Título:Em Silêncio

Autora:Suisei Lady Dragon ou Black Kimera

Tradutora: meSlash

Betta:Dollua

Rate:R

Disclaimer:Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Black Kimera.

Shipper:Draco/Harry

Gênero: Romance/Aventura

Atenção: Slash, yaoi... blá... blá... (Se você não gosta, não leia! Mas não encha as patavinas)

Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco sequestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.


Capítulo 30


Draco fechou a porta de seu quarto com chave e feitiço, para logo mover Harry na sua frente e toma-lo pela cintura e dar-lhe um beijo de boas vindas. "Como está? Sentiu saudades?" Sussurrou com um meio sorriso. Harry assentiu devolvendo o beijo. "O que foi tudo aquilo lá fora?" Perguntou obviamente divertido. O moreno encolheu os ombros e se aconchegou em seu peito com naturalidade.

"Não sabia... não sabíamos que eram tantos." Sussurrou algo contido.

"Quem?"

"Os que seguiam sofrendo... Pensávamos que só nós..."

"Sabe, você me deixa nervoso quando fala no plural." Harry sorriu diante da sinceridade do loiro que o observava com certa curiosidade, como esperando ver um reflexo de Tom em seu rosto.

"Não fique, pois é um bom sinal."

"Humm... e agora você se converteu no herói de Slytherin. Que ironia."

"Como se inteiraram?"

"São seus filhos. São Slytherins. Pensava que eles não fariam a conexão contigo assim que seus pais regressaram? Não somente regressaram a suas casas. Regressaram aos seus lares."

"Pensei que teriam medo de Tom."

"Não creio que saibam que é Tom. O máximo que seus pais podem ter-lhes dito é que Harry Potter esteve na mansão Malfoy."

"Tem razão... Queria falar com eles outra vez." Se deixou ser acariciado disfrutando daquela ternura que o loiro lhe transmitia nesses momentos. Quanta diferença daquele Draco que ele tinha começado a confiar... "Tom estava errado. Agora ele sabe."

"Eu também tenho que agradecê-lo..." Harry olhou-o de forma inquisitiva. "Também tenho meu pai de volta."

Harry simplesmente sorriu enquanto em seu interior Tom permanecia calado. "Tenho que voltar, Ron e Hermione devem estar começando a se preocupar."

"Humm... eu gostaria que você ficasse, mas tem razão, além do mais não quero que esses dois comecem a buscar no bendito mapa e ver onde e com quem você está. Mas posso ir visita-lo mais tarde no seu quarto, que tal?" O moreno assentiu e beijou novamente os suaves lábios do loiro.
"Me acompanha?" O loiro deu outro beijo rápido e ambos saíram do quarto de Draco. Lá fora, sem que eles se dessem conta, tinha se formado uma espécie de grupo de espera que os surpreendeu. Foi Blaise quem se aproximou do casal e lhes informou o que acontecia.

"Príncipe. Alguns querem falar com... Potter." Disse algo contido.

"Harry." Corrigiu o de olhos verdes e Blaise sorriu.

"Bem... Harry, querem falar contigo."

"Sobre o quê?"

"Eles têm algumas... petições." Draco entrecerrou os olhos e o mirou com receio.

"Bley, que classe de petições?"

"Já deveria saber Dray." Sussurrou intencionalmente. "Querem que faça com seus pais o mesmo que fez com os nossos. Incluso há vários estudantes que desejam remover suas marcas negras." Os olhos de Harry brilharam levemente vermelhos, mas nem o loiro nem o moreno perceberam e apertou os lábios antes que pudesse escapar-lhe alguma expressão. Tom estava protestando visivelmente enquanto Harry tentava racionalizar com ele.

"Não sei, Bley... não sei se isso seja possível. Harry... Harry?" os olhos voltaram a seu verde normal e Harry suspirou.

"Diga-lhes... que falaremos com eles mais tarde. Talvez... seja possível o que querem."

"Você e Pansy façam uma lista com os nomes e a petição de cada um, assim Harry poderá avalia-las com tempo."

"Mas Draco..." Harry começou a dizer.

"Será mais fácil se pode saber antecipadamente o que quer, já sabe... falar-lhe..." Deu-lhe uma mirada significativa que fez com que Blaise os observasse desconfiado.

"Oh... tem razão." Gaguejou ao entendê-lo. Draco o seguiu empurrando até a saída, enquanto os olhares de muitos Slytherins seguiam postos no Gryffindor com esperança.

"Vamos, te levarei a lista mais tarde." Outro beijo fugaz e Harry estava a caminho da torre de Gryffindor. Ao dar meia volta para regressar, tropeçou com Blaise que lhe cortou o passo. "Aconteceu algo, Bley?"

"Podemos falar mais tarde em privado?"

"Teria que ser agora, daqui a pouco vou ver Harry."

"Claro... claro... então pode ser amanhã, depois das aulas." Voltou a sussurrar o moreno de cabelos compridos.

"O que aconteceu com você?" Murmurou o loiro preocupado, mas seu amigo somente sorriu de forma tranquilizadora.

"Nada importante. Amanhã podemos falar com tranquilidade. Melhor irmos fazer essa lista que você propôs." Ambos regressaram à sala comunal e pouco a pouco recolheram as petições dos alunos.


Quando Harry chegou ao seu quarto, fechou a porta com os feitiços de proteção e de imediato conjurou um espelho de bom tamanho no meio do quarto e sentou-se na cama.

"O que pensam que estão fazendo? Estão dementes, não posso fazer magia negra dentro de Hogwarts, Dumbledore saberia imediatamente." Exclamou Tom no reflexo. Harry o observava. O Tom que conhecia teria ficado furioso, mas por outras razões, afinal, ele era o que havia criado os Comensais da Morte e desfazê-los não era seu sonho mais ansiado.

"Quer fazer ou não?" Perguntou de repente e o viu duvidar, inseguro. "Estou certo que Dumbledore não se incomodará com uns tantos Comensais da Morte a menos, embora que na verdade não acredito que tenha forma de se inteirar se o fizermos corretamente." Sorriu daquela forma Slytherin que não mostrava muitas vezes... como um Malfoy.

"Está me transformando em um Gryffindor." Exclamou Tom fazendo um biquinho fofo, que fez o moreno de olhos verdes sorrir mais.

"Até que Draco entre por essa porta, você tem tempo para pensar, Tom." Sentenciou Harry, e o jovem do espelho o olhou como se não pudesse crer.

"Harry! É muito pouco tempo para pensar." Levou as mãos aos cabelos elegantemente penteados e com uma espécie de tique nervoso o despenteou de tal forma que Harry teve que piscar várias vezes. O reflexo de Tom começava a parecer-se com ele. O viu caminhar de cima a baixo pelo reflexo do espelho e se arriscou a chegar perto para ver aonde se enfiava cada vez que desaparecia da moldura.

Tom parou uns segundo e levantou um dedo como se fosse pedir algo. O moveu como se estivesse dando os toques finais à ideia e abriu a boca muito antes que fosse necessário falar. Aproximou-se, com uma mão na cintura, de onde Harry pudesse vê-lo e sorriu.

"Harry... Harry... Harry. Se tenho que ceder ao que me pede, ao que esses Slytherins estão pedindo, então quero algo em troca." O tom de voz era sério, assim, Harry imaginou que desta vez Tom não estava pedindo caprichos só para perturbá-lo como das outras vezes.

"O que você quer?" Perguntou com desconfiança.

"Quero..." Titubeou antes de continuar, mas finalmente sacudiu a cabeça com decisão e mirou fixamente o jovem de olhos verdes. "Quero Blaise."

"Quê?" Sussurrou Harry sem entender.

"Quero estar sozinho com ele. Você tem Draco e não me deixa tocá-lo. Apenas posso falar quando me permite. Sei que esse moreno gosta de mim..."

"NÃO!" Exclamou logo o moreno de olhos verdes, espantado com o pedido. "Não pode tomar meu corpo para isso, não tem direito."

"Não disse que vou toma-lo, maldito seja, estou pedindo seu consentimento." Reiterou levantando um pouco a voz.

"A última vez que tomou meu corpo, quase deixou que meia casa de Slytherin, incluindo um Ravenclaw, dormisse comigo. Me fez parecer um... um..." Harry passou a mão pelos cabelos revoltos e começou a caminhar de cima a baixo como momentos antes viu Tom fazer. "Demônios sangrentos, Tom, como pode me pedir isso?" Sentou-se sobre a cama novamente e pousou a cabeça entre as mãos. Ficou assim até que Draco entrou na habitação.

O loiro o viu sentado ali e logo olhou para o espelho. O reflexo de Tom Riddle estava ali, embora não como o recordava. Os cabelos estavam despenteados e em seu rosto havia uma expressão indecifrável, angustia, solidão, desesperança. Dizer que essa cena lhe causava assombro era o de menos. O que o preocupava era a estranha mescla de sentimentos que nunca tinha imaginado no ex Senhor Das Trevas. Caminhou até o espelho e pousou a mão sobre o cristal. Tom levantou a vista em sua direção e para sua surpresa ele se virou e deu-lhe as costas.

"Harry?" O moreno levantou a cabeça se dando conta de sua presença no quarto com algo de assombro, mas nada mais.

"Mmhh?"

"O que foi? Por um acaso discutiram?" Perguntou um pouco confundido.

"Poderia ser."

"Sobre o que aconteceu nas masmorras?" Harry assentiu e suspirou cansadamente. "Creio que alguns suspeitam algo de você. O que me surpreende é que muitos estejam dispostos a enganar seus próprios pais para trazê-los aqui."

"Enganá-los?" Draco assentiu.

"Alguns deles ainda pensam em vingança contra o Salvador do Mundo Mágico. Outros simplesmente estão assustados demais como é perceptível. Imagino que Tom saberá diferenciá-los." Draco aproximou-se de Harry e o abraçou, obtendo uma resposta pouco satisfatória do moreno. "Me diz o que aconteceu. Por que estão os dois como se acabassem de receber a pior notícia do mundo?" Harry se endireitou um pouco, tinha esquecido por completo que o espelho continuava ali. Levantou a mão em sua direção, mas Draco o deteve.

"Não... Ele também está tão triste como você."

"Tão perceptivo como seu pai." Murmurou a imagem de Tom de seu lugar. "É só um pouco de melancolia. Creio que tenho direito de senti-la" Sussurrou amargamente. Harry se agarrou novamente a Draco, ocultando seu rosto no peito do loiro.

"Fique comigo essa noite." Suplicou de repente. "Por favor, não quero ficar sozinho." Draco assentiu e o moreno relaxou levemente entre seus braços.

"Ficarei, mas amanhã falaremos deste assunto. Está bem?"


A manhã seguinte trouxe com ela os sons alegres dos estudantes de Hogwats, enquanto desciam para o café da manhã. Uma exceção a essa regra era um certo moreno de cabelos compridos, que arrastava os pés como se não tivesse desejo de chegar ao salão principal.

"Bley, querido, o que aconteceu?" Uma loira se pendurou em seu braço enquanto tentava que ele apressasse o passo.

"Bom dia, Pansy. Descansou?"

"Tão bem como sempre. Quem me preocupa é você. Pensei que estaria mais alegre agora que o semestre começou novamente."

"E eu estou alegre... muito, muuuuito no fundo, mas estou."

"Huummm, aconteceu algo com você, não pode me enganar. Mas vai me contar enquanto tomamos o café, sendo assim anda logo, não quero sentar do lado de Bullstrode."

"Como você quiser." E se deixou arrastar mais rápido para o salão principal. Ali se acomodaram na mesa de Slytherin e não se surpreenderam quando viram que Draco ainda não tinha chegado. Começaram a tomar o café e depois de poucos minutos viram o loiro se deslizar, com um sorriso enorme no rosto, até o lugar que lhe tinham reservado.

"Bom dia." Saudou, se deixando cair elegantemente em seu lugar.

"Bom dia príncipe. Parece que alguém andou cumprindo seus caprichos toda a noite." A loira murmurou com astúcia. Draco sorriu amplamente e voltou seu rosto na direção da mesa de Gryffindor. Nesse momento o moreno de olhos verdes chegava no seu lugar e se acomodava entre seus amigos.

"Pode-se dizer..." sussurrou enquanto os olhos cinza brilhavam com intensidade. A jovem sorriu e voltou-se para seu outro amigo. Este também mirava a mesa de Gryffindor e Pansy poderia jurar que observava o mesmo jovem que Draco.

"Oh, oh." Pensou para si mesma ao ver o olhar triste nos olhos de cor caramelo. Não podia ser possível que os dois amigos suspiravam pela mesma pessoa. Mas conhecendo Blaise, sabia que nunca seria um estorvo para os objetivos de Draco. Agora entendia o que estava acontecendo com seu amigo. "Mal sorte, Bley." Apenas sussurrou e propôs a si mesma fazer algo para que seu amigo recuperasse seu sorriso habitual.


Essa noite, logo depois das aulas regulares, Harry se encontrava na aula de defesa avançada frente a frente com o professor de poções, que sorria de uma forma peculiar, enquanto deixava pronto o local. "Essa noite, senhor Potter, não será igual à suas aulas normais de defesa." Disse depois de criar a bolha que cobre as paredes, ao começar a criar uma segunda bolha que fez com que Harry arqueasse uma sobrancelha com curiosidade. "Esta noite teremos um convidado especial que ajudará na pratica." Atrás da figura do professor apareceu outro conhecido que o fez sorrir.

"Boa noite, Lucius." Saudou com uma inclinação gentil, que o homem respondeu com um sorriso e um brilho em seus olhos azuis.

"Em guarda." Exclamou Snape de repente e as varinhas de ambos se saudaram brevemente.

Duas horas mais tarde a bolha de proteção finalmente se rompia. Lucius esticou suas costas e rodou o ombro, tendo um cuidado especial com o direito, que em um descuido seu tinha sido brutalmente golpeado contra uma das paredes de pedra. O jovem moreno sorriu levemente enquanto se aproximava e pousava sua mão sobre o ombro lastimado. Lucius abriu os olhos, surpreendido enquanto Snape lançou um olhar que dizia claramente o quão orgulhoso estava do jovem.

"O que eu gostaria de saber é como convenceram Dumbledore a permitir sua entrada." Comentou Harry sem poder conter a curiosidade que o estava preenchendo. O homem levantou o queixo com arrogância enquanto alisava suas roupas, que tinham ficado um pouco bagunçadas.

"Creio que agora temos privilégios que não tínhamos antes." Respondeu Severus enquanto levava a mão aonde costumava ter tatuada a marca negra, e Harry devolveu uma expressão de entendimento. Era obvio que ao homem lhe agradou algumas mudanças.

"Albus não está tão caduco quanto parece." Comentou casualmente o loiro. "Agora que já descobriu com quem está tratando realmente, não vai se arriscar a sermos como inimigos novamente." Severus o olhou com reprovação e Lucius fez uma careta de ofendido. "Sabe que eu tenho razão." Harry não pôde reprimir um risinho divertido e se apressou em se desculpar antes que os dois se esquecessem de que estavam na mesma sala que ele. Quando saiu foi para seu quarto sem esperar o que acabaria encontrando. Uma muito loira Pansy Parkinson estava recostada sobre sua cama o esperando.

"Boa noite, menino de ouro." O saudou com sua graça usual.

"Boa... noite. Como entrou aqui?" Perguntou genuinamente surpreendido, enquanto se aproximava uns passos de onde descansava a jovem.

"Segredo de serpente." Exclamou com sua melhor voz de boneca para finalmente baixar suas pernas ao chão e sentar-se apoiando em suas mãos atrás do corpo. "mas não me interprete mal, só quero conversar um pouco."

"Sobre o que?"

"Digamos que estou aqui representando uns amigos. Espero que não vá pensar que sou uma intrometida."

"Até parece." Sussurrou com sarcasmo enquanto rodeava a cama e ia para o banheiro. "Só me dê alguns minutos." Tentou da melhor maneira possível se pentear um pouco, falhando miseravelmente, mas ao menos ia trocar de roupa. A que estava usando estava chamuscada por causa das maldições de Lucius.

"Tem algo para beber?" Perguntou a jovem dentro quarto, e Harry suspirou.

"Só um segundo." Exclamou desde o banheiro. Teve que se recordar que aquela era a amiga que Draco considerava quase como uma irmã. Não podia simplesmente expulsá-la porta afora de sua habitação, por mais tentador que fosse. Quando finalmente saiu do banheiro, tirou de um pequeno armário enfeitiçado uma jarra de suco de abóbora e amora, e dois copos de cristal. "E o que te traz aqui no meu humilde quarto?" perguntou com serenidade fazendo com que a jovem sorrisse.

"Bom, verás que não sou de interferir nas coisas de Draco, e acredite quando te digo que não o faço. É só que me dei conta de que tem alguém mais... alguém próximo a Draco que também está caído por você, e a verdade é que não o culpo, não depois do que aconteceu na festa da noite de bruxas."

"Se refere a Blaise?"

"Que perspicaz." Exclamou a jovem com fingida surpresa. "Sim, me refiro a Bley. Não tive uma visão clara do que você e Draco têm, mas sei que é genuíno, mas nunca tinha visto Bley assim."

"Se não está se intrometendo nas coisas de Draco, então o que você realmente quer falar comigo?" Perguntou um pouco confuso.

"Não consegue adivinhar? Estou me intrometendo nas coisas de Blaise. Vou ser franca com você, como costumo ser com Draco. Não te interessa um trio, ou algo assim? Escutei que funcionam perfeitamente." Harry tentou não cair da cadeira pela impressão.


Mais um capítulo quentinho! Obrigada por ler. Até o ços.