Título: Em Silêncio

Autora: Suisei Lady Dragon ou Black Kimera

Tradutora: Dollua & Alice (Sitaelle)

Betta: Dollua

Rate: R

Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Black Kimera.

Shipper: Draco/Harry

Gênero: Romance/Aventura

Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia! Mas não encha as patavinas)

Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.


Capítulo 24


Harry acordou pela insistência dos lábios de Draco sobre o seu pescoço, as sensações deleitando-se pelo seu corpo. Cada beijo de Draco o fazia sentir coisas maravilhosas.

"Advinha?" Draco sussurrou com a voz rouca pelo sono e... por outras coisas.

Não queria abrir os olhos e teria permanecido assim se não fosse pelas caricias. "Uhmm?"

"Agora tenta ficar por baixo". Voltou a sussurrar de forma sensual no seu ouvido e Harry gemeu roucamente perante a expectativa de sentir o que havia sentido há algum tempo atrás.

"E como vai me convencer?" Murmurou num tom travesso. Draco sorriu sobre a pele que beijava movendo mais abaixo da cintura do moreno, acariciando o interior das suas coxas com a ponta dos dedos e arrancando suaves gemidos de prazer. "Ahh... acho que assim poderia chegar a... me convencer." Disse sem respirar. O loiro deixou escapar uma risada profunda antes de voltar a atacar a pele do pescoço do moreno. As mãos de Draco separaram suas pernas com lentidão, pouco a pouco o deixando vulneravelmente exposto, seus dedos o acariciaram até introduzir em seu interior com movimentos suaves. O loiro tomou seu tempo até que Harry pensou que já era tempo demais e o fez aumentar a intensidade do encontro.

Gemeu de dor quando o membro de Draco entrou pela primeira vez no seu corpo e gemeu dolorosamente quando entrou por completo pausando para permitir que se acostumasse. Mas quando o loiro começou a investir com suavidade, a dor foi desaparecendo pouco a pouco e sentiu seu corpo desvanecer no momento em que Draco encontrou aquele lugar onde tudo era prazer.

Os gemidos se converteram em gritos de prazer e num lugar muito distante na sua mente se perguntou se o loiro havia colocado feitiços de silencio no quarto para que nada ou ninguem os escutasse ainda que nesse momento não se importava se o loiro tivesse colocado. Sentir o loiro o tomando e o fazendo seu era algo mais forte do que havia imaginado. Finalmente pertencer a alguém era uma sensação demasiadamente grande para quem havia passado dezessete anos em solidão. Se deu por si colocando suas pernas em volta da cintura do loiro e impossibilitado de fazer outra coisa que não fosse gemer e gritar seu nome e muito antes de se dar conta, estava vindo entre os corpos de ambos, cálidos jorros.


A manhã recebeu Lucius com raios débeis, o Sol invernal derramando tons de rosa e dourado sobre a imaculada neve que rodeava a mansão. Fechou as portas da sacada e saiu em direção a cozinha. Se sentou a mesa e os elfos se apressaram em servi-lo. Pegou o copo de suco e bebeu um pouco, foi então que escutou um grito vindo do segundo andar e pareceu que alguém gritava o nome de Draco. Sem nem ao menos parar para concentrar, conjurou a esfera. Logo a imagem das costas do seu filho apareceu, aparentemente os papéis haviam sido invertidos. Bebeu mais um pouco de suco sem deixar de olhar para a esfera e os observou até que se acomodaram um ao lado do outro, completamente exaustos. Com um gesto a esfera se desfez no ar enquanto Lucius continuava bebendo o suco com uma expressão que não mostrava absolutamente nada do que estava sentindo.

Parecia que tinha visto uma cena da sua própria memória, mas o lugar era diferente e as circunstancias também. Muito menos lhe provocava as mesmas sensações que a primeira vez, mas o fazia se lembrar de momentos que não voltariam. Deu algumas mordidas na torrada que estava no seu prato e se dispôs a ler as cartas que haviam chegado junto com O Profeta enquanto tomava suco de abóbora.

Pegou uma das cartas na sua mão e se assustou por um momento, sabia de quem era aquela letra e tinha uma idéia bem clara do que a carta dizia. O que não podia imaginar era o que justo nesse momento o remetente da mesma carta entraria com fúria pelas portas da mansão. Severus Snape entrou com passos irados, no momento em que viu o loiro apontou a varinha pronto para amaldiçoá-lo.

"Lucius!" O mencionado cuspiu o suco que não conseguiu engolir e cravou um olhar irritado no homem que acabara de entrar e lhe apontava a varinha de forma ameaçadora. Com calma pegou um belo pano que estava sobre a mesa e começou a limpar os lábios.

"Severus, bom dia. Está um pouco cedo, não acha?" Disse com certo incomodo, mas o homem não lhe deu a mínima atenção.

O mestre de poções entrecerrou os olhos como uma águia e torceu Levemente a boca em um gesto enojado. "Onde está Potter?" Disse entre dentes, a calma em seu rosto contradizia com o fogo em seus olhos.

"Por que não se senta e toma algo? Tenho certeza que ainda não tomou café da manhã". Disse fazendo um gesto indicando o acento em frente ao seu, com toda a graça que apenas um Malfoy era capaz.

"Malfoy, não estou aqui para jogos. Onde está o garoto?" Levantou um pouco mais a varinha e Lucius girou os olhos em um gesto aborrecido.

"Estamos um pouco super-protetores hoje, não? Severus, o garoto estava cansado, ainda está dormindo." Disse com toda a naturalidade, mas sem tirar os olhos do homem de cabelos negros.

"Cansado? E poderia saber por quê?" Lucius girou os olhos e jogou a carta sobre a mesa com um desgosto notável.

"Gipsy!" Em um instante uma elfa com enormes olhos cor castanha apareceu e fez um reverencia. "Traga café-da-manhã para o nosso convidado". Em um segundo a elfa apareceu com mais suco e comida.

"Lucius." Severus, que começava a se cansar da espera, disse novamente. Mas o loiro se manteve firme enquanto indicava o acento em frente o seu. Lucius imaginava que a estranha confiança que levou Severus a ir ameaçá-lo dentro de sua própria casa se deveria ao fato de que ainda pensava que seus segredo de espião estava a salvo, então decidiu continuar com o jogo. Seu senhor lhe havia dito que convidasse o professor e ele o havia feito, agora teria que detê-lo com relativa calma até que se decidisse o que faria e ele não seria a pessoa a desafiar o Lorde das Trevas.

Finalmente cedendo e com um gesto importuno, Snape se sentou a mesa sem guardar a varinha, mas pelo menos não a estava apontando em sua direção. Estava vestido com suas roupas habituais, como se pensasse voltar para Hogwarts a qualquer hora. Nem havia relaxado um pouco quando o assento voltou a se mover e jogou contra o encosto. Lucius, que tinha sua própria varinha sussurrou um expelliarmus e um accio com o qual conseguiu a varinha de Severus. Suspirou levemente, se não tivesse sido pela ordem de seu senhor, Severus não estaria nesse momento provocando-o daquela forma pela manhã e com aquele humor.

Ignorando o sibilo irado do homem, Lucius falou como se estivesse sentado a mesa com um convidado e não com um prisioneiro. "Harry e Draco estão um pouco cansados por causa do dia de ontem. Estivemos fazendo as compras de natal, já que Narcisa não está entre nós para poder fazer". A declaração foi recebida com ceticismo e certa fúria, não que Lucius esperasse outra reação, para sua confirmação, o homem permaneceu quieto e calado. Tomou a carta de suas mãos e a abriu com uma faca afiada própria para o ato, que havia sobre a bandeja de correspondência para sacudir o pergaminho com mais força que o necessário.

Malfoy

Se você se atrever a tocar no menino, pode ter certeza que passará o resto da sua vida em Azkaban.

S. Snape

"Direto ao ponto, mesmo que tenha lido um pouco tarde". Murmurou enquanto colocava o pergaminho de lado. Pegou a segunda carta.

Malfoy

Como pode esconder de mim que tinha Potter em seu poder? Esse tipo de informação é o que um traidor guarda para si. Veremos-nos em breve.

Zabini.

"Genial." Lucius colocou a segunda carta sobre a primeira e abriu o jornal, acentuou o olhar com fúria. "O mundo mágico ainda não sabe do paradeiro do Menino-Que-Sobreviveu. Se suspeita que ex-comensais da morte haviam planejado seu seqüestro há meses. Agora se sabe que a ultima vez que Harry Potter foi visto, estava na companhia de Draco Malfoy, filho de Lucius Malfoy, a quem se vincula..." Continuou lendo em voz baixa, mesclando maldições. O homem de cabelos platinados deixou o jornal cair com lentidão sobre as cartas e levou uma mão às têmporas, massageando-as com suavidade. "Gipsy". Murmurou e a elfa apareceu com sua cabeça abaixada. "Traga-me algo para dor de cabeça". Levantou seu olhar frio para o homem do outro lado da mesa que não havia comido nada.

"Esperava que chegasse antes, mas não tanto. Imagino que você não pensou que ficaria assim, já que só trouxe sua varinha". Comentou com desdém. A elfa apareceu com uma bandeja de prata sobre a qual havia um jogo de porcelana que colocou sobre a mesa para logo servir um chá de cor escura. Lucius não se preocupou em adoçá-lo e bebeu com grandes goles. "Gipsy, fale para o Draco e Harry que nosso convidado já está aqui. Diz para eles que os espero assim que estiverem aprontados, a menos que desejem que eu mesmo os avise". Enfatizou em "apresentáveis" e a elfa se retirou com a bandeja. Lucius se voltou para o homem que esperava com uma retidão obstinada e suspirou levemente. Não se sentia com ânimo para ter um duelo verbal ou mágico com o homem, apesar de tudo, Severus era professor de poções e defesa de Hogwarts.

"Severus. Acredite ou não, Potter está em minha casa como convidado. Ao contrario do meu melhor entendimento, não vi motivos para negar seu pedido de tê-lo aqui para a ceia de amanhã. Eu sabia que era desnecessário aguardar o dia da chegada do jantar, por isto fiz questão de aceita-lo em minha casa agora, para que visse com seus próprios olhos que o que eu disse é a mais pura verdade. Eu fecharia minha mente, sei que você é um homem inteligente e saberá tirar o máximo proveito desta situação, se mantiver a calma, é claro!" Esperou que Snape lhe desse qualquer sinal de aceitação. Quando este assentiu levemente, Lucius lhe deu um comando para se libertar. O professor estendeu a mão em sua direção, na esperança de recuperar sua varinha. Lucius hesitou por um longo momento, tentando captar qualquer sinal negativo na expressão sempre fria do homem, mas acabou cedendo, cortês até o fim, ele pensou. Severus pegou a varinha e lentamente a colocou em suas vestes. Lucius soltou um suspiro longo e silencioso, aprovando-o com um ligeiro movimento de cabeça, e mastigando outro pedaço de torrada.

Severus também tentou comer em silêncio, um pesado e desconfortável silêncio os acompanhavam. Até escutarem passos pesados descendo as escadas, e ambos olharam para cima.

"Professor Snape!" Draco gritou com um enorme sorriso enquanto corria para cumprimentar o professor com a maior cortesia, e desejar-lhe muito bom dia. Harry caminhava atrás de Draco com um sorriso tímido adornando os lábios. Depois de saudar o recém-chegado, os dois jovens sentaram-se à mesa, um de cada lado de Lucius enquanto Snape observava com interesse o jovem com a cicatriz. Seu rosto não expressava sua felicidade inocente característica de seu primeiro ano em Hogwarts, mas ao menos toda a tristeza que tinha se aninhado em seus olhos, parecia ter desaparecido. As íris verdes brilhantes e contentes, satisfeito enquanto comia num ritmo médio. Em seguida, observou o jovem loiro do outro lado, que comia como se não fosse haver amanhã e arregalou os olhos quando o viu encher a boca com apenas duas mordidas, nunca havia visto o jovem Malfoy demonstrar hábitos alimentares tão grosseiros.

"Draco". Lucius exclamou ao ver o que ele estava fazendo. Harry deixou escapar uma risada com a forma em que ele tentou engolir e responder ao mesmo tempo.

"Sinto muito, pai." Lucius sorriu divertido.

"Qualquer um diria que não o alimentamos. Será que está passando por alguma das etapas de crescimento?" Draco corou ligeiramente e mordeu os lábios, olhando acusador para o moreno que levantou uma taça na direção da boca, para depois beber com um sorriso que refletia a profundeza dos olhos verdes. Não podia se desculpar, nem mencionar que a fome que sentia se devia a noite que passara deliciosamente acordado com o moreno, ele nem mesmo parecia afetado pelos exercícios da noite anterior. Não era como se Draco soubesse que os hábitos alimentares de Harry se deviam aos seus parentes trouxas.

Após isso Draco tentou comer mais devagar, porque a comida eé mais difícil de engolir quando se sente vergonha. Harry sorria de minuto em minuto, na direção do loiro, aparentemente se recordando de algo engraçado, mas sem atrair muito a atenção, até que seus olhos encontraram as cartas abertas na mesa, logo ao lado do jornal. Havia realmente algo de errado, não tinha conseguido ler o jornal desde que estava na mansão, mas sabia que ele vinha todas as manhãs. Ele começou a puxá-lo, mas Lucio pegou as cartas primeiramente.

"Ahh... são apenas algumas congratulações." Murmurou incinerando os pedaços de papel com fogo mágico. Nada de importante." Harry franziu o cenho, parecia muito suspeito que ele houvesse lhe tirado o papel, e percebendo agora, Lucius estava lendo o jornal todas as manhãs, com a certeza de que ninguém iria ler.

"Effugio inflammo." Harry recitou de forma clara e apareceu na palma de sua mão, o jornal e as cartas que Lucius havia queimado. Com a enganosa cortesia, entregou as cartas para Lucius enquanto pegava o jornal. Os olhos de todos os presentes estavam fixos na figura, tão quietos e silenciosos que se podia ouvir o murmúrio do vento que corria pela floresta nos arredores. Quando o jovem ergueu os olhos para Lucius, os olhos verdes brilhavam com alguns pontos vermelhos. "Porque não me disse nada antes, Sr. Lucius?" Ele pronunciou baixinho, notas profundas coloriam a voz do jovem. "Eu não quero o envolver nisso. Melhor retornar com o professor Snape."

"Para a casa de seus tios?" Draco perguntou pouco contendo a fúria, não podia esconder o desgosto que essa notícia lhe provocava. Snape os observava silenciosamente.

"Talvez, seja melhor assim." Ele murmurou, virando-se para o professor, mas em seus olhos não havia sequer vestígio da presença que há poucos segundos quase nublou seus sentidos e que havia falado com Lucius.

Draco apertou os lábios, apenas esta parte de seu rosto demonstrava a tormenta interior. Levantou-se lentamente. "Pai, peço permissão para retirar-me da mesa, eu perdi o apetite." Sussurrou dolorosamente. Lucius acenou com a mão, ele sabia que seu filho precisaria de tempo para esfriar a cabeça. O loiro se retirou, pegando seu casaco e disparando pela porta da frente a passos rápidos. Harry simplesmente baixou a cabeça, e Lucius começou a massagear as têmporas, não se lembrava que trabalhar com jovens era tão complicado.

"Gypsy". Quando o homem se virou para falar com a elfa, esta tinha em suas mãos, o chá preto servido. "Obrigado".

Severus teve de concordar que todo o assunto era muito suspeito e se sentia um pouco perdido. Devido à pressa com a qual havia ido para a mansão, havia se esquecido de ler as notícias no famoso jornal.

"Harry, talvez possa esperar até amanhã para ir depois do jantar, então você poderá esclarecer alguns assuntos... entre vocês." Comentou Lucius com insegurança. Esperançoso, o jovem levantou os olhos para o professor, que se moveu desconfortável em sua cadeira.

"Professos Snape, por favor!" Pediu o jovem.

Seus olhos não deram nenhum sinal de que cederia. "Potter, acho que não é uma boa idéia..."

"Isso não é justo!" Exclamou indignado o moreno com seu rosto enegrecido, os punhos cerrados sobre a mesa.

"Harry". Lucius reprimiu-o duramente. O moreno baixou a cabeça e desculpou-se imediatamente. "Severus... Você tem certeza de que não pode esperar? Os garotos esperavam poder desfrutar de um dia na mansão. Talvez, pudesse dizer à Dumbledore que encantou a chave e não poderá voltar até depois de amanhã..." Sugeriu com cuidado.

"Isso é ridículo! Dumbledore não engolirá isso por meio segundo." Rosnou o professor.

"Accio Chave." Disse Harry, fazendo o medalhão de prata sair em disparada do bolso do professor e com a lendária rapidez do apanhador de Grifinória, tomou-o no ar, antes que o professor pudesse sacar sua varinha. Ao ver a serpente olhou para Lucius, que sorriu com malícia. Harry olhou para o medalhão e murmurou algumas palavras que não foram compreendidas, mas reconhecidas como a língua das cobras. A serpente do medalhão torceu-se um pouco e depois ficou quieta. Então, para o espanto do professor, Harry deu um sorriso ao estilo Malfoy e devolveu-lhe a chave.

"Acho que agora o professor Dumbledore, não pode dizer nada, Severus." Lucius sorriu satisfeito com um brilho de vitória nos olhos. Harry se levantou da mesa.

"Vou procurar Draco, para dar-lhe as boas e más notícias." Disse o jovem animado.

Lucius o olhou surpreso, sem saber o que Harry planejava dizer. "Que má notícia?"

"Sim, que você terá de cumprir sua promessa de nos ajudar a preparar a torta de pêssego." E disparou na direção em que o loiro tinha seguido. Lucius deu uma boa risada. Finalmente olhando para o homem de cabelos negros e seu riso gradualmente sumiu.

"Bem, Severus, se quiser posso lhe mostrar seu quarto." Lucius levantou-se com a graça perfeita e Severus o seguiu com o olhar, em seu interior ainda se consumia pela raiva, mas seu rosto não demonstrava nenhuma emoção. Ele se levantou abruptamente e começou a seguir Malfoy subindo as escadas, e pelos corredores da mansão. Cederia-lhe o quarto de hóspedes ao lado do de Harry, mas recordando-se dos eventos da noite anterior, murmurou algo em baixo tom e continuou caminhando até o final do corredor. Passou o quarto de Drago e continuou caminhando até próximo do seu. Abriu a porta anterior à sua e fez uma reverência exagerada que Severus recebeu com um pequeno gemido. O homem estava exasperado, mesmo que tenham sido companheiros aliados do Lorde das Trevas, Severus não o suportava, sempre teve a impressão de que Malfoy acreditava ser melhor que qualquer um, porque estava em seu sangue.

O quarto era tão ostentoso quanto o de Lucius e tudo estava em perfeita ordem. "Espero que tudo seja de seu agrado, Severus. Se você desejar mudar algo ou aquecer-se, fique à vontade. Eu recomendo que faça isso, sempre tivemos problemas para controlar o frio nesta época do ano e você pode encontrar alguns corredores com temperaturas à baixo de zero." Disse naturalmente como se falasse com um velho amigo. "E nós poderíamos acompanhar Draco e Harry, certamente eles foram para a clareira do bosque." Não recebendo resposta, dirigiu-se ao armário de madeira, localizado na parede e abriu de porta a porta. Procurou através das roupas e retirou várias peças colocando-as sobre o leito.

Severus franziu o cenho, não era nada bom que o homem escolhesse suas roupas, quando ele poderia tê-lo feito perfeitamente, mas olhando sobre a cama teve de admitir que os itens eram bonitos e que foram escolhidos com bom gosto, como ele gostava de cores escuras e roupas simples. Para seu desagrado completo, o homem sempre tivera capacidade inata para algumas coisas, uma delas era sua orientação sobre elegância.

Ao olhar para cima, avistou um pequeno sorriso nos lábios de Lucius e entrecerrou os olhos. Esperou pacientemente, mas percebeu que o homem não se retiraria do quarto. Ao perceber que Severus o olhava enojado, Lucius se atreveu a sorrir da sua expressão. "Não pense que vou deixar você sozinho em qualquer parte da minha mansão. Não temos tanta confiança assim um no outro, não é?" Murmurou num tom baixo, que não precisava de mais advertência. Bufando indignado, começou a remover a capa que usava, sem tirar as esferas negras de cima de Malfoy.

Lucius estava olhando ele tirar as roupa e Severus se virou para ter um pouco de privacidade. Quando Severus virou-se a expressão de Lucius suavizou. Ali estava o homem que Draco admirava cegamente, sua maior decepção foi descobrir que ele era um espião para a Luz, entre os fiéis ao Lorde das Trevas, mas o homem concluiu que talvez ele também o admirasse de alguma forma. Ele sabia de sua história e origem. Tinham estudado juntos, mas nunca foram amigos. Finalmente conhecia o que Severus era capaz e aquele olhar sombrio não conseguia ocultar a inteligência de seus olhos. Severus Snape era um mistério numa classe que é admirada de longe, uma das obras raras cuja beleza reside na complexidade da natureza. Lucius nunca havia tentado resolver o mistério de Snape porque simplesmente gostava tal como o era, obscuro, ressentido com o mundo, cruel, vingativo da forma mais horrível que ele já havia visto e finalmente, nunca teria ousado se aproximar antes. Como que um seguidor do Lorde das Trevas tinha conseguido manter seu caráter, sua coragem e sua essência, Lucius ainda não conseguiu desvendar. Ele mesmo havia se corrompido em favor de seu senhor, mas Severus havia servido à causa, sem permitir-se a mudança da essência, isso já era uma espécie de milagre.

Ele cruzou os braços se afastando. Harry ou o que restava do Lorde das Trevas dentro do menino pediu-lhe que o convidasse e ele o havia feito, em parte para não conseguir informações por outros meios, nisso podia entendê-lo, aborrecer um homem como Sverus não era sábio. Mas o olhar de seu mestre escondia algo mais, como os olhos de uma criança travessa e isso era na realidade, o que lhe preocupava. Seu senhor havia dito que iria cuidar de Severus e esperava de todo o seu coração que não se referisse a desfazer-se do homem.

Estava perdido em pensamentos quando Severus pigarreou, ao levantar a vista encontrou-o completamente vestido. As roupas fizeram uma mudança favorável no professor de poções. Se bem que o homem não vestia muitas cores que não os tons escuros, o fato de não usar seu costumeiro casaco o expunha de uma forma que antes era impossível notar. Severus era um pouco mais baixo e mais magro que o próprio Lucius, mas as roupas que havia escolhido mostravam algo mais. As calças de couro de dragão ajustaram-se perfeitamente e a camisa de seda cinza com riscos negros marcava uma forma esbelta que poderia ser confundida com uma magreza raquítica.

Lucius ficou em silêncio durante a tentativa de processar a imagem frente a si e agradeceu por ter naquele momento um casaco de peles que usava dentro da mansão. Recordando-se, virou com rapidez para o armário em busca de uma capa que ele poderia oferecer. Ao ver que não teria sucesso buscando ali, decidiu buscar em seu próprio quarto. "Espere um momento." Ele resmungou saindo rapidamente. Severus virou-se para o espelho e pôs-se a arrumar as roupas no corpo com a expressão irritada, Lucius havia ficado no quarto apenas para satisfazer sua curiosidade de vê-lo nu, ele tinha certeza. Mas o homem estava certo, fazia um frio dos demônios naquele lugar. Ele apontou sua varinha para a lareira e a acendeu com uma centelha mágica. Optou por colocar as luvas que Lucius havia oferecido.

Quando Lucius voltou, trazia nas mãos um de seus casacos negros que parecia bastante grosso e estendeu para o homem. Severus o mirou como se fosse saltar sobre algum animal, mas Lucius ignorou e disse-lhe para segui-lo. Ele foi em silêncio enquanto os passos ecoavam por toda casa. Ao sair da mansão, o professor não tinha escolha se não vestir o casaco, foi então que notou a pequena fivela com o símbolo dos Malfoy no pescoço da peça. Estava curioso para descobrir o que motivara Lucius a oferecer uma roupa que fora seguramente uma lembrança de família. Foram para os estábulos e foi lhe oferecido um cavalo cor de fogo. O ex-comensal da morte montou em um animal parecido e com passos leves foram para o local onde Lucius imaginava que estariam os jovens, pois faltava dois animais que estavam acostumados a montar.

O tempo ainda não tinha corrido muito e na neve eram bem visíveis as pistas de que haviam passado dois cavaleiros, o que dava a certeza de que ambos haviam se encaminhado para a clareira que pretendiam utilizar para as práticas do jovem de olhos verdes.

Lucius não se atrevia a olhar para trás, sabia o tipo de olhar que lhe esperava e simplesmente não precisava desse tipo de pressão antes de aparecer na frente do Lorde e de seu filho. O ar frio estava salpicado com pequenos flocos de neve que dava a impressão da floresta ser encantada, enquanto um animal fugia para se esconder refugiado dos invasores. Quando começou a sentir o peso do silêncio entre eles, foi quando apareceram os primeiros sinais de problemas. Um animal vinha em sua direção em alta velocidade no caminho entre as árvores. A princípio, Lucius não pôde distinguir o que era então sacou a varinha. Severus fez o mesmo ao pressentir o alarde do homem. Quando a fera estava perto o suficiente, os olhos de Lucius arregalaram-se de medo, aquele era o cavalo de Draco, o animal vermelho galopava na direção da mansão.

"O cavalo de Draco." Exclamou antes de esporar seu animal. Severus demorou alguns segundos para processar a informação, só quando o cavalo de Draco passou por ele, que conseguiu descobrir o que o homem tinha se referido. Faltava-lhe a sela e parecia mais fugir de algo do que apenas voltando para a mansão. Seus sentidos alertas ao máximo, apoiou o corpo na sela e começou a correr atrás de Malfoy que havia se embrenhado na floresta à galope.


N/T: Effugio Inflamo – Resgatar das chamas.

Olá pessoal... Finalmente eu coloquei o novo capítulo O.O Graças a minha querida amiga Lice, o capítulo está aqui, novinho em folha. Eu tenho uma ajuda a pedir, quem quiser ajudar a traduzir essa fic, entre em contato comigo, por favor! Mandem mensagem pra minha conta aqui no FF (Dollua). Enfim, espero que gostem! XD. Eu demoro, mas não falho. rum!

Beijos e espero que tenham um otimo final de ano.

Dollua