Título: Em Silêncio

Autora: Suisei Lady Dragon.

Rate: R

Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon.

Shipper: Draco/Harry

Gênero: Romance/Aventura

Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)

Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.


Em Silêncio


Capítulo 6

Harry fora a enfermaria para que Madame Pomfrey olhasse seu braço. A recuperação ainda era incomoda, mas segundo a medibruxa ele já se encontrava muito melhor, e por esse motivo ela utilizaria um feitiço menor para finalmente terminar de reparar o osso.

Enquanto a mulher se preparava Harry só conseguia pensar em uma coisa, no frasco que Malfoy havia comprado. Sabia que não poderia prová-lo sem que um de seus amigos o acompanhasse e não queria que por nada no mundo Malfoy descobrisse o que andara tentando fazer. A curiosidade simplesmente estava levando a melhor. Podia perguntar a enfermeira, mas o que ela pensaria dele se aquilo não passasse de uma brincadeira do Malfoy? Seguramente seria taxado de ridículo frente à bruxa e seguramente ela contaria ao professor Dumbledore, que talvez contasse a McGonagall.

Fechou os olhos quando a medibruxa começou a aplicar o conjuro para curar o osso. Doeu um pouco, mas não tanto como quando lhe havia crescido todos os ossos do braço. Ele finalmente podia esticá-lo completamente e move-lo à vontade. Agora poderia sair mais cedo da aula de poções visto que a tipóia improvisada não atrapalharia o momento de misturar os ingredientes, no entanto nem esta notícia lhe produziu a alegria que em outro momento produziria.

Saiu da enfermaria com passos lentos, quase lânguidos, ganhando o corredor que o levaria para fora do castelo. Tinha vontade de visitar Hagrid, ver seus fantásticos animais e permanecer com ele um pouco, afastar-se de tudo. A cabana do gigante era um dos poucos lugares a onde podia ir sem a companhia de seus amigos, e mesmo isso porque o guarda-caças estaria presente.

"Bom dia, Hagrid! Como está?", chamou desde a porta quando finamente chegou à casa do amigo.

O gigante lhe dedicou um enorme sorriso e seus olhos se iluminaram ao ver o jovem.

"Harry, tudo bem rapaz? Até que enfim veio me visitar!", disse naquela voz estrondosa com uma robusta gargalhada. "Vêm cá, quero te mostrar algo!"

Hagrid se aproximou com cautela de uma caixa coberta por um coberto grosso e esperou que o jovem o imitasse. Com um sorriso mal contido destampou-a cuidadosamente. Três enormes bolas de pêlos estremeceram no interior do objeto e Harry observou fascinado as pequenas criaturas de cores diferentes.

"O que são, Hagrid?"

"Mimosas voadoras!", e ao escutar a voz retumbante as bolas se desenroscaram e Harry pode ver com claridade as pontiagudas orelhas e olhos rasgados como gato.

"Gatos com asas?", perguntou fascinado.

"Algo assim. Estes acabaram de chocar.", sussurrou o homem de forma conspiratória. "Quer carregar uma?"

Harry assentiu e Hagrid lhe passou com cuidado um dos exemplares cuja pele era tão suave como leite, de cor branca e com desenhos negros semelhantes a penas.

O animal, do tamanho de um gato adulto, se encolheu de imediato no calor dos braços de Harry, ronrando placidamente enquanto o jovem acariciava suas asas que tremiam ainda desprovidas das penas que numa ave já estariam presentes.

"Quando são adultos suas garras ficam cheias de veneno e suas asas podem chegar a medir mais de seis metros de envergadura.", o gigante murmurou emocionado fazendo Harry estancar com os olhos arregalados.

"Veneno?", sussurrou sem poder acreditar que Hagrid fora capaz de lhe dar para carregar um animal que pudesse atacá-lo, mesmo sendo um filhote ou não.

"Sim, mas ainda são inofensivas.", esclareceu aproximando-se e tomando uma das patas do animal, colocando um dedo embaixo das pequenas almofadinhas e pressionando-as. "Viu? Não tem garras!", disse orgulhoso de sua astúcia. Harry deixou escapar o ar que estava prendendo nos pulmões.

"Oh!", e recomeçou com as carícias no lombo do bichano que logo emitiu alguns ruídos alegres. "Fascinante.", exclamou. "E já podem voar?"

"Não, ainda são muito novas. Eu as encontrei perto do território de Ararogue, por sorte nenhuma das aranhas as encontrou primeiro." Harry estremeceu ao recordar o aracnídeo. "Quer me ajudar a alimentá-las?", perguntou enquanto retrocedia até a lareira onde num caldeirão fervia um líquido branco igual a leite. "Não é leite de mimosas, mas é um bom substituto!", sentenciou satisfeito. Harry assentiu e sentou-se à mesa ao mesmo tempo em que Hagrid enchia algumas das grandes mamadeiras. "Coloque-a de boca para cima quando der a mamadeira, você verá como ela gosta.", comentou enquanto lhe estendia o objeto.

Logo após um tempo, durante o qual a mimosa se alimentou animadamente da mamadeira que Harry segurava, o jovem ergueu os olhos até o gigante.

"Hagrid!"

"Uhmm?"

"Você sabe o que são óleos comestíveis?"

"Óleos o quê?", sussurrou o gigante com medo do que acabara de escutar.

"Comestíveis. Ontem estive em Hogsmeade, em uma loja de óleos perfumados." Hagrid levantou uma peluda sobrancelha com curiosidade e se virou para ver o rapaz. "E havia uma seção inteira de diversos sabores de óleos comestíveis. Você sabe para o quê eles servem?"

Se Hagrid tivesse menos barba e sobrancelhas Harry teria visto um profundo rubor assomar o rosto do gigante.

"Harry, essas coisas... são... para adultos.", disse se atrapalhando miseravelmente com as palavras.

"Para adultos?", perguntou o jovem e quando Hagrid viu aqueles olhos verdes cheio de inocência sua mente não pode associar que para os seus dezessete anos Harry já deveria sentir curiosidade por certas coisas e que já passara do tempo de ter a famosa conversa.

"Sim, sim, são negócios dos adultos. Você não deveria estar perguntando sobre este tipo de coisa. A ninguém!", negou de forma energética.

"Mas Malfoy comprou um frasco desse óleo."

"Malfoy? Estava com você?", o jovem assentiu com os olhos verdes fixos no gigante.

"Disse que me mostraria como usar se...", o gigante empalideceu e não o deixou continuar.

"Não, não, não, Harry. Esse sonserino só está querendo lhe pregar uma perigosa peça. Esse sangue está podre, todo o sangue dos Malfoy está podre, cheio de malícia. Harry, se Malfoy voltar a mencionar algo sobre esse óleo, me prometa que se afastará dele de imediato."

"Mas... Hagrid... é que..."

"Nada de mas, Harry, esse rapaz só está tentando abrir seus olhos para coisas que não são boas para você. Se eu fosse pai dele, o que não gostaria de ser, lhe daria uma boa surra para que deixasse de andar por maus caminhos. Mas tudo isso é culpa do pai que tem.", Harry se aproximou da caixa e depositou a mimosa cuidadosamente dentro dela, entregando a mamadeira para Hagrid que voltado para o caldeirão a apanhou sem sequer notar, continuando seu discurso sobre a família Malfoy e nem percebendo que o jovem escapulira porta a fora.

"Será melhor voltar para o castelo.", Harry murmurou minutos depois decepcionado, abaixando os olhos e terminando de subir as escadas de pedra que levavam até a entrada principal.

Procurou por seus amigos em todas as partes até que os encontrou na biblioteca, acompanhados do loiro sonserino. Surpreendeu-se ao notar que ninguém estava discutindo e que liam concentrados os livros que tinham sobre a mesa, apenas reparando na sua chegada depois que ele já havia se sentado junto deles sem chamar a atenção.

"Olá, pessoal!", murmurou e foi recebido com vários ruídos de saudação que em nada se pareciam com palavras.

Ao notar que ninguém lhe prestava demasiada atenção, reclinou-se sobre a mesa e colocou o queixo sobre as mãos observando silencioso e concentrado cada um de seus companheiros, para depois olhar o jovem loiro, que movia os lábios sem emitir som algum, compenetrado no que lia e parando de vez em quando para anotar algo em seu pergaminho. Harry suspirou pesadamente ao concluir que estava sendo completamente ignorado e acabou por apoiar uma das bochechas sobre o braço, entrecerrando os olhos entediado.

Após permanecer nessa posição durante um tempo, seus dedos passaram a se mover com suavidade, produto do leve estado de entorpecimento em que se encontrava. Começou a imaginar como quando era pequeno, pensando que podia criar formas no ar, só que até então não havia repetido aquela mania, sendo que nunca tinha tempo o suficiente para jogar com sua criatividade. Neste instante uma figura apagada, constituída de diminutas gotas do que parecia ser orvalho, revolteou-se suavemente sobre seus dedos apenas de maneira perceptível.

Por uns bons minutos a figura moveu-se inadvertida entre o resto dos jovens enquanto Harry continuava observando-a com os olhos quase fechados. Pouco a pouco a imagem foi ganhando colorido até quase se solidificar sobre a sua mão. Imediatamente um pomo dourado passou a se remexer inquieto sobre seus dedos, tudo parecia normal com a esfera até que Harry imprimiu um resplendor mágico as suas asas que a cada movimento pareciam desprender pó de fadas. Draco levantou os olhos para ver o que Harry tinha sobre os dedos e ficou observando-o com interesse, não sabendo como o rapaz era capaz de ficar brincando com um pomo no interior da biblioteca.

"Harry.", sibilou Hermione ao se dar conta do que acontecia. No mesmo instante a esfera caiu sobre a mesa, rompendo-se em diminutos cristais que evaporaram sem deixar rastros.

"Sinto muito, Mione!", o moreno respondeu arrependido. Draco, segundos depois de escutar o curto diálogo, fixou a vista no rosto de Potter por cima do livro que lia. Viu decepção, tristeza, e talvez inquietude.

Harry acabou levantando-se da cadeira com lentidão.

"Irei para o meu quarto!", sussurrou em tom de desculpas.

"Eu te acompanho.", respondeu o ruivo de imediato.

"Não se preocupe Ron, só vou descansar um pouco antes da aula de defesa."

"Tem certeza?"

"Ah... sim, não há problemas Ron!", disse sem se deter.

O ruivo voltou a se sentar observando seu amigo se retirar.

"Continuo achando que ele precisa de umas férias.", grunhiu em direção a sua companheira.

A jovem neste exato instante retirava do bolso um pergaminho dobrado de forma estranha. O loiro os observou abri-lo, mas não pode discernir o que a garota sussurrava. No mesmo instante apareceu um mapa da estrutura do castelo. Malfoy abriu os olhos de maneira assombrada até que Hermione apontou um pontinho onde se lia Harry Potter.

Seguiram vendo o ponto até que ele se deteve no que parecia um quarto na ala da Grifinória. Novamente a jovem tornou a pronunciar outras palavras, aparentemente satisfeita com o resultado, e todo o rastro do mapa se apagou.

"O que é isso?", o loiro questionou interessado.

"É... um mapa mágico.", respondeu o ruivo encolhendo os ombros como se fosse uma pergunta estúpida.

Draco entrecerrou os olhos ofendido e deu um suspiro indignado.

"Porque interrompeu o Potter?", perguntou mudando o rumo da conversa. A jovem o mirou como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, mas ele não se deu por vencido.

"Por acaso você não percebeu, Malfoy? Harry não estava usando sua varinha."

"E? Não é necessário uma varinha para se jogar com um pomo."

"Malfoy, pensei que fosse óbvio. Ninguém faz magia desse nível sem uma varinha e aquele não era um pomo normal, Harry o criou."

O sonserino arregalou os olhos, finalmente compreendera a que se referia a garota, sentindo-se um estúpido pela sangue-ruim ter tido que lhe explicar toda a situação. Tinha estado tão absorto em observar o que Harry fazia que não reparara nas verdadeiras implicações dos seus atos. Tudo lhe parecera natural.

"Acho que a estrangulada que o Harry te deu afetou seu cérebro!", resmungou sem veneno o ruivo. O loiro estendeu a mão e deu um cascudo na cabeça do jovem, sendo que de imediato sentiu que alguém lhe retribuía o golpe. Ao se virar deparou-se com uma Hermione muito irritada.

"Só eu posso dar cascudos nele.", ela murmurou com a voz nervosa a qual o loiro retrucou apenas com uma encarada enquanto massageava a cabeça, e logo após uns instantes seguiu-se uma batalha de olhares raivosos, que terminou apenas para que tornassem a continuar lendo. Draco pensava em como a Granger tinha uma mão pesada, e neste meio tempo uma risadinha contida pode ser escutada por detrás do livro que o Ron suspendia para tampar o rosto.

"Creio que já li o suficiente por hoje.", comentou o loiro mais irritado depois de ser ridicularizado, enquanto começava a recolher com rapidez suas notas e alguns livros.

Hermione somente lhe dirigiu um olhar escondendo com muito custo o quanto estava se divertindo com sua reação. Draco não se abalou e manteve a postura arrogante, terminando de organizar seus materiais para logo depois se retirar da mesa.

Seus passos o levaram até sua própria habitação nas frias masmorras e por uns segundos se perguntou se o par de estúpidos grifinórios teria ousado pegar aquele mapa para ver a onde ele fora, descobrindo a localização exata de seu quarto. Após pensar sobre o assunto durante um bom tempo decidiu que isso não tinha a mínima importância, não o afetaria se eles soubessem ou não onde costumava passar grande parte do seu tempo livre.


N/A: Af, como eu sou uma menina atarefada... hehehe... essa nota será jogo rápido! Gostaria de agradecer aos comentários carinhosos, de dizer que o Harry pode ser inocente mas que aprende as coisas rapidinhu... hihihi... e também quero informar que atualizarei será no próximo final de semana, sendo que até lá... mil desculpas pelos possíveis erros gramaticais no cap... quando eu tiver um tempinho a mais prometo que darei uma revisadinha básica no texto.

De qualquer forma, muchas gracias pela paciência de todos.

Beijus!

Capítulo 7: Draco recebe algumas instruções de seu pai e mesmo que não sejam bem vindas o loiro não deixará de honrar os desejos de seu progenitor. Por outro lado, Malfoy finalmente pode colocar em prática suas novas habilidades com Harry e recebe uma inesperada advertência que o deixa meditando sobre o quão amplos são os poderes do grifinório.