Título:Em Silêncio

Autora:Suisei Lady Dragon ou Black Kimera

Tradutora: meSlash

Betta:Dollua

Rate:R

Disclaimer:Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Black Kimera.

Shipper:Draco/Harry

Gênero: Romance/Aventura

Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia! Mas não encha as patavinas)

Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.


Capítulo 26


"Draco. Você está batendo muito lentamente." Comentou o moreno ao ver que o loiro se descuidava do que fazia.

"O que tem de mal?"

"Ficam com pelotas. Não vai querer sua torta com pelota de farinha."

"Oh." Harry sorriu, em algum momento enquanto amassava a cobertura das tortas, o jovem havia passado uma mão cheia de farinha na bochecha e a tinha deixado branca assim como a área do queixo. "Porque eu tenho que bater, e você simplesmente colocar os pêssegos nas formas?"

"Você quer fazer?" Perguntou sem malícia e o loiro assentiu. Tinham passado o tempo amassando a massa para a torta, e mesmo que tenha feita cara de nojo vária vez não tinha passado de uma sensação estranhamente tranqüilizante mesclar os ingredientes secos com a manteiga fria. Harry tinha descascado todos os pêssegos e tinha uma enorme fonte de pêssegos perfeitamente descaroçados e cortados em meia lua. Surpreendeu-se com a habilidade do jovem com a faca. Nunca tinha percebido isso nas aulas de poções, mas Harry manejava a faca como um especialista quando se tratava de comida. O moreno contou como todo o domingo tinha que preparar algum tipo de guloseima ou sobremesa especial para os Dursley.

Harry lhe indicou a forma correta de bater a estranha massa sem tocar demais, evitando assim que ela se rompesse, perfurando com um garfo, criando bordas onduladas e logo cobrindo para que não queimasse quando assada. A verdade era que Draco nunca tinha estado tão perto de uma cozinha e o forno parecia algo saído de uma câmara de torturas. Colocou as fatias de pêssegos da forma que o moreno tinha lhe indicado, e quando Harry terminou a mistura que batia, verteu com cuidado sobre as frutas. Não lhe pareciam muito apetitosos, mas o moreno garantiu que quando saíssem do forno estariam perfeitos. Depois de colocar o forno na temperatura correta saíram e se encontraram com o grupo de ex comensais, que tomavam café da manhã enquanto brincavam e cantavam. Draco suprimiu o pequeno sorriso, Tom tinha ido muito além, como sempre, pois além de apagar suas memórias, ele os tinha enfeitiçado para que só pudessem rir e cantar até terminar o dia de Natal. Tinha certeza de que Severus iria lançar uma maldição de silêncio ou algo parecido neles. E falando de seu professor de poções, onde poderia estar o homem?


No quarto de Lucius, o dito professor de poções continuava interrogando o loiro. O mantinha contra a cama, sujeitando-o firmemente pelos cabelos da nuca conforme seus olhos negros esperavam resposta.

"Lord Voldemort..." Murmurou com dificuldade, ofegando suavemente e entrecerrando os olhos quando o rosto de Snape chegou tão perto do seu que podia sentir sua respiração. "... e Potter."

"Continua." Sussurrou Severus em um tom mais baixo. Lucius voltou a se estremecer e tentou deter aquela sensação queimante, colocou uma mão sobre a do professor e a outra no pulso, mas Severus pegou a que tentava afastá-lo e a sujeitou contra a cama com firmeza. Se o homem soubesse o que estava fazendo, seguramente o soltaria mais rápido que ferro quente, mas Lucius nesse momento não tinha forças suficientes e a poção que acabava de tomar não ajudava. A única solução seria dar a informação que ele queria.

"O reflexo de Potter é o Senhor das Trevas, se coloca o menino na frente de um espelho poderá conversar com ambos ao mesmo tempo. Suas almas estão claramente definidas, mas ao mesmo tempo unidas, não pode separá-los, danificaria ambos. Quando Potter esteve inconsciente foi porque as duas almas estavam tentando possuir o corpo do garoto, mas o Senhor das Trevas teve que ceder o controle. Aparentemente o corpo de Potter não pode ser controlado por muito tempo pelo Senhor das Trevas. As duas almas tiveram que reconciliar o fato de estarem unidas, antes de poder recuperar a consciência."

Severus tentava processar a informação, mas aquilo só levava a conclusão de que fazia mais de um ano que o Senhor das Trevas os observava através o interior dos olhos do jovem. Sabia de tudo... Absolutamente tudo sobre sua traição, sobre a Ordem... "O garoto é perigoso." Disse em um tom que não agradou nada a Lucius.

"Não! Enquanto Potter souber controlar sua magia não há perigo. O Senhor das Trevas não pode se impor, enquanto controlar o garoto, controlará o Senhor das Trevas." Tratou desesperadamente de convencê-lo.

"Eram suas intenções?" Rosnou com raiva enquanto o sacudia. Lucius gemeu suavemente enquanto sentia seu corpo responder contra sua vontade, mas Severus pensou que era de dor.

"Você é um vil comensal e o garoto deveria fazer com você o mesmo que fez aos homens que estão lá embaixo." Lucius não podia responder já que seu estado começava a se converter em uma excitação febril quando o tratamento passou de rude para violento. A sensibilização progressiva de sua pele começou a reagir com um tremor, cujo epicentro se concentrava em sua nuca e em seu pulso, exatamente os lugares onde Severus o tocava.

"Severus... não me provoque." Rogou com voz rouca. O professor abriu enormemente os olhos ao sentir o tom baixo vibrar no peito do homem com sensualidade. Viu as pupilas dilatadas escondendo detrás delas o frio azul, percebeu que pressionava com seu corpo o peito do loiro e que quase estava em cima do homem, a pose era muito sugestiva e se alguém entrasse nesse momento ia ser extremamente difícil explicá-la.

"Eles estão... ligados... ambos existem ao mesmo tempo... não sei explicar, mas estão ali." Com lentidão foi soltando os cabelos e liberando a pressão do pulso. Lucius não se moveu, ficou quieto mirando-o com olhos nublados enquanto ofegava suavemente e a Severus pareceu que aquela era a visão mais sensual que já havia presenciado depois de ver Draco de joelhos a sua frente, com os lábios entreabertos e as bochechas levemente rosadas. Sua mão ainda estava enterrada em seus cabelos e ainda estava sujeita pela mão de Lucius. Acariciou os sedosos cabelos platinados que deslizaram suavemente entre seus dedos enquanto a retirava.

Ele tinha observado, sempre tinha observado Lucius. Sua proximidade ao Senhor das Trevas, sua graça. O favoritismo com o qual era tratado no círculo de comensais. Enquanto Rabicho era tratado como um pária por Lord Voldemort, Lucius era tratado como o amante e foi dessa forma até que o jovem Harry Potter destruiu o corpo do Senhor das Trevas. Desde então o homem parecia ter perdido algo de sua própria estabilidade, não somente entre os comensais, mas em sua própria vida.

O braço que tinha sido forçado sobre a cama começava a mostrar a marca dos dedos de Severus, e essa mesma mão se levantou e roçou sua bochecha, passou até a região da nuca, até finalmente trazê-lo para o seus lábios. Invadiu a boca de Lucius e a saqueou brutalmente com paixão desmedida, a que tinha guardado dia a dia sem se atrever a revelar. Começou a beijar o pálido pescoço enquanto Lucius não podia mais do que tentar facilitar seu acesso a sua pele, a poção não permitia que respondesse adequadamente então teve que se concentrar. Pensou que ia perder a consciência quando as mãos desabotoaram seu pijama e os lábios de Severus começaram a sugar um de seus mamilos. Agarrou a nuca do homem para se assegurar de que não sairia dali enquanto saciava seu prazer. "Oh, Severus... por Merlin, não pare." Sussurrou um gemido extasiado e Severus apressou-se em obedecê-lo, capturando seu outro mamilo com seus dedos.

Lucius tinha problemas para respirar adequadamente, sentia se afogar cada vez que as maravilhosas sensações dos dedos de Severus o faziam estremecer. Não estava seguro, mas podia sentir quando o homem o desnudava mais um pedaço de pele, talvez devesse pará-lo, mas não podia nem queria.

Apenas se escutavam suspiros úmidos e a respiração entrecortada de ambos quando a porta do quarto se abriu. Por ela passaram um par de cabeças sorridentes que estancaram em seco ao ver a cena. Nenhum dos dois homens se deu conta que os jovens estava ali observando-os com interesse e quase sem respirar.

Lucius ainda tinha as mãos nos cabelos de Severus enquanto este acariciava suas costas nuas e baixava pouco a pouco a calça do pijama. Quando os lábios de Severus roçaram sua virilha não pôde evitar arquear-se e inclinar sua cabeça com desejo. Foi então que descobriu, entre a neblina de paixão, dois jovens parados na porta. Severus mordeu o delicado ponto e teve que fechar os olhos em êxtase, gemendo suavemente.

Ao se verem descobertos, Harry e Draco finalmente puderam raciocinar fechando a porta. Ambos se apoiaram nela com as respirações agitadas. Draco engoliu em seco, enquanto Harry passou as mãos pelo peito, tentando acalmar as sensações que a cena tinha produzido.

"Draco, você ficaria bravo se eu dissesse que seu pai é o homem mais sexy que eu já vi, depois de você?" Sussurrou com um meio sorriso.

"Não." Sussurrou o jovem de volta enquanto se virava para ver seu moreno. "Maldição, o sortudo vai transar com meu professor." Murmurou com angustia para logo em seguida sorrir da mesma forma e aproximando-se para beijá-lo.

"Eu sei por que você sorri assim." Cantarolou Harry com um sorriso cheio de malícia e Draco piscou confuso. Em um segundo Harry se colocou sobre Draco e o tinha imprensado contra a porta.

"Snape sabe muito bem, não é?" Draco arregalou os olhos de forma incrédula para o moreno e uma expressão de desentendimento.

"Creio que é melhor irmos vigiar as tortas de pêssego... poderiam queimar." Sussurrou mordendo-lhe o lábio com precisão para logo arrastar o corpo atordoado pelo corredor em direção a cozinha.

No interior do quarto Lucius rosnou levemente enquanto o homem de cabelos negros continuava percorrendo seu corpo. Estava muito excitado, mas a poção não permitia que alcançasse a satisfação que o ato deveria lhe proporcionar.

"Severus." Gemeu, fazendo com que o homem parasse suas ações e lhe prestasse atenção. "Porque tinha que me dar essa poção?" Queixou-se, fazendo com que o mestre de poções sorrisse com malícia.

"Ahh.. a poção. Quase esqueci. Você tem que descansar."

"Não!" Severus levantou uma sobrancelha em sua direção enquanto acariciava levemente a pélvis do loiro.

"Quer dizer... é só que..." Ao ver como o sorriso do homem se ampliava, temeu o pior. "Severus, não pode me deixar assim. Severus... pelo amor de Merlin..."

"Ssshhh... os efeitos do Cruciatus demoram a desaparecer, então deixe que a poção faça seu trabalho." Começou a vesti-lo e Lucius gemeu em desagrado.

"Prometo voltar. Além disso, quem vai vigiar os dois jovens e sua quadrilha de comensais cantores?" Deu um beijo com o qual se despediu, terminando de vesti-lo. Antes de sair Lucius conseguiu lhe dar uma espécie de sorriso torto.

"Tenha cuidado, Severus... os garotos sabem que esteve provando a torta antes que ela saísse do forno." Lucius fechou os olhos, satisfeito ao ver a mirada confusa nos olhos negros.


Na manhã de Natal Harry foi o primeiro a acordar. A árvore que tinha comprado se erguia alegremente ao lado da lareira, adornada com esferas de ouro e prata e iluminada com vaga-lumes mágicos cintilantes. Debaixo da árvore havia uma dúzia de presentes e por mais que tentasse Harry não conseguia se lembrar de ter comprado tantos. Sentou-se em frente ao fogo para contemplar-lo, as árvores da casa dos Dursleys jamais tinham sido tão bonitas, essa era a primeira árvore mágica que via.

Espero que não vá ficar sentimental." Harry sorriu um pouco de tristeza e inclinou a cabeça. Em cada enfeite de ouro ou prata se refletia o rosto dele. Fixou em um dos enfeites especialmente grande, cujos cantos permitiam um bom plano quase como um pequeno espelho.

"Accio adorno." Sussurrou, e o enfeite levitou até sua mão. Virou-o várias vezes em sua mão.

"Ei! Vai me deixar enjoado! Insensível."

"E agora quem é sentimental?" Sorriu o garoto ao ver que o rosto de Tom Riddle tinha uma expressão divertida e irritada. "Você está fazendo beicinho?"

"Como você se atreve?"

"Você está fazendo beicinho." Confirmou com um sorriso. A imagem lhe deu uma olhada mais irritada ainda, os olhos vermelhos brilhando levemente. "Oh, vamos, Tom. Não falei isso para te irritar." Sussurrou.

Tom rosnou levemente, mas acabou suavizando o rosto. Discutir com o garoto era uma completa perda de tempo, seus sentimentos e os do jovem estavam tão intimamente ligados que antes de poder saber o que realmente sentia Harry já tinha influenciado seu pensamento de forma tão natural que nenhum dos dois podia se dar conta. "Não me comprou um presente?" Perguntou debilmente, temeroso. O garoto sorriu e buscou debaixo da árvore. Tirou uma caixa decorada com papel azul de estrelas e colocou em seu colo. "Abre!" Exclamou Tom alegremente. Harry rasgou o papel e abriu a caixa com cuidado, no interior tinha um estojo belamente adornado com jades incrustado em prata e dentro estava forrado com veludo negro. Descansando sobre ele estava uma varinha que Tom reconheceu.

"Minha... varinha. Como... onde a conseguiu? Sussurrou.

"Lucius a pegou, estava em pedaços quando me mostrou. Tentou restaurá-la, mas descobriu que necessitaria muito mais magia do que possuía."

"Então você a reparou." O garoto assentiu e a acariciou suavemente. Os olhos de Harry brilharam vermelhos intensos e sentiu o familiar intercâmbio de lugar.

"Obrigado." Murmurou o garoto, ainda acariciando a madeira e levantou a vista até o enfeite, para ver os olhos verdes o observando com profunda alegria. Não passou muito tempo quando uma figura se aproximou a onde estava sentado em frente à árvore. Os dois jovens estavam tão fechados em si que não perceberam.

"Tom Marvolo Riddle..." Sussurrou uma voz a suas costas, cheia de assombro e Tom encolheu a cabeça entre os ombros como se tivesse acabado de ser surpreendido com as mãos em um pote de biscoitos.

"Anteriormente conhecido como Lord Voldemort. Feliz Natal Severus." Exclamou alegremente o jovem de olhos vermelhos, voltando-se para ver o homem. Severus Snape estava de pé atrás dele, varinha em mãos e uma expressão de perfeita fascinação, pobremente disfarçada de irritação. "Veio procurar seu presente? Pensei que o tinha aberto ontem à noite." A insinuação provocou um rubor no rosto do homem. "Poderia guardar a varinha? Não quero que me tire um olho ou algo assim, Harry ficaria triste se voltasse para seu corpo e estivesse faltando algum órgão vital." Disse sarcasticamente. Severus rosnou.

"Expelliarmus!" Exclamou Tom impiedosamente e a varinha saiu voado.

"Accio varinha!" Rugiu Severus, e a varinha voltou para sua mão, então Tom colocou-se de pé e apontava a sua varinha.

"Ei! Não em casa e não na manhã de Natal." Gritou uma voz às costas de Tom, que o fez se encolher como uma criança que acabava de ser duramente repreendido.

"Mas ele começou!" Exclamou Tom enquanto com um movimento de mão tirava a varinha da mão do professor sem pronunciar uma só palavra. "Nunca deixa eu me divertir." Murmurou um pouco ressentido. "Severus, parece que outra vez é salvo pelo doce Grifinório. Não acha que é um pouco cedo para estar acordado logo depois de uma noite tão... interessante?"

"Tom!" Exclamou Harry do reflexo, depois de tudo, esse era seu corpo.

"Por favor, Harry, tenho direito de ao menos molestá-lo, é MEU comensal." Exclamou Tom com um enorme sorriso.

"Era. Agora é MEU professor."

"Chega!" Exclamou Snape ainda aturdido e conservando grande parte do constrangimento que sentia. "Era você na sala de poções." O jovem sorriu com malícia.

"Não esqueça o mel, Severus." Acrescentou com um enorme sorriso. "É um garoto malvado, Severus. Malicioso e pervertido... seduzindo menores..."

"Tom!" Rugiu Harry dessa vez. "Chega! Vou regressar para meu corpo." Com esse único aviso o corpo do jovem ficou rígido e alguns segundos depois os olhos voltaram ao seu verde natural enquanto Harry caia de joelhos. "Sinto muito professor. Eu apenas o deixei sair." Severus chegou perto com cautela, mas Harry já começava a se colocar de pé. Com lentidão estendeu a varinha que Tom tinha pegado. Severus a tomou com a mesma lentidão.

"Harry?"

"Sinto muito, professor." Murmurou o jovem.

"Por que, Harry?"

"Por todas as vezes que o coloquei em perigo. Especialmente durante as aulas de defesa." O viu baixar o rosto. "Mas não podia lhe dizer..."

"Como é possível que não tenha me dado conta?" Voltou a questionar-se o homem, entrecerrou os olhos com suspeita. "Você usou algum feitiço em mim?" Harry quis que o chão se abrisse sobre seus pés e o tragasse nesse momento, mas decidiu que já era tempo de começar a comportar-se com maturidade e aceitar os resultados de suas ações, então assentiu silenciosamente.

"Eu apaguei algumas memórias." Murmurou. "O tremor em Hogwarts..." Severus abriu os olhos o quanto pôde, sabia que alguma coisa tinha acontecido, algo grande, mas nunca tinha imaginado que fosse isso. "Também fiz com que apagasse a memória de Ron e Hermione, já que eu não podia fazê-lo."

"Mas porque não disse nada?"

"Tinha... medo. Mas não tenho mais." Levantou seus olhos para o professor com decisão. "Não estou certo do que vai acontecer de agora em diante, mas já não tenho mais medo. Viver com Tom é um pequeno preço que terei que pagar."

"Mas deve haver alguma maneira de separá-los..."

"Não!"

"Harry."

"Não tem maneira, professor." Disse enquanto se abraçava tremendo. "Não tem jeito." Severus assentiu. Por enquanto o deixaria em paz, mas quando regressassem a Hogwarts começaria a estudar a situação do jovem com atenção. Harry se voltou para a árvore e se agachou, levantando entre suas mãos um pacote de tamanho médio. "Não tive tempo de mandar encadernar, mas não queria me atrasar para entregar." Severus pegou o pacote e com muito cuidado rasgou a embalagem. Parecia um livro feito de pergaminhos sem corte adequado, mas prontos para ser encadernados e sujeitados por duas pinças na borda esquerda. Levantou com cuidado a rústica capa e leu o título sugerido.

"Lord Voldemort: Guia detalhado de feitiços." Com o mesmo cuidado passou a pagina e ali, escrito a mão, estava o índice de feitiços divididos em categorias. "Aparições... maldições... oclumencia... poções... transformação... Isso é... impressionante."

"Tom me ajudou." Disse como uma explicação. "Queria que o conservasse, sabia que iria te interessar e que o manteria em lugar seguro já que somente nós sabemos de sua existência."

Severus assentiu, era a primeira vez que recebia um presente de tão grande valor e se sentia algo envergonhado de que fosse precisamente Harry que o desse.

"Obrigado... eu não tenho um presente..."

"Não se preocupe, professor, sabia que não teria tempo de comprar um, não com tudo o que aconteceu." Harry sorriu timidamente. Houve um silencio entre ambos enquanto Severus tentava superar sua vergonha e Harry tentava buscar uma desculpa para que a situação não fosse tão incômoda. Escutou a risada de Tom reverberar cristalina em sua cabeça e enrugou a testa. Severus gosta de chocolate quente, lembra?

Harry sorriu recordando o detalhe e seguiu a sugestão de imediato. "Que tal uma taça de chocolate quente, Sev?" Mordeu os lábios de imediato ao perceber que tinha encurtado o nome do professor e por uns instantes esperou que o homem o repreendesse fortemente, mas Severus sorriu e assentiu. O jovem recuperou seu sorriso e ambos se dirigiram a cozinha onde os elfos os receberam com chocolate quente cheio de marshmallow e biscoitos de chocolate recém assados.


Para quem quiser fazer a torta de pêssego que os garotos fizeram nesse capítulo, aqui vai a receita.

Recheio

6 a 8 pêssegos frescos, descascados e sem caroço, cortados em fatias (depende do tamanho de cada fruta)

2 ovos

1 copo de açúcar

¼ de copo de farinha

Uma pitada de sal

1 copo de creme de leite

1 colher pequena de baunilha

Modo de fazer: Colocar as fatias de pêssego sobre a massa crua. Bater os ovos em um recipiente, adicionar o açúcar, a farinha e o sal. Adicionar o creme de leite ainda batendo e a essência de baunilha. Misturar bem. Colocar sobre os pêssegos. Aquecer o forno no máximo (375 graus), e deixar assar por 40 a 50 minutos, ou até que o centro se mova levemente. Sirva quente ou frio.

Massa
2 copos de farinha

1 colher pequena de sal

2/3 copo de manteiga vegetal (fria)

Água (fria)

Modo de fazer: Misturar a farinha e o sal. Adicionar a manteiga e começar a cortá-la com uma faca enquanto vai misturando com a farinha. Adicionar pouco a pouco a água, até que a farinha fique homogênea. Formar uma bola com a massa, se não tiver no ponto, adicionar um pouco mais de água. Dividir em dois e amassar sobre uma superfície com farinha (preferivelmente em papel manteiga, assim só terá que virá-la sobre a assadeira) e coloque na assadeira. Furar com o garfo levemente. O fato da manteiga e da água estarem frias ajuda para que a massa não derreta e empelote.

Essa receita de massa dá para duas assadeiras. Se quiserem, podem cortar na metade os ingrediente. Podem usá-la para fazer tortas de outros sabores que levem a massa e a cobertura, como a de maçã.

Obs.: Para que as bordas da cobertura não se queimem, podem cobrir-las com papel alumínio. Também podem servir o pedaço com marshmallow batido por cima. E de acordo com a meSlash, servir com sorvete também fica uma delícia.

Aproveitem!