Título: Em Silêncio

Autora: Suisei Lady Dragon.

Rate: R

Disclaimer: Os personagens pertencem a J. K. Rowling e a história a Suisei Lady Dragon

Shipper: Draco/Harry

Gênero: Romance/Aventura

Atenção: Slash, yaoi, bl... blá... blá... (Se você não gosta, não leia!)

Sumário: Harry derrotou Lord Voldemort, mas não a Tom Riddle, e quando Lucius ordena que Draco seqüestre o menino-que-sobreviveu, ambos acabam tendo em suas mãos mais do que podem controlar.


Em Silêncio


Capítulo 40

Os bombons de Albus apenas perderam o açúcar. Nada para se preocupar, mesmo o mais velho riu do detalhe. No entanto, ele ainda não tinha permissão para ir ver Harry.

O jovem grifinório estava muito fraco, além disso, havia muitos de seus amigos fora da enfermaria esperando notícias, seria arriscado o Tom aparecer por aí, não por medo de ser reconhecido, mas por causa das perguntas sobre a presença de um aluno estranho. Foi por isso que Tom voltou para seu quarto nas habitações de Severus junto com o mestre de poções e Lucius, que continuaria na escola indefinidamente a pedido, surpreendentemente, de Albus.

Ele não se sentia preso. Ele esteve preso na mente e no corpo de Harry por quase dois anos, vendo tudo através de um vidro. E, no entanto, aquele momento não foi o pior de sua vida. Se Harry quisesse, ele simplesmente o teria deixado enlouquecer, empurrando-o completamente para longe, fechando-o em sua mente sem deixá-lo ver ou ouvir... sem falar com ele.

Agora ele se sentia em paz. Uma paz que ainda faltava Harry, mas pelo menos ele sabia que eles logo se reuniriam, ou isso tinham prometido. Se Tom tivesse tido irmãos saberia que sua preocupação com Harry era a mesma. Mas ele não teve irmãos... nem mesmo amigos para ver como era o sentimento. Petter Petigrew era a pessoa mais próxima de sua família, mas o sentimento era tão retorcido que empalideceu perto do que ele sentia agora.

Foi essa preocupação e aqueles sentimentos estranhos que o impediram de adormecer, apesar de estar exausto.

Algumas batidas tímidas na porta o distraíram de seu tédio e pela primeira vez ele pôde ver com seus próprios olhos dois dos jovens que o ajudaram desde que tudo começou, Pansy e Blaise.

A jovem loira tinha um sorriso enorme, como ele nunca tinha visto antes. Seus olhos estavam enormes e brilhantes, como se ela estivesse prestes a chorar. O jovem de cabelo preto estava atrás dela, e mais atrás Severus soltou um resmungo e os empurrou para dentro da habitação para que ele pudesse fechar a porta.

Ele não sabia se era uma reação sua... ou ele tinha aprendido com Harry, mas ele estendeu a mão para a jovem que correu, puxou-a contra seu peito e a abraçou com força. Por cima do ombro da garota, seus olhos avermelhados encontraram os de Blaise, que o observava com uma timidez incomum no moreno de cabelos compridos.

Ele estendeu a outra mão para Blaise e para seu completo deleite o jovem se aproximou e a tomou, apertando seus dedos com força.

"Que bom poder ver vocês pela primeira vez." Ele murmurou em um sussurro trêmulo. Pansy parecia não querer soltá-lo e foi Blaise quem respondeu.

"É bom que você esteja bem. Estávamos muito preocupados... não sabíamos onde você estava. Foi somente hoje que ouvimos de você." Tom assentiu com a cabeça ao sentir Pansy estremecer em seus braços silenciosamente.

"Não chore, Pansy, estou bem, vê?" Ele disse procurando o rosto da loira e fazendo-a olhar em seus olhos. Ela definitivamente estava chorando e seus lábios estavam fazendo um beicinho engraçado que enrugou todo o seu rosto. "Ei, aonde está aquele anjinho sorrateiro que eu conheço?" Ele sussurrou fazendo a loira sorrir entre soluços mudos. "Aqui está..." Ele beijou sua testa. "Sim, aqui está." Ele repetiu, enxugando as lágrimas com o polegar.

Quase sem saber, ele começou a traçar círculos suaves na mão de Blaise enquanto Pansy o envolvia em um forte abraço novamente.


Draco acordou assustado quando sentiu seu corpo se erguer para frente, perdendo por segundos o delicado equilíbrio que tinha sentado na cadeira. Para seu completo embaraço, ele soltou um pequeno suspiro de espanto e se viu sendo observado pelos pequenos olhos perscrutadores de Poppy Pomfrey.

"Jovem Malfoy, você deve ir descansar, os amigos de Harry estão aqui." Draco olhou para a enfermeira com olhos entrecerrados. Como ela ousava insinuar que ele não era amigo de Harry? Olhou para o objeto de sua insônia que ainda repousava, tão placidamente quanto no primeiro dia em que fora levado à enfermaria. Ele estava prestes a abrir a boca quando o ruivo e Hermione apareceram.

"Malfoy." O ruivo o cumprimentou quando entrou. Ele não sabia quando... ou em que momento, mas os olhos azuis de Weasley haviam perdido aquele brilho ameaçador, aquela violência iminente que sempre acompanhava o olhar que dirigia a ele. A pior parte é que ele não sabia quando a sangue-ruim havia parado de ser a garota Granger e se tornado Hermione. Mas certamente tinha sido entre os gritos de Harry e a visão de ambos se concentrando junto com Vincent para moldar o corpo de Tom Riddle.

Admiração... agradecimento... não sabia, não queria pensar nisso ainda. "Weasley, Granger." Ele retribuiu a saudação com um leve aceno de cabeça de reconhecimento.

"Se você quiser ficar mais um pouco vamos esperar lá fora..." A jovem de grandes olhos castanhos começou a dizer.

"Não... Madame Pomfrey está certa, estou um pouco cansado." Isso e eu preciso pensar sozinho. Além disso, Harry não estava tão pálido como da primeira vez. Os dois amigos de Harry concordaram e Draco se levantou para se esticar um pouco e fazer o sangue circular por suas pernas novamente.

Ele se despediu educadamente com um último olhar para Harry, que ainda estava exatamente igual a última vez que o havia olhado.

O caminho para as masmorras demorou uma eternidade, e se isso fosse adicionado ao cansaço e à dor no corpo, a caminhada foi uma façanha e tanto. Quando ele finalmente entrou em seu quarto, ele soltou um grunhido de aborrecimento. Lá, em sua cama, repousava um bilhete cuja letra perfeita ele podia facilmente identificar. "Vou esperar por você em meus aposentos. Lucius." Suspirou e estava prestes a se perguntar por que ele.

Ele desistiu da ideia de ignorar o bilhete e apenas ir dormir. Ele iria ver o que seu pai queria e então dormiria longa e profundamente.

Caminhou até onde seu pai estava hospedado e foi ele quem abriu a porta do quarto de Severus para ele. "Pai, você queria me ver?" Ele perguntou, tentando soar cortês, mas o cansaço não o permitiu ser muito civilizado, no entanto, ele abriu os olhos surpreso quando em vez dos cabelos loiros platinados de seu pai se viu com cabelos muito pretos.

"Entre." Seu pai o saudou e Draco entrou, seguindo-o até a habitação que servia como seu quarto. Ele podia ver a sombra de um homem em frente à lareira, com cabelos castanhos macios e olhos verdes, que lhe dava um olhar que lhe era familiar.

"Severus?" O homem grunhiu e desviou o olhar, Draco piscou várias vezes antes de seu pai empurrá-lo para o quarto. "Estou um pouco cansado, pai, pode ser breve?" Ele perguntou ainda sabendo que soaria impertinente, mas ele nunca tinha falado tão sinceramente com seu pai antes.

Lucius o encarou por um longo tempo, pelo menos aqueles olhos azuis frios não haviam mudado em nada e ele ainda podia lê-los facilmente. Depois de um tempo, Lucius acenou com a cabeça. "Como está Harry?"

"Ele ainda está inconsciente, mas está se recuperando."

Lucius ficou em silêncio por um longo tempo antes de decidir o que, parecia, ser o que ele queria dizer a ele. Draco viu seu pai, um pouco nervoso pela primeira vez, mas apenas por um momento. "O que eles fizeram foi perigoso. Eles poderiam ter perdido Harry e o Lorde."

"Tom." O jovem loiro o corrigiu e Lucius franziu os lábios indeciso.

"Tom... poderiam perdê-lo também." Draco não disse nada por um longo tempo, não era seu hábito ser impulsivo com seu pai, ele não era um Grifinório, mas um Sonserino e orgulhoso disso. Ele nunca agiria sem pensar, especialmente na frente de seu pai.

"Estávamos perdendo Tom de qualquer maneira." Ele finalmente comentou. "Harry o estava absorvendo." Ele olhou sério para o pai e, respirando fundo, continuou. "Harry o teria seguido... não podíamos arriscar perdê-los sem fazer algo."

"De quem foi a ideia?" Lucius perguntou com alguma curiosidade.

"De Pansy e Hermione. Elas foram as duas que juntaram os elementos necessários primeiro na teoria e depois na prática."

"Uma Sonserina e uma Grifinória por uma causa comum. Interessante." Lucius murmurou. "Mas mulheres... quando elas querem algo, nem importa se são da Lufa-Lufa, elas são perigosas." Ele sorriu e Draco imitou seu sorriso, embora um pouco cansado. "Não vou mais distraí-lo do seu descanso, filho. Você pode se retirar."

"É para isso que você me chamou?" O jovem perguntou incrédulo, incapaz de acreditar que seu pai havia exigido que ele aparecesse apenas para perguntar sobre a saúde de Harry e como haviam planejado tudo.

Lucius então tornou sua expressão mais séria. "Não... não apenas por isso." Ele murmurou se aproximando de seu filho, que já não era mais uma criança... ele já o havia passado na estatura, estava prestes a se formar em Hogwarts e embora tivesse uma figura estilizada demais para um adulto, ele tomava suas próprias decisões sem consultá-lo... e sobrevivia. "Estou orgulhoso de você."


Harry passou cerca de uma semana na enfermaria desde o dia em que foi separado de Tom. Mas nem todos esses dias ele estava inconsciente... apenas três dias. Quando ele acordou, não era Draco, Ron ou Hermione que estava ao lado dele, mas Tom.

"Ei... bela adormecida." Uma voz sussurrou ao seu lado. "É hora de acordar." Ele conhecia a voz, mas não era a de Draco e quando sentiu alguém respirar em seu rosto, sua primeira reação foi se afastar. Ele abriu os olhos perdidos e deu de cara com um sorriso enorme. "Eu sabia que isso iria te acordar." A pessoa ao lado dele exclamou com arrogância.

Harry piscou várias vezes tentando ver melhor em quem estava ao seu lado, sem sucesso, até que o estranho lhe entregou seus óculos e ele pôde ver claramente.

"Tom?"

"Não! É o Lorde das Trevas." Tom exclamou fingindo uma voz sombria e Harry o empurrou fracamente para o que o moreno de olhos vermelhos sorriu. "Você já parece se sentir melhor."

"Sinto como se um testrálio tivesse me atropelado com carruagem e tudo. Onde está Draco?"

"Ei, você me ofende. Estou aqui e você nem pergunta se estou bem." Tom murmurou indignado.

"É claro que você está aqui, você está sempre aqui, Tom! Por que eu deveria..." Tom sorriu, sabendo o momento exato em que Harry começou a perceber o que estava acontecendo. Embora, claro, sabendo que acabara de acordar, era de se esperar que demorasse um pouco para entender que estava falando com o verdadeiro Tom e não com um reflexo dele no espelho do banheiro. "Tom?" Ele sussurrou depois de alguns segundos estendendo a mão para o jovem. "Você está aqui."

"Uh, uh... sem choramingar, herói. Já tive minha dose de momentos ternos para o resto deste ano." Tom murmurou com um meio sorriso quando os olhos de Harry lacrimejaram visivelmente.

Harry acenou com a cabeça, devolvendo o sorriso. "Posso te abraçar?" Ele perguntou com uma voz tímida, mas esperançosa, ao que Tom respondeu dando-lhe o abraço que ele pediu. "Senti a tua falta." Murmurou o rapaz com seus olhos verdes fechados.

"Como você poderia sentir minha falta se você estava inconsciente?"

"Nunca me senti tão só... mesmo quando estava inconsciente." Ele murmurou sentindo, pela primeira vez, o que significava estar unido a alguém pelo amor de sangue. Porque ele amava Draco... mas aquele Tom que o abraçava, o amava como um irmão.

"Mas o que temos aqui?" Harry imediatamente abriu os olhos ao som daquela voz.

"Draco." Ele exclamou com tanta alegria em seus olhos que Tom não pôde deixar de sorrir e se afastar um pouco.

"Eu acho... vou deixá-los sozinho um pouco." Ele disse se afastando passo a passo quando Draco simplesmente caminhou até onde Harry estava e começou a beijá-lo com tanta ternura quanto ele já tinha visto no loiro de olhos claros. Ele finalmente desapareceu atrás da porta da enfermaria sem notificar a Madame Pomfrey que Harry havia acordado.

"Como se sente?" O jovem sonserino perguntou quando finalmente deixou os lábios com os quais parecia querer se fundir. "Você nos deixou muito preocupados." Ele murmurou, acariciando suavemente as mechas de cabelo preto despenteado como sempre.

"Bem... acho. O que aconteceu?" Era óbvio para Harry que eles tiveram sucesso... mas depois que Blaise começou a separar sua magia da de Tom, ele não se lembrava de muita coisa.

"Nada demais... Blaise separou a magia que você estava dando a Tom e a capturou no espelho junto com a consciência de Tom, transformando o espelho em um objeto com magia e consciência. Então Granger transmutou o espelho em um ser vivo de carne e osso... da mesma forma que transmutamos maçãs em gatos. Não sei como não pude perceber antes, a solução era tão simples."

"E não há perigo de que o feitiço de Mione seja revertido?"

"Não... a magia de Vincent e Weasley era para reforçar o feitiço. Ainda assim, você se certificou de que isso não pudesse acontecer sozinho."

"Como? Não me lembro de nada além da dor."

"Talvez tenha sido inconscientemente. Você passou muita magia para Tom e isso, combinado com o que Weasley e Vince estavam dando a ele, selou o feitiço de Granger permanentemente. Dumbledore e Severus confirmaram. Agora tudo o que estamos esperando é que você saia daqui."

Harry estava prestes a responder quando a voz da Madame Pomfrey os interrompeu.

"Jovem Malfoy? Como você chegou aqui?" A mulher perguntou, exasperada por outro aluno ter entrado sorrateiramente no quarto de Harry novamente. Os olhos da mulher se arregalaram ao ver que Harry estava acordado. "Por Merlin, Potter. Ele finalmente acordou. Eu tenho que contar a Albus." A empolgação da enfermeira era tão grande que ela se esqueceu de repreender Draco por entrar sorrateiramente na enfermaria e Harry riu baixinho quando a viu sair correndo.

"Quando você vai entrar furtivamente de novo?" Ele sussurrou para Draco, que sorriu.

"Hoje à noite, se não houver ninguém mais olhando você." O loiro sussurrou de maneira cúmplice.

"Perfeito." E Draco se levantou para beijá-lo languidamente, sem pressa, como se nunca tivessem se separado, como se aqueles dias na enfermaria não existissem, como se fosse a coisa mais normal do mundo. E pela primeira vez Harry pôde sentir naquele pequeno gesto o tipo de sentimento que Draco tinha por ele.

Amor... simplesmente. Independentemente de sua magia, seu poder, seu status, seu título como salvador do Mundo Bruxo.

Sem saber, ele sorriu ainda mais, um sorriso caloroso que se refletiu nos olhos de Draco. "Vejo você em breve, amor." Ele acariciou seus lábios suavemente com seus dedos pálidos e saiu da enfermaria sem a necessidade de olhar para trás como o adolescente apaixonado que ele poderia se tornar. Com a segurança de quem sabe ser amado sem limites.


Enfim, penúltimo capítulo ... obrigado pela leitura.