Título: Em Silêncio

Autora: Suisei Lady Dragon.

Rate: R

Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon

Shipper: Draco/Harry

Gênero: Romance/Aventura

Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)

Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.


Em Silêncio


Capítulo 18

Draco jazia em sua cama, suas coisas estavam prontas desde o dia anterior para a viagem de regresso. Não sentia ganas de se levantar, mas sabia que nunca teria vontade realmente de sair da onde estava. Seu peito estava comprimido e lhe custava respirar. Tudo isso por causa da missão que deveria cumprir naquele dia.

Levantou-se desgostoso, não havia dormido durante toda à noite e tinha os cabelos mais revoltos do que de costume. Decidiu que não se apressaria para sair de seu quarto, provavelmente aquela seria a última vez que pisaria em Hogwarts. Tudo bem que ainda faltava completar seu curso, mas após sua traição duvidava muito que o fossem novamente de braços abertos. Nem sequer o professor de Poções voltaria a confiar nele. Recostou-se no batente da porta do banheiro, erguendo os braços e os cruzando, apoiando a testa neles. A ansiedade e o nervosismo queriam se apoderar de seu corpo e paralisá-lo. Como é que ele teria coragem de fazer aquilo com Harry?

Não era nada de outro mundo, Draco estava simplesmente sendo um Malfoy, por isso faria aquilo, por isso e por seu pai, mesmo que significasse a perdição de ambos. E repetia esse mantra para si mesmo várias vezes, tentando se convencer de que estava fazendo a coisa certa.

Prontamente se aprumou e endureceu o rosto. Já tomara sua decisão e essa era obedecer às ordens do pai, o resto não deveria ser levado em consideração e não tinha importância. E também, um Malfoy não tinha tempo para a auto-compaixão, isso era algo que simplesmente não tinha lugar em sua vida, assim como não havia sido herdada de nenhum de seus antepassados. De qualquer forma já havia feito o possível para que seu pai desistisse daquela idéia. Mas Lucius sempre lhe respondera da mesma forma, que era para ele levar Harry para a mansão.

Preparou-se para descer e tomar café, mas acabara indo mais tarde do que planejara e quando finalmente se sentou à mesa da Sonserina não pode evitar lançar um olhar na direção do trio dourado. Hermione Granger, Ron Weasley e obviamente Harry Potter. Notou que Harry conversava animadamente com Ron que lhe sorria abertamente enquanto era observado por Hermione, que embora prestasse mais atenção ao ruivo não deixava de estar contente pela animação do amigo. Retornar para casa durante o feriado de Natal deveria tê-lo deixado bem humorado. Geralmente o mesmo acontecia com Draco, mas desta vez sua missão para aqueles dia tornara o recesso em algo completamente diferente do que era no passado. Somente esperava sobreviver àquele Natal para quem sabe poder aproveitar outro ao lado do moreno de olhos verdes.

Sabia a hora exata que sua carruagem chegaria a Hogwarts, estava tudo planejado. Iria despedir-se de Harry e convencê-lo a acompanhá-lo até o coche para uma... calorosa despedida. O moreno não estranharia nada até que se passasse a hora do embarque no Expresso de Hogwarts e isso lhe daria três horas para que pudesse cobrir todo seu rastro com magia antes que chegasse a Mansão Malfoy, onde seu pai o estaria esperando. Suspirou de repente... pelo menos convencera o pai a não prender o jovem em uma das masmorras dedicadas a tortura.

Ainda desconhecia os detalhes do porque seu progenitor desejava que ele se arriscasse em um último intento de capturar o Menino-Que-Sobreviveu. Sempre tentara compreende-lo, entende-lo e recuperar de sua decepção cada vez que seu pai partia para acudir o Lord. Mas estes eram assuntos de seu pai e ele o apoiava o máximo que podia. Não fora um espião para o lado negro, mas tão pouco o fora para o lado da luz, permanecera neutro por amor a seu pai.

O moreno olhava em sua direção e só agora ele se dera conta. Sorriu-lhe levemente e o rapaz retribuiu abertamente. As coisas haviam avançado muito nas últimas semanas, demônios, o moreno era parte integral de sua vida agora. Não que fosse aceitá-lo, mas precisava disso de uma forma desesperada. Prontamente sentiu um olhar a suas costa e ao levantar a vista se encontrou com uma sorridente loira.

"Panse... o que quer?" Murmurou fingindo estar irritado para que esta não notasse sua intensa preocupação.

"Queria saber se irá comprar um presente de natal para o seu bombom." Draco a observou sem entender nada, até que os olhos divertidos da jovem pousaram na mesma direção que os seus. O sorriso da loira chegava a ser doloroso, ela supunha que entre eles rolava algo mais que atração e bem no fundo de sua mente ele lhe dava razão, mas se desse vazão a isso não sobreviveria a sua própria traição.

"Sim." Sussurrou muito baixo. Claro que tinha um presente de Natal para o moreno... só que não era nada agradável. Agradeceu por não levar nada a boca porque sua garganta se fechou subitamente, permitindo que apenas respirasse.

"Dray?" Pansy chamou preocupada. "Aconteceu alguma coisa?" E quando se fixou nos profundos olhos acinzentados notou que precisava tirá-lo dali antes que alguém o visse naquele estado. "Vamos, vamos..." Apressou-o, pondo-o de pé e o tomando suavemente pela mão, da forma mais discreta possível.

De se lugar Harry viu que a loira puxara Draco para fora do Salão Principal. Ele já sabia que a menina gostava de chamar a atenção de Draco, mas apesar de não conhecê-la bem e suspeitar que ela era uma das que havia passado pela cama do loiro, não sentia ciúmes. Desde a festa da Sonserina começara a ver a loira com outros olhos, e o mesmo acontecia com relação a outros sonserinos, como Blaise e até mesmo Crabbe e Goyle. Draco não falava muito deles, mas seus nomes sempre se faziam presentes em seus lábios de uma forma ou de outra. Não teve tempo de realmente observar o loiro e por isso não se deu conta do que realmente acontecia.

Quando saíram do salão, Pansy o levou rapidamente através dos corredores para o lugar mais afastado que pode encontrar. "Dray, bebê, o que está acontecendo? Não pode deixar que o vejam assim!". Sussurrou enquanto colocava a mão em seus cabelos. Draco suspirou profundamente tentando esclarecer os próprios sentimentos, isso sem por nenhum momento encarar a loira. "Dray?"

"Panse... não posso te dizer nada agora." Sussurrou quase sem voz. "Por favor..." Queria que ela não lhe perguntasse nada, que não lhe pedisse nada. A loira o abraçou suavemente, um abraço cuidadoso, distinto dos outros que ela já lhe dera e isso fez com que Draco estivesse a ponto de cair ali mesmo. Manteve-se de pé com todas as suas forças, sem dizer uma palavra.

"Faça o que você tem que fazer, Dray, eu estarei aqui... se precisar, não duvide disso. Você não pode se livrar da sua própria cruz assim tão facilmente." Acariciou seus cabelos com delicadeza. "Tudo ficará bem, você verá. Tudo ficará perfeitamente bem."

Desde que Draco perdera sua mãe não havia recebido nenhuma demonstração de afeto parecida com o que tivera e isso lhe doía ainda mais. "Quem dera, Panse... quem dera."

"Só se recorde, Dray, o perdão é dado àquele que se arrepende. Seja o que você tiver que fazer... e não me olhe assim, que eu te conheço e também sei que tudo isso tem algo haver com o seu bombom. E seja o que for, se você se deixar guiar pelo que sente, se permitir que este seu duro coração sinta, então tudo dará certo. Porque já vi você fazer coisas terríveis várias vezes e nunca consegui me afastar o suficiente de ti para não te perdoar."

"Obrigado, Panse." Sussurrou trêmulo.

"Ei! O que está acontecendo aqui?" Zabini exclamou se aproximando dos dois. Draco tentou lançar-lhe um olhar irritado, mas Blaise não se deteve, ficando com uma clara preocupação, tentando examinar o amigo para entender o que estava acontecendo.

"Irei sentir falta de vocês." Draco murmurou com a mandíbula apertada e os olhos úmidos.

"Oh, que isso cara, o que há? Serão apenas duas semanas, você nunca ficou tão choroso por causa de duas semanas." Disse tratando de sorrir, mas sem perder o olhar de preocupação. O loiro passou a palma das mãos por sobre os olhos, esfregando-os com um pouco de força.

"Melhor voltarmos porque começarão a perguntar o que estamos planejando." Pansy comentou com um pequeno sorriso. Draco não queria se soltar dela e se não fosse demasiado estranho teria se aferrado as mãos de Blaise. Inspirou profundamente e se endireitou, levantando o queixo e entrecerrando os olhos com sua usual arrogância.

"Vamos." E os três sonserinos adentraram novamente o Salão Principal, debaixo de um olhar vigilante de um certo moreno de olhos verdes.


Harry sentia-se nervoso enquanto seguia Draco pelos corredores. Não andavam lado a lado, mas sim a uma distância considerável já que ainda faltavam três horas para que o trem de Hogwarts partisse da plataforma. Os corredores estavam cheios, várias pessoas recolhiam coisas perdidas e se despediam dos amigos. Mas Draco havia insistido que ele o seguisse e Draco nunca implorava. Sentia o próprio coração bater a mil por hora pensando no que estaria se passando pela mente do loiro. De todas as coisas que haviam feito e que se permitira explorar com o loiro, nada os levara a algo mais íntimo do que a nudez parcial, masturbação mútua e alguns bons esfregões. Harry queria ter ido mais longe, mas não era como se lhe sobrasse muito tempo, suas aulas com Snape continuavam e apesar de ter melhorado em controlar sua magia, ainda não conseguia dominá-la por completo.

Suspirou aliviado quando finalmente atravessaram a porta para fora da escola, suas pernas cumpridas levando-o com certa velocidade até a onde podia avistar a carruagem que ostentava o símbolo dos Malfoy. Era um coche bastante luxuoso com quatro belos cavalos brancos e alados. Deu um suspiro entusiasmado, talvez Draco lhe permitisse tocá-los antes de partir. Interrompendo os próprios pensamentos segurou a porta do coche e entrou, sendo assaltado imediatamente por um par de lábios cálidos. Soltou um som de surpresa, mas se acalmou de imediato. Entretanto a diferença daquela com as outras vezes era gritante, o loiro parecia desesperado de ansiedade para tocá-lo e beijá-lo.

"Draco?"

O rapaz não deteve o que fazia e retrucou o chamado com um sonoro ronronar. "Umhh?"

"O que está acontecendo? Você está... um pouco... ansioso." Gemeu suavemente quando as mãos do loiro começaram a acariciar sua coxa.

"Preciso de você." O loiro sussurrou. "Preciso de você agora, Harry. Por favor." Harry lhe respondeu com um gemido rouco e permitiu que o companheiro começasse a tirar sua capa e que abrisse sua calça. Gritou quando o loiro abocanhou seu sexo até a base e começou a sugá-lo com desespero. Estava tão imerso naquele turbilhão de prazer que estava recebendo que não se deu conta quando o coche começou a se mover, muito menos quando os velozes pégasus começaram uma corrida em alta velocidade em direção a Mansão Malfoy. Só conseguia se retorcer de prazer e acariciar os cabelos loiros de Draco, que lhe fazia sentir como se estivesse indo parar no infinito. Draco nunca o houvera tomado daquela forma, sempre esperara Harry tomar alguma atitude de exploração, mas desta vez nem tivera tempo de manifestar sua magia, quando repentinamente se derramou dentro da boca do loiro.

Mas o sonserino não se deteve ali. Continuou beijando-o, compartilhando do sabor de seu próprio sexo em sua boca, continuou a devorá-lo por completo, sua pele, seu corpo. Era como se quisesse fazê-lo sentir todo o prazer possível antes que se separassem. Rapidamente seu corpo começou a reagir novamente às carícias, especialmente diante do roçar de quadris. "Draco..." Gemeu novamente, mas o loiro não lhe respondeu, beijando seu peito, seu tórax, tirando rapidamente sua camisa, deslizando suas calças. "Doce Merlim..." Sussurrou novamente, rindo diante da deliciosa tortura daqueles suaves lábios sobre sua pele. Draco fez com que eles mudassem de posição e agora em vez de estar sentado sobre o moreno, era Harry que estava sentado sobre suas pernas. Começou a tirar a própria roupa com velocidade até que finalmente estivessem pele contra pele. Nunca antes estiveram nu diante um do outro e Harry sentia-se estranho, mas de qualquer forma não podia reclamar, e nem queria.

No decorrer dos meses o loiro deixara de negar seus sentimentos e Harry, perdido e deslumbrado pela paixão que o jovem sonserino demonstrava, confiava cegamente em seu recém descoberto amor. Hermione havia lhe dito, quando ele lhe perguntara, que amar era querer sempre estar ao lado da pessoa, tocando-a, beijando-a, desejando sempre fazê-la feliz e que mesmo que todos os amores não fossem perfeitos, ainda eram a melhor coisa que se podia experimentar. A jovem não lhe perguntara a quem ele se referia e ele estava agradecido. Não saberia explicar que começara a sentir todas essas coisas pelo loiro.

De qualquer forma, ainda não dissera as famosas três significativas palavras, claro que sentira vontade mas sentia que ainda não era o momento ideal. Para Harry não era algo tão fácil. Não era como se tivesse crescido escutando coisas carinhosas e seus amigos não as pronunciava constantemente, portanto em sua mente imaginava que com Draco acontecia a mesma coisa. Custara para que eles tivessem se aproximado, julgava isso como um reflexo dos costumes de ambos e não imaginava que isso por algum momento acabasse se tornando um problema.

Deixou de meditar e voltou a se concentrar no que estava acontecendo ao seu redor, quando as mãos de Draco acariciaram suas nádegas e uma delas deslizou suavemente até sua entrada, provocando-a timidamente. Isso o fez perder o fôlego e o loiro repetiu as mesmas carícias, deixando-o prontamente excitado, fazendo com que suas ereções roçassem. Ambos gemeram enquanto compartilhavam um beijo cadenciado. Harry afastou-se dele por um breve momento. "O que está acontecendo, Draco? Nós voltaremos a nos ver daqui duas semanas". Exclamou com uma voz carregada. Mas Draco o ignorou e tornou a tomar seus lábios. Uma das mãos continuou a provocá-lo enquanto a outra começava a masturbá-lo, fazendo novamente com que os pensamentos coerentes o abandonassem.

Gritou outra vez de prazer e chegou ao ápice quantas vezes seu corpo lhe permitiu, até que finalmente se ajeitou nos braços do loiro, exausto, enquanto este lhe beijava de forma estranha e desenfreada.

Ficou um bom tempo naquela posição, desfrutando aquele sentimento cálido e pleno até que fixou o olhar na janela da carruagem. Ficou olhando para fora, tentando entender o que via. Havia somente nuvens, mas ele tinha certeza de que mais cedo conseguira discernir na mesma posição a Floresta Proibida. Mas não eram somente nuvens... eles se moviam muito rápido.

"Draco, a carruagem esta se movendo?" Perguntou de repente, querendo que o loiro confirmasse que ele estava alucinando. Em vez de Draco responder-lhe, este apanhou seu rosto e o beijou novamente em um desespero febril.

"Sinto muito, Harry." Sussurrou antes de voltar a beijá-lo. Estava a ponto de perguntar-lhe o porquê dele estar se desculpando quando o loiro recitou um feitiço que ele já conhecia com perfeição. "Relaxo." Imediatamente seu corpo relaxou e ficou imóvel sobre Malfoy, sem captar mais nada do que acontecia ao seu redor.

Draco afastou os cabelos dos seus olhos do moreno, deixando sua fronte descoberta. "Sinto muito, Harry. Me perdoe..." Beijou sua testa com amargura e o acomodou sobre seu peito enquanto a carruagem aumentava ainda mais a velocidade. Sabia que em quinze minutos chegariam a Mansão Malfoy e que sua vida seria selada junto com a sorte do jovem grifinório. Acariciou suavemente os cabelos negros enquanto murmurava quase que em silêncio palavras que sabia que o moreno não conseguiria escutar. Não mentiria para o pai, nunca fizera isso e Lucius saberia que se algo acontecesse a Harry ele o seguiria, mesmo que fosse para o inferno, esse era o preço que estava disposto a pagar por sua traição. Se seu pai iria aceitar ou não, já não era seu problema, mas Draco não o enganaria, os Malfoys não se deixavam iludir com mentiras.

Exatamente quinze minutos mais tarde, os pégasus desciam no imenso pátio da Mansão Malfoy. Através da janela pode ver que seu pai o aguardava ansiosamente. Beijou uma ultima vez os lábios inconscientes e certificou pela milésima vez as roupas do moreno, para em seguida toma-lo entre os braços e descer da carruagem com sua preciosa carga.

"Vejo que você é muito inteligente, Draco. Seja bem vindo." Seu pai o recebeu com um sorriso sádico. Draco segurou com força o corpo de Harry.

"Não sou inteligente, pai. Toda traição tem seu preço, se tivesse sido esperto não teria que pagá-lo. Agora sei que perderei minha alma por um capricho seu." Respondeu-lhe com uma voz fria e Lucius deteve-se a observar seu filho. Mas rapidamente a emoção de ter o menino-que-sobreviveu em seu poder foi grande demais impedindo-o de dar importância ao que Draco dissera. Ignorando as palavras do filho, apressou-o para que adentrassem a mansão. Quando Draco atravessou as enormes portas Lucius começou a recitar os feitiços que terminariam por esconder a presença mágica de Harry. Satisfeito com os resultados começou a recitar feitiços para mantê-lo cativo e finalmente conjurou os que fariam com que ninguém, exeto os Malfoys, pudessem entrar na casa. Com um sorriso Lucius seguiu o filho. Agora e de uma vez por todas começaria a vingar a morte de seu mestre, saberia finalmente qual era o significado de seus estranhos sonhos e o repentino ardor de sua marca.

Lucius sabia perfeitamente que o Lord havia sido vencido, mas o feito da marcar ter ficado em seu braço e no de muitos de seus companheiros Comensais era uma razão suficiente para crer que ele regressaria. Não era isso que Pettigrew fizera no passado? Rato miserável que conquistara toda a atenção do Lord por ser o seguidor que o trouxera de volta a vida. Desta vez, se houvesse oportunidade, seria ele mesmo, Lucius, que receberia toda a atenção e honras. Mas antes teria que arrancar a verdade do garoto estúpido, porque Harry Potter deveria saber exatamente o que acontecera a alma e corpo de seu senhor. Ele o escondera, vira isso em seus sonhos e nos últimos dias sentira que era chamado de forma mais forte e clara.

Só uma coisa quedava por resolver e esta era a renuncia que seu próprio filho fizera para obedecê-lo. Franziu o cenho, não que Draco tivesse lhe negado cumprir com as ordens, mas fora diferente, o jovem tentara fazer com que ele desistisse de suas idéias. Isso o incomodava, como um pequeno espinho, mas se encarregaria disso mais tarde, agora não lhe restava muito tempo. Utilizara os feitiços mais poderosos que conhecia e estava seguro de que o filho exagerara com relação ao poder daquele garoto idiota. Ninguém poderia sair dali, nem entrar e ninguém sabia que Harry Potter se encontrava nas garras de Lucius Malfoy, indefeso como um recém-nascido

Seus pensamentos se detiveram levemente quando uma voz interna lhe recordou que fora Harry quem vencera seu senhor. Sacudiu a cabeça antes de entrar na casa e fechar a porta. Um som de sucção pode ser escutado quando os feitiços que acabara de recitar percorreram as paredes da mansão e se estenderam até os confins de sua propriedade.

Lucius sorriu satisfeito e começou a subir as escadas. Não importava o quão poderoso acreditassem que o jovem fosse, ele ter vencido seu Lord fora uma mera casualidade e não tinha como ter sido uma vitória completa. Não podia, ponto.

Chegou finalmente ao quarto que havia cedido a pedido do filho para conservar o prisioneiro e sorriu ao vê-lo estendido sobre a cama. Draco acabara de arrumá-lo e o observava com ansiedade contida, mas Lucius atribuiu isso ao feito de ter saído da escola com tão preciosa carga. Era um triunfo para os Malfoys e ele estava orgulhoso. "Draco." As atormentadas pupilas se fixaram na forma de Lucius. "Será melhor que você descanse, eu irei vigiá-lo." Em resposta recebeu um olhar estranho do jovem que assentiu e começou a sair a passos lentos do recinto.

"Pai... trate-o com cautela. Harry Potter tem mais poder do que podemos imaginar." Lucius assentiu com seriedade, mas em seu interior ria descontroladamente. Como seu filho podia pensar que ele não tomaria cuidado? Mal Draco saíra fechando a porta atrás de si, Lucius começou a recitar encantamento atrás de encantamento, cerrando feitiços debilitadores sobre a forma adormecida do jovem. Um a um, como redes de uma tecelã, a magia se enroscou no corpo de Harry e Lucius apenas sorriu maniacamente. Logo sentou-se em uma poltrona e começou a comprida espera até o jovem despertar. Queria ver seu rosto quando se desse conta de que estava em sua mansão, indefeso e a sua mercê.

Definitivamente aquele seria o melhor Natal de sua vida.


Nota da TradutoraAtrasada pro meu inglês, mas aí está o capítulo mais atrasado do século.

Peço desculpas a todos e obrigada pela paciência.

Espero que tenham gostado da cena caliente deste cap.

Bjim