Título: Em Silêncio
Autora: Suisei Lady Dragon.
Rate: R
Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon
Shipper: Draco/Harry
Gênero: Romance/Aventura
Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)
Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.
Em Silêncio
Capítulo 3
Draco Malfoy, monitor da Sonserina, sentia que se outro incauto – como aquele de ler um livro trouxa – acontecesse ficaria obliterado até sua próxima vida, se é que existia alguma. Ao seu lado, a sangue-ruim Granger ria calada enquanto a sua frente uma doninha vermelhada observava cada movimento de seus olhos sobre por sobre o livro. A única razão para estar ali era por ser uma idéia de seu professor, não porque Dumbledore acreditasse ser conveniente, mas sim porque em sua retorcida mentalidade se Snape podia ver algum benefício naquilo então ele, como uma perfeita serpente, tinha que enxergá-lo também.
"Poderia parar de me encarar?", sibilou com fúria contida, mas sem levantar a vista platinada.
Ron grunhiu algo incoerente e abaixou o rosto, ele também tinha em mãos um livro sobre trouxas. Hermione por sua vez apenas revirou os olhos com resignação.
"Isso é humilhante!", murmurou o loiro no tempo em que avançava na sua leitura.
"Não acho que um pouco de leitura trouxa seja capaz de fazer dano a um sonserino como você", respondeu o ruivo.
Não só leitura trouxa, pensou Draco consigo mesmo, Mas também a companhia.
"Meninos, será melhor que continuemos cumprindo a detenção!", Hermione os advertiu.
Ron abaixou os olhos de imediato e continuou lendo, Draco deixou escapar um grunhido sarcástico, mas também se dedicou à tarefa. O livro que tinha em mãos era um exemplar bastante antigo, mas nada relacionado à magia. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano. E o título do livro que Ron estudava era Manejo do Estresse e o de Hermione era Técnicas de Relaxamento.
"Acredito que vamos precisar de voluntários para isso!", murmurou a grifinória um tanto quanto confundida e tratando de decifrar os diagramas.
"Para isso temos o Potter, não? Além disso, quem se ofereceria de cobaia para que pratiquemos com ele?", grunhiu o sonserino.
Hermione levantou os olhos de forma suspeita até Ron que continuou lendo em silêncio, Draco seguiu a mirada e sorriu, nem sequer ele mesmo havia pensado numa forma tão boa de humilhar o ruivo. Logo após uns minutos a "cobaia" sentiu que era observada.
"Que?", perguntou com toda a inocência do mundo.
O professor Severus Snape lançou uma mirada crítica ao único aluno de sua classe enquanto este misturava vários líquidos em um pequeno caldeirão sobre sua área de trabalho. O jovem observava com muita atenção e seriedade a poção que estava fervendo, e se o professor não tivesse estado olhando-o conscientemente não teria percebido nada. Mas Severus estava muito atento, e a cada certo tempo podia observar que o jovem passava uma mão pelos cabelos, depois esfregava um pouco os olhos com o torso, piscava lentamente e levava uma mão ao ombro ou detrás da nuca.
"Senhor Potter", o aludido levantou a vista sem muito enfoque até o professor. "Sente-se bem?", Snape sussurrou naquele tom que provocava calafrios em Harry. A pergunta era estranha, ou ao menos lhe pareceu, como se estivesse fora de lugar, e isso o colocou imediatamente alerta.
"Sim, professor, estou bem!", viu o mestre aguçar a mirada como uma águia sobre a sua presa, mas finalmente desviou a atenção e o moreno tomou isso como um sinal de que podia prosseguir com seu trabalho.
Continuou misturando os ingredientes com maior precisão sem se voltar para mirar o professor uma única vez. O que neste momento lhe preocupava era o castigo que havia sido imposto aos amigos e ao sonserino. Mas mais do que tudo, se preocupava com o fato de que pela primeira vez teria que passar um tempo com Malfoy. Era suficiente vê-lo de forma esporádica, havia aceitado que lhe atraia e essas discussões entre eles eram simplesmente boas desculpas para observar de perto os tormentosos olhos cinzentos. Era fácil dessa forma, vê-lo de longe sem mais aspirações que as de um inimigo. Levou uma mão a nuca e massageou suavemente o pescoço. Não que a abrupta decisão de seu professor fosse mudar sua forma de ver o sonserino. Estava fora do seu alcance e ponto, ainda que tivesse que compartilhar um pouco de tempo com ele nada mudaria entre os dois, sobre isso estava seguro, ao menos de sua parte.
Afastou-se um pouco do caldeirão quando os vapores começaram a se desprender da poção. Não, isso não modificaria nada entre ambos e lhe parecia bom. Não era como se necessitasse mais problemas em sua vida. Draco Malfoy como uma mera distração era mais do que o suficiente e ele estava conformado com isso. Suspirou suavemente enquanto tomava com umas enormes pinças o caldeirão e o retirava do fogo. A poção, agora de uma cor clara, começou a assentar enquanto ele limpava o resto dos ingredientes e guardava os demais.
"Senhor Potter, amanhã você está dispensado da aula. Seus companheiros, o senhor Weasley, a senhora Granger e o senhor Malfoy lhe indicaram o que fazer com o tempo correspondente."
"Sim, professor."
"Quando terminar de engarrafar a sua poção pode se retirar."
"Obrigada, professor", e com isso Harry terminou toda a conversação.
Quando a poção ficou pronta, a engarrafou com cuidado e limpou o caldeirão. Guardou o resto de seus materiais e pôs a garrafa de cristal sobre a escrivaninha de Snape para que a examinasse. Severus apenas levantou os olhos do pergaminho que analisava e com um gesto de mão dispensou o garoto. Harry deu a volta e saiu sem perceber as miradas que o mestre lhe dava.
Snape se sentou atrás de sua escrivaninha e contemplou o frasco que Potter havia deixado sobre ela. A poção era da cor exata, consistência exata e não duvidava que o sabor, odor e a reação fossem perfeitos. Não, o professor não estava preocupado se a fórmula da poção iria falhar... o que o preocupava era que em menos de alguns meses um estudante que apenas havia tirado boas qualificações se tornara um mestre em poções e beberedagens. Isso era o que na realidade preocupava o ex-comensal, ex-espião da Ordem da Fênix.
Harry vagou um pouco pelos corredores, não era muito tarde e ele finalmente decidiu ir em busca de seus amigos. Os encontrou na biblioteca e foi então que recordou que Draco Malfoy estaria com eles, tentou regressar, mas Hermione já havia levantado à vista e o cumprimentado. Nesse momento os três escreviam de forma concentrada em seus pergaminhos... bem, ao menos dois deles escreviam, um Ron Weasley se dedicava a dar miradas irritadas ao sonserino e a sua companheira por igual.
"Boa noite", saudou atraindo a atenção para a sua pessoa.
"Oh, Harry, terminou mais cedo hoje!", comentou a jovem com alegria. O garoto assentiu e se sentou ao lado do ruivo.
"Isso faz parte da detenção?", murmurou ao ver os livros que seus amigos liam.
"Sim, pessoalmente creio que são de muita ajuda!", comentou Hermione com uma expressão satisfeita.
"Pois eu não entendo nada. Parecem ser puras baboseiras.", respondeu Ron com amargura, ganhando assim uma fitada reprovatória da jovem.
"Bem, eu acredito que ficaremos aqui mais um tempo. Harry, porque você não vai descansar um pouco?", Harry que havia tomado uma das penas que sobraram a deixou cair em seu lugar com suavidade. Os poucos ânimos que tinha evaporaram de imediato.
"Claro! Será melhor que eu vá dormir mais cedo", murmurou sem muito entusiasmo, tratando de ocultar a decepção em sua voz. "Divirtam-se!", sussurrou antes de se levantar.
Ron levantou também no mesmo instante, dando um olhar furioso a garota que pela primeira vez mostrava um gesto culpado.
"Eu te acompanho!", o ruivo disse sem mais nem menos.
"Você não tem que cumprir a detenção?", Harry perguntou surpreendido.
"Nahh, não consigo entender o que dizem estes livros, e é chato! De todas as formas, alguém tem que te acompanhar!", Ron comentou com a sutileza de sempre.
"Ahh, havia me esquecido, meus guardiões!", o moreno revirou os olhos com enfado, mas não comentou nada mais. Sem esperar empreendeu uma marcha até sua habitação, sem notar as miradas estranhas que Ron e Hermione lhe davam. O ruivo encolheu os ombros e o seguiu tão rápido como pode.
"Vocês são, seguramente, as pessoas com menos tato que eu jamais conheci!", murmurou o loiro sem levantar os olhos do pergaminho.
"A que se refere?", Hermione perguntou com o cenho franzido.
"Nada. Só comentava em voz alta.", a garota o observou com cautela, mas em pouco tempo continuou seu trabalho.
Draco Malfoy se perguntou se toda aquela história de Potter perder o controle não fosse uma conseqüência exclusiva do seu estresse. Era óbvio que o Garoto de Ouro havia ido em busca de seus amigos para conversar ou o que quer que fosse que fizessem quando estavam os três juntos, mas Harry tinha sido dispensado sem menores cuidados. Depois disso ainda tinha sido tratado como um garotinho ao ser lembrado de que não podia estar sem a companhia de um dos dois. Humilhante do seu ponto de vista. No entanto Potter, por sua parte, havia aceitado tudo sem reclamar, era como se não se importasse muito.
"Amanhã iremos a Hogsmeade!", comentou simplesmente enquanto terminava de escrever. "Potter irá conosco!"
"Amanhã?", exclamou Hermione.
"Algum problema com isso, Granger? É óbvio que necessitamos comprar algumas coisas que não dispomos aqui!"
"Tudo bem, mas há um problema. Em dois dias tenho prova de Transfiguração e dois trabalhos para entregar, dez pergaminhos cada. Graças à detenção perdi todo o dia de hoje."
"Como é que você tem prova de Transfiguração? McGonagall não avisou ninguém que aplicaria uma prova.", perguntou curioso e com suspeita, escutando-a resmungar algo entre dentes. "Granger, será melhor que aprenda a se expressar com claridade."
"Estou tomando classes extras, igual ao Harry. Na realidade, o Ron também!"
"Como é que todo mundo está tendo aulas extras?", exclamou o sonserino com enfado.
"Se você pensa que ser os guardiões de Harry é coisa fácil você se equivocou!", murmurou a jovem com um gesto cansado.
"Bem, então irei com o cabeça-oca do Weasley e o Potter!"
"Eh... Ron tampouco poderá te acompanhar."
"O que disse?"
"Ele também tem provas..."
"Se você pensa que eu irei sozinho com o Potter está enganada."
"Medo, Malfoy? Medo de que Harry faça seu traseiro voar se você se descuidar?", a garota deu um sorriso malicioso.
"Não se gabe, Granger! Vocês é que são seus amigos, seus guardiões!", enfatizou a palavra e viu com prazer que a garota estremecia suavemente.
"Por essa mesma razão, Malfoy. Não se dá conta de que o Harry está cansado desse assunto? Não só o Harry, nós também. Faria bem para ele ter companhia de outras pessoas, mesmo sendo a companhia tão arrogante de alguém como você.", Hermione quase cuspiu as palavras.
"Estou sendo tão obrigado quanto vocês a fazer-lhe companhia, Granger, o que a faz pensar que comigo seria diferente?"
"Seria... diferente, eu sei.", lhe disse com uma mirada cautelosa e Draco refletiu por um longo tempo sobre aquelas palavras.
Depois disso, Draco se pôs a terminar de enrolar os pergaminhos, prosseguindo guardando as penas e as tintas com cautela. Tomou dois livros adicionais da pilha que anteriormente havia buscado e os colocou no bolso.
"Creio que é tudo por hoje. Adeus, Granger!", e saiu a passos largos da biblioteca, sem olhar para trás.
"Boa noite para você também, Malfoy", sussurrou Hermione, ocultando um pequeno sorriso enquanto começava a guardar os livros e pergaminhos que ela mesma havia reunido. Harry e Ron seguramente estariam esperando-a no Salão Comunal. Saiu da biblioteca, caminhou através da escola até a passagem do quadro e murmurou a senha. Ao passar pelo portal se encontrou com alguns dos seus companheiros, Seamus e Neville, ambos conversavam animadamente.
"Viram o Ron?", questionou e os dois negaram com a cabeça continuando o falatório.
Decidiu então buscá-los na habitação de Harry. Quando finalmente chegou ao seu destino abriu a porta e encontrou um par de jovens meio adormecidos, estendidos sobre o que parecia ser um jogo de xadrez que estava no chão enquanto algumas peças tentavam alcançar umas as outras com suas armas.
Revirou os olhos enquanto deixava os livros sobre uma das mesas. Com cuidado se agachou próxima ao jovem de cabelos escuros.
"Harry? Harry?", um leve gemido respondeu ao chamado e Hermione tentou levantá-lo. "Vamos, Harry, será melhor que você chegue a sua cama.", e com um último esforço tentou colocá-lo de pé enquanto perdia o equilíbrio.
Já havia feito aquilo antes e sabia como dirigi-lo até a cama. Uma vez que o fez se deitar murmurou um feitiço com o qual suas roupas regulares se transformaram num pijama. O ajeitou e tirou seus óculos colocando-os com cuidado em cima da mesa de cabeceira. Logo se voltou e observou o ruivo que estava estendido no chão. Um sorriso travesso e uma olhada apreciativa iluminaram seu rosto.
"Ron Weasley, creio que hoje você terá problemas para chegar até a sua habitação.", murmurou baixinho enquanto começava a repetir a mesma operação.
Capítulo 4: Harry terá que ir com Draco para Hogsmeade para comprar os ingredientes necessários a continuar da detenção. Enquanto fazem isso, Malfoy decide brincar com o inocente grifinório que não sabe a real utilidade de um óleo comestível.
N/T: Hum, quero agradecer as reviews. Sei que vocês tem algumas perguntas para serem respondidas, mas eu farei isso no próximo capítulo que eu postarei logo logo! Fora isso obrigada pela atenção.