Parte 3


"Puxa. Por que tenho essa mania de usar saias curtas nos momentos mais impróprios?" Nobuko perguntou irritada para si quando um forte vento que antecedia uma chuva lhe ergueu a roupa.

Tinha precisado sair pra cuidar de assuntos do clube de arte da escola e acabou se atrasando demais, não podendo evitar a tempestade que ia se armando. Sem guarda-chuva, necessitou apertar o passo pra não ser molhada. Ia com tanta pressa que quase trombou com alguém ao dobrar a esquina e logo viu com quem por muito pouco não trombou.

"Moemi? Você por aqui? Que coincidência."

"Não acho tão 'coincidência', pois moro perto daqui. Também se apressando pra escapar da chuva?"

"Sim, mas receio que não conseguirei chegar antes da pancada de água."

"Vem comigo. Meu apartamento está mais perto e pode ficar lá até a chuva cessar. Não vou te deixar ficar molhada."

Vendo não ter outro recurso, Nobulo aceitou o convite da amiga. Embora fosse mais perto, isso não foi o bastante pra evitarem ser pegas pela chuva. Moemi por sorte tinha um guarda-chuva, mas não era grande o suficiente pra proteger as duas por completo. Felizmente, as duas moças chegaram ao apartamento. Uma vez lá dentro, Moemi e Nobuko puderam descansar no sofá.

"Ufa. Sãs e salvas."

"É, bem dito. Nobuko, pode ficar à vontade. Quer chá e uns biscoitos?"

E vendo que sim, Moemi saiu da sala e voltou mintos depois com uma bandeja com xícaras, bule e uma travessa de biscoitos, os oferecendo pra sua convidada. A garota apreciou bastante o chá feito por Moemi, sem contar os biscoitos.

"Caramba. Nunca tinha provado um chá tão delicioso. Os biscoitos então, saborosos."

"Valeu, Nobuko. Foi uma das coisas que precisei aprender a fazer quando decidi morar por conta própria."

"E está se saindo bem? Soube que foi promovida a gerente de uma loja."

"Isso mesmo. Veio outro dia um senhor vestido bem humilde querendo comprar umas camisas. Meu supervisor, um desses bem prepotentes e cheio de se ostentar, já quis pôr o homem na rua por pensar que não tinha dinheiro. Claro, fui na defesa dele e disse pra não julgar os outros pelas aparências, mas não quis me escutar. Foi atender outro freguês que parecia muito rico e me ocupei do primeiro senhor. Ele atendeu o homem, ficou bajulando ele, mostrando-lhe nossas melhores marcas e não tinha um instante que não tentasse maltratar o senhor humilde. No final, descobriu-se que tinha dinheiro falso no caixa e já quis reclamar com meu freguês, o acusando de ser ladrão e golpista, mas ele tinha pago no cartão e não deu dinheiro algum me notas, só que meu supervisor insistiu nisso e tentou até jogar água nele. Impedi, é claro. Sem notarmos, nosso chefe e dono da loja, veio e o supervisor já quis jogar o pobre homem aos leões, mas quem acabou mordido foi ele, pois era o sujeito que ele atendeu o passador de notas falsas, segundo as câmeras de segurança e nada contente com sua arrogância em menosprezar alguém pela aparência, o demitiu na hora e orgulhoso do meu bom desempenho em atendimento, especialmente pelo meu freguês ser o pai dele, me promoveu a gerente. Quase desmaiei de emoção."

"Mas fez muito bem, amiga. É atitude tipo como a sua que todos deviam ter. Meus parabéns, pois eu teria feito igual no seu lugar e te promovido no lugar do seu chefe."

"E quanto a você, Nobuko? Indo bem com seu curso de desenhos?"

"Preciso contar: isso é algo que devo e muito ao Youta. Graças a ele, me apaixonei pelo gosto de desenhar e incentivar outros que desejam expressar seu sentimentos e emoções por meio dos desenhos. Sabe que tenho bem mais alunos nos dias em que desenhamos modelos nus, ainda mais se o modelo for uma mulher?"

"Eu acredito, sim. Que rapaz não ia querer essa chance de pareciar um belo corpo feminino exposto pra ser ilustrado num papel? Mudando de assunto, tem tido alguma relacionamento interessante, ou por acaso ainda pensa...nele?"

"Nele? Bem, eu..." Nobuko não tinha como dar uma resposta naquele instante e sua face ficou meio vermelha, ficando hesitante. Mas sabia que não podia deixar a amiga no vácuo e se encheu de coragem. "Sendo sincera, não tenho tido nada depois dele ou mesmo após nossa...reuniãozinha na piscina. Contudo, tem uma pessoa em que penso às vezes, mas não sei se ia rolar. Quer dizer, acho que gosta de mim, mas...sei lá."

"E é alguém que conheço? Diz quem é, pois quem sabe eu conheça e possa falar dos seus sentimentos pra ele."

"Ele? Sabe, fico meio sem jeito de esclarecer, porém, preciso contar: na real, é uma garota. Eu não sou lésbica, eu afirmo, mas sinto uma forte afeição por ela."

"Quer dizer que...tá a fim de uma mulher? Pra mim, isso não é mais novidade. A Ai-Chan também mostrou tal atração pela Mai e admito que quando todas nós nos juntamos pra aquela farra sexual, sentir seu corpo tocando o meu...me deixou extremamente excitada e com tanto tesão que podia explodir de prazer. Sabe, quero dizer uma coisa e se não falar, vou passar mal. Nobuko, minha querida. A verdade é que eu...eu...eu estou muito atraída por..."

Moemi terminou interrompida por Nobuko que a segurou pra perto dela e passou-lhe um imenso beijo. Ficou assustada por tal reação, mas o medo e o receio não ficaram nem um segundo por perto e quis se entregar à aquele gesto saboroso e afetivo. Nada se passava por sua cabeça senão continuar com atração sentida. Enfim, deram uma pausa pra refletir o ato.

"No-Nonuko? Quer dizer que...está me mostrando...?"

"Que gosto de você? Sim, Moemi. Desde que me tocou da primeira vez com seus seios e pegou nos meus, não pude mais deixar de pensar naquela sensação gostosa. Me confessa: também ficou com vontade de repetir a dose e mais precisamente, comigo?"

"Sim, admito que sim." Moemi ficou corada, mas sorria, segurando a mão da companheira. "Não imaginei que isso poderia rolar, sendo que por um longo tempo, pensei mais em Youta. Só que agora, como ele está casado, pensei que devia partir pra outra. Namorei uns rapazes, mas nenhum foi capaz de me dar aquilo que ele me deu. Estranho que alguém com fama de 'não-popular' foi capaz de virar minha cabeça e me abrir pra novos horizontes. Fazer sexo com Youta, Ai-Chan, Mai e você foi a experiência mais quente da minha vida e por tal, acabei percebendo o quanto te gosto."

"Reconheço que foi algo do outro mundo e me abriu pra algo incrivelmente novo em minha vida. Oh, Nobuko. Eu gosto muito de você." Ela a beijou de novo e sentia seu coração bater mais forte. "Escuta. Quer tomar banho comigo? Tomar uma chuveirada?"

"Nos molharmos na água quente enquanto nos tocamos como amantes apaixonados? Leu meu pensamento, linda."


Dentro do box do chuveiro e completamente nuas, Moemi e Nobuko sentiam a água quente descer por seus corpos jovens e voluptuosos de mulheres, esfregando-se mutuamente com as esponjas, cobrindo-se de espuma de sabonete, indo pra depois disso a sensação fervilhante de se encostarem e se esfregarem com torpor e prazer. Nobuko se abaixou pra mordiscar os peitos da amiga, buscando lhe conceder momentos afetuosos e sensuais. Moemi gemia pelas mordidas sentidas. A seguir, foi sua vez de propor sensações de êxtase pra sua amante, deslizando até chegar ao ventre, esticando sua língua para dentro da vagina.

"Hmmm. Que sabor, que delícia. Então, esse é o sabor da vagina feminina. Não me admira os homens apreciarem isto e vejo por que há mulheres que preferem lamber garotas do que chupar homens."

"Ahhh, que maravilha, que tesão está se formando. Minha buceta parece estar tomada por uma cobra. Quero mais, me penetre. Quero ir ao extremo do prazer sexual."

"E vai ter. Se segura, pois vai ter uma viagem de virar a cabeça." Moemi puxou Nobuko pra perto e entrelaçou suas pernas com as dela, ligando seus pontos mais íntimos e provedores de sexo entre seus corpos. Num intervalo de um esfregão e outro, os desejos de amor entre elas só ia ficando mais intenso. O chuveiro lhe molhava e por tal, o calor sexual delas se acendia até os limites.

"Moemi. Não sei quanto a você, mas acho que estou chegando ao ponto mais alto."

"Sei o que quer dizer. Está vindo e pelo visto, mais depressa do que imaginei."

"Me segura. Quero que gozemos juntas e nos banhemos em nosso líquido prazeroso."

"Então vem aqui e me abraça. Juntas no 3, e é um, é dois...é TRÊS."

"AHHHHH. QUANTO GOZO. ESTAMOS JORRANDO." Por meio da água, via-se o gêiser ejaculatório disparado pelas duas mulheres ao alcançarem o prazer total do sexo entre elas. Sem hesitação ou vergonha do ato consumido, Nobuko e Moemi se atracaram e desferiram mais um beijo caloroso, apenas intensificado pelo ar abafado criado pela água do banho.


"Nossa. Estou de fato impressionada. E você, querida?" Nobuko indagou ao chegar perto de sua amante no sofá-cama, encostando a cabeça em seu ombro e podendo sentir a mão dela sobre o seu.

"Nem tenho como expressar. Minha primeira transa oficial com uma mulher foi mais exorbitante do que pensei. Claro, somente se deu porque estava com a garota pela qual me apaixonei." Ela acariciou a bochecha da companheira com o rosto, parecendo uma criança. "Olha. Estive pensando..."

"Em que, amor?"

"Não sei se nossa relação irá ser definitiva, e espero que seja, mas sei que não quero ficar mais longe de você. Quer vir morar comigo? Estava pensando em ter uma colega de quarto e acho que daria certo. O que diz?"

"Eu digo sim. Vou me mudar pra cá, sim. E não se preocupe com aluguel e despesas, pois vou te ajudar em tudo. Ah, como vamos explicar nossa...relação? Meus pais são abertos e não veem isso como infortúnio, mas e os seus?"

"Vou conversar com eles, porém é capaz que aceitem. Todavia, talvez seja necessário um pequeno apoio. Conto com você?"

"Pro que der e vier, se me beijar mais uma vez." As duas trocaram mais um toque labial de amor e carinho que os apaixonados sabem o que é. "Ah. Está me ouvindo, Youta, seu babaca? Deu o fora em duas belas beldades e perdeu os melhores toques e carícias de sexo que qualquer um daria pra obter. Divirta-se com suas duas esposas que eu aqui vou ter o melhor sexo de minha vida com esta beleza que você dispensou. Blééééé."

"Nobuko, sua bobinha." Moemi riu baixinho da cena feita por sua nova namorada.


"ATCHIM." Youta espirrou no meio do sono com Ai-Chan e Mai em cima dele.

"Que foi, Youta. Espirrou?"

"Tá doente? Quer um remédio pra gripe?"

"Ah, não se preocupem, meus amores. Deve ter alguém por aí falando de mim. Deixem pra lá e voltemos a dormir, a menos que estejam dispostas a outra rodada."

"Por mais que te ame, amor, estou no prego agora e só quero descansar. Não acha, Mai?"

"Concordo, Ai-Chan. Teremos bastante tempo pra mais prazer amanhã. Agora, só quero desfrutar uma boa noite de sono com o som da chuva batendo no telhado." E o jovem artista e suas companheiras caíram nos braços do sono mais uma vez.

Continua...