Título: Em Silêncio

Autora: Suisei Lady Dragon ou Black Kimera

Rate: R

Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon.

Shipper: Draco/Harry

Gênero: Romance/Aventura

Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)

Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.


Capítulo 20


Draco se encaminhou com cautela até a sala que sabia que Harry e seu pai conversavam. Para ele não era um mistério o que o havia levado àquela sala que o Lorde das Trevas usava quando visitava a mansão Malfoy. Tentava conter o coração que queria sair pela boca. Temia por seu pai e temia por Harry, nunca havia se sentido tão divido em suas ações. Não se atrevia a abrir a porta, nem utilizar qualquer feitiço que seu pai poderia perceber, se aquietou ali como se estivesse congelado, com as costas voltadas para a parede bem ao lado da porta e podia ouvir vozes, a de seu pai, a de Harry... E uma outra.


"Meu Senhor." Lucius sussurrou com respeito, enquanto fazia uma profunda reverencia na direção do reflexo e Harry ao vê-lo se inclinar, voltou os olhos com ar aborrecido e deixou a pose severa que conservava há alguns momentos e virou-se de lado no acento e colocou a mão sob o queixo enquanto olhava para o espelho. Arfou aborrecido antes cravar o olhar no homem que não lhe prestava a mínima atenção já que tinha os olhos cravados no espelho.

"Queria falar comigo?" O jovem no espelho perguntou com um suspiro tolerante.

"Meu Senhor... isto é... como isso é possível?" Perguntou olhando de forma irada para o jovem sentado na poltrona. Harry lhe devolveu o olhar com igual intensidade e a figura no espelho sorriu divertidamente.

"Lucius, onde estão seus modos?" Repreendeu-o interrompendo assim o concurso de olhares hostis. "O que Potter fez quando tentou me destruir, não foi de todo correto, Lucius. Como pode ver, ainda estou aqui. É realmente uma ironia. Aconteceu com ele o mesmo que aconteceu comigo, o que eu planejei para destruí-lo voltou-se contra mim." Harry conseguiu lhe dirigir um olhar enojado, mas apenas continuou com sua pose teimosa.

"Quando tentei destruir a pequena criatura o que consegui foi ligá-lo a mim, a minha magia." Disse enquanto gesticulava com as mãos. "Quando Potter tentou me destruir o ciclo se completou. Agora nenhum dos dois pode se ver livre um do outro... literalmente. É tão... irônico que poderia rir uma década completa." Um sorriso amplo desenhou o rosto jovem que deixou Lucius confuso.

"Isso quer dizer..." Lucius ainda não havia saído de seu estado de completa estupidez.

"Isso quer dizer que não pode me destruir, porque você destruirá Tom." Interrompeu Harry e ao ver o olhar incompreensível de Lucius, esclareceu. "Ehh... Tom... Lorde Voldemort. É o mesmo." Deu de ombros sem se importar com o olhar de reprovação que recebeu do reflexo no espelho.

"Mas deve existir um jeito." O homem voltou a insistir enquanto apertava com força a cabeça de serpente de sua bengala.

"Não, Lucius. Estamos ligados de forma irreversível, o que fizer a Potter, fará a mim." Disse no mesmo tempo que lhe escurecia o olhar e Lucius recordou a maldição com que havia atacado Harry naquela manhã.

"Meu Senhor... eu sinto muito... de verdade." Disse inclinando a cabeça em reverencia.

"Não se preocupe Lucius. Na verdade, você apenas espantou o frio que estávamos sentindo." Voltou a dizer divertido. O olhar de culpa foi substituída por incredulidade e logo entendimento. "Sim Lucius, o menino é muito mais forte que você. E com a força e o conhecimento que absorveu do meu antigo corpo, sua magia alcançou níveis inesperados." Harry se endireitou na poltrona ao sentir que a conversa tomava um caminho que não lhe agradava.

"Não vejo necessidade de alarde." Murmurou o moreno. O reflexo o ignorou e continuou.

"É por isso que Dumbledore se assegurou de nomear dois guardiões, o menino Weasley e a menina Granger. Você com certeza escutou sobre eles." O homem assentiu.

"Então nossa causa está... perdida." Lucius sussurrou desalentado.

"Isso mesmo, meu estimado amigo." Lucius remexeu intranqüilo quando seu senhor o chamou desta forma em tom tão familiar e Tom se deu conta. Mas não iria lhe dizer que a união de ambos ia tão profundo como os sentimentos como ódio, amor, lealdade e amizade. "Porque por mais que tenha tentando dominar a mente do garoto, é impossível. Tampouco acho que seja conveniente. Quando Potter absorveu minha essência, ficou inconsciente por muito tempo."

"Quase um mês." Murmurou Lucius ao recordar da notícia.

"Sim, esse foi o tempo que precisamos para darmos conta, pois não conseguíamos controlar um ao outro. Tivemos que chegar a penosa decisão de cooperar."

"Tivemos?! Sim, como não!?" O jovem de olhos verdes exclamou indignado enquanto se apertava em seu assento.

"Bem, bem, não se incomode tanto, jovenzinho. Harry chegou a conclusão e eu a penosa decisão." Lucius parou em seu lugar por um longo momento, absorvendo a informação que acabara de receber em silencio. Não podia ser uma ilusão, Lorde Voldemort... Tom Marvolo Riddle era com quem falava pelo reflexo no espelho. Seu senhor estava condenado a viver no corpo do ser que mais havia odiado durante toda sua vida e parecia... conformado. Devia haver uma razão.

"Meu Senhor... Há algo que ainda não posso entender. O senhor está... tranqüilo... Deve então... ter um plano?" O homem se aventurou a dizer com esperança.

"Lucius, parece que não estava me escutando. Não existe forma de me separar do menino." Mas o reflexo sorriu... Sorriu daquela forma que Lucius conhecia perfeitamente. "Porem, seu filho chegou a ser uma ótima companhia nos últimos dias... não é...Harry?"

Harry franziu o cenho o advertindo. "Tom."

"Meu filho? Draco?" Se alguma vez Lucius havia se sentido como um verdadeiro idiota era naquele momento, completamente ignorado e sem compreender nada da conversa daqueles dois.

"Não sei como pode negar, Harry." Insistiu o reflexo. "O loiro te traiu de forma pensada".

"Tom. Já íamos discutir a respeito." Harry havia se voltado completamente para o espelho e suas mãos crisparam furiosas na direção do mesmo. "Não posso me envolver com quem está disposto a me trair."

"Foi por uma boa causa, alem do mais, não demorará para voltar atrás com essa burrice. A influencia de um bom Slytherin é uma vantagem nesses dias. Não estou certo Lucius? Um bom Slytherin que te guie na direção certa... e que te faça companhia como uma vez..." O reflexo de Tom não pôde continuar pois nesse momento o espelho era apenas pó prateado. Lucius se sobressaltou e se virou para ver o jovem com uma mão tremula estendida. Seu rosto enrijecido e seus olhos entrecortados de fúria observavam os restos do espelho se evaporarem como água. Nesse momento Lucius cometeu o pior erro de toda a sua vida. Muito tempo depois reconheceria isso, mas neste instante não se preocupou com que suas palavras poderiam fazer.

"Maldito menino demônio, como se atreve a tratar Lorde Voldemort desse jeito?" Lucius gritou indignado, erguendo sua varinha imediatamente e apontando para o garoto.

Os próximos minutos, Lucius se recordaria com assombrosa claridade e ainda haviam passado menos de quinze segundos, mas para ele parecia uma eternidade. O ar ao redor de Harry Potter se iluminou com o resplendor de ouro e prata, enquanto o jovem se punha de pé. Seus cabelos revoltos por um ar invisível, enquanto seus olhos chispavam às vezes verde e as vezes vermelhos. Levantou suavemente o queixo e assim como uma vez havia levantado o jovem Malfoy do chão, Lucius começou a se elevar no ar, sem poder respirar e sem poder se mover. A varinha caiu no chão, esquecida.

"Lucius Malfoy..." Sussurrou, a voz de Harry mesclada com aquela que ele conhecia perfeitamente. "...nunca volte a se dirigir a mim com essa grosseira falta de respeito." O homem não podia dar atenção ao que ouvia, Harry Potter estava utilizando tanta magia sem uma varinha, sem sequer mexer com sua mão, simplesmente com sua vontade, com um único olhar. Aquilo era mais poder que ele alguma vez tinha podido imaginar.

Os olhos azuis de Lucius começaram a se anuviar enquanto seus pulmões ardiam com tanta intensidade, que sentia que se acenderiam a qualquer momento dentro dele. Nunca, em todo o tempo que havia servido a seu Senhor Voldemort, havia sido castigado daquela forma. Se encontrava a ponto de perder a consciência quando seu filho interpôs entre ambos. Tratou de gritar, de gemer, de impedir aquilo que lhe parecia inevitável.

"Harry, pare!" Draco havia interposto entre aquele olhar turvo e seu ai, mas Harry não parecia tê-lo visto. "Harry!" Chegou mais perto perigosamente da forma rígida do jovem, sentindo como o ar que o cercava tinha a força de empurra-lo para trás. "Desça o meu pai, Harry." Voltou a exigir sem prestar atenção em como a magia começava a rasgar suas roupas.

Voltou para ver seu pai, que parecia quem começava a ficar azul por falta de oxigênio. Com um último esforço, se jogou sobre o jovem.

"Harry!" Seus lábios capturaram os lábios descuidados do jovem e o imobilizaram com força. Ao sentir aquela umidade em sua boca, Harry cerrou os olhos e no mesmo instante Lucius caiu no chão. Draco continuou a beija-lo com fervor e de repente o soltou. Harry quase caiu para trás, piscou varias vezes sem entender até que Draco lhe apontou a varinha. "Relaxo!" Murmurou o loiro e o jovem caiu em seus braços. Com o peso de Harry, quase caiu no chão, mas finalmente se endireitou, voltando para ver como estava seu pai.

Lucius ofegava dolorosamente enquanto tentava se colocar de pé para conservar a dignidade frente ao seu filho.

"Pai, da próxima vez que quiser que Potter o estrangule até a morte, tenha a sensibilidade de esperar que eu esteja fora de casa." Murmurou com um sentimento que seu pai não havia escutado utilizar desde que quase fora parar em Azkaban. "Com certeza, não creio que vai estar muito feliz quando acordar." Disse enquanto tentava levar o corpo desvanecido. Quando conseguiu pega-lo, saiu da sala com muito cuidado e se dirigiu ao quarto onde havia levado o jovem na primeira vez.


Draco andava para cima e para baixo no quarto com uma lentidão nervosa. Não sabia qual seria a reação do jovem grifinório, não sabia se quando ele acordasse teria que tomar o lugar de cólera de seu pai. O que havia sentido aquela noite em que havia provocado o jovem ainda o fazia estremecer, a impossibilidade de respirar, de se mover, a certeza de uma morte lenta e dolorosa. Os olhos cinzas passaram lentamente pela forma ainda desmaiada de Harry, uma linha vermelha o emoldurava, fazendo ressaltar a umidade que estava contida. O rosto pálido e afilado se retorcia em trejeitos desesperados enquanto os lábios suaves sofriam o ataque compulsivo de seus próprios dentes. Ainda que havia aprendido sem muito esforço o encantamento que o professor Snape lhe havia mostrado para controlar o jovem e ele já havia sido de ajuda duas vezes.

Passou alguns segundos e com passos apressados buscou em um dos baús atrás dos bambus, um pequeno espelho redondo com ele, o que fez com que aparecesse o reflexo adormecido sobre a cama. Arregalou os olhos ao comprovar que o reflexo do jovem não era ele mesmo, e sim outra pessoa que embora ele nunca tenha visto, podia dizer quem era. Dormia da mesma forma que Harry, estendido sobre a cama, com as pernas separadas e a cabeça apoiada, com a mesma paz e tranqüilidade que qualquer pessoa que tinha sido vitima de um feitiço de relaxamento. Então Lorde Voldemort vivia no corpo de Harry Potter. Guardou o espelho com cuidado e se sentou na borda cama com extrema delicadeza.

Tremendo pela insegurança, estendeu a mão para os cabelos revoltos. Havia tirado os óculos ao deita-lo sobre a cama e o rosto estava placidamente tranqüilo, ele lhe parecia mais infantil que de costume. Os cabelos eram suaves e por mais que tentava alisa-los voltavam a mesma posição. Harry não se movia a exceção de sua respiração. Ao voltar-se viu a figura de seu pai ereto observando-o atentamente sabe-se lá há quanto tempo. Retirou a mão com lentidão como que esperando uma repreensão por aquele simples gesto que havia escapado sem querer.

"Agora que começo a entender o que Lorde das Trevas pretende" Disse caminhando sem deixar de olhar seu filho. Draco lhe devolveu o olhar cheio de curiosidade e esperou que seu pai continuasse. "Um Slytherin que lhe guie na direção certa..." Citou enquanto parava em frente aos dois. Seu olhar era uma mescla de pervertida satisfação e surpresa, como somente Lucius sabia fazer. "Me diz Draco, é verdade que tem passado muito tempo com o jovem Potter?"

"Pai, eu te contei nas minhas cartas. Potter quase me matou e em troca o professor Dumbledore me castigou." Disse de forma insegura.

"E desde então tem estado... ganhando sua confiança?" Insistiu Lucius com extrema malícia.

"Ganhando a confiança de Potter?" Exclamou aturdido. "Tenho tentando sobreviver, pai. Há noites que quase me mata com sua magia."

Lucius não pôde conter sua satisfação ao repetir o seu filho dizia, com fingida curiosidade. "Noites."

"Sim, noites." Confirmou ainda mais aturdido ao ver o sorriso de seu pai.

"Nunca me explicou exatamente em que consistia seu castigo"

"É... difícil... de explicar." Suas mãos começaram a suar levemente, seu pai o estava deixando mais nervoso com seu estranho interrogatório.

"Talvez você possa me mostrar. O que acha?"

"Bem... não creio... eu não..." Suspirou agitado. "Não creio que seja uma boa idéia."

"Porque não?" Foi salvo de contestar quando Harry soltou um gemido sufocado. Abriu os olhos verdes e observou ao redor, seus olhos semi-cegos reconheceram a sombra borrada de Draco sentado bem ao seu lado. Se sentia sonolento, como se Ron tivesse aplicado o feitiço de atordoar de costume, mas aquele a seu lado não era o ruivo, e sim Draco. Como se de súbito tivesse lembrado de algo, seus olhos se fixaram na segunda forma. Piscou algumas vezes e quando reconheceu a figura de Lucius Malfoy, todo seu corpo ficou tenso e se arrastou trôpego até a cabeceira da cama enquanto murmurava rapidamente coisas que Draco não podia entender.

"O que aconteceu?" Perguntou com interesse o homem, mas Draco já havia visto a expressão de pânico do moreno e como ele começava a hiperventilar. A reconheceu como a mesma expressão de quando o havia tocado pela primeira vez, ainda que várias vezes aumentada.

"Potter, o que está acontecendo?" Estendeu as mãos e o segurou pelos pulsos com cuidado, Harry se deixou levar sem tirar os olhos de Lucius, que o observava com cruel satisfação, aparentemente complacente com o terror que estava provocando no garoto.

"Que... interessante." Murmurou Lucius. "Sente medo, Potter? Com certeza não é apenas pela minha presença, já me mostrou que sabe se defender de mim". A voz de Lucius pareceu tira-lo do medo cego que o invadia. Baixou a cabeça sem se soltar de Draco e se sentindo sem forças para continuar a luta contra seus próprios temores. "Mas então posso te fazer tremer como um recém-nascido"

Harry sentiu nesse momento o toque suave de Draco em seu ombro como um balsamo que começou a acalmar seu próprio coração. Sem pensar muito, se aproximou mais e permitiu que aquelas carícias lhe devolvessem a razão que havia estado a ponto de perder. Quando ergueu seus olhos para os azuis, sua voz conservava o temor que lhe havia causado sua falta de controle.

"Estou..." Era apenas um sussurro rouco, mas no silêncio do quarto, dava para entender perfeitamente. "Estou perdendo minha humanidade. Estou virando um assassino".

"Isso é loucura, Potter". Por alguns segundos o tom de Lucius lhe pareceu extremamente parecido com o do professor Snape.

"Estou virando um monstro." Voltou a sussurrar. Sim, era esse o seu medo, virar o mesmo monstro que Tom Riddle havia sido. A voz em seu interior se queixou indignada, mas ele a ignorou.

"Está se transformando é no mago mais poderoso de todos os tempos desde o Senhor das Trevas." Exclamou o homem.

"Dumbledore já deve saber onde eu estou." Continuou como se não tivesse escutado.

"Esse velho senil não poderá fazer nada, mesmo que saiba onde você está."

"Ele pode me levar de volta... ou pior... pode me levar para a casa dos meus tios." O ultimo comentário fez com que Lucius levantasse uma sobrancelha prateada do mesmo modo que seu filho fazia. Inclinou a cabeça levemente enquanto se aproximava um pouco e levantava as mãos gesticulando suavemente, enquanto sua boca tentava dizer algo que ainda não havia colocado em ordem. Deixou que um sorriso indeciso se acomodasse em seus lábios enquanto tentava se certificar do que pensava.

"Você... não deseja ir com o seus tios." Sussurrou erguendo os olhos para o menino com um sorriso. O viu negar com timidez e Lucius levou o indicador aos lábios enquanto juntava as mãos como se estivesse rezando, como se pedisse para estar certo. "Deseja voltar para Hogwarts então?"

Harry não respondeu mas seu olhar dizia tudo, especialmente quando fixava em Draco, finalmente deu de ombros como se não se importasse. "Não importa o que quero, ou sim?"

"Pode ficar aqui se desejar." Sussurrou Lucius como quem vende uma tentação.

"Mas... eu... poderia mata-los... a ambos." Resmungou. Lucius direcionou uma olhada significativa para seu filho, essa afirmação era realmente certa. "Alem do mais, eu sou apenas um prisioneiro." Adicionou sem muita convicção.

"Por favor, Potter, já demonstrou que tem poder suficiente para entrar e sair daqui sem problemas, apesar da minha magia." Parou de andar imediatamente. "Você..." Acenou de forma acusadora para sorrir logo depois. "Me diz, Potter... Por que ainda não foi? Se você tem os meios de ir?" Aguçou o olhar e Harry estremeceu.

Enrijeceu a tal ponto que pensava que suas orelhas encheriam de vapor logo, logo. Sentia ambos olhando-o atentamente. Lucius sorriu como um desengonçado. Harry Potter, o menino que sobreviveu que mais havia odiado em todo o planeta, preferia ficar em sua mansão ao invés de voltar para os seus parentes trouxas ou com seu querido professor Dumbledore. Se o jovem de olhos verdes ficasse, talvez poderia encontrar a forma de recuperar seu senhor.

"Dumbledore me encontrará e..." Repetiu Harry, fugindo da resposta.

"Ainda que o encontre, não poderá te levar, duvido que faça contra sua vontade. De fato, duvido que se atreva a te levar sem se contradizer." O jovem o mirou sem entender. "Você tem poder, ele tem medo e não o culpo." A voz de lucius havia se convertido em um sussurro rouco. Pela primeira vez via no jovem todo o potencial que o velho Albus havia visto, só que ele tinha uma vantagem sobre o tonto do Dumbledore. Ele sabia de onde vinha esse poder extra que o jovem havia adquirido. Nesse momento Lucius Malfoy supôs que teria que fazer o menino consentir a ficar na mansão.

"Te proponho um trato, Potter." O jovem deu um olhar curioso e atento, ainda que continuasse agarrado ao seu filho. "Fique essas duas semanas na mansão e eu te ensinarei como controlar seus poderes."

"Mas ele tem praticado com o professor Snape..."

"O professor Snape não pode se arriscar muito com você. Talvez possa te ensinar algumas coisas, mas não todas, não dentro de Hogwarts onde há tantos estudantes que podem sair machucados." Ele imprimia em suas palavras toda a seriedade e raciocínio que podia. "Aqui, todavia, há muito espaço, você pode fazer uso da sua magia sem arriscar vidas."

"Claro que arriscaria." Exclamou de repente o jovem grifinório e Lucius voltou a lhe dar aquele olhar surpreendido. Não podia imagina que o jovem se referia as suas próprias vidas.

"Pensei que não te aborreceria nos fazer alguns arranhões." Murmurou fingindo surpresa. Seu comentário foi recebido em silencio. Lucius suspirou longamente, pelo que parecia os professores do menino haviam ignorado o fato do jovem não ter um pingo de auto-estima. Sem ela não seria capaz de controlar seus impulsos, era como um bomba relógio pronta para estourar no momento que se sentisse ameaçado. Mesmo que odiasse a idéia, teria que aperfeiçoar o que os idiotas dos professores não haviam conseguido. Teria que alimentar a auto-estima de Potter e como único modo, seria ao estilo Malfoy.

"Você aprenderá a usar todo o seu potencial, poderá fazer o que imaginar e terá a todos os magos que desejar aos seus pés, inclusive Dumbledore. Poderá apanhar os Comensais da Morte que ainda sobrevivem. Não será um monstro, e sim o herói que toda a comunidade mágica tem buscado, desta vez não será por sorte, e sim por seus próprios méritos. Nunca mais terá que voltar para a casa dos seus tios." Havia se aproximado da cama e o jovem havia se enrolado mais ainda no peito de seu filho. "Aceita?" Sussurrou olhando fixamente para o lugar que as mãos do moreno se agarravam com força no corpo do seu filho, fazendo-o sorrir mentalmente. Draco havia feito um bom trabalho, o jovem não se importava que ele o havia traído, era obvio que ainda confiava nele.

Harry não sabia o que fazer nesse momento. Não queria realmente voltar para Hogwarts e passar o natal sozinho como das outras vezes, estava certo que não o deixaria ir com os Weasley e ainda tinha a possibilidade de o enviarem com seus tios para Privet Drive. Mas estava falando com os Malfoy, um ex Comensal da Morte e seu filho, falando de Draco... Draco, quem nesses momentos estava se provando ser o mesmo consolo que seus amigos.

"A...aceito." Ele murmurou apenas, era quase nada, mas Lucius entendeu de imediato. Draco jamais havia visto seu pai tão contente.

"Perfeito... Perfeito. Então farei com que acomodem suas coisas. Logo gostaria que nos acompanhasse no jantar, é um pouco tarde mas tenho certeza que deve estar faminto." Desta vez não obteve resposta e mirou Draco como que pedindo ajuda no assunto.

"Harry com certeza está com fome, não comeu nada desde ontem." Harry deu de ombros, não se importava, não tinha tanta fome de qualquer forma. Na casa dos Dursley havia passado muitos mais dias sem provar qualquer coisa. "Vamos, você precisa." O loiro disse com firmeza enquanto se levantava e Harry se levantava com ele. Novamente Lucius voltou a refletir sobre a relação que havia entre seu filho e o jovem que agora hospedava a magia de seu senhor.

Alisou a capa levemente para tirar as rugas que não existiam e preferiu fazer vista grossa, qualquer coisa que o moreno precisasse era seu dever fornecer. Saiu primeiro que os dois jovens e se dirigiu a sala de jantar com passos rápidos. Se tudo que fizesse ao jovem também fazia ao seu senhor, então valia a pena presenteá-lo com um bom jantar, porque de repente todas as suas prioridades haviam mudado, incluindo o nome atual de seu senhor.


Nota da Tradutora: É isso aí! Mais um capitulo, esse tá maior que o anterior. O Lucius tá tão lindo ne?! olhinhos brilhando Não sei quando colocarei o proximo capitulo. A Deepysa anda me dando muito trabalho, aiaiai! Espero que vocês gostem, vou tentar atualizar o mais rapido possivel. Ta passando da hora de terminar essa fic ne?! Então, muito obrigada e ate o proximo capitulo.

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Dollua.