Título: Em Silêncio
Autora: Suisei Lady Dragon.
Rate: R
Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon
Shipper: Draco/Harry
Gênero: Romance/Aventura
Atenção: Slash, yaoi, bl... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)
Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.
Em Silêncio
Capítulo 37
"Harry..." Draco sussurrou contra suas costas nuas e sentiu um arrepio agradável.
"Mhhhh?"
"Tenho que ir em quinze minutos."
"Não, fique." Ronronou próximo ao seu pescoço e o puxou para si.
"Não posso dormir aqui toda noite".
"Por que não?" Harry se virou, fazendo Draco montar sobre seu corpo novamente. "Por favor".
"Não pense que eu vou consentir toda vez que você disser..." Não pode continuar, pois Harry começou a beijá-lo abaixo de sua orelha, e era uma região tão sensível. "...por favor?" Sentiu o moreno sorrir contra a sua pele e se derreteu. "Por favor" E suas palavras já não eram mais que uma súplica.
"Outra vez não" Severus gemeu, afundando a cabeça na almofada. Do outro lado do quarto um loiro de olhos azuis despertou sobressaltado. Severus se levantou visivelmente enojado e se vestiu tão rápido quanto pode. "Eles não vão se safar dessa vez. Não quando Lucius, sequer está no castelo" Era uma sorte que os salões e os corredores de Hogwarts estavam completamente vazios porque Severus nunca caminhou tão rápido na vida, na verdade... quase corria para a torre da grifinória, com esperança de chegar a tempo de evitar o... inevitável. Porque quanto mais se aproximava, mas febril e ofegante se sentia.
Finalmente chegou as escadas que conduziam aos aposentos de Potter e já frente a porta, deu um forte empurrão que abriu completamente. Para sua completa surpresa e pasma confusão, Draco e Harry só estavam nos braços um do outro. Ambos levantaram as cabeças em sua direção em uníssono, olhando-o curiosamente.
"Levantem-se". Grunhiu. Mas Draco e Harry continuaram olhando-o como se estivesse louco. "Eu disse, levantem-se, agora!" Dessa vez sua voz ressonou com toda a ameaça de que estava a ponto de matar alguém e ambos sabiam que Severus era capaz de qualquer coisa quando estava com esse humor. Se colocaram em movimento tão rápido quanto seus corpos entranhados permitiam.
"Senhor Malfoy, não deveria estar nas masmorras com os seus companheiros?" Draco lhe encarou com olhos grandes e Harry o escutou gaguejar pela primeira vez. "E você, senhor Potter, não deveria estar descansando depois desse dia tão agitado?" Dessa vez foi Harry que corou até a raiz dos cabelos. "Silencio". Sibilou. "Vistam-se, vamos dar um pequeno passeio".
Os encarou satisfeito com o nervosismo que conseguia lhes causar. Quando estavam prontos para sair de frente para ele. "Aonde vamos, senhor?" Draco perguntou, pois apesar de ter um pouco mais de intimidade com o professor, não deixava de falar com respeito.
"Me parece que tem mais energia do que Dumbledore supõe e não vou passar essa noite sentindo como vocês dois gastam as suas energias, não mais". Caminharam em passos largos pelos corredores em uma direção que Draco conhecia. Hogwarts era imensa e nem em sete anos, ocupado com seus estudos como estivera, havia sido capaz de explorar por completo. Na verdade, nenhuma serpente que se preze, vagava sozinha pelos corredores da escola. Harry por outro lado parecia um pouco mais tranquilo. Foi então que percebeu um detalhe e para sua completa frustração sua boca falou antes que sua mente pudesse parar.
"Meu pai não está no castelo. Ouch." Exclamou quando o professor o golpeou com a varinha na cabeça.
"Chega de impertinências, senhor Malfoy." Ambos escutaram perfeitamente a risada de Harry, que tentava em vão, se manter de boca fechada. Ele conhecia os castigos de Snape e seu mal humor, melhor do que ninguém e sabia que o melhor a se fazer quando o homem estava assim era se manter calado e responder somente com frases curtas, como sim senhor, não senhor. "E do que você está rindo senhor Potter?" Ahh, Harry conhecia esse tom muito bem.
"Nada, professor". Se apressou a dizer, baixando a cabeça no mesmo instante e seguindo seu caminho. Severus bufou desdenhoso e continuou com os jovens enquanto Draco coçava a cabeça.
Caminharam até chegar nas masmorras onde Snape os deixou entrar em seus aposentos. "Então, senhores, considerem esse um castigo leve por infringir as regras da escola. Como ainda têm tanta energia, vão me ajudar a corrigir e avaliar os trabalhos de poções que tenho pendentes. Você, senhor Potter, ajudará com os trabalhos da Corvinal e Sonserina e você senhor Malfoy, ajudará com os da Lufa-Lufa e Grifinória." Os encaminhou até uma de suas mesas que estavam cheias de pergaminhos e com movimento de varinha se separaram em quatro grupos, sendo que dois desse grupo passou para Harry e os outros dois restantes, passou para Draco. "Comecem e não tenho que dizer que devem marcar o mínimo de erro."
Fez aparecer duas penas e dois tinteiros com tinha vermelha na frente de cada um. Harry girou os olhos e se deixou cair na cadeira, pegando a pena de imediato e molhando na tinta. Draco o encarou por um tempo antes de fazer o mesmo. Dentro de alguns minutos e ao ver que marcavam de forma satisfatória os trabalhos, os deixaram sozinhos para preparar algo pra beber. Demorou um pouco mas preparou um achocolatado para eles.
Ao regressar, ambos levantaram suas cabeças e Draco sorriu ao ver a pequena bandeja que trazia nas mãos. "hã, hã, não até eu ver o quão longe você avançou". Draco fez um leve beicinho e Harry o encarou curioso. Nunca tinha visto Draco agir tão infantil com nada e isso o confundiu um pouco. Por sua mente passaram aquelas primeiras imagens, quando havia sentido o odor de Draco pela primeira vez no corpo de Severus e uma nova onda, dessa vez de ciúmes, crepitou profundamente em seu peito.
Severus deixou a bandeja sobre a mesa e começou a revisar os pergaminhos. Depois de um tempo indicou que pegassem um copo. Harry bebeu pequenos goles enquanto observava Draco com olhos semicerrados, mas a voz do professor o tirou de suas observações.
"Senhor Potter. Necessitamos conversar sobre algo delicado". Harry colocou seu copo sobre a mesa e depositou toda a sua atenção no professor. "A marca que Lucius e eu temos nos une de uma certa forma, tanto você como Tom." Harry assentiu sabendo a que se referia a união. "Existe alguma forma de não esquecer de encerrar a conexão quando estiver... com o jovem Malfoy?"
Harry se sentiu enrubescer desde os pés até as pontas dos cabelos. "Eu... eu não sabia..." Gaguejou diante do olhar malicioso de Draco e meio enfezado de Severus. "Sinto muito, professor."
"Sei que fará o possível para não voltar a esquecer. Mas essa noite já está tarde e não confio que cheguem aos seus aposentos sem aguentar a tentação, então prefiro que ambos fiquem aqui nos meus aposentos, pela minha paz mental. Tem quartos suficientes." Draco enrugou o cenho, mas não disse nada. Sabia que Severus tinha mais de um quarto nos seu aposentos, mesmo que nunca houvesse perguntado o motivo. "Bebam seu chocolate e os levarei para suas camas"
Terminaram as bebidas, conversaram um pouco mais e logo o professor mostrou onde poderiam dormir. Para desilusão de ambos, o que temiam se cumpriu, o professor separou seus quartos. Harry se limitou a suspirar, pelo menos Draco estaria por perto se precisasse. Severus os viu entrar em seus quartos e fechar as portas, logo, ele mesmo colocou um feitiço nas fechaduras. Se alguém levantasse no meio da noite, ele saberia e estaria pronto. Esperava que o sedativo que havia colocado no chocolate os fizessem dormir, mas com os poderes de Harry era melhor estar prevenido. Com um grande e profundo suspiro se preparou para dormir também.
Harry acordou de madrugada. Assim anunciava o relógio que estava na parede oposta da cama. Não conseguia continuar dormindo, algo não o permitia conciliar o sono novamente. Pensou em levantar e ir até Draco, se aconchegar na sua cama e sentir seu calor, mas estavam nos aposentos de Snape e havia sido mais que claro que não desejava que passassem a noite juntos e se amanhecessem na cama um do outro, com certeza levariam a bronca das suas vidas.
Se levantou de qualquer forma e começou a explorar o quarto, coisa que não havia feito antes de dormir. Descobriu que havia um antigo espelho pendurado em um das paredes e se aproximou. "Tom?" Sussurrou temendo que o ex Lorde estivesse dormindo. Como não recebeu resposta, se aproximou mais e tratou de ver onde estava o reflexo do jovem de olhos vermelhos. Para sua surpresa, o encontrou na cama, completamente escondido sob as cobertas. Como era possível dormir, enquanto ele estava desperto? Nunca havia tido diferença em seus estados. Se Harry estava acordado, Tom estava acordado. Se Harry dormia, Tom dormia. Se Harry estava ferido... Tom também estava ferido, como quando machucou o braço jogando quadribol na partida contra a sonserina.
O observou por um bom momento, a imagem no espelho parecia completamente imóvel, até que o relógio de parede soou como uma caixinha de música. "Tom? É hora de levantar" Murmurou um pouco mais alto quando o jovem se moveu. Tocou o espelho com a ponta dos dedos e voltou a chama-lo um pouco mais alto. "Tom, vamos, não brinque agora" Disse nervoso, enquanto passava os dedos pelos cabelos revoltos. "Vamos, acorda". Sussurrou, começando a ficar impaciente.
Tentou mais uma vez e como não recebeu resposta, começou a tremer. Algo estava errado, terrivelmente errado. "Tom, acorda!" Exclamou confuso. "Acorda, acorda!" Enfatizou cada palavra com um murro no espelho, sem se dar conta que cada vez o fazia mais forte.
A porta se abriu sem que se desse conta e por ela entrou um Draco preocupado por ter escutado os gritos. "Maldito seja! ACORDA!" O espelho se quebrou em mil pedaços sob o seu punho fechado e Draco gritou espantado.
"Harry!" O moreno não havia se dado conta de que tinha o rosto molhado das lágrimas silenciosas que não paravam de cair.
"Por que não acorda?" Soluçou enquanto Draco analisava sua mão. "Tem que acordar, eu estou acordado, por que ele não acorda?" Poucos minutos depois, Severus entrou no quarto tentando decifrar o que acontecia. Viu o espelho quebrado e a mão de Harry ensanguentada.
"Draco, o que aconteceu?"
"Não sei, parece que é Tom" O loiro sussurrou de volta com preocupação, ao ver que Harry não raciocinava e continuava chorando ao olhar através dos cristais quebrados, onde supunha estar o reflexo do jovem Tom.
Draco abraçou Harry com cuidado, afastando-o do espelho quebrado e sentando-o na cama para o aconchegar em seu peito e acariciar seus cabelos negros. O homem de olhos negros saiu do quarto e voltou com um pouco de agua quente, um pano, ataduras e uma poção. Limpou a ferida da mão do jovem que agora parecia um pouco mais calmo.
"Severus... o que está acontecendo?" O loiro sussurrou cheio de preocupação. O professor deu um longo suspiro enquanto terminava de limpar a ferida e começava os curativos, logo depois de passar a poção desinfetante.
"Dumbledore acha... que o feitiço que Harry utilizou para vencer Aquele Que Não Deve Ser Nomeado ainda está atuando, absorvendo a magia que sobrevive no Lorde e que é Tom. Quando o feitiço terminar, provavelmente Tom também deixe de existir dentro de Harry.
"NÃO!" Harry exclamou prontamente. "Não está certo. Não pode ser, não vou permitir que vá."
"Harry... é provável que Tom esteja sofrendo os efeitos da absorção. Ambos já são semelhantes até na maneira de agir. Muito provavelmente, ele acabará se tornando sua imagem no espelho novamente."
"Por que? Quero que fique comigo, para sempre".
"Deve descansar". O professor propôs. "Está um pouco alterado, te trarei uma poção para dormir. Falarei com Dumbledore sobre isso". Não teve que dizer a Draco para cuidar dele porque o loiro o abraçou com mais força enquanto Severus tratava de buscar o que havia prometido.
"Encontraremos uma solução, amor. Só descanse um pouco, vai ver que tudo ficará bem" Nesse momento desejou com todas as suas forças que quem pudesse resolver tudo fosse ele, mas sabia perfeitamente que não teria as habilidades necessárias. Por enquanto teria que se conformar em confortar o menino de olhos verdes que tinha em seus braços, seu coração e sua alma. Lhe deu um beijo na testa e o sentiu um pouco febril. As lágrimas ainda caiam por suas bochechas. Pelo menos dessa vez não tinha liberado seu poder daquela forma descontrolada de sempre. "Tudo vai ficar bem". E dessa vez ele repetiu para acreditar um pouco mais.
"Ron. Não gosto que Harry fique nas masmorras com Draco e Severus. E se acontecer alguma coisa?" Hermione sussurrou para a mimosa que tinha nos braços. Estava quase na hora de Ron voltar ao seu estado normal e por alguma razão sentia que ia estranhar o animal ruivo que brincava de forma imprudente sobre suas pernas, como se nada no mundo importasse. Sorriu, era isso que mais gostava em Ron. Claro que sabia que não era perfeito, mas ela tampouco, embora fosse mais inteligente e confiante de que conseguiria controlar a ameaça ruiva.
Estava no quarto de Harry esperando pelo amigo, mas pelo que viu no mapa do maroto, isso não iria acontecer tão cedo. O que pode ver foi um par de pegadas que se aproximavam do quarto. Pansy e Blaise. Por que a serpente não podia sequer esperar Blaise regressar a normalidade antes de ir atrás dela e como ela sabia que estava ali? Deu um pequeno suspiro resignado e sussurrou as palavras que ocultava o conteúdo do mapa. Deixou Ron sobre a cama e se levantou para abrir.
Encontrou a loira prestes a bater na porta e sorriu com superioridade. "Está me procurando?" A jovem fechou a boca e acariciou a barriga da mimosa que tinha em seus braços.
"Certamente. Posso entrar?" Perguntou calmamente e Hermione novamente se perguntou como a loira fazia para aparentar tanta tranquilidade, mesmo quando sabia que havia sido surpreendida.
"Por que não esperou que seu namorado voltasse ao normal?"
"Porque assim é mais divertido" Disse com um sorriso e Hermione então percebeu que carregava um embrulho que deixou sobre a cama, junto do bichinho. A mimosa ruivo se aproximou de imediato e saltou sobre ele. "Às vezes me pergunto se seu namorado realmente é tão correto como faz parecer" Comentou com normalidade, Hermione ficou corada e se apressou para separar as mimosas. O bichinho a encarou rancoroso e começou a se agitar nos seus braços.
"Ron é impetuoso, muitas vezes age sem pensar. Isso não significa nada."
"Ahh, deixa eles brincarem, Granger, em alguns minutos não serão tão ternos."
"Você pensa em deixar eles se transformarem aqui?"
"E deixar que você veja meu doce Blay assim de graça? Nem louca. Não é melhor fechar os dois no banheiro?" Sussurrou divertida.
Hermione olhou para a mimosa e depois para a loira e um pequeno sorriso iluminou seu rosto. Ambas começaram a rir suavemente enquanto pegavam os bichinhos e os fechavam no banheiro. Pansy fechou a porta e pegou um relógio de bolso que havia levado consigo. Como duas crianças começaram a contar.
"Dez... nove... oito... sete..." Hermione sentia que seu coração ia sair pela boca... estava pregando uma peça em Ron, pela primeira vez. A loira seguia contando. "Sei... cinco... quatro..." E seria a peça da sua vida, a que sempre se recordaria, não pode evitar contar os últimos segundos com um enorme sorriso. Talvez, como Ron era explosivo, sairia do banheiro sem nem lembrar que estava nu. "Três... dois... um... zero." O último número foi um sussurro e ambas encararam a porta do banheiro em expectativa.
Primeiro escutaram um ronronar e logo uma espécie de gorjeio, que se converteu em um grito claramente humano, claramente rouco e claramente Ron Weasley. "AAAAAARRRRRRHHHHHHHHGGGGG!"
Obrigada por ler. Fiquem seguros. Até o próximo.
