Título: Em Silêncio
Autora: Suisei Lady Dragon.
Rate: R
Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon
Shipper: Draco/Harry
Gênero: Romance/Aventura
Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)
Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.
Em Silêncio
Capítulo 4
Harry despertou sobressaltado. A luz da manhã se infiltrava por entre as cortinas vermelhas de sua habitação. Não se recordava de haver chegado até sua cama, só que estava jogando xadrez de bruxo com Ron. Olhou ao seu redor com as vistas um pouco embaçadas e encontrou o que supunha ser o tabuleiro de jogo no chão. Esfregou os olhos e estendendo a mão até sua mesa de cabeceira encontrou seus óculos, mas seus dedos acabaram tocando também um pedaço de papel. O recolheu e começou a ler. Era de Hermione.
Sorriu suavemente e levantou-se começando a se preparar para o café da manhã, mas na metade da tarefa se deteve por completo, os olhos fixos na nota.
"O quê?", sussurrou sem poder acreditar no que lia. Leu uma segunda vez, passando os dedos sobre o que estava escrito. "Impossível!", e uma parte de sua mente lhe dizia que o que lia era produto da sua imaginação, mas a outra parte, uma pequena parte, se alegrava fazendo com que seu coração desse um salto.
Terminou de se aprontar o mais rápido que pôde e desceu as escadas tão rápido que não tinha idéia de como não acabara tropeçando nos degraus. Ao chegar à frente da entrada do Salão Principal respirou várias vezes, apertando com a mão do braço lastimado a nota de Hermione.
Finalmente abriu as portas.
Com passos mais calmos foi até onde seus amigos estavam sentados e comendo.
"Bom dia, Harry. Como está seu braço?", perguntou Hermione enquanto passava marmelada em suas torradas.
Harry moveu a extremidade com cuidado, mostrando-lhe que ainda tinha que usar o protetor, mas logo lhe mostrou o bilhete.
"Mione, o que significa isso?", o tom de sua voz era de súplica e a garota só sorriu.
"Significa que hoje à tarde você irá com Malfoy a Hogsmeade."
"Mas por quê?"
"Porque precisamos de alguns ingredientes que não temos aqui e como o Malfoy é o único que tem tempo livre ele nos fará este favor."
"Mas porque eu tenho que ir com ele?"
"Porque precisamos da sua opinião. Afinal é a você quem o nosso castigo irá beneficiar."
"Mas..."
"Harry, por favor!", gemeu a garota cansada. "Já sei que o Malfoy não é a companhia mais perfeita, mas tampouco é a pior."
"Eu quase o matei, Mione. Diga a ela Ron!", Harry recebeu um cascudo da garota como resposta. "Ouch!"
"Já está madura!", Hermione brincou e o ruivo apenas encolheu os ombros diante da combustão da jovem. Harry em troca estendeu o braço bom e golpeou Ron abrindo um sorriso.
"Aiaiai, esses amigos que me custam caro! Sério Mione, nenhum de vocês pode me acompanhar? Porque não?"
"É, Hermione, por que...? Ouch!", outro cascudo foi dado na cabeça do ruivo fazendo-o se calar.
"Harry você tem que demonstrar que o esforço dos professores não está sendo em vão. Além disso, um grifinório não pode se deixar ser vencido tão facilmente por um sonserino. Já está na hora de você por de lado os seus temores, se continuar dessa forma não será um auror, ou seja lá o que esteja pensando em estudar quando terminar o sétimo ano."
Harry deixou escapar um suspiro frustrado e começou a se servir de forma compulsiva.
Sabia que sua amiga tinha razão, mas como lhe dizer que nem sequer havia chegado a pensar sobre o que faria quando saísse de Hogwarts? Mas aquilo não era o mais importante, o que lhe preocupava era não saber se poderia ir e vir a Hogsmeade sem matar o loiro. Como podiam confiar nele quando quase o havia assassinado? Isso era algo que ainda não conseguia entender, mesmo que ao pensar nisso uma voz em seu interior risse e sussurrasse que aquilo era a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido.
Harry observou o relógio da torre, sabia que estava adiantado para o encontro, mas não pode evitar. Estava ansioso e tentava inutilmente de se acalmar. Havia feito um trato com Hermione de que não daria atenção a qualquer comentário de Malfoy, no entanto sabia que não poderia ignorar o loiro da sonserina. Ignorá-lo quando este passava ao seu lado e soltava um comentário ou quando tinham classes de poções juntos era uma coisa... Ir com Malfoy até Hogsmeade, fazer compras e regressar, isso já era muito diferente, impossível de ignorar. Não somente ia acompanhá-lo, ia dar a sua opinião... Ainda não sabia em que, mas Malfoy ia levar em conta o que ele pensava.
De repente riu. Que o loiro levasse em consideração algo que dissesse era um caso irreal, absurdo, mas era para isso que iriam ao povoado e um suave sorriso adornou seus lábios sem que pudesse evitar.
"Potter.", a voz sedosa e clara do sonserino o fez se voltar abruptamente.
"Malfoy.", cumprimentou com o que pensou ser seu tom mais firme.
"Vamos!", o loiro não deteve seus passos, simplesmente o ultrapassou e confiou no fato de que o moreno o seguia.
Harry não se fez esperar e imediatamente seus pés o levaram a exatamente três passos de Malfoy. Caminharam um longo trecho até que Draco se cansou de ser seguido por Harry e se deteve em seco.
"Potter... mesmo quando em certas ocasiões a companhia de Crabbe e Goyle me é necessária, isso não significa que eu considere agradável que eles passem todo o dia me seguindo.", disse com os dentes apertados sem se voltar.
Quando não obteve resposta se virou exasperado e viu que o rapaz dava um passo para trás com nervosismo. Sua mente lhe proporcionou a imagem de um cervo que descobre que o caçador está muito próximo com uma arma carregada, e se debate entre a curiosidade e o medo.
"Potter... eu não vou te morder!", comentou de forma sarcástica e o viu ruborizar suavemente para logo entrecerrar os olhos desafiantes, daquela maneira que lhe era tão familiar. A única coisa que faltou foi a usual resposta sagaz, coisa que nunca ocorreu, pois Harry começou a se mover com os punhos apertados até chegar ao lado do loiro.
Sem comentar mais nada Draco se virou novamente e ambos começaram a caminhar no mesmo ritmo. Quando chegaram às redondezas de Hogsmeade o silêncio entre ambos era como uma pesada capa.
Draco desviou-se da rua principal e sacou do bolso um papel. Harry deu uma espiada no bilhete e para sua surpresa descobriu ser a letra de Ron. Seguindo as direções do pergaminho chegaram a uma loja cuja fachada parecia a de um prostíbulo comparada a todas as outras lojas ao redor. Draco não permitiu sequer que ele visse o nome do local antes de empurrá-lo para dentro.
"Ei!", se queixou indignado, mas o loiro somente lhe deu uma resposta impaciente.
"Deixa de ser tonto, Potter. Quanto mais rápido regressarmos a Hogwarts melhor."
Draco o escutou murmurar entre dentes, entretanto não prestou atenção, seus olhos platinados pousaram em certos frascos que enchiam o lugar. Aquela não era uma usual tenda de poções visto que a maioria dos frascos não continham poções mágicas, talvez matéria prima utilizada para o preparo de alguma, mas nada mais que isso.
"Senhor Potter!", exclamou a atendente com evidente alegria quando os viu. Draco não pode deixar de revirar os olhos, entediado, e adentrou um pouco mais naquele lugar.
De onde se encontrava podia escutar a estúpida conversa que a atendente tentava manter com Potter e de vez em quando podia escutar as amáveis respostas do jovem. Aproximou-se de um dos frascos e o destampou, cheirando-o com receio. Um forte odor de nardos inundou seus sentidos e ele fechou o frasco rapidamente. Aquilo lhe recordava cemitérios antigos e cheios de lírios e nardos brancos. Definitivamente nada agradável na sua opinião. Tomou outro frasco e leu primeiramente a etiqueta. Óleo de Violetas. Voltou a sacar o papel que o ruivo lhe havia dado com sugestões do que deveriam buscar, com tudo o que Weasley havia se queixado na seção de leitura era uma surpresa que ele não tivesse permanecido sem fazer nada.
"Lavanda... rosas... camomila...", não entendia o porquê de todas as fragrâncias ser em de flores. Um sonoro espirro fez seus olhos lacrimejarem. "Malditas flores!"
Minutos mais tarde já se encontrava com vários frascos nas mãos e se aproximou da onde estava o jovem de olhos verdes.
"Potter. Preciso que me diga quais deste te agradam.", as palavras saíram irregulares, tão estranhas como era.
O moreno o observou como se não entendesse e Draco procedeu colocando os frascos sobre uma das mesas que estavam finamente adornadas com fitas e laços.
"O que são?"
"Óleos perfumados."
"Para quê?"
"Você não tem que saber para o que irão servir. Só escolhe um que te agrade." Não, Draco não ia lhe dar mais informações desnecessárias, atualmente sua mente desfrutava de todas as reações possíveis que o grifinório teria quando soubesse exatamente o que havia sido designado para eles como castigo.
"Bem!", suspirou antes de tomar um dos frascos e destampá-lo. Tinha um arome de suaves flores, nada mal, pensou Harry. Destampou um segundo frasco, flores novamente. O terceiro não teve que imaginar nada, enormes rosas estavam desenhadas no exterior. O abriu e aspirou. "Cheira a pomada da Madame Pomfrey!", murmurou baixinho.
Não que lhe desagradasse o cheiro, era simplesmente que vários dias utilizando a pomada da enfermeira o fizera não suportar mais as rosas. Fechou os frascos e se dirigiu aonde o loiro continuava buscando outras opções, mas não o molestou. Girou e começou a olhar nas prateleiras do lado contrário.
"Pomarrosa! Será algum tipo de rosa?", o destampou e um agradável perfume de fruta e flores invadiu seus sentidos. Dirigiu-se a atendente com o frasco. "O que é isso?"
"É uma fruta, senhor Potter. Agradam-lhe essas fragrâncias? Temos toda uma prateleira deste lado.", ao escutá-la o loiro se voltou na sua direção e os seguiu enquanto a mulher os direcionava para outra seção.
"Estas são de carambolas, ambrosias(1), goiabas, acerolas, pinhas e outras mais comuns, como cerejas, morangos, pessêgos, maçãs...", o sorriso de Harry enquanto ouvia sobre o que era cada um dos frascos era contagioso.
"Tem até de banana!", exclamou surpreendido.
O loiro tomou um dos frascos e pode comprovar que as fragrâncias eram menos irritantes que as primeiras que havia buscado.
"E estas, de que são?", perguntou Harry com entusiasmo enquanto apontava uns frascos selados com etiquetas estranhas numa seção próxima.
"Esses, senhor Potter, são comestíveis.", lhe informou a mulher com um amplo sorriso.
"Comestíveis?", perguntou com toda a inocência que sua idade permitia.
"São para ocasiões especiais.", a atendente sorriu de forma travessa sem que o rapaz compreendesse. Draco, que havia entendido o significado, tossiu audivelmente.
"Só estamos buscando óleos normais!", interrompeu antes que a mulher pudesse dizer mais alguma coisa.
Com um sorriso sabichão a atendente deixou o tema e continuou mostrando-lhes as demais fragrâncias. Finalmente Harry havia decidido por vários frascos com cheiro de frutas e um com cheiro de baunilha, no entanto não deixava de mirar os frascos de óleos comestíveis.
"Porque não podemos levar um desses?", perguntou um pouco irritado.
"Para que você iria usar uma fragrância comestível?", questionou o loiro divertido.
"Não sei. Mas tenho curiosidade!", disse encolhendo os ombros sem tomar consideração do meio sorriso que o loiro estava lhe dando.
"Bem, Potter, acredito que eu possa satisfazer sua vontade.", sorriu com malignidade. "Mas somente um frasco e será de um sabor que me agrade!!"
"Mas porque um de que você goste? Não se supõe que seja eu quem escolha?"
"O do castigo é você, Potter, além disso este é um caso especial, não é você quem tem que gostar do óleo!", ao ver a careta que o jovem fazia teve que conter uma gargalhada. Potter estava se colocando numa bandeja de prata para que ele, Draco Malfoy, lhe pregasse a peça de sua vida. "Te direi uma coisa... comprarei o frasco e se você se comportar como um bom grifinório te mostrarei como usar."
O rapaz lhe deu uma mirada receosa e Draco tratou de ocultar o sorriso que assomava seu rosto. Em sua mente imaginava o rosto de Potter quando explicasse para o que realmente servia aquele óleo e como se divertiria o incomodado uma vez que descobrisse o que se dispusera a comprar.
"Está bem!", Harry murmurou finalmente.
Com um sorriso e uma leve cortesia, Draco girou elegantemente nos calcanhares indo até a prateleira onde se encontravam os óleos, e lendo cada uma das etiquetas, decidiu por fim levar um com sabor mel.
Depois da brincadeira não teria problemas em encontrar alguém em quem prová-lo. Com o frasco seguro entre os dedos se dirigiu ao mostrador para onde tinham levado as comprar e onde lhes foi cobrado o preço.
A viagem de regresso foi um pouco mais leve, ao menos para o loiro. Draco não podia deixar de sorrir e o moreno ao seu lado lhe dava miradas desconfiadas. Quando chegaram as escadarias, Hermione e Ron os esperavam.
"Companheiro, como foi?", exclamou o ruivo dirigindo um olhar resguardado ao loiro e aos pacotes que trazia.
Malfoy entregou as sacolas ao Weasley com exceção do frasco especial e continuou seu caminho até o interior do castelo sem dizer uma palavra. "Como ele é agradável, não?", comentou Ron com sarcasmo.
"Tão agradável como uma semente de espinhos!", murmurou o moreno enquanto adentravam no colégio. Todavia, em sua mente havia guardado com ciumenta exatidão o sorriso nos lábios do sonserino.
Na ala que albergava a casa da Sonserina, o loiro de olhos azuis quase prateados deslizava silenciosamente até sua própria habitação, cuidando para não ser seguido por nenhum dos seus companheiros. Quando esteve seguro de que nada o interromperia, tirou o pacote que havia guardado e rompeu o papel Sacou o frasco enquanto com sua varinha acendia o fogo da pequena lareira. Levantou o objeto contra a luz do local e o observou por vários segundos antes de romper o selo.
Um suave aroma de mel preencheu seus sentidos, e o odor o fez fechar os olhos provocando cálidas sensações. Sorriu satisfeito para logo aproximar um dedo da borda e inclinar o frasco com cuidado. O líquido apesar de ter aroma e cor de mel era menos espesso. Deixou uma gota cair em seu dedo e o levou aos lábios. Certamente era doce, mas não o suficiente para ser enjoativo.
As pessoas que haviam preparado o óleo realmente sabiam o que faziam, pensou. Não só era mel, havia certo sabor de canelas e especiarias, como cravo e anis, mas era tão leve que apenas se insinuavam. Também continha amêndoas. Seguramente a pessoa na qual aplicasse aquilo não precisaria ser a mais bonita do mundo, só bastaria desejá-la um pouco, o óleo compensaria o que faltava. Apenas de pensar nisso um estremecimento percorreu seu corpo. Decidiu selar novamente o frasco, agora não seria agradável estimular seus sentidos tendo em vista que no momento não tinha ninguém com quem apaziguá-los.
Guardou com cuidado o óleo em um de seus baús protegido com senha. E por fim decidiu ir tomar banho para mudar de roupa, não que fizesse isso pelos grifinórios com quem logo estaria, mas sim porque estes eram os Malfoy, impecáveis, mesmo quando tinham que se misturar com criaturas tão baixas como Granger e Weasleys.
Capítulo 5: Chega o momento de praticar o que aprenderam com uma cobaia. Cuidado Ron! Logo obter sucesso com suas novas habilidades Draco Malfoy começa a se interessar pelo o que os livros trouxas podem dizer.
Curiosidades:
Ambrosias – foram tidas como manjar dos deuses do Olimpio, que dava e conservava a imortalidade. Mas na realidade é uma comida ou bebida feita com ovos e leites cozidos em calda de açúcar.
