***HOME SWEET HOME***
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Título: Home Sweet Home
Autora: Sophie Queen
Shipper: Bella e Edward
Personagens: Humanos
Gênero: Romance
Classificação: M - maiores de idade
Sinopse: Depois de ter seu mundo virado de cabeça para a baixo, Bella resolve voltar para sua cidade natal, Forks, que deixou há 15 anos. Entre reconstruir sua vida e relacionamentos passados, o seu maior dilema é encarar seu ex-namorado, Edward.
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Disclaimer: infelizmente Twilight não me pertence, mas essa história sim!
Essa fanfic faz parte do projeto Bella Swan, um presente em comemoração aos 33 anos da Bella. Para saber mais sobre e ver outros trabalhos siga o [arroba]_projetoBS no Twitter.
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PARTE I
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Quem olha para o que construí nos últimos 15 anos, pode ver o quanto a decisão de deixar Forks, uma cidadezinha minúscula no interior do estado de Washington, foi a melhor decisão que já tomei. Eu tinha tudo o que uma mulher poderia querer: a profissão que sempre sonhei, uma bela casa e um marido perfeito.
Quando terminei o ensino médio, com uma carta de aceitação e uma bela bolsa de estudos para uma das melhores universidades do país, não hesitei em aceitar aquela oportunidade única que se estendia à minha frente. Apaixonada e iludida, acreditava que meu namorado de longa data, iria comigo para a costa leste, mas quando enfim revelei meus planos, de me mudar para Filadélfia, ele foi categórico:
"Eu não vou. Nunca tive a intenção de ir pra costa leste, sempre acreditei que nosso plano era ficar aqui! Eu ficarei em Washington, vou para UW, Bella. Você que quer ir para UPenn? Então você deve ir. Eu vou ficar!"
Depois de ter investido 3 anos naquele relacionamento, aquela sentença foi como um banho de água fria. Porém, por mais que eu o amasse — ou acreditava assim —, não podia desistir de uma faculdade da Ivy League, por causa de um romance, que parecia não ter o mesmo valor para a outra parte.
Obviamente que o fim foi triste, mas quando você tem 18 anos, qualquer coisa pode ser triste, principalmente o fim de um relacionamento com a pessoa que você sempre acreditou que seria seu companheiro para a vida. A doce ilusão do primeiro amor, entretanto, por mais que meu coração estivesse partido em mil pedacinhos, segui meu plano e me mudei para a Filadélfia.
A Universidade da Pensilvânia era tudo e mais um pouco do que eu esperava. Depois de 18 anos vivendo em uma cidade com pouco mais de 5 mil habitantes, onde a diversão era a cidade vizinha — que consistia em um cinema e uma lanchonete — ou uma viagem de 4 horas até Seattle ou 2 horas até Hoaquim, aquele mundo que a costa leste me proporciona a era inebriante.
Pela primeira vez em minha vida me sentia viva, mesmo em uma cidade estranha, sem conhecer ninguém, senti pela primeira vez que pertencia a um lugar, e aquele lugar era onde eu sempre tivera que estar.
Pouco a pouco construí uma vida na The Quaker City. Minhas idas para a casa se limitavam ao dia de Ação de Graças ou ao Natal, e sempre quando eu pisava naquele lugar úmido e esquecido por Deus, não tinha qualquer contato com qualquer pessoa do meu passado. Era como se meus amigos de Forks pertencesse a outra pessoa, só mantive contato com um ao longo dos anos, mas mesmo assim, parecia que a cada ano ficávamos mais e mais distantes.
Foi quando comecei meu mestrado em literatura inglesa que conheci meu marido. Alec, que era doutorando em Direito na época, passava horas na biblioteca do campus, onde eu trabalhava, escrevendo sua tese. No começo, acreditei que seus olhares e sorrisos eram um símbolo de reconhecimento e simpatia.
Foram quase 6 meses de olhares e sorrisos trocados, mas enfim, em uma noite chuvosa de abril, ele enfim tomou coragem para me convidar para sair. Não direi que fui uma puritana, nos cinco anos anteriores — desde a minha chegada a Philly, mas também não era o tipo de garota que no primeiro encontro já ia para cama com o cara —, mas com Alec as coisas aconteceram de uma forma que não esperava.
A química entre nós era inebriante. Claro, não era como foi com meu primeiro namorado, mas acreditava, que para a vida adulta, aquilo era o que se chamava de química. De completude, companheirismo, o entrelaçamento de uma alma. E por mais que fôssemos completamente o oposto um do outro, de alguma forma estranha dávamos certo.
Ambos éramos ambiciosos, ele tinha seus objetivos profissionais bem delineados — quase como uma herança de família — e, eu, com os meus próprios objetivos. E por mais, que eram caminhos tão diferentes, nossas ambições em nenhum momento foi um empecilho, na realidade era nosso ponto de equilíbrio.
Alec, era o tipo de rocha que qualquer pessoa queria em sua vida, ele me dava o apoio necessário para que me tornasse a editora de uma das editoras de livros mais importantes do país, e eu o apoiava incondicionalmente na sua carreira como juiz.
Nas nossas diferenças e nas nossas similaridades, éramos perfeitos um para o outro.
Deste modo, foi natural que depois de 5 anos de namoro, optamos por casar. Na época, com quase 27 anos, acreditava que aquele era o passo correto a tomar. Estávamos com empregos excelentes, com uma vida financeira confortável, então porque não começar a construir uma família?!
Apesar de ter tido uma vida relativamente confortável, nunca fui rica. Meu pai era o xerife da minha cidade natal, minha mãe uma professora de jardim de infância, seus empregos modestos não proporcionaram férias anuais na Disneylândia ou na Europa, mas eu fui uma criança e uma adolescente muito feliz, sempre tive tudo o que quis, desde que estivesse no limite do possível para a vida financeira dos meus pais.
Muito ao contrário de Alec, que veio de uma família rica. De uma longa geração de juízes da Suprema Corte e de empresários da indústria automobilística. Seu pai era presidente da Suprema Corte, enquanto sua mãe era a única herdeira Fiat Chrysler. Antes dos seus 20 anos, ele já conhecia todo o mundo, fazia viagens internacionais a cada final de semana. Uma vida de luxo e mimos extremos.
Mesmo as diferenças gritantes em nossos padrões de vida, impediram que nos apaixonarmos e construir algo só nosso. Nossa casa em um dos melhores bairros residenciais da Filadélfia era linda e confortável. Era nosso refúgio, vivíamos felizes ali, construindo uma vida em harmonia.
E era nesse conforto apaziguador, que realizamos um jantar de comemoração aos nossos 4 anos de casados. Minha família, que tinha grandes ressalvas a família de Alec, não pode — ou melhor, não quiseram — comparecer, por isso nossos convidados se resumiam a família de Alec e alguns amigos deles, já que os meus inventaram desculpas pouco convincentes para estarem presentes.
Não que realmente me importasse, depois de mais de uma década vivendo na Filadélfia, os poucos amigos que conquistei, não se sentiam confortáveis com a família exuberante e arrogante do meu marido, possivelmente faríamos uma reunião mais informal nos próximos dias.
Nossa casa estava brilhando com as luzes acesas, e as taças de cristal tintilando. O perfume das ervas utilizadas pelo chef que contratamos para preparar o jantar deixava os aromas ainda mais envolventes. As rosas e peônias em tons de rosa, lilás e vinho davam uma sofisticação a decoração elegante e fina. E, apesar do frio congelante que varria a costa leste naquele começo de dezembro, a lareira crepitando e as conversas no interior da minha casa, davam um verdadeiro aconchego.
Diversos grupos de conversas se espalharam pela casa. Em um canto, Alec, conversava com a irmã, Jane — que nunca foi muito favorável a minha pessoa, e nem eu com ela —, o cunhado, Demetri e Heidi, uma das melhores amigas de Jane.
Em outro, Aro, pai de Alec e seus irmãos Caius e Marcus bebiam uísque e falavam sobre algum caso que vinham trabalhando recentemente. As esposas deles, Sulpicia, minha sogra, Athenodora e Didyme, fofocavam sobre algum membro da sociedade que conheciam.
Já eu, estava em um canto mantendo uma conversa educada com Felix, noivo de Heidi, Afton e Renata, amigos de Alec dos tempos da faculdade de Direito. Como nenhum dos meus pouquíssimos amigos, puderam comparecer ao jantar, tentava ser sociável com os amigos e familiares do meu marido, o que era sempre uma tarefa árdua.
— Isabella! — a voz suave, autoritária e venenosa do meu sogro, Aro, me chamou de onde conversava com seus irmãos. Sabendo que aquele convite, era mais como uma ordem para ir até eles, pedi licença aos meus convidados dos quais fingia que interagia e segui até os três.
A família de Alec era abençoada por uma genética única. Todos tinham a pele de um pálido opaco que parecia papiro, seus olhos eram um misto do azul flamejante com pontos cor de avelã. Até mesmo minha sogra, tinha olhos similares, deixando sempre uma impressão esquisita em mim.
Mas a característica que os deixavam mais perturbadores, não eram seus cabelos escuros ou loiros que pareciam ouro, mas sim a arrogância e a fluidez aristocrática, que fazia todos e qualquer um sentir-se diminuído ao estar próximo.
— Isabella! — exclamou novamente Aro quando me aproximava, agarrando minhas mãos com tanta voracidade que parecia que ele fosse capaz de ler cada mínimo pensamento que já tive em minha vida. — Que lástima que a doce Renée e o bravo Charlie não puderam compartilhar esse momento conosco. Meu querido irmão Marcus gostaria de conversar um pouco com seu pai sobre a força policial que ele comanda na sua cidade.
Sorri pesarosa para meu sogro, em seguida para o tio de meu marido, que foi um importante membro da CIA, até se aposentar recentemente. Entretanto, Marcus, nunca passou a impressão de ser muito caloroso ou receptivo, sempre mantendo-se a distância e com uma postura blasé, e provavelmente conversar com meu pai sobre os três homens que ele chefiava na delegacia de Forks, era a última coisa que gostaria.
— Essa época do ano é sempre complicado para minha mãe na escola. Recital de Natal, preparação para o recesso de fim de ano, preparação para o próximo semestre. — dei de ombros, não querendo relatar cada mínimo detalhe que poderia ser enfadonho da humilde profissão da minha mãe. — E meu pai odeia deixar minha mãe para trás.
Aro jogou seus cabelos pretos para trás e gargalhou estrondosamente, mas com palpável falsidade.
— Certo o seu pai, deixar uma mulher como sua mãe sozinha seria assinar um atestado de burrice. — pontuou com um olhar provocador em seus profundos olhos azuis com detalhes em avelã.
— Vocês irão para Washington para as festas? — perguntou Caius, com malícia. O irmão caçula de seu sogro, nunca foi muito simpático ou amigável, principalmente com ela, por isso tentava manter as conversas sempre curtas com ele.
— Não esse ano. — respondi lentamente. — Tenho uns prazos de edição para cumprir e Alec tem que resolver algumas coisas no tribunal, ficaria muito cansativo irmãos até a costa oeste. — dei de ombros.
O irmão loiro de meu sogro, fechou os olhos em fendas e me encarou. Esperei a ofensa que viria em seguida, como sempre algo denegrindo minha profissão ou então a minúscula cidade de onde vim, tal como minha cunhada Jane, fazia em todas as oportunidades; mas, felizmente, o sous-chef veio me procurar dizendo que o Chef estava pedindo que fosse até a cozinha para aprovar alguma coisa.
Suspirando aliviada, pedi licença aos três e segui sem pressa para a cozinha. Como um abençoado bálsamo, a conversa com o chef foi longa, já que sempre fui fascinada por gastronomia e aproveitei o momento para extrair algo novo do cozinheiro. Mas sabendo que não poderia ficar ali para sempre fugindo dos "meus" convidados segui novamente para a sala.
Os grupos de conversas haviam mudado muito. As esposas dos Volturis mais velhos, continuavam sua fofoca, enquanto Aro e Marcus, conversavam em um canto. Jane e Demetri agora conversavam com Caius — os três mantinham aquele sorriso arrogante e um olhar conspiratória. Felix, Afton e Renata, continuavam conversando, mas a conversa estava muito mais sussurrada e com uma pesada aura de sedução.
Imediatamente senti um arrepio percorrer meu corpo. E instintivamente procurei Alec com os olhos, não o encontrando em nenhum lugar. Franzindo o cenho encontrei o olhar de Jane que estava em um misto de desafio e riso, como se exigisse que eu fosse até ela questionar onde estava o meu marido.
Eu sabia que era um erro, mas algo me impelia a ir até ela — a pessoa que desde o momento que me conheceu, pareceu tomou como missão me odiar —, mas sendo a mulher confiante que era, fui.
— Jane… — falei o mais suavemente possível. — Sabe onde está o Alec?
Seu sorriso felino e malicioso, arrepiou até mesmo a minha alma.
— Oh Bella! — seu tom não era só de falsa surpresa, era de ódio e um prazer mórbido. — Ele foi atender uma ligação no escritório.
Seu sorriso era ardiloso, assim como o de Demetri, seu marido, era como se ambos compartilhassem um segredo terrível, porém, mesmo ignorando meus instintos, que gritavam para fugir dali e não olhar para trás, tentei sorrir compassiva para a minha cunhada.
— Obrigada Jane. — quando comecei me afastar em direção ao escritório do meu marido, o sorriso ardiloso daquela cobra parecia aumentar.
Mais uma vez, um arrepio de terror, medo e antecipação percorreu minha espinha, porém ignorei. Era como se meu próprio espírito estivesse me preparando para o que vi, quando entrei no escritório de Alec.
Heidi, com seus belos e fartos seios expostos, estava de joelhos com o pau do meu marido em sua boca. Alec por sua vez, enterrava seus dedos nos cabelos castanhos claros e murmurava uma sequência de obscenidades que fazia até mesmo meu íntimo se contorcer em desejo. Afinal, em quase 8 anos juntos ele nunca agiu tão apaixonado, tão voraz, com tanta necessidade e desejo comigo, aquilo fez com que o instinto feminino se encolhesse em mágoa e ressentimento.
Fechando os olhos e tomando uma respiração profunda — e principalmente vestindo a melhor máscara de frieza que podia reunir —, me fiz presente naquela sala que exalava desejo e sexo. Foi quase 30 segundos até que os olhos azuis de Alec encarassem os meus castanhos, mas quando o fez o temor que brilhou em suas íris, bem como o arrependimento foi o que me deu força para dizer algo, que nem mesmo eu sabia que ansiava em falar até aquele momento.
— Eu estarei em meu escritório, depois que você dispensar sua família e amigos, primos conversar sobre nosso divórcio. — minha voz apesar de incisiva, era forte, como se tivesse conversando com um dos autores que trabalhava diariamente, entretanto, naquele ápice de frieza recém adquirido encarei os olhos verdes claros de Heidi, que ainda estava completamente paralisada em completo choque. — Seus seios são lindos Heidi. — a mulher rapidamente tentou se cobrir, enquanto Alec guardava o seu pau em suas calças e ia até onde eu estava.
— Bella… — ele começou, mas palidamente levantei minha mão para interrompê-lo.
— Poupe seu fôlego Alec. — aquele tom de frieza estrangeira ainda me envolvia, não sabia até que momento continuaria com aquela máscara, mas não podia deixar de dizer que era prazeroso ver o olhar assombrado do meu futuro ex-marido. — Quando todos forem embora venha me procurar para conversarmos. — lancei um olhar por todo o corpo dele, sorrindo enviesado em um momento de puro masoquismo que me dominava. — Acho que você precisa cuidar disso, antes de enfrentar sua mãe. — apontei com o queixo sua ereção, antes de virar e caminhar decidida para o meu escritório.
Assim que fechei a porta do meu escritório, e o calor caloroso da pequena lareira a gás em um canto e o perfume dos meus inúmeros livros me dominou, um suspiro exasperado que nem sabia que estava segurando escapou por meus lábios.
Eu sabia que meu casamento não estava muito bem nos últimos meses, quiçá anos, mas sempre coloquei essa carga nas ambições profissionais que tanto Alec, quanto eu tínhamos. Era verdade, que pouco tínhamos tempo um para o outro. O sexo, por mais absurdo que seja assumir, era algo metódico e quase com horário marcado, há tempos não fazíamos algo espontâneo, e da mesma forma fazia tempos que não estávamos mais apaixonados um pelo outro.
Sorri para com minha própria constatação, tirando aos chutes o sapato de salto que usava, enquanto me acomodava não minha poltrona preferida, e por mais que devesse estar atordoada — algo que talvez eu esteja, pois era a única forma de justificar a frieza que me dominava —, eu não sentia nada. Saber que meu casamento estava nos seus últimos minutos não despertava nada em meu âmago.
Quase instintivamente encarei meus anéis de casamento, que adornavam meu dedo esquerdo. A aliança de ouro branco cravejado de diamantes era ostensiva e exagerada, era um farol, mas não do tipo apaziguador, mas do tipo que deixava tudo mais pesado. O mesmo podia se dizer pelo anel de noivado que um dia Alec me presenteara.
O diamante que adornava o anel era imenso. Rebuscado e cheio de adornos, aquele anel nunca foi feito para ser discreto ou confortável — eu que o diga, de quantas vezes havia enroscado ou me machucado com aquela peça —, sua própria presença era a prova da diferença palpável da realidade em que nossas famílias. Aquela era uma jóia de família, Sulpicia um dia me dissera com amargor, foi um presente dado por um rico czar a sua avó, como uma promessa de casamento.
O rico czar, jamais casara com a bisavó de Alec — uma grave doença o afligiu alguns meses depois de presenteá-la com o anel —, mas a joia continuou na família, como uma forma de mostrar como eles sempre estiveram a meros passos de estar envolvidos com a realeza. Aquele anel era um claro aviso de mal gosto de que ela nunca foi adequada ao marido.
Com um alívio na alma, tirei para sempre aquele anel tão ostensivo e inadequado. Instantaneamente todo meu corpo sentia-se mais leve. Como se todo aquele peso, aquele mal estar de pertencer à família de Alec enfim se esvaísse. Eu não sabia que queria, que precisava ser livre, até estar livre daquele anel. A mão sem aquele adorno, sentia-se mais leve, mais suave, mais limpa.
Estava tão perdida em minhas próprias reflexões sobre o que estava a momentos de acontecer com minha vida, quando uma batida suave na porta me indicou que Alec, estava enfim pronto para conversarmos. Respirando profundamente, segui para a porta.
Os cabelos escuros de Alec estavam bagunçados, como se ele tivesse corrido os dedos por aí ou até mesmo os puxados, seus olhos azuis estavam vítreos e sua pele pálida estava vermelha. Sua camisa estava desabotoada e as mangas enroladas até os cotovelos. Meus olhos admiraram o rosto dele, e sem qualquer reconhecimento passei por ele e caminhei em direção a sala — um lugar que considerava neutro o suficiente para conversarmos.
— Bella… — ele começou com a voz pesarosa, mas o interrompi:
— A quanto tempo?!
Seus olhos que encaravam meu rosto ficaram desfocados, e um vislumbre de vergonha brilhos nos olhos azuis.
— Quase um ano. — respondeu com sinceridade, sentando-se na poltrona em frente de onde estava.
Assenti com a cabeça. Um silêncio pesado recaiu sobre nós.
— Por quê?! — era uma pergunta tola, eu sabia, mas eu precisava saber aquilo, aquela talvez fosse a sentença mais importante de toda noite.
— Eu não sei Bella. Um dia eu estava estressado do trabalho, você não pode me acompanhar a um jantar, Heidi se ofereceu e… aconteceu. Não foi algo que decidi conscientemente, só… aconteceu. Não posso culpar você por isso, jamais faria isso, a culpa sempre foi minha nunca dei tudo para ser um bom marido para você. — confessou com sinceridade.
E como naquele momento toda sinceridade estava sendo exibida, confessei:
— Eu também não fui uma boa esposa para você. — e parecia que depois de uma longa tempestade, enfim eu pudesse respirar com facilidade. — Nosso casamento já estava fadado antes de tudo isso, Al. — sorri com sinceridade. — Foi incrível esse tempo que estivemos juntos, mas acabou.
Ele acenou com a cabeça em concordância.
— Você sempre vai ser a melhor parte da minha juventude. — ele disse com carinho.
Nossa conversa foi civilizada. Apesar da dor de uma traição e do fim de matrimônio, em nenhum momento agimos como selvagens — claro, se fosse pela minha ex-cunhada, Jane, teria sido um verdadeiro banho de sangue, mas Alec, felizmente não era nenhum pouco parecido com a irmã —, nosso divórcio foi feito com bons termos. Concordamos em vender a casa que um dia compramos juntos, e como um último presente, Alec deixou que ficasse com todos os rendimentos dessa, junto com uma boa quantia de dinheiro.
"Uma compensação por tudo". — ele havia me dito quando estendeu o cheque com uma soma de dinheiro considerável, e mesmo querendo recusar, ele não aceitou, por fim eu sabia que era mais inteligente aceitar aquela oferta.
Mesmo com a facilidade que o processo de divórcio corria, por ser quase véspera de Natal, tudo se tornou meio lento, e por mais que não fosse meu plano ir para Forks para a data, me vi arrumando uma pequena mala — no flat que agora vivia —, e reservando um voo para o estado de Washington no dia seguinte.
Seis longas horas de voo e mais quatro que conduzi um carro alugado pelas estradas molhadas e ligeiramente congeladas que me levavam para o interior do estado verde. Em uma cidadezinha que mesmo depois de me mudar há 14 anos, nada havia mudado.
As mesmas ruas, os mesmos caminhões que carregavam as toras de madeira para todo o país, as incansáveis e incessantes árvores. A loja de artigos esportivos dos Newton na entrada da cidade, a delegacia que meu pai era o xerife, a única lanchonete da cidade, a igreja, a escola, o mercado, tudo… Forks continuava igual de muitas maneiras.
Quando parei o sedan que dirigia em frente da casa branca e cinza em que passei metade da minha vida, um sorriso de acalento, de calma. Uma chama de paz cresceu no meu corpo. Tomando uma longa respiração profunda — sentido o peso de estar no meio da natureza, depois de tanto tempo —, caminhei decidida em direção a entrada da casa dos meus pais.
Porém, mal tive a chance de bater na porta, antes que essa abrisse e revelasse meu pai, ainda com o uniforme de polícia, sua bigodera espessa e um sorriso que era um misto de alívio e felicidade em me ver.
— Bells?! — ele exclamou com aquela voz retumbante. — Não estávamos te esperando para o Natal.
— Charlie! — a voz de minha mãe repreendendo meu pai, por estar surpreso em me ver fez com que nós dois ríssemos. Mesmo não querendo, meu pai não conseguia deixar de ser direto, sempre seu lado policial falava mais alto, até mais que o lado pai.
— Mas é ótima tê-la para o Natal, menina! — disse com aquele vozeirão animado, claramente para que minha mãe ouvisse.
— Oi pai. — cumprimentei, dando-lhe um abraço de um braço. — Eu também estou feliz em estar aqui para o Natal.
E realmente eu estava. Rápido demais eu percebi que estar do outro lado do país sem nenhuma família e pouquíssimos amigos — que já tinham planos para o Natal —, não era uma opção. Nem mesmo um saco de pretzels e um garrafa de vinho se mostraram suficientes para apagar a rota de tristeza e autopiedade que entrei, então foi por esse motivo que estava ali agora, no calor açucarado da casa dos meus pais, no frio e na umidade de Forks, que eu tanto odiava.
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A questão é que Forks era muito pequena, e em pouco mais de 24 horas, os 5 mil habitantes da cidade já sabia que estava ali. Tudo graças a maior fofoqueira da cidade: Jessica Stanley atualmente Jessica Newton, uma garota que foi para a escola comigo, que vivia se ressentido com qualquer pessoa por quem seu atual marido conversasse. Não é que eu não gostasse dela, mas também não desgostava, principalmente quando seus olhos de coruja voaram para minha mão — óbvio que a notícia do meu divórcio já havia alcançado todos ali, teria uma conversinha com minha mãe sobre aquilo.
— Bella Swan! — ela exclamou com uma voz anasalada e melosa. — Quantos anos! Philly tem te feito muito bem, está com uma pele! — seu sorriso cheio de dentes era tão falso, quanto os olhos verdes que ela usava desde os tempos do Ensino Médio.
— Oi Jess. — sorri, sem muita empolgação. — Não se engane, é o ar puro de Forks que faz isso. — repliquei, tentando disfarçar um elogio, se é que pudesse dar um a ela. Ela pareceu aceitar, pois jogou seus cabelos para trás e se empertigou com arrogância.
— Fiquei sabendo o que aconteceu com você no Ação de Graças. — emendou com ar de especulação. — Espero que você… — mas o que ela esperava, ficou perdido porque a voz alta e única de Rosalie Hale tomou todo o pequeno corredor do supermercado.
— Bella?! Sua cadela! Por que não me avisou que estava na cidade?! — Rosalie, apesar de não manter tanto contato como deveria, era uma das únicas pessoas que ainda tinha o que poderia ser chamado de amizade.
Esbocei um sorriso de desculpa para Jessica, e me virei para encarar a loira escultural que por anos foi minha melhor amiga e confidente, porém me surpreendi em perceber que Rosalie, que era cheia de curvas e portadora de um corpo de dar inveja, estava radiantemente grávida. Se ela era linda antes, grávida, ela era estonteante.
— Andou dormindo sem calcinha por aí, Rose?! — provoquei com um sorriso enviesado.
— E quando eu não faço isso?! — o brilho em seus olhos azuis era divertido, mas o anel de noivado em seu dedo, era a prova de que fazia muito, mais muito tempo que fazia uma ligação para ela.
— Você pelo menos sabe quem é o pai?! — questionei a abraçando. Seu riso era contagiante quando ela respondeu.
— Felizmente sim. Uma pena que tivemos que colocar o pão no forno para que ele me desse isso! — exclamou mostrando o anel de diamante em seu dedo.
— Wow! Royce sabe escolher bem! — exclamei surpresa.
— Royce?! Bella, faz um ano que terminei com aquele traste! — replicou. — Sério que você nunca me ouve quando faço aquelas longas ligações no seu aniversário?!
— Desculpa?! — ofereci meio incerta, no mesmo instante que uma voz grossa e retumbante soou no corredor chamando a loira.
— Rose, querida, eu não lembro se era de Amêndoas ou Macadâmia o leite que você toma.
Jessica que ainda estava no corredor, rolou seus olhos e mandou uma simples despedida em minha direção, principalmente ao ver o olhar apaixonado que Rosalie dava a ninguém menos que Emmett McCarthy.
— Emmett?! — sibilei com os lábios para Rose, ela apenas arqueou uma sobrancelha como se não fosse nada. O fato que era.
Emmett McCarthy sempre foi o sonho de qualquer menina que já frequentou a Forks High School entre 2001 a 2004. Ator infantil e adolescente que fez fortuna com filmes da Disney, antes de abandonar tudo quanto fez 22 anos.
— Porque você acha que dormi sem calcinha?! — murmurou a loira com uma piscadela em minha direção.
Só consegui rir, porque aquilo era típico de Rosalie.
— Sim, tudo fica muito claro. — concordei.
A questão é que Emmett, era ainda o crianção que me lembrava — apesar de ele ser mais próximo do meu namorado na época — minhas poucas lembranças dele, eram do mesmo cara cheio de carisma que conquistara o mundo aos dois anos. Seu sorriso e sua energia era um poço infinito de positividade, o que fazia muito sentido do porque ele foi atraído para Rosalie, que fazia qualquer uma ao seu lado se abrir ainda mais, ser forte, destemido.
Apesar de querer passar um tempo conversando com os dois, eles não podiam se dar o luxo, tinham um jantar para ir, então com promessas de nos encontrarmos para tomar um chá, me despedi deles.
Conforme eu voltava para a casa dos meus pais, eu lembrei que por mais que ansiasse deixar Forks, eu nunca odiei aquele lugar, ele só era limitado demais para mim. Pelo menos era o que eu pensava quando tinha 17 anos, mas será que era ainda?!
Aquela era uma pergunta que não me deixava refletir muito, mesmo que ela estivesse ali pairando na baía do meu pensamento a todo momento, mas principalmente quando caminhava despreocupadamente pelas florestas que circundam a cidade, que davam uma paz de espírito, que até mesmo eu, tinha que concordar que era bom.
Foi em um passeio desses, um dia antes do meu retorno a Pensilvânia, em que caminhava à margem do rio Calawah, que vi o pequeno chalé que um dia pertencera a Alistair Powell com uma placa de venda.
Longe da rodovia, somente com o som das árvores, dos pássaros e do rio a poucos metros, aquele lugar parecia ter saído de um conto de fadas. Evidente que o lugar precisava de uma boa reforma — parecia que metade da casa estava prestes a cair —, mas algo naquela propriedade fez algo em meu âmago clamar para que eu a abraçasse. Quase em um ímpeto tolo, tirei uma fotografia do contato do corretor de imóveis que administrava a venda, e sem olhar para trás retornei ao meu carro alugado.
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O ano se iniciou mais pesado do que eu esperava. Meu divórcio com Alec foi assinado, a casa que um dia dividimos havia sido vendida, e eu era alguns milhões de dólares mais rica. O loft que estava vivendo desde dezembro era confortável e agradável, mas não me sentia em casa ali, era como se as paredes fossem se fechar em torno de mim. Na verdade, era como se a Filadélfia de modo geral, não fosse mais um lar para mim. E cada dia que se passava eu me sentia mais sufocada ali.
Com meu emprego, que era feito a maior parte por home office, com algumas reuniões presenciais mensais, não havia uma necessidade real de continuar vivendo ali, por isso, que comecei a procurar casas ou apartamentos para comprar em cidades próximas.
Trenton, Lancaster, Baltimore, DC, até mesmo Nova Iorque, mas nenhum daqueles lugares parecia dar o que eu procurava, era como se nenhum deles me desse a sensação de casa que tanto ansiava. Sabia que era bobo procurar essa sensação, mas eu não conseguia afastar isso. Era como se precisasse de algo que sequer sabia que precisava.
Foi em uma tarde fria do final de fevereiro, em que procurava a arte da capa que um autor que trabalhava havia idealizado para conversar com o designer que desenharia a mesma, que vi o contato do agente imobiliário daquele chalé em Forks, hesitando por apenas um minuto, decidi que talvez era a hora de voltar para casa.
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Alice Brandon, a agente imobiliária, era a própria força da natureza. A mulher — que só havia conversado por telefone ou vídeo chamada —, parecia ter uma energia inesgotável, sempre animada e empolgada.
O negócio foi feito com agilidade — a família do Sr. Powell, estava ansiosa para se desfazer do chalé e dividir aquele último bem do homem —, mesmo que Alice afirmasse que eu iria gastar algumas centenas de dólares em melhorias na casa, mas mesmo com o peso de uma possível reforma assinei o contrato de compra.
A pequena mulher, que era incrível, me fez uma longa lista de perguntas sobre o que queria na casa, e disse que tinha uma conhecida que era arquiteta e ansiava em projetar aquele chalé. Apesar da minha desconfiança, Alice prometeu que só teria que pagar algo, se eu aprovasse o projeto, entretanto, quando ela me mandou o projeto quinze dias depois — respeitando todos meus desejos e anseios —, decidi que era isso que queria para a minha casa.
— É perfeito Alice! — exclamei, vendo ainda em um tipo de loop infinito cada ambiente projetado. Era como se cada pedacinho da minha personalidade estava presente ali. Era tudo o que eu queria e não sabia que eu queria. Observando aquilo, eu vi que ali estava o lar que ansiava.
— Eu sabia que você ia amar Isabella! Esme é incrível! — assim que o nome saiu dos lábios de Alice, meus olhos deixaram a imagem do projeto que ainda admirava e encarei aqueles intensos olhos castanhos com pintas verdes pela tela do computador.
— Quem?! — perguntei. Meu coração batia em meus ouvidos.
— A arquiteta que trabalha na empresa do meu noivo, Esme Cullen, ela é uma senhora de uns 50 e poucos anos, mas ela é tão talentosa! — a mulher de cabelos curtos espetados, pele clara e olhos grandes, com um sorriso gentil parecia exultante.
E ali estava, um nome que eu evitava ouvir nos últimos 15 anos: Cullen. Esme, a mulher que em uma outra vida poderia ter sido minha sogra. Meu coração palpitava ruidosamente, tanto que mal consegui ouvir o que Alice continuava dizendo:
— Ela me disse que sempre sonhou em reformar aquele chalé, desde que o filho dela era adolescente. Algo como ela sempre vendo ele e a namorada vivendo ali, ou algo assim. — ela fez um gesto com a mão, com uma gargalhada em seus lábios, obviamente aquilo era uma piada entre Esme e Alice. — De qualquer maneira, ela amou todas suas referências, então foi fácil para ela conhecer um pouco a sua personalidade e tentar fazer algo a partir do que ela achava que combinava com você…
Alice tagarelava, mas eu me perdi naquela conversa. É claro que Esme lembrava de quando eu falei, que gostaria de viver no chalé do Sr. Powell, pois ali eu via um verdadeiro conto de fadas, em que teria ao lado do seu filho.
— E qual nome você deu para ela? — perguntei com a voz trêmula. Alice franziu o cenho confusa. — Você disse o nome da sua cliente para ela?!
Alice sorriu travessa.
— Esme e eu fazemos uma brincadeira: ela nunca quer saber o nome do cliente, só quer que eu lhe entregue as inspirações e fale das minhas opiniões sobre a pessoa, aí ela batiza cada projeto com um específico. — ela deu de ombros. — Você não viu que o seu se chama Chalé dos Sonhos?!
De fato, uma bela placa estilizada marcava a entrada da casa no projeto. Aquilo era tanto Esme, que mesmo temerosa em enfrentar o passado sorri com aquilo.
— É perfeito! — disse, vagamente emocionada.
— Que bom! — exclamou animada. — Se você quiser posso encaminhar seu projeto para Midnight Sun Constructions, para eles orçarem tudo e começarem as obras, o que você acha?!
Sorri diante da sua animação.
— Olha Alice, qualquer coisa que você me dizer eu concordo, você é… genial! — sorri para ela. Os olhos castanhos esverdeados da mulher brilharam.
— Sabe, Isabella, acho que seremos boas amigas, quando você vier morar em Forks. — disse com um ar de premonição.
— Eu também acho Alice, mas só se você me chamar de Bella. — repliquei com um sorriso, sendo recebido por um imenso dela.
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A questão era que me mudar para o estado de Washington foi mais fácil do que sequer eu supunha. Ainda teria que vir todo mês para reuniões na editora, mas todo o outro trabalho eu poderia fazer remotamente. Porém, o maior problema em retornar a Forks, era onde eu ficaria enquanto meu chalé não ficava pronto.
Por mais que meus pais fossem boas pessoas e eles estariam mais que dispostos em deixar que eu ficasse com eles, voltar para casa estava fora de cogitação. Assim como morar em apartamento sobre alguma loja seja no centro de Forks ou em Port Angeles. Alugar uma casa, por mais tentador que fosse, mostrou frustrante: todas eram grandes demais, velhas demais, pouco receptivas.
Foi quase com um suspiro de derrota, que em uma noite procurando algo para assistir que encontrei a solução no HGTV: uma Tiny house. Inspirada por aquela solução, procurei como faria para ter uma dessas pequenas casas que davam toda a mobilidade necessária, mas com um conforto extremo.
Com minha mudança rumo a Forks por uma transportadora, duas semanas depois eu estava pousando em Seattle, comprando uma caminhonete para poder rebocar minha pequena casa para Forks, onde eu tinha o plano de estacionar no grande quintal da minha propriedade e começar a aproveitar a nova vida que poderia construir na cidade que um dia abandonei, além de ficar de olho na reforma da minha casa.
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Viver em uma Tiny House, não era tão difícil, principalmente para o desespero da minha mãe, que estava cética de que conseguiria viver em um espaço tão diminuto, todavia, quando ela viu todos os confortos que a micro casa fornecia, ela teve que dar o braço a torcer. Já meu pai, não se sentia incomodado com a casa, mas o fato de que havia decidido ficar no terreno do chalé, que segundo ele, por estar em reforma não fornecia qualquer segurança, sem contar que teria homens trabalhando no terreno o dia todo.
Eu tive que me controlar para não rir com isso.
Mas por fim, eu havia me estabelecido em um canto mais afastado das obras, que não atrapalharia o empreiteiro e sua equipe, da mesma forma que eles não me causariam transtorno e todos poderíamos conviver pacificamente.
Naquele fim de semana, meus pais me ajudaram a organizar algumas funcionalidades para a tiny house, como um deque em frente à entrada, junto com uma mesa e poltronas, assim como iluminação externa — muitas, segundo meu pai, a luz seria o suficiente para afastar curiosos e animais.
Em dois dias eu havia me adaptado bem em voltar a viver em Forks. O clima ainda era o que me deixava incomodada, mas tirando isso, onde ficava minha casa, era calmo, tranquilo, e a visão era… parcialmente linda.
Foi no meu segundo dia ali, que via a imensa construção de mal gosto do outro lado do rio: uma casa feita de containers pretos com detalhes de madeira e muito vidro. A casa era… bonita, mas tão inapropriada para aquele lugar, parecia uma própria afronta a natureza colocar uma coisa daquelas ali, mas infelizmente não havia como ela se livrar da casa, apesar do seu estilo ultra contemporâneo, ela só era vista pela face leste do chalé.
Um alívio.
Estava tomando um café, enquanto lia algumas notícias em meu ipad, quando o som de um caminhão andando sobre o cascalho da entrada, chamou minha atenção. Ao ver o logo da construtora na lateral preta, sorri animada, pois finalmente as obras iniciaram.
Com uma animação contagiante, coloquei minhas botas de caminhada e sai para encontrar com o homem que saia do caminhão, com uma pasta contendo os projetos admirava o chalé, para com um sorriso próprio seguir para o pequeno deque da minha micro casa para conversarmos.
Mas é a tal coisa, a vida sempre tem um jeito de fazer com que lidamos com nossos problemas do passado, seja por bem ou por mal. Pois, ali, na minha frente vestindo uma camiseta e boné da Midnight Sun Constructions, estava o empreiteiro responsável pela minha obra; e eu poderia viver mil anos, mas eu ainda reconheceria aqueles intensos e selvagens olhos verdes.
Olhos do primeiro amor da minha vida, olhos do homem que eu sonhava em viver um conto de fadas, mas que não quis compartilhar comigo aquele sonho, pois não queria deixar aquela cidade, aquele estado, que agora eu estava de volta.
Seus olhos também me reconheceram, pois eu ouvi com clareza a respiração profunda que escapou por seus lábios, assim como algo que seus lábios sibilavam, que soava muito como "é claro".
— Bella. — sua voz ainda era aquele barítono envolvente que me lembrava. Os cabelos em minha nuca se eriçaram, com as lembranças que aquela voz remetia em mim.
Engoli em seco.
— Edward.
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N/A: Oi gente! Tudo bom?! Então essa fanfic, que não era para ser uma short-fic, mas acabou sendo faz parte do Projeto Bella Swan, um projeto que vem comemorar o aniversário de 33 primaveras da nossa amada! O meu combo foi... difícil... foi a música Clean, da Taylor Swift e o gif, foi a Bella balançando a cabeça depois que ela coloca seus óculos, quando ela conversa com a Renée em Eclipse. O gif vai ser usado em um momento próximo, então só espera!
Espero que vocês tenham gostado até aqui, e como sempre, já sabem: deixa aquela review, especulações e qualquer outra coisa para aquecer a alma de uma pobre autora, ok?!
Amo vocês,
Beijos, Carol.
