Título: Em Silêncio
Autora: Suisei Lady Dragon.
Rate: R
Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon
Shipper: Draco/Harry
Gênero: Romance/Aventura
Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)
Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.
Em Silêncio
Capítulo 13
O treino de quadribol da Sonserina continuou até à hora do almoço. O grupo terminou de recolher seus equipamentos e se dirigiu para as duchas. Draco não se incomodou em se unir aos companheiros, era monitor e como tal tinha privilégios. No exato instante não tinha ânimo para compartilhar um banheiro com outras pessoas, por mais que precisasse de um banho.
Dirigiu-se para o dormitório cheirando a suor e couro dos equipamentos de proteção, sua túnica de quadribol sussurrando juntamente com seus passos que ecoavam pelo piso de pedra do castelo. No caminho cruzou com várias jovens estudantes que não tiveram como não repará-lo e segui-lo com os olhos. Alguns dos rapazes também reagiram da mesma forma, inclusive aqueles que tinham inclinações para se sentirem atraídos pelo mesmo sexo. Draco simplesmente chamava a atenção de uma forma ou de outra, por sua beleza, por seu porte ou simplesmente por sua arrogante disposição, e assim qualquer um que olhava para ele sentia vontade ou de obedecê-lo ou de enfrentá-lo. Mas os únicos que se atreviam a desafiá-lo era o Trio de Ouro, em especial aquele jovem de olhos verdes transparentes, que brilhavam furiosos quando se esbarravam por aí.
Quando estava a ponto de ingressar o corredor que o levaria para sua habitação, acabou cruzando o caminho de uma loira muito conhecida. Suspirou com fastídio, mas sabia que não poderia ignorá-la. Pansy era uma mistura de prima, amiga, serva e demônio que nenhuma das outras garotas da Sonserina poderiam sonhar em ser. Depois de tudo, o rei precisava de uma rainha.
"Drakey." A loira exclamou entusiasmada.
"Pansy... não tenho tempo agora." Murmurou enquanto tentava sair dali o mais rápido possível.
"Não, não, não, Drake, coração, a onde você pensa que vai?" Ela ronrou enquanto segurava o colarinho de sua túnica de quadribol com suavidade. "Você sabe o quanto eu fico louca quando te vejo neste uniforme..."
"Parkinson." Reclamou tratando de conservar a serenidade. Não podia entender como era possível que a loira, sendo tão asseada com suas coisas não conseguisse evitar pular em cima dele sempre que o via de uniforme após uma partida de quadribol.
"Quando é que você vai aprender, bebê?" Perguntou com doçura velada e ele revirou os olhos, entediado.
"Panse, porque você não vai encher a paciência do Blaise? Se você se apressar tenho certeza de que o encontrará ainda no vestiário. Hoje poderia até ser seu dia de sorte e você o encontraria sem o uniforme." Disse com fingida felicidade esperando que a garota caísse na brincadeira, mas de forma alguma a loira se moveu, a maldita o conhecia com perfeição.
"Mas você já está aqui mesmo, o que custa me satisfazer?" ela gemeu e Draco levou os dedos as suas sobrancelhas massageando a testa suavemente. "Só me deixe provar um pouquinho e prometo que irei atrás de Blaise." Insistiu enquanto passava o dedo pelo pescoço de Draco e comprovava que ele estava molhado de suor. O sonserino sentiu-se estremecer com a estranha carícia, odiava que a aparente desacerbada loira soubesse com exatidão seus pontos anatômicos mais sensíveis. Suspirou finalmente, enquanto permitia o que fora pedido para que pudesse retomar o mais depressa seu caminho
"Okay, Panse." Murmurou fechando os olhos e pronunciando o apelido com deliberada tensão. "Mas eu nunca vou conseguir entender como você pode gostar de fazer isso, é... asqueroso..." Conteve a respiração quando sentiu que a língua da loira começava a acariciar-lhe muito próxima de sua orelha, justamente abaixo de seu lóbulo, em direção ao seu pescoço. Sem querer deixou escapar um gemido. "... repugnante... e extremamente antigiênico." Pontualizou quando a garota se deteve levemente antes de continuar lambendo-o no pescoço muito próxima agora de seu peito, enquanto suas pequenas mãos abriam levemente sua túnica.
"Você me surpreende, Draco, querido. Mesmo tendo estudado para agradar aquele grifinório você não aprendeu nada. O olfato é um dos cinco sentidos mais importantes, trabalha no nível psicológico em muitos casos. Através do olfato se pode associar momentos, relaxar uma pessoa e inclusive excita-la." Ohh, claro que Draco sabia disso tudo, se não fosse assim não teria guardado em sua habitação o bendito frasco de óleo comestível.
"O que na realidade eu não posso entender é o que tudo isso tem haver com o suor." Murmurou por sobre a cabeça da garota quando esta beijou a parte de sua pele entre sua clavícula, lambendo-a suavemente.
"Isto..." disse ao mesmo tempo em que passava um dedo por seu pescoço recolhendo algumas gotas de suor e espalhando-as na ponta de seus dedos. "... é você. Este é o aroma de seu corpo quando você acaba de sair do banho sem utilizar um sabão com cheiro. Esse será o seu sabor quando alguém te provar." Sussurrou sedutoramente. Draco sentiu-se estremecer de leve. "O dia em que você se apaixonar, Draco Malfoy, este será o odor que você buscará inconscientemente em seu parceiro. Não será nenhum perfume ou fragrância, e sim a essência dessa pessoa, e ela se resume a isso... suor." Draco gemeu novamente.
"Você diz cada coisa estranha, Panse. Eu nunca irei me apaixonar." Murmurou quando a loira finalmente se separou de sua pele.
"Quando será que você finalmente irá entender o que eu digo? Você se apaixonará e para sua desgraça será seguramente pela pessoa errada, tudo isso por causa de seu orgulho. Mas não estou aqui para te dar um sermão, certo? Não vou gastar saliva quando sei que você não fará caso. Vou atrás de Blaise.", disse-lhe isso com doçura, fechando sua túnica e dando umas palmadinhas em seu peito.
"Humph... com certeza ele ficará louco quando se der conta de que você está cheirando igual a mim." Grunhiu antes que a garota o soltasse. A loira apenas começou a rir como uma colegial.
"Ahh... claro que ele ficará louco. Não sou a única que conhece o seu cheiro, Drake." Sorriu com picardia e escapou do local tão rápida quanto uma ninfa, deixando um silencioso Draco Malfoy tentando decifrar suas palavras.
"Isso foi... perturbador." Ele finalmente murmurou para ninguém em particular enquanto retomava seu caminho. Ao chegar a sua habitação se despiu rapidamente e entrou na ducha. Quando saiu se preparou para ir almoçar, o treino de quadribol deste dia havia reavivado seu animo e não da forma que ele esperara. Um desafio era algo que sempre acelerava sua circulação.
Harry deixou a Torre de Astronomia na hora do almoço. Era melhor que ele desse as caras antes que seus amigos começassem a buscá-lo e descobrissem que ele havia passado toda a manhã exilado na torre. Suas pernas estavam adormecidas, como se caminhassem sobre gelatina e ele chegou a pensar que talvez o loiro houvesse lhe lançado uma maldição sem que se desse conta. Alcançando a porta do Salão Principal, apenas colocou a cabeça para dentro espiando o interior, fixando o olhar na mesa da Sonserina. Sem medo de se equivocar deparou-se com os cabelos loiros de Draco Malfoy. Afastou-se da porta dando alguns passos para trás e tratou de controlar as estranhas reviravoltas de seu estômago. Não entendia o que estava errado nem o que havia mudado.
O fato de que Malfoy o beijara não era o que mais lhe preocupava. De qualquer forma, repetia para si mesmo, havia desfrutado aquela carícia da mesma forma que um pobre desfruta um chocolate caro que lhe dão de presente de Natal, sem remorsos. Não... o problema eram os atordoantes olhos acinzentados que o haviam desafiado com aquela promessa. Isso fazia com que as coisas ficassem mais sérias... mais íntimas que um simples beijo. Próximas e pessoais. Xingou suavemente em sua mente, estava agindo como Ron antes de se declarar para Hermione. Bateu na própria testa com a mão e mirou o teto do corredor.
"Não posso estar apaixonado." Murmurou com firmeza. "Só estou obcecado por este maldito bastardo." A voz em seu interior coincidiu com seus pensamentos. Sem ter nenhuma verdadeira razão lógica, sentiu-se mais tranqüilo. Ao menos havia chegado a uma espécie de entendimento consigo mesmo. Aspirou profundamente e se preparou para entrar no recinto, e graças a toda aquela pequena conversa consigo mesmo ele conseguiu não cambalear miseravelmente ao sentir o olhar líquido de Malfoy seguindo-o até seu lugar na mesa da Grifinória.
"Hey, companheiro, pensei que não viria! Hoje temos bolo de carne e massa!" Exclamou Ron com entusiasmo. Harry lhe deu um grande sorriso e começou a encher o prato com vontade. Só foi neste momento que se deu conta da fome que sentia, e era de se esperar já que apenas havia beliscado no café da manhã.
"Malfoy, o que é que você tanto olha na mesa daqueles idiotas?" Perguntou Blaise consternado ao ver que o monitor não parava de lançar olhares naquela direção. Draco virou-se para encará-lo, algumas vezes se esquecia daqueles que o rodeavam. "Não me diga que você está observando o seu precioso experiemto." Disse no tom que fazia com que o sangue do loiro fervesse.
"Por acaso você não tem mais ninguém para atormentar, Blaise?" sibilou baixinho enquanto decidia o que queria comer. Seus olhos caíram sobre umas suculentas nectarinas.
"Você é a pessoa mais fácil de se atormentar. Além disso eu não perderia um só segundo de seu mau humor real, príncipe." Respondeu de bom humor fazendo-lhe uma profunda reverência.
"Blaise, que mosquito te picou hoje?" perguntou irritado. Seu amigo sabia o quanto este apelido o incomodava, mais até do que os apelidos inventados por Pansy. De prontidão soube a resposta. "Não. Diga. Mais. Nada." Como se esquecera que a loira havia ido buscar o moreno de cabelos cumpridos após terem se esbarrado no corredor. Pansy tinha esse efeito sobre Zabini a cada vez que ela se concentrava em fazê-lo perder a prudência. O moreno sorriu com malícia e Draco quase pôde sentir como os hormônios do rapaz irradiavam em todas as direções. Murmurou baixinho enquanto apanhava um pouco de creme de framboesa para acompanhar as frutas escolhidas.
"A próxima vez que eu souber que Pansy fundiu seu cérebro eu irei me refugiar em meu quarto." Sibilou com desgosto. Mal terminou de falar isso quando a mencionada loira fez sua aparição no salão sentando-se na mesa da Sonserina ao lado de Zabini, com toda a graça que possuía, quase como uma veela.
"Que dia proveitoso." Disse como cumprimento enquanto depositava um beijo na melena do moreno e sorria com sua perene doçura. Encheu seu prato com a usual parcimônia e logo após provar delicadamente o que havia escolhido centrou sua atenção em Draco.
"Espero que você não tenha se esquecido de que ainda precisamos discutir alguns detalhes da festa, querido." Draco revirou os olhos com fastídio.
"Eu sei, Panse. Mas essa noite eu tenho outros assuntos para tratar." A garota arqueou uma sobrancelha curiosa, mas Draco não deu sinal algum de que ia comentar alguma coisa a respeito e a seriedade de seu rosto impediu que ela tentasse arrancar mais alguma informação. Com uma mão afastou os cabelos de seu rosto e fungou indignada, mas rapidamente se virou na direção de seu companheiro de cabelos negros e prosseguiu ignorando por completo o monitor.
Com o canto dos olhos Draco observou um garoto da Corvinal levantar-se de seu lugar dirigindo-se para a mesa da Grifinória. O rapaz aproximou-se do menino-que-sobreviveu e lhe entregou uma nota, retirando-se do salão imediatamente. Viu como os companheiros do moreno tentavam ver o bilhete sem precisar roubá-lo. Não se preocupou, não conseguiriam descobrir a verdadeira mensagem.
Sem prestar mais atenção a cena continuou com sua refeição
Malfoy entrou no quarto de Harry como se pertencesse ao lugar. O ruivo era o único que fazia companhia a Potter nessa noite e os dois jogavam xadrez animadamente sobre uma mesa.
"Boa noite, Malfoy." O moreno o saudou enquanto seu companheiro lhe dava um espalhafatoso xeque-mate com o bispo branco. Havia serenidade em sua voz, no entanto a sensação de estar vendo um cervo acurralado não saia da cabeça de Draco. Ele se corrigiu mentalmente... aquele não era nenhum cervo, uma criatura de aspecto enganoso talvez, mas não um cervo inocente.
"Boa noite, Potter, Weasley." O ruivo ergueu os olhos em sua direção em forma de saudação.
"Bom, companheiro, me retiro agora. E recorde o que eu te disse." Sussurrou de forma conspiratória tomando cuidado para que o loiro não o escutasse. Havia um pouco de preocupação nos expressivos olhos azuis acompanhando a seriedade em seu rosto. Harry assentiu solenemente.
"Não se preocupe, Weasley, creio que Potter sabe se defender perfeitamente bem. Não é verdade, Potter?"
"Não é com o Harry que eu estou preocupado..." Ron sorriu amplamente para logo se virar na direção do moreno. "Me pergunto se a pele de um intratável ficaria bem em sua cama, companheiro" exclamou com um meio sorriso antes de escapar porta a fora.
"Maldito bastardo sardento." O loiro sibilou entre dentes. Harry sorriu deliberadamente. Havia estado esperando o momento em que o loiro apareceria. Havia tido trabalho para convencer os amigos de que não teria problemas ficando a sós com Malfoy. Teve muita sorte ao descobrir que Hermione se sentia muito atrasada em suas tarefas por causa da detenção, o que tornou fácil convencê-la. Com Ron também não houve muitos empecilhos, a única preocupação do ruivo era que Malfoy conseguisse tira-lo do sério, mas no final acabou cedendo aos desejos do amigo.
Quando o ruivo fechou a porta Malfoy aproximou-se com lentidão. "Você se incomoda se começarmos?"
"Você se incomoda em esperar?" Replicou cortesmente. O loiro lhe deu um sorriso brincalhão enquanto lhe fazia uma curta reverência e Harry desapareceu dentro do banheiro, fechando a porta atrás de si. Não teve que olhar para o espelho para saber que era observado com interesse.
"Você está planejando alguma coisa." Sussurrou seu reflexo com malícia.
"Não estou planejando nada e tampouco quero que você se intrometa;" Sussurrou entredentes enquanto começava a se despir.
"Não me parece ser necessário que eu intervenha quando seu lado sonserino começa a reluzir." A resposta foi um riso afetado.
"Não... só quando meu lado grifinório está no comando... que oportuno." sibilou mordaz.
"Se você soubesse controlar seus ataques de estupidez talvez não fosse necessário que eu intervisse." Comentou e os olhos avermelhados se iluminaram com malícia desde o outro lado do espelho.
"Me deixe em paz." Grunhiu em voz baixa o moreno.
"Te incomoda o fato de eu ter razão." Comentou com inflada satisfação.
"O que me irrita é o fato de você ser um sabe-tudo presunçoso. Juro que você faz Hermione parecer uma doce e humilde mulherzinha." Sibilou Harry.
"Não me compare com essa sangue-ruim."
"Era um elogio... mestiço." Respondeu o jovem para logo depois colocar uma toalha sobre o espelho.
"Como você se atreve?" O reflexo exclamou indignado por debaixo da toalha, mas Harry já havia se metido debaixo da ducha. Saiu uns quinze minutos mais tarde, somente com uma toalha na cintura e mesmo que seu corpo tremesse imperceptivelmente, ao menos se recordava e agradecia o fato de que nenhum de seus amigos estaria presente para julgá-lo. Deixou escapar um grande suspiro antes de abrir a porta do banheiro e teve que se conter ao ver o estado do loiro.
Malfoy havia vestido uma calça branca que parecia pertence a um pijama tendo colocado sobre ela uma camisola do mesmo material que era de amarrar na cintura, e vestido assim o esperava sentado na borda da cama. Ao seu lado sobre o criado-mudo descansava inocentemente o frasco de óleo comestível. Ao vê-lo sair os lábios rosados se curvaram levemente com malícia enquanto ele colocava os pés para cima da cama e pedia para que o imitasse. Harry prosseguiu subindo no colchão imitando a posição de pernas cruzadas do loiro a sua frente. Sentia muita curiosidade e aparentemente o loiro não o faria esperar.
"Após os eventos dessa manhã cheguei à conclusão de que minha presença não o incomoda tanto quanto eu havia pensado." Começou a dizer enquanto mirava Harry diretamente nos olhos com seu olhar penetrante. "Por causa disso pensei que te agradaria saber que existem outras formas de relaxar sem ter que ser passivo ou ser humilhado." Harry olhou para baixo e Malfoy continuou. "Aqui não há nada do que você deva ter vergonha, Potter. Você somente tem que seguir as minhas instruções ao pé da letra. Começaremos com os braços que são mais fáceis." E assim desatou o nó da camisola em sua cintura e a retirou ficando com o torso nu. Harry não pode evitar passear seus olhos pelos braços e peito do loiro. A voz suave o fez prestar atenção novamente. " Te mostrarei passo a passo os movimentos e logo depois você os repetirá comigo."
"Com você?" o viu assentir esticando-se para alcançar o frasco de óleo. Apenas teve tempo de abri-lo para que um delicioso odor de mel e especiarias inundasse o ar do quarto. Harry fechou os olhos levemente... o aroma o fazia se lembrar de Severus e com Draco no quarto não era muito difícil voltar a se recordar do mau momento que sua libido havia lhe trazido. No entanto não disse nada, não queria que o loiro soubesse que ele tinha uma breve idéia das finalidades daquele óleo. Queria saber com exatidão até onde Malfoy era capaz de chegar para alcançar o poder, porque em sua mente não havia dúvida alguma de que aquele convite para se verem a sós a noite e o uso do óleo, eram táticas para formar alguma espécie de laço cuja única finalidade era associar-se ao poder que agora ele representava.
Malfoy verteu uma pequena quantidade do óleo em sua mão e colocou o frasco entre suas pernas para espalhar o líquido viscoso entre os dedos, aquecendo-os levemente. Com cuidado puxou a mão direita do moreno e começou a cobri-la com o óleo. Harry sentiu um calor subir desde sua mão até o seu pescoço para logo depois se espalhar por todo o seu corpo. Deu um suspiro trêmulo, mas Malfoy não comentou nada e continuou com aqueles delicados toques em sua mão. Antes que pudesse se concentrar realmente no que o loiro fazia este soltou sua mão e verteu um pouco de óleo em sua palma. Com os olhos verdes muito abertos Harry prosseguiu espalhando o líquido entre seus dedos e com um pouco de timidez tomou a mão direita do loiro entre as suas.
"Parece que você não teve tempo de aprender os movimentos, Potter." Draco sussurrou com malicia e tornou a apanhar sua mão para demonstrar novamente o que deveria ser feito. Desta vez Harry prestou mais atenção e quando foi sua vez pôde imitar os movimentos com firmeza. Repetiram o processo com ambas as mãos e finalmente o sonserino começou a massagear seus braços.
Cada vez que o moreno o tocava, Draco sorria interiormente. Podia sentir o medo do grifinório, o tremor e a vergonha. Pelas barbas de Merlin, seduzir Potter era fácil demais. Continuou com calma massageando completamente ambos os braços, ombros, parte do rosto e do pescoço. Esperando logo em seguida que o moreno repetisse os movimentos. Com extrema paciência esperou até que o jovem fechasse os olhos levemente enquanto massageava parte de seu peito. Roçou com descuido a pele mais escura que havia se endurecido e após uns segundos escutou com satisfação um meio suspiro, um meio gemido.
Harry permaneceu de olhos fechados ao sentir à carícia e respondeu como seu corpo lhe pedia, arqueando-se suavemente e dando voz ao que sentia. Não ia negar o que o loiro estava lhe oferecendo, ainda que fosse por uma razão equivocada e muito menos quando no final tudo poderia não passar de uma brincadeira cruel. "O que você está fazendo?" sussurrou sem abrir os olhos.
"Não é óbvio?"
"Por quê?"
"Esta é uma outra forma de relaxar o corpo."
"Oh..."
"Te agrada?" Harry somente atinou responder com a cabeça já que o loiro estava acariciando-o novamente muito próximo de suas partes mais sensitivas. "Sua vez." Draco disse de repente, soltando-o. Harry abriu os olhos e por uns instantes ficou imóvel tratando de descobrir por onde deveria começar. O problema foi resolvido por Draco que pegou suas mãos e as colocou diretamente sobre seu peito desnudo. Com os dedos trêmulos Harry começou a traçar os movimentos requeridos e após alguns instantes viu como aquilo fazia com que Draco fechasse os olhos sentindo prazer.
Na verdade aquela aparente confiança era algo novo para Harry. Nunca em sua vida alguém lhe havia dado a permissão do toque, muito menos daquela forma e ainda que Malfoy tivesse razões equivocadas para permitir que ele fizesse aquilo, o ato era muito complexo para que ele pudesse compreendê-lo completamente. Por um simples reflexo retirou as mãos responsáveis pelas carícias e as colocou ao nível dos olhos, examinando-as atentamente, como se nunca as tivesse visto.
"O que foi?" O loiro perguntou confuso enquanto arqueava graciosamente uma sobrancelha.
"Nada." murmurou. "Poderíamos terminar logo com isso ? Eu gostaria de ir dormir." Draco não pôde acreditar que o moreno o estava rejeitando daquela forma. Quem demônios ele pensava que era para fazer isso?
"Qual é o seu problema, Potter? É tão desagradável assim me tocar?" Draco sibilou de repente, irritado por aquela atitude.
"Não! Não é isso..." Harry mordeu os lábios com força tentando encontrar as palavras adequadas, mas mesmo assim não queria explicar o atordoante sentimento causado pelo simples ato de tocar Malfoy. Mas Draco já havia se levantando de sua posição. Ele e sua grande boca, porque não podia tê-la deixado-a fechada por alguns minutos? "Demônios." Sussurrou baixinho quando o loiro indicou com brutalidade que ele deveria se deitar na cama. Obedeceu submissamente, arrependido pelo fato da atmosfera ao seu redor ter se modificado de forma tão repentina. Tentou da melhor forma que pôde ficar completamente quieto quando os dedos de Draco começaram a se mover sobre suas costas. Os movimentos eram um tanto quanto bruscos se comparados com os da primeira vez que o loiro o havia tocado.
Pelo menos esses movimentos bruscos lhe eram muito mais familiares que os suaves com os quais haviam começado. Sua familiaridade com o que era bruto e violento o tranqüilizava de uma forma estranha e ele não conseguia afastar de forma alguma a idéia de que havia ferido a sensibilidade de Malfoy. A voz de Ron lhe veio à mente como um relâmpago, Malfoy sensível? Você só pode estar brincando!
Somente quando Draco lhe pediu para que se virasse e ficasse de barriga para cima foi que ele saiu de suas reflexões. Não podia ignorar o olhar direto que o loiro lhe dava. Estava irritado, isso era óbvio, mas Harry ainda não sabia se estava se importando com aquilo. As mãos do loiro recorreram toda a extensão de seu peito, mas não da mesma forma de minutos atrás, sem lhe provocar as mesmas sensações.
O loiro havia se concentrado em ignorar o olhar de Potter. Havia ido até ali com apenas uma idéia em mente, seduzi-lo e uma simples rejeição o havia tirado do sério. Como demônios se deixava afetar dessa forma? Ele era um Malfoy, os Malfoy não se detinham diante de uma estupidez como aquela. E no recanto mais profundo de seu peito ecoou um grunhido irritado e sem se dar tempo de pensar Draco desceu sobre o corpo que jazia submisso debaixo de suas mãos.
"Malfoy!" foi à única coisa que Harry pode exclamar antes que o loiro reclamasse sua boca com a sua pela segunda vez naquele dia e como na primeira vez seus lábios se abriram por debaixo da força dos de Draco, recebendo entreabertos o beijo . Logo após uma curta luta Malfoy se endireitou deixando o moreno ofegando descontroladamente.
"Como é possível que você não queira me tocar e ainda assim permita que eu te beije?" exclamou o loiro com raiva. Harry estremeceu levemente com o tom de voz de Draco. Ele estava certo, não entendia como era capaz de aceitar que o loiro o tocasse, mas não conseguisse tocá-lo em retorno. "Me toque." Malfoy murmurou entredentes, com raiva. Harry lhe deu um olhar trêmulo de cima em baixo e deu um pulo quando o loiro gritou. "Vamos, me toque! Do que demônios você tem medo, Potter?"
Harry se levantou de repente da cama e se afastou. "Você não me entende, Malfoy!" exclamou com prontidão. "Posso te machucar. Tudo o que eu toco eu destruo." sibilou entredentes.
"Acha que eu sou tão fraco a ponto de não conseguir sobreviver a você? Você está enganado, Potter, sou um Malfoy, sou mais do que você poderia chegar a ser um dia."
"Tenho mais poder do que você e toda a sua família reunida!"
"Mas eu tenho uma vantagem sobre você." Murmurou atravessando a cama ficando frente a frente com o grifinório. "Sei me controlar, sei aproveitar ao máximo as minhas habilidades, sei manipular o poder ao meu bel prazer. É disso que você tem medo, Potter. Você é poderoso, mas este poder não irá te servir para nada enquanto você não souber usá-lo." Os olhos verdes se mantiveram cravados no chão até que Draco o tomou pelo queixo e levantou seu rosto. "Eu posso te ensinar." Sussurrou da forma mais serena que conseguiu. "Você só tem que confiar em mim."
Draco rezou com todas as suas forças para que o estúpido grifinório caísse em sua desculpa. Por um momento o que disse lhe pareceu ser uma das idéias mais bizarras que já tivera, mas vendo como os olhos verdes começavam a absorver sua falsa irritação e sinceridade, disse a si mesmo que era um dos melhores atores da Sonserina depois de Blaise, mesmo que nunca confessasse isso em voz alta. Finalmente o viu assentir e teve que conter um grito de satisfação para não se entregar. No entanto não pode evitar que reclamasse com frieza os lábios do moreno. Se ia enganá-lo o fazendo confiar em sua palavra, não havia motivos para não se aproveitar da situação. Agora viria a parte mais difícil, conservar a confiança de Potter até o dia indicado por seu pai e se possível fazê-la crescer, torná-la cega. Lamentavelmente isso incluía não se aproveitar de toda aquela situação tão propícia para mostrar ao moreno como realmente funcionava o óleo comestível.
Suspirou imperceptivelmente, a paciência era uma das poucas virtudes necessárias a um sonserino, paciência para esperar o momento da vingança ou para esperar o momento da vitória. Paciência.
Próximo capítulo: Draco está descobrindo que se aproximar do menino-que-sobreviveu não é tão fácil quanto pensava. Uma festa do Dia das Bruxas trará surpresas inesperadas para todos.
N/T: Céus, eu já estava vendo pedras voando na minha direção pela falta de atualização. UFA! Ainda bem que eu consegui terminar este capítulo! De qualquer forma, é bem provável que vocês encontrem alguns erros ortográficos macabros no decorrer do texto já que eu não tive tempo de revisa-lo, por isso, mil desculpas. '
Bem, a próxima atualização será na primeira semana de janeiro, provavelmente numa quarta-feira... e sim... esta é uma promessa pois eu já estou terminando de traduzir o capítulo... hehehehe! Nele, só pra aguçar a curiosidade, o Harry está um pouco, aham, atrevido... por isso teremos um pouco de ação, mas não necessariamente da forma que vocês imaginam.
Hum, agradecimentos aos comentários maripottermalfoy (bem... agora Draquito tem sua grande oportunidade de ouro! hehehe! As garrinhas do loiro já estão afiadas para agarrar Harry! Tadinho do Potty! Hum, e respondendo a sua pergunta, até a última atualização da autora haviam 40 capítulos postados... uahhh! Sim, sim... muito o que traduzir pela frente!), Markus Malfoy-Bloom (O capítulo passado foi uma verdadeira bomba, né? hehehe! Eu acho que o 13 é um pouquinho mais leve, o jogo de sedução do Draco começou, mas é agora que o Harry começa a ser fisgado. Será que Malfoy vai conseguir o que quer?O.O) , Dark Wolf 03(oie oie! hehehe! Sabe o que eu aprendi lendo os livros e essas fanfics de HP que existem por aí... se alguma vez o Harry tiver a oportunidade de ser burro, pode ter certeza de que ele vai ser! hehehe! Ah, e o que vc acha do Tio Tom? hehehe! Sim, a mente de Harry é fraca, dá pra notar isso com o bote que ele dá no coitado do Severus... de qualquer forma... faço de Voldemort as minhas palavras:"Se você soubesse controlar seus ataques de estupidez talvez não fosse necessário que eu intervisse." Bah, Riddle é demais!Valew pelos comentários pessoa! .), Lady Athena (Uah! Essa fic num é muito famosa msm... na verdade muita gnt lê, dá para ver pelos hints, mas parece que o povo tem preguiça de deixar review! hauahauhau! Mas que bom que vc esteja gostando! Continue lendo! ), Sofiah Black (Uah! Concordo! A parte do pomo é td, eu jurei que Draquito ia voar no pescoço do Harry, ainda bem que ele voou mas não com a intenção de matar! heheheh!) ... Ai e ainda tem um monte de gente que eu gostaria de agradecer... mas acho que se eu colocar o nome de td mundo o povo do come meu fígado... mas saibam que eu não esqueci de vcs não! Agradeço de coração aos comentários de tds!
E assim vou ficando por aqui, valeu msm pelas reviews... e obrigada pela atenção!
Bjinhus!
