Título:Em Silêncio
Autora:Suisei Lady Dragon ou Black Kimera
Tradutora: meSlash
Betta:Dollua
Rate:R
Disclaimer:Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Black Kimera.
Shipper:Draco/Harry
Gênero: Romance/Aventura
Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia! Mas não encha as patavinas)
Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco sequestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.
Capítulo 29
"Sim... Tom Servolo Riddle. Surpresa." Disse arrastando as palavras, num tom irônico. Todos em torno dele, sem exceção tiraram suas varinhas e apontaram em sua direção com maldições nos lábios.
"Isso é impossível." Sussurrou o homem de cabelos brancos, levantando as mãos para seus companheiros a fim de impedir um ataque, ou pelo menos retardá-lo.
"Não... Ele diz a verdade. Absorveu minha magia. Eu perdi, e é o que acontece quando você faz as perguntas certas, foi como se livrou de mim. Também me absorveu."
"Aparentemente, você pode controlar Harry." O jovem balançou a cabeça num gesto de superioridade e se levantou da cadeira, fazendo com que Albus desse um passo atrás e que os demais se preparassem para lançar maldições quando a mão do homem os deteve.
"Só se ele me permite. Porque estou aqui agora? Devem perguntar a si mesmos."
Ele disse dando a todos um olhar de desaprovação. "Seus amigos, aqueles que consideraram como família, o estão interrogando como se fosse um vil traidor. Isso dá muito o que dizer, não acham?" Deu um olhar intenso ao homem mais velho, mas não lhes cedeu terreno.
"Então, falamos agora com Tom Servolo Riddle." Afirmou sério.
"O certo seria que ele está conversando com Tom." Disse enquanto encolheu os ombros de forma despreocupada, dando seu sorriso habitual. Sabia que aquele sorriso irritava Albus e sabia que o deixava nervoso também.
"Não parecem estar sob influência de Veritaserum como Harry." Observou o professor dando um olhar crítico que o jovem recebeu ladeando a cabeça.
"Albus... Albus... Tenho mais experiência que Harry, e, tenho o poder à minha disposição quando estou aqui fora, o suficiente para impedir que Veritaserum toque a minha essência, mas Harry... É por isso que eu vim avisá-lo, se algum de vocês se atreverem a tocá-lo..." A ameaça pairava no ar, enquanto os presentes recuavam perante o olhar ardente. O único que permaneceu firme foi o velho Albus.
"Tom, se controle melhor." Dumbledore o advertiu com serenidade.
"Então, é melhor você começar a questionar antes que Harry se arrependa de falar com você!"
"Bem, meu jovem, vamos começar pelo começo. Como você acabou no corpo de Harry?" Tom revirou os olhos em aborrecimento antes de responder.
"Harry já deu essa resposta. Eu absorvi. Mas se você quiser algo mais elaborado, então eu digo que quando Harry tentou exterminar uma senhora cruel chamada Destino, acabou por unir-nos, foi concluído o ciclo. Mas no processo ao invés da minha alma ir para o inferno, acabou trancada no corpo de Potter. Eu poderia dizer que me foi dada uma segunda chance, se é que posso chamá-la assim."
"Você diz que tem acesso aos poderes de Potter?" Ele acenou com a ampliação do sorriso. "Acesso total?"
"Ahm... bem... mais ou menos." Ele disse de modo evasivo. Havia dito à Dumbledore que Veritaserum não o afetava, mas o simples fato de afetar a Harry, o afetava e, portanto estava se tornando difícil não responder com sinceridade às perguntas.
"Meu jovem!" Disse o velho já impacientemente.
"Uh, mas que gênio Albus, não me recordava que tivesse esse mau humor." Murmurou entredentes, fazendo com que o ancião se irritasse levemente. "Não, não tenho acesso a todo o potencial de Harry a menos, é claro, que ele permita.
"Harry vai se lembrar do que estamos falando agora?"
"Estamos ouvindo agora e eu realmente acho que estou intoxicado com essa overdose de Veritaserum que o senhor deu. Pensei que te conhecia melhor Albus, Harry não poderia se defender agora se não fosse por minha requintada presença dentro dele." Comentou com sarcasmo venenoso. "Magia ou não, três gotas são suficientes, nisso Severo poderia ter te ajudado. Mas me pergunto onde estará seu precioso professor de poções agora. Dormindo pelo excesso de Veritaserum também?"
Albus ignorou o comentário e continuou o interrogatório sem perder o toque. "O que queremos saber com certeza Tom. É quanto o jovem Harry é perigoso com você em seu interior. Ninguém vai deixar este lugar até que tenhamos uma resposta clara."
"Mesmo que eu não a tenha." Ele resmungou, seus reluzentes olhos vermelhos em Dumbledore. "Te odeiam porque te temem, dizem mentiras para manipulá-lo, falam baixinho para traí-lo. E pensar que o garoto o estima Albus." Tom caminhou para ficar mais no centro da sala e estendeu os braços, como se exibindo. "Eu não posso usar a sua magia, porque ele tem sua mente drogada e eu perco o controle sem sua ajuda. A única coisa que pode machucá-lo é ele mesmo. Mas, quando acordar espero que tenham um seguro contra desastres, porque o menino não está feliz e esta me parece uma ocasião mais que razoável para ficar com a boca fechada e deixá-lo fazer como preferir."
"O que você quer para sair do corpo de Harry?" Pediu com cautela o diretor de Hogwarts.
"Uma mudança de táticas, então? Não há nada que eu possa fazer para deixar este corpo. Porque não há nenhuma maneira, mas é porque ele não quer. Estarei fora do seu corpo se ele quiser, Albus. Quer saber por que? Porque ele está sozinho." Deu uma volta para olhar a todos e se deteve quando parou frente à Dumbledore. "E agora eu entendo porque ele está sozinho. Eu sou o único que exerce absoluto controle é por isso que ele nunca me deixará ir. Todos os demais podem traí-lo a qualquer momento. É irônico que eu seja o único em quem ele iria confiar neste momento, não é?"
Desta vez Dumbledore pareceu reagir às palavras do jovem e ficou por um tempo pensativo, como se ponderando sobre uma solução para a questão, enquanto Tom voltou para sua cadeira e assumiu posição de um jovem estudante que ainda precisava de punição.
Quando o velho voltou a falar parecia resolver o presente ao invés de Tom. Ele tinha um meio sorriso escondido pela barba branca. "A solução é óbvia. Precisamos separar as almas de Tom e Harry."
"Vocês não podem." Tom exclamou endireitando-se na cadeira com um olhar de horror no rosto.
"Conheço o feitiço perfeito para separá-los, claro que um feitiço dessa magnitude implica num risco."
"Não!" Ele tentou gritar mais alto, mas o homem não quis calar e boca e nem prestar atenção. Ele começou a levantar, quando o medo comprimiu o peito de uma maneira que ele nunca tinha sentido.
"... Mas acho que seria mínimo se comparado aos benefícios."
Tom sentiu que não poderia ficar parado por mais tempo. Uma vez havia permitido que dirigissem seu futuro para algo inútil. Harry também o tinha permitido até agora, mas foi o suficiente, e não ia permitir que nada fosse escolhido em seu lugar ninguem escolheria onde iria ou o que faria com sua vida. Neste caso, Harry e embora o jovem estivesse sob influência da poção, Tom sabia que seus desejos eram os mesmos, ainda mais agora, que não podia sequer mentir. De repente, se levantou e gritou. "Não!" Dumbledore sorriu enquanto o olhava. Os que estavam em volta dos dois mesmo que de longe, podiam ver uma aura vermelha borbulhando e agitando fortemente os corpos trêmulos do jovem.
"Nunca ter tentado não significa que não obteremos sucesso." Disse rápido, escondendo o rosto para voltá-lo ao jovem.
"Você não pode." Ele murmurou com esforço tentando controlar a magia.
"Eu quero libertá-lo do confinamento, jovem Riddle. Existe alguma razão para que não o separemos de Harry?" Tom sabia que o professor tinha algo na manga, a respeito de sua própria vida, que naquele momento ele não sabia decifrar.
"Eu..."
"Sim?"
"Eu... não..."
"Talvez haja algo que ainda não nos tenha dito." Ele disse ao seu aproximar do jovem.
"Por Salazar, não me faça dizer, Albus." Ele sussurrou com os olhos umedecidos, ligeiramente avermelhados.
"Eu acho que é hora de enfrentar os fatos, Tom. É o tempo de ouvir o que o seu coração diz." Tom parecia se acalmar um pouco. Olhou em volta, todos estavam esperando para ouvir o que ele tinha a dizer. Ele passou a mão pelo rosto sem perceber a ligeira transpiração e respirou de maneira instável.
"Eu não quero me separar dele."
"Porque não, Tom?"
"Posso senti-lo, como um irmão." Ele respirou de maneira profunda antes de continuar. "Tudo o que sinto é por meio dele, tudo o que vejo é através de seus olhos, tudo o que eu acho, tem a sua marca. Eu sei como ele pensa, como ele se sente. Eu o entendo e ele me entende." Ele engoliu em seco. "Ninguém nunca chegou tão perto de mim e agora é como sempre o tivesse. Desde o primeiro dia tentei removê-lo da face da terra estou ligado a ele de uma certa maneira e agora, eu não poderia deixá-lo. Me faz sentir como ninguém nunca fez, você não pode me fazer deixá-lo, Albus. " Ele cerrou os punhos e os olhos se viraram para olhar desafiadoramente aos seus captores. "Eu não vou ser separado dele." E com um estalo alto o menino desapareceu, deixando todos os presentes embasbacados.
Reapareceu do lado de fora da porta do quarto e correu pelo corredor tentando ser guiado pelo que ele achava ser sua conexão com. Dentro da sala todos saíram de seu estado de surpresa e um deles foi até a porta, mas Dumbledore parou toda a ação.
"Senhores, silêncio."
"Mas, Riddle está escapando."
"Eu tenho uma ideia de para onde ele possa estar indo. Será melhor não tentar nada contra o jovem, se o que ele disse é verdade, poderíamos machucar Potter. Vou tentar argumentar com ele antes de ele deixar a casa." Dumbledore desapareceu em uma nuvem de fumaça azul para aparecer na sala onde repousava o Professor Snape. Ele mostrou uma cadeira e sentou-se calmamente, enquanto uma mesa com chá e alguns pães doces aparecia. Serviu duas xícaras fumegantes e tirou um relógio de bolso. Na hora marcada, a porta se abriu violentamente e por ela entrou o jovem Tom.
"Bem a tempo, devo dizer." Tom olhou para ele, enquanto tentava recuperar o fôlego, estava prestes a fechar a porta, mas então viu que Severo estava no quarto.
"É melhor você não tentar me parar, Albus."
"Eu não vou. Eu só quero conversar com você, como nos velhos tempos." Ele disse apontando para a cadeira estava vazia. O jovem hesitou antes de fechar a porta sem fazer barulho e se aproximou da mesa. Com as mãos trêmulas, ele pegou a xícara de chá e bebeu um pouco. Ele sentiu o coração se revirar no peito e levou uma mão aos olhos para evitar o mal estar que o Veritaserum dava ao corpo de Harry.
"Meu querido jovem."
"Eu não sou um homem jovem, Albus, que os sentimentos de um jovem de dezessete anos me afetem não significa que eu seja um."
"Quase me engana." Disse sorrindo. "Onde pensavas em levar Severo?"
"A casa de Malfoy." Ele disse sem pensar depois cobriu a boca para amaldiçoar silenciosamente. Se se descuidasse, acabaria contando tudo ao homem. Albus sorriu com humor óbvio. Tom baixou a cabeça sobre a mesa, quase metendo o nariz sobre todos os pães.
"Acho que vou ter que pensar em outro esconderijo." O murmúrio apenas foi entendido porque estava a centímetros da mesa, visto que seu nariz não estava a vista.
"Tom, porque desperdiçar esta oportunidade?"
"Eu não quero desperdiçá-la, mas não quero cometer um erro. Separar-nos é um erro. Harry não está pronto e eu também não estou. Talvez mais tarde, mas não agora!"
"Bem, Tom, eu vou respeitar a sua decisão e a de Harry. Mas espero que se comportem no terreno da escola e Harry continuará treinando durante o tempo extra com o professor Snape." Como ele continuou detalhando o comportamento esperado de ambos. Tom colocou os braços sobre a mesa para se apoiar e deu-lhe um olhar de soslaio e depois voltou seus olhos em aborrecimento. Ele podia entender que o jovem era o queridinho de Hogwarts, mas depois de aceitar a situação com tanta facilidade e acima do esperado que ele se comporte. A voz de Harry dentro dele mostrou que o jovem provavelmente concordava com o que o ancião falava.
"Eu não posso acreditar que vou passar por isso novamente. Sete anos em Hogwarts foi suficiente e agora passam metade do semestre um adicional. Inferno sangrento!" Exclamou irritado quando os olhos de Dumbledore brilharam com divertimento incomum. Vendo que ele não podia deixar de dar um rosnado exasperado que foi saudado com um sorriso. "Eu só quero saber uma coisa." Ele murmurou, em seguida levantou o rosto. "Por que seis gotas? Não acho que foi muito alta uma dose?"
"Harry é especial, como você bem sabe. Sua magia sempre foi forte, assim como sua vontade, tanto que ele poderia facilmente evitar ser controlado pela Imperius em seu primeiro intento. Se não houvesse resposta, certamente seria fácil de contestá-lo com apenas três gotas. E só confiei na Ordem para administrar o Veritaserum porque sabia que em seu coração não há maldade."
"Em ti, Albus, Harry confia em ti, não na Ordem." Esclareceu.
"Você sabe que eu sou a Ordem."
"Confie em si mesmo, não como a Ordem, mas como uma espécie de pai. Embora eu diria que poderia ser como um neto confia em seu avô." Ele disse com um meio sorriso. "Certamente ele o vê como uma daquelas avôs que permite todas as birras e caprichos de um grifinório." Albus pareceu engasgar com o chá.
"Sandices." Gaguejou ao perceber o sorriso enorme do jovem rasgando o rosto sem se conter.
"E agora? Pertenço à grifinória!"
"Quer calar a boca e me deixar dormir?"
"Severus! Você está bem? Deseja algo?" Ele bateu palmas longe de seu rosto e lhe deu um grunhido sonolento. "Eu acho que você está bem, ainda tem seu mau humor habitual."
"Estou cansado, não dormi a noite toda e vocês decidem ter uma conversa amistosa no meu quarto."
"Eu pensei... Você estava blefando!" Exclamou ele, apontando um dedo acusador à Dumbledor, que sorria novamente. "Odeio quando você faz isso!"
A retomada das aulas depois das férias de Natal parecia um sonho para Harry. O primeiro jantar depois de sair do Expresso de Hogwarts se resumiu em tentativas frustradas de conter os olhares furtivos procurando alguns cabelos louros sobre a mesa de Sonserina.
A seu lado Ron e Hermione riam, especialmente o ruivo que agora comemorava a volta de Harry. Harry parou de prestar atenção ao outro lado do Salão e sorriu na direção de seus amigos. Parecia incrível, mas seus amigos não sabiam a verdade sobre Tom... ainda. Ele tinha certeza de que agora que reprimia menos Tom, logo Hermione se daria conta que havia algo de estranho com ele. Membros da Ordem da Fênix, aqueles que participaram da reunião haviam sido obliviados por Dumbledore, por isso não haviam muitas testemunhas além de Dumbledore, Severus, Lucius e Draco. E por falar em Draco, mais uma vez deu uma olhada na mesa da Sonserina e uma voz interior lembrou-lhe que devia ser menos óbvios. Ele suspirou e disse para si mesmo que logo que a refeição acabasse, iria sair em busca de sua amada serpente.
O jantar continuou sem mais problemas que os usuais espantos, passando pelas mesas e o tumulto causado pelo burburinho e as risadas dos companheiros de casa a compartilhar os eventos do recesso.
Draco por sua vez, não tinha sido capaz de se livrar dos colegas neuróticos de sua casa, um deles parecia que jamais desgrudaria de seu braço. Pansy Parkinson, com seus modos casuais o tinha preso a seu lado desde que subiram no trem. Por sorte, parecia ter se acalmado ao verificar que não faltava nem um pedaço. Blaise não estava muito longe, mas se notava que o moreno tinha um ar diferente, como se algo incrível lhe tivesse acontecido no recesso. É claro que Draco imaginou o que poderia ser, mas não comentou nada.
Acompanhado por seus dois amigos, Vincent e Gregory veio para a mesa onde pareceram meio confuso. Os sussurros começaram depois de alguns segundos, mas foram silenciados pelos olhares firmes de dois guarda-costas. Franziu o cenho levemente mas deixou passar, depois obteve a certeza de que sabia o motivo daqueles olhares. Durante o jantar ele tentou dar uma olhada para a mesa da Grifinória, mas seus amigos estavam tão perto que ele não podia ver nem mesmo a própria mesa.
Ao terminarem o jantar, o grupo de estudantes se dirigiram para suas respectivas salas. Ron e Hermione, perfeitos como eram tinham que ficar na sala comunal da Grifinória. Harry não podia culpá-los, mas ele queria certa companhia que não podia encontrar no Salão Comum. Saiu sem pensar e foi parar nas masmorras. Na frente do quadro que mantinha segura a sala comunal das serpentes, ficou tentado a dar a senha que Tom lhe sussurrava mas decidiu finalmente por dar uma busca simples pelo loiro. Estava vagando quando um aluno do sexto ano o cercou para entrar. Ao reconhecê-lo arregalou os olhos e Harry lhe sorriu meio nervoso quando a mirada se tornou mais intensa.
"Harry Potter..." Sussurrou o garoto.
"Sim, só queria dar uma... mensagem."
"Quer entrar?"
"Não, eu só queria na verdade..." Outro estudante, desta vez saindo do quadro e vendo-o tomar uma expressão muito semelhante à do primeiro. Desta vez o reconheceu como sendo do sétimo ano.
"Potter..." Ele sussurrou com espanto e em seguida tomou seu braço para arrastá-lo para a sala comunal. Ao entrar seus olhos se borraram perante a escuridão e de pronto viu o interior da sala de Sonserina, sendo observado por mais alunos do que gostaria.
"Eu só queria..." Ele engoliu e observou em volta. A voz de Tom estava tentando dizer algo, mas ele demorou a captar. Os olhos da maioria dos jovens da sala estava observando-o com admiração e respeito. Finalmente, um pequeno grupo o olhou com gratidão. Desta vez, ele prestou atenção no que Tom sussurrava e notou que eram nomes. Os nomes dos Comensais da Morte a quem ele tinha apagado a memória. "Eu acho melhor eu ir." Murmurou confuso e visivelmente nervoso. Ele tentou virar-se e voltar, mas uma pequena mão o parou no caminho.
Ao olhar para baixo, viu que a mão pertencia a um dos primeiranistas. Era um pequeno de onze anos com os cabelos negro encaracolados. "Obrigado." Aquela voz doce o penetrou de forma profunda, não apenas a ele que ficou ali incapaz de se mover, observando os olhos azuis.
Draco encontrou-o meia hora mais tarde, quando ele decidiu ir até a sala comunal. Nenhum de seus amidos lhe permitia ficar sozinho, mas cansado de toda a atenção, resolveu sair do quarto.
Estava sentado numa poltrona e rodeado por Sonserinos que lhe perguntavam sobre uma infinidade de coisas enquanto seus olhos verdes pareciam brilhar vermelho com os de Tom. Os presentes ao sentir a presença do loiro pararam de falar e um silêncio constrangedor caiu sobre todos esperando para ver o que aconteceria agora que Draco Malfoy, o príncipe Sonserino, estava próximo ao Menino-Que-Sobreviveu. De repente, o loiro percebeu os rumores e boatos que tinha escutado durante o dia inteiro. Sorriu satisfeito ao perceber que os colegas de casa já conseguiam perceber as conexões necessárias entre os eventos de Natal, como qualquer Sonserino seria capaz de fazer.
Com toda dignidade e graça que era capaz de ter, cercou Harry enquanto os jovens abriam caminho. Ele parou na frente do moreno e estendeu a mão enquanto dava um sorriso enorme para Harry, que o reconheceu de imediato e assim também sorriu e lhe ofereceu sua mão para permitir que Draco o ajudasse a se levantar do assento. "Eu espero que você não se importe por eu pedi-lo emprestado por algumas horas." Comentou de forma galante enquanto o arrastava suavemente atrás de si.
Os olhos de Blaise os seguiram com melancolia e se perdeu na direção do quarto de Draco, enquanto o sorriso meio louco de Pansy e seus dois enormes companheiros parecia não importar em demasia com o assunto.
Obrigada por ler, até o próximo episodio.
Dollua
