu membro enchendo-a tão agradavelmente quanto na noite anterior. Suas dobras se ajustaram facilmente, e ela forçou-se abaixo, tomando-o inteiro.
No momento que o montou, Bella arqueou o pescoço, forçando-o contra sua boca. Desta vez, ela não precisou falar para fazer seu pedido. O enrijecimento dos ombros e o crispar dos lábios no seu pescoço demonstraram sua reação. Sua hesitação a frustrou, e cutucou-o com o pescoço, enquanto movia a pélvis contra ele. Ele parecia contente em deixá-la controlar o ritmo do seu corpo, então porque não isto?
Com um pequeno flash de dor, ele mordeu seu pescoço enquanto seu pênis crescia profundamente dentro dela. O prazer aumentou, tornou-se quase uma febre, deixando Bella alheia a tudo, além do pênis empurrando nela e os dentes em sua garganta. Seus gemidos de êxtase encobriam a suave sucção de Emmett enquanto bebia ligeiramente. A vagina convulsionou em torno do pênis, e sentiu que o clímax dele estava próximo quando o pênis pulsou, lançando jorros de satisfação dentro dela, enchendo-a com sua semente quente.
Uma sensação quente acompanhou seu orgasmo, espalhando-se por todo seu corpo, enquanto ele tremia sob a intensidade de sua libertação. Vagamente, Bella estava ciente dos dentes de Emmett deixando sua pele, então deitou a cabeça contra o peito nu exausta, tomada pela letargia da saciedade. Seus braços foram um peso bem vindo, mantendo-a contra si, e o coração batendo contra seu ouvido diminuiu o ritmo das pulsações junto com o seu.
Capítulo surpresa dos nossos vampiros, pois o capítulo de hoje do nosso mafioso foi curtinho e fiquei bondosa e resolvi dar esse presentinho a vocês.
Beijinhos! Fui!
Att. Izzy Duchannes
