Título: Em Silêncio
Autora: Suisei Lady Dragon ou Black Kimera
Tradutora: Dollua
Rate: R
Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon.
Shipper: Draco/Harry
Gênero: Romance/Aventura
Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia! Mas não encha as patavinas)
Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.
Esse capitulo possui cenas ligeiramente lemon! Se não gosta de ver dois homens se pegando, pó favor, dê o fora daqui!
Capítulo 23
Fazia várias horas que Lucius tentava infrutuosamente localizar o menino de ouro e seus olhos azuis refletiam todo o desgosto que sentia nesse momento. Não havia passado mais que uma hora e meia com o menino quando o havia perdido. Recriminava-se entre dentes por tal erro, 'como podia ter se esquecido do quão escorregadio o jovem podia ser?' No mesmo instante a marca no seu braço começou a arder e levou a mão a ela. "Por Merllin". Sussurrou ao compreender que seu senhor o estava chamando. Não perdeu tempo em desaparecer, a marca o levaria imediatamente a presença do seu senhor onde quer que ele estivesse. Reapareceu em um beco na mesma rua em que a pouco havia estado e pôde ver três homens tentando aprisionar um jovem que balançava sua varinha de forma ameaçadora.
"O que está acontecendo aqui?" Perguntou levantando a voz o suficiente como para que os homens parassem. Quando se voltaram pôde reconhecer os três companheiros comensais, entre eles o Sr. Zabini.
"Malfoy, que agradável surpresa que tenha vindo nos acompanhar. Quer ver o que encontramos?" Disse com arrogância o homem cujo cabelos se assemelhavam com os do seu filho mas estavam atados fortemente numa trança baixa e que começavam a mostrar fios brancos. Seus olhos eram muito parecidos, mas estavam duros e não fazia falta saber a que se devia tal diferença, porque a morte se mostrava neles como no seu sorriso.
"Lamento te decepcionar, Zabini. Mas o jovem Potter veio comigo." Disse enquanto se aproximava com segurança com um sorriso. Harry, que olhava para ele sabia que aquele sorriso não chegava nem aos lábios. Era o sorriso que alguma vez havia utilizado com ele quando tinha libertado o elfo domestico da sua propriedade.
"Nós o encontramos primeiro, Malfoy". Exclamou o homem, mas Lucius continuou firme.
"Potter". Chamou em tom severo e Harry não esperou, passou por entre os homens ignorando as varinhas que continuavam apontando na sua direção.
"Que significa isto, Malfoy?" Zabini chiou indignado.
"Significa que eu o encontrei primeiro e que é um tolo se não havia percebido que está sob efeito da maldição imperius". O sorriso torcido de Lucius voltou a se fazer presente enquanto Harry tentava colocar sua cara mais inocente e tonta.
"Tolice!"
Lucius arqueou uma sobrancelha e se aproximou do jovem com arrogância enquanto mirava de forma depreciativa as sacolas que o garoto segurava. "O que tem nessas sacolas, Potter?" Arrastou as palavras com toda a intenção de parecer que falava com um serviçal.
"Presentes, senhor Malfoy" Murmurou Harry em uma perfeita imitação de controle mental e Lucius tentou controlar o riso que ameaçava escapar.
"E para quem são esses presentes?" Disse colocando uma mão no seu ombro como se o pressionasse.
"Para o senhor e para Draco, senhor Malfoy, como ordenou." Lucius sorriu amplamente e teve que suprimir a gargalhada que a expressão de Zabini lhe provocava nesse momento.
"E agora que está tudo esclarecido, creio que está na hora de nos retirarmos. Que tenha um bom dia, Zabini, vocês também, cavalheiros." Fazendo uma pequena reverencia Lucius saiu do beco sem tirar a mão do ombro de Harry enquanto o dirigia ao lugar de onde havia combinado de se encontrar com seu filho. Quando estavam fora do alcance dos homens Harry começou a se desculpar, mas Lucius não permitiu. Ainda estava surpreendido que o jovem havia tido a astucia de chamá-lo como havia feito.
"Potter, nunca pensei que chegaria a te dizer isso, mas você me surpreendeu ali atrás." O garoto lhe deu um olhar confuso. "Você atuou como um Slytherin. Mas diga-me, por que estava tão assustado? Se poderia dar conta deles num piscar de olhos." Ele comentou num tom mais sério, o examinando. Depois da punição que havia recebido ao atacá-lo no dia que havia chegado a mansão, Lucius não tinha duvidas de que Harry Potter era capaz de eliminar um monte de comensais se ele quisesse e sendo que Harry Potter não teria a consideração de seu senhor, então estava certo de que não lhe importaria de chegar ao final da punição.
"Eu... não queria armar uma cena, senhor Malfoy. Poderia nos colocar em evidência. Mas suponho que isso já não venha ao caso." Murmurou com a cabeça baixa.
"Não creio que vão te descobrir, ainda que com certeza a noticia chegará rapidamente entre os ex comensais de que tenho em meu controle Harry Potter". Sorriu, mas Harry permaneceu muito sério.
"Snape virá me buscar". Disse de repente.
"Snape? O que tem a ver com isso tudo?" Perguntou enquanto continuavam caminhando a procura de Draco.
"Ele sabe que sou perigoso. Se a noticia chega a todos os ex comensais, ele dirá a Dumbledore onde estou."
Lucius sorriu. "Não creio que Severus vá revelar onde você está, garoto, ele também é um comensal, o máximo que fará será me parabenizar." Comentou.
"Ex comensal... membro atual da Ordem da Fênix". Replicou Harry como se fosse coisa de todos os dias e Lucius se deteve em seco.
"Um... espião?" Sibilou entrecerrando os olhos com fúria e Harry assentiu.
"Tom supôs quando despertei, logo depois do nosso encontro. No principio ficou furioso mas não pude ficar enojado com ele por muito tempo."
"Severus... um traidor." Sussurrou Lucius entre dentes enquanto sentia crescer dentro de si o desejo de dar uma lição no homem que sempre havia sido uma das peças chave nos planos do seu senhor. Seu rosto apenas se endureceu, um Malfoy no se dava ao luxo de mostrar sua ira em publico. Severus havia sido o comensal no qual o Lorde das Trevas havia colocado muitas de suas cartas, ele saber agora que o homem havia sido um espião para a ordem lhe era um golpe baixo por mais de uma razão. Respirou profundamente tratando de controlar suas emoções quando escutou a voz profunda do seu senhor.
"Não Lucius. Não tocará em Severus." Os lábios do garoto haviam se torcido num sorriso que uma vez conhecera o atormentando com promessas de poder e crueldade. Lucius ficou sem palavras e quase que por instinto seus joelhos começaram a dobrar. "Sabe o que me agradaria?" Começaram a caminhar novamente, com passos suaves enquanto o jovem se dirigia a Lucius. "Me agradaria que convidasse Severus para participar das festas na mansão. Talvez esteja um pouco solitário em Hogwarts. Além do mais, eu gostaria de lhe devolver um favor."
Lucius estava fascinado, era como estar ao lado do seu senhor novamente. Não conseguia desviar o olhar do rosto que apesar dos cabelos revoltos agora se comportava com toda a arrogância que havia conhecido um dia. Num certo momento parou abruptamente quando Draco apareceu atrás deles.
"Pai!" Exclamou o loiro ao ver que havia encontrado o moreno. Por alguns segundos aqueles olhos vermelhos se encontraram como os cinzas de Draco que suprimiu uma exclamação suspeitosamente aterrorizado, só então Harry piscou e balançou a cabeça levemente perdendo as forças em manter em pé. Lucius o segurou de imediato fazendo uma nota mental de que era a segunda ver que seu filho parecia espantar a presença do Lorde.
"É melhor voltarmos para casa." Murmurou o homem enquanto pegava as sacolas que Harry levava e passava para o seu filho. "Vamos" E os três desapareceram para reaparecer na mansão. Segundos mais tarde Harry recuperava a consciência do que acontecia ao seu redor e Lucius o soltou quando estava seguro de que não perderia o equilíbrio.
"Suponho que já terminamos as compras" Comentou ainda perdido ao ver que se encontravam na mansão. "Podemos comer?"
"Claro. Claro que podemos. Draco acompanhe Potter até a cozinha, eu os alcançarei num momento." Comentou com suavidade e Draco assentiu enquanto entregava para ao elfo as sacolas que carregava. Lucius subiu as amplas escadas escutando como seus passos ressoavam nos espaço vazio. Chegou ao terceiro piso e se dirigiu ao seu escritório pessoal. Uma vez ali se sentou atrás da sua mesa e pegou um pedaço de pergaminho que estendeu suavemente com as suas mãos. Pegou uma bonita pena branca cuja ponta reluzia a cor prata. Molhou a ponta num curioso tinteiro e começou a escrever com letras de prata liquida em traços perfeitos.
Severus,
Me agradaria muito que nos encontrássemos amanha na ceia. Te envio esta chave que te trará diretamente para a Mansão Malfoy. Harry e Draco desejam muito ver você.
L. Malfoy
Dobrou o pergaminho, colocando no interior uma corrente cujo medalhão tinha uma serpente de prata enroscada e o selou com o símbolo que levava em seu anel, em seguido deu um silvo curto e imediatamente uma das corujas entrou pela janela, era maior que uma coruja normal e tinha aspecto de ave de rapina. Lucius colocou a carta na pata do animal. "Severus Snape, masmorra da Sonserina na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts". A ave saiu de imediato e Lucius observou-a distanciar-se no bosque. "Severus, será melhor que se prepare para uma surpresa que te deixará com a alma gelada." Sorriu de lado e se virou, a capa flutuando levemente atrás de seus passos.
Encontrou os jovens sentados na mesa esperando-o e lhes deu um olhar de aprovação. Assim que se sentou os elfos começaram a servir a comida.
"Potter, o que havia nas sacolas que trouxe? Presentes para seus amigos?" Lucius perguntou tratando de começar uma conversa.
"Bem... Já te disse, senhor Malfoy". Respondeu.
"Lucius". O homem corrigiu pois já começava a achar insuportável que o jovem continuasse a chama-lo pelo seu sobrenome depois de tanto tempo na sua casa. "E não havia me dito que já tinha comprado".
"Ah... lhe disse... no beco..." Ele respondeu com uma certa vergonha.
"Oh." Foi a única coisa que conseguiu dizer enquanto levava o garfo na metade do caminho do prato. Sua curiosidade era grande mas sua educação era mais forte e não se atreveu a perguntar exatamente o que havia comprado, a verdade era que estava muito surpreendido, pelo jeito o jovem havia lhes comprado presentes de natal. "Bem..." Na verdade Lucius havia apenas tido tempo de comprar algumas coisas e enviá-las para casa quando Draco havia ido ao seu encontro dizendo de forma muito agitada que o jovem havia desaparecido. Quatro horas de buscas para finalmente encontrar com os comensais. Fez uma nota mental para se lembrar de tomar mais cuidado agora que os serventes do Senhor das Trevas sabiam que tinha o menino de ouro de Dumbledore e que não havia dito nada. Alem do mais teria que sair em algum momento sem ser notado e comprar um presente apropriado para o jovem Potter, tratou de ocultar a vergonha que sua própria falta que causava nesse momento.
"Eu... queria me desculpar por causar problemas hoje. Foi muito irresponsável da minha parte desaparecer daquela forma." Resmungou consternado.
"Nunca imaginei que escutaria uma desculpa sua, Potter". Disse aceitando as desculpas com surpresa.
"Harry, senhor Lucius" Murmurou sob a respiração.
"Ah... sim, Harry. É algo... diferente." Comentou com sinceridade e Harry sorriu sem pensar. Nem em seus sonhos mais estranhos havia imaginado que se desculparia por algo perante Lucius Malfoy e que o homem tomaria sua desculpa de forma tão afável. O jantar continuou sem grandes assuntos alem daqueles sobre a escola e seus estudos extras. Assim que haviam terminado de comer e Harry se sentia mais animado que todos os outros dias que havia passado na mansão.
"E o que vamos preparar para a ceia de natal?" Perguntou com os olhos brilhando pela emoção que lhe causava saber que depois de tudo desfrutaria das festas natalinas. Malfoy não pode deixar de sorrir diante da disposição do jovem enquanto imaginava como sentiria seu senhor ao ter que embarcar nessa tarefa.
"Preparar?" Draco perguntou confuso.
"Sim, preparar. Já sabe, mesclar, amassar, temperar e cozinhar". Lucius teve que rir às gargalhadas ao ver a expressão incrédula do seu próprio filho.
"Deixa isso ao encargo dos duendes." Comentou sem dar credito ao que escutara. Harry pretendia que eles preparassem a ceia de natal.
"Que foi, Malfoy? Tem medo de arruinar a ceia?" O moreno perguntou sorridente em tom provocador.
"Não me rebaixaria a essas tarefas".
"Tem medo." Harry declarou de forma satisfeita.
"Não tenho medo! Como se atreve?" O loiro exclamou indignado.
"Então não vai te machucar me ajudar a preparar as tortas de pêssego e nozes".
"Que?" Draco começou a ficar vermelho enquanto seus olhos prateados brilhavam, se acalmou um pouco. "Sabe fazer tortas?"
"Tia Petunia me ensinou a cozinhar desde que tinha oito anos." Lucius, que nesse momento bebia uma pouco de suco se engasgou levemente e com toda a graça que pode começou a tossir no guardanapo. "É como misturar poções". Comentou voltando para o seu prato. Draco permaneceu como bobo tendo em vista que sem querer se via comprometido a ajudar o grifinório em algo que jamais havia imaginado fazer.
"Você não sabe misturar poções". Acusou o loiro.
"Isso era antes, agora faço com perfeição. Alem do mais recordar os ingredientes para a torta é mais fácil que recordar os das poções, os nomes são mais simples." Contestou com orgulho. Lucius decidiu que era um bom momento para terminar o jantar e descansar.
"Hoje não vamos praticar. É um pouco tarde e quero que estejam descansados para o dia de amanhã e que possam preparar as... tortas sem problemas, sem contar que teremos um convidado para a festa de natal". Draco grunhiu, mas não comentou nada na frente do seu pai.
A noite cobria a mansão Malfoy quando Harry abriu as portas da sacada que davam para fora. A neve caia suavemente assegurando que tudo estaria coberto com perfeição. Não conseguia dormir, justo essa noite que tinha muitas coisas na cabeça. Não podia dizer que confiava plenamente em Lucius Malfoy, o homem estava obcecado com Tom e essa era a única razão pela qual o tratava com amabilidade e preferência. Logo estava Draco. Não eram os melhores amigos, nem sequer confidentes, mas a fixação que o jovem grifinório sentia há muito pelo loiro simplesmente não ajudava em nada a esclarecer a situação. Se sentia bem quando o jovem o acompanhava ou simplesmente estava ao seu lado, lhe bastava olhá-lo, da mesma forma que havia bastado todo esse tempo. Mas algo havia mudado noite passada.
Sorriu de soslaio, claro que algo havia mudado. Havia tido um encontro intimo e pessoal com o loiro, ainda não recordava totalmente do que havia acontecido. Passou uma mão pelos cabelos revoltos tratando de lembrar, mas a única coisa que recordava era de haver tomado um copo de ambrosia de pêssego para logo despertar sobre o peito de Draco. Era isso que na realidade não o deixava dormir, ele não recordava e sabia que havia acontecido algo importante entre ambos.
Ainda estava com a roupa de dormir e levava consigo o casaco de pele que havia ficado desde que chegara a mansão. Era muito suave, como nada que havia possuído. Quando fosse regressar a Hogwarts... se fosse regressar, iria comprar um igual. Ficou ali por pouco tempo, vendo como caiam os flocos de neves até que se aborreceu e decidiu entrar no quarto. Para sua surpresa, Draco estava sentado na sua cama o esperando. Tinha colocado um pijama de um azul profundo que ressaltavam sua pele branca e fez com Harry se detivesse petrificado ao lado das portas que acabara de fechar.
"Precisamos conversar". O loiro sussurrou enquanto dava palmadas do seu lado indicando que era para Harry se sentar ali. Harry o obedeceu e logo estava ao seu lado. "Se lembra de algo que aconteceu ontem a noite?" O jovem voltou a sussurrar olhando-o fixamente nos olhos. Harry negou lentamente e Draco espirou cansado.
"O que aconteceu ontem a noite foi efeito da bebida".
"Mas não tenho idéia do que aconteceu noite passada." Harry murmurou do seu lugar.
"Eu também não me recordo, mas pelos efeitos desta manhã poderia lhe dizer que fui o menos sortudo". O jovem o mirou sem entender e Draco sorriu por dentro.
"Então o que quer que tenha acontecido foi efeito da bebida?"
"Não exatamente. Não lembro que a ambrosia de pêssego tivesse esse efeito em nada, ainda que não posso negar que é uma excelente bomba de endorfina. Não, o que aconteceu a noite não foi totalmente pela bebida. Suponho que meu pai tenha outras idéias em mente". Draco passou a mão pelas mechas que tampavam o rosto confuso. "No entanto não creio que tenha estado tão errado em suas suposições, apesar de ele ainda não saber os resultados finais."
"Não te entendo"
"Te direi o que vou fazer. Vou corrigir o erro do meu pai e desta vez vou me assegurar que os efeitos sejam mais satisfatórios". Aproximou com suavidade o rosto e o beijou longamente. "Eu não vou aceitar um não como resposta". Murmurou contra os lábios ao mesmo tempo que o empurrava com suavidade sobre a cama. Draco havia esperado todo o dia por esse momento. Havia conseguido ficar tranqüilo apenas depois de Harry ter reaparecido às suas vistas durante as compras. Desde que havia amanhecido sobre seu peito, Draco havia necessitado tocá-lo e encontrá-lo só para satisfazer essas estranhas ânsias que sempre lhe provocava a presença do jovem, mas que agora eram mais forte.
O que seu pai havia feito o incomodava, mas não da forma que deveria. Lhe incomodava pois não havia estado em seus cinco sentidos, não havia desfrutado nada do que havia acontecido, droga, não sabia sequer o que havia acontecido realmente. Ainda que pelo bilhete estava mais que certo que seu pai sabia exatamente o que havia acontecido. O olhar que havia dado essa manhã para o jovem grifinório, não tinha duvida alguma de que seu próprio pai havia presenciado detalhes do que havia acontecido entre ambos. Tinha que ser Lucius Malfoy pervertido por excelência, ex comensal, masoquista inveterado e para sua desgraça, solitário. Draco tampouco duvidava que seu pai estivesse observando agora, não seria nenhuma surpresa se entrasse agora no quarto do homem e o encontrasse sobre a cama completamente nu, observando em algum espelho ou bola de cristal o que seu filho fazia com o Menino de Ouro. Não só observando... Disso estava certo. Um estremecimento erótico percorreu suas costas com esse pensamento. O conhecia perfeitamente e Lucius não perderia a oportunidade de satisfazer seus desejos... era como um luxo para ele.
Não, Draco não pensava realmente que seu pai fosse um doente. Era que simplesmente estava há muito tempo em uma castidade forçada, ter sido um comensal não era a melhor referencia. Alem do mais, sentia que não podia confiar em qualquer um que se colocasse aos seus pés, não só por sua enorme fortuna, mas também por seu poder na sociedade mágica. Muitos o temiam, muitos ansiavam se aproveitar da sua companhia, mas ninguém havia sido merecedor de sua amizade, muito menos de sua paixão... ou no pior dos casos, seu amor.
E para completar a historia dos Malfoy, Draco havia herdado todas aquelas características próprias do seu pai, especialmente a paixão pelo proibido, a necessidade de possuir aquilo que pudesse lhe dar poder e Harry Potter era poder absoluto.
Justo nesse momento pouco lhe importava o que seu pai via, isso dava um certo ar interessante a situação. Mas Draco não esperava que Harry Potter se tornasse um tanto selvagem e atacaria suas roupas sem se preocupar nenhum pouco como as estava arrancando. Tampouco esperava o grunhido animalesco quando quase terminada a tarefa o empurrou contra os lençóis de seda e começou a devorar seu corpo com beijos e mordidas. Quando Harry pegou os cabelos loiros possessivamente e expôs seu pescoço, Draco deixou escapar um profundo gemido que foi interrompido quando o jovem grifinório separou suas pernas com um dos seus joelhos. Aquilo era demais, nunca havia sentido a possessividade de um amante da forma em que Harry estava demonstrando ser, menos ainda quando sabia que o garoto podia forçá-lo sem problemas, dado o poder que habitava seu corpo. Por uns instantes pensou exatamente nisso, que o jovem não se deteria ainda que começasse a machucá-lo já que se tornava cada vez mais selvagem.
"Harry..." Sussurrou com a voz tremula... os beijos no seu pescoço não cessaram de imediato e os quadris roçaram deliberadamente provocando um largo gemido que quase o fez duvidar do por que o ter chamado em primeiro lugar. "Harry..." Murmurou com veemência e para seu alivio o jovem começou a se acalmar de tal forma que seus beijos de tornaram suaves caricias sobre sua pele e Draco suspirou mais tranqüilo. Harry se aproximou do seu rosto e depois de beijar sua face e seus olhos, lhe deu um beijo na boca com suavidade.
"Draco?" Harry perguntou finalmente afastando-se poucos centímetros.
"Acalme-se um pouco, você não quer me machucar" Harry negou com suavidade um pouco envergonhado pela forma que havia se comportado.
"Não... nunca"
"Isso significa que me perdoa?"
"Só se me deixar ficar por cima"
"Que?"
"Blaise me perguntou onde eu gostaria de ficar e creio que vou preferir ficar por cima primeiro". Disse com um sorriso malicioso. Para o loiro parecia que haviam roubado a sua capacidade de fala. As caricias começaram antes que pudesse responder aquilo, visto que a urgência das mesmas o fizeram se render... alem do mais, estava disposto a qualquer coisa contando que o moreno o perdoasse e voltassem a ter a confiança que haviam compartilhado e já que o havia feito uma vez, outra vez não o mataria.
"Então precisamos de um pouco de lubri..." Antes que Malfoy terminasse de pronunciar a palavra Harry estendeu a mão até a mesa ao lado da cama e com um sussurrado accio pegou um pequeno frasco negro. Draco levantou as sobrancelhas com surpresa. "Como sabia onde estava?" exclamou. Harry deu-lhe um beijo ardente que voltou a deixá-lo sem ar quando a fricção entre seus quadris se intensificaram.
"Tenho meus meios" O garoto sorriu num estilo bastante Malfoy fazendo com que os olhos de Draco o mirassem com surpresa. Depois sentiu-o se aproximar do seu ouvido e sussurrar num ronronado profundo "E creio que vou abrir meu presente agora." Dito isso, começou a morder o pescoço do loiro de tal forma que o fez arquear-se de dor e prazer. Nesse momento Draco supôs que havia herdado o masoquismo do seu pai, ao sentir que as caricias violentas o excitava mais. Quando Harry começou a se mover sobre seu peito e tomou seus punhos para expô-lo sobre a cama com força. Seus olhos cinzas se cravaram no teto do quarto de hospedes que era onde com certeza seu pai o estaria observando, não podia evitar, a necessidade de seduzir, ainda que o seduzido fosse seu próprio pai, era uma necessidade imperante nesse momento, ainda quando estava a ponto de ser tomado por um dos seres mais poderosos que o mundo mágico havia conhecido. Por um rápido momento pensou que talvez não era Harry o responsável pelos seus relacionamentos, mas quando aqueles olhos verde esmeralda se fixaram nos seus sem sombra nenhuma, Draco gemeu afastando as pernas para permitir que o quadril do jovem se acomodasse melhor num ato de desavergonhada excitação e necessidade.
Se ia ser tomado daquela forma, ele não iria se opor... voltando seu olhar para o teto gemeu com desejo ao sentir que Harry começava a se mover ritmicamente, dando-lhe o gosto do ritmo com que ia tomá-lo e que o converteria na propriedade do Menino-Que-Sobreviveu.
Lucius Malfoy se sentia especialmente amargo nesse momento, mas o sentimento apenas estava registrado na sua mente. Nesse exato instante se encontrava sobre sua cama, completamente nu, de bruços, seus braços abraçando a almofada de plumas enquanto ficava frente a uma esfera que registrava para ele o que estava acontecendo no quarto de hospedes. Sua pele pálida parecia estremecer enquanto seus quadris roçavam de forma sutil contra a cama. Seus cabelos soltos e revoltos sobre sua costas o acariciavam cada vez que movia a cabeça como se fossem dedos fantasmagóricos de uma amante e seus olhos azuis haviam escurecido sob suas pálpebras que não se permitiam piscar por medo de perder um só movimento. Não, Lucius Malfoy não se sentia nenhum pouco envergonhado de estar espiando seu próprio filho no ato de ser tomado por aquele que há alguns dias era seu pior inimigo.
Só quando teve que sufocar seus próprios gemidos na almofada, logo depois de escutar os gritos de prazer que estavam sendo arrancados dos jovens que notou uma umidade nos seus olhos. Surpreendido, levou um dedo até seus olhos e comprovou que a substancia liquida lhe pertencia. O caminho que uma daquelas lagrimas silenciosas fez por sua face o fez estremecer. Sabia que eram lagrimas, não era estúpido para se enganar, mas dado que um Malfoy nunca permitia que suas emoções chegassem nesse ponto em que ele se encontrava, lhe parecia totalmente estranho. Fascinava-lhe e lhe atemorizava, mas isso porque sua mente não conseguia entender como podia ter ocorrido sem ele sentir nada. Era como se fosse a coisa mais natural do mundo chorar e não emitir som nenhum, igual as gotas de vinho escorrem fora do copo quando este está demasiado cheio. Mordeu a almofada com força quando sentiu um grito sair do seu peito, vindo da sua alma.
Sua cabeça começou a repetir que não havia problema nenhum, que aquilo não era nada e enquanto o fazia, as lágrimas cessaram e os soluços sufocados abandonaram se peito permitindo-o respirar. Quando tudo acabou, olhou de forma confusa ao redor, se levantou cauteloso e adentrou no banheiro do seu quarto. Com certeza um banho quente mataria aquele frio que começava a entranhar em seus ossos.
Logo depois do banho voltou para sua cama, desta vez com um pijama de seda negra e tendo certeza de que a cama estava limpa de qualquer evidencia, se aconchegou nos lençóis para cair num sono profundo.
N/T: Num preciso nem falar que esse capitulo não foi traduzido mais cedo porque eu não tive tempo e uma coisa aconteceu atrás da outra. Sorry people, mas aí está o capitulo 23 de em silencio. Espero que gostem e até o próximo capitulo e não se preocupem, esse projeto será terminado!
Kissus
Dollua.
