Sinopse: Bill está disposto a ajudar e, surpreendentemente, Snape está disposto a contar o seu motivo.
Uma criança de cabelos loiros passou correndo diante dos seus olhos, quase assombrando Snape enquanto ele adentrava o Chalé das Conchas. Fleur desculpou-se com olhos envergonhados e chamou Victoire de canto. Ele não ficou para ouvir a bronca; Bill surgiu no arco que dava para a sala de jantar.
— Professor Snape. — Aproximou-se com uma mão levantada, apertando-lhe a mão.
— Não sou mais professor, Sr. Weasley.
— Alguns hábitos são difíceis de esquecer, senhor. Por favor.
Seguiram para a sala de jantar em silêncio, onde se sentaram frente a frente. Snape observou com cuidado o primogênito de Arthur e Molly Weasley. Apesar de ainda transmitir a mesma jovialidade de quando fora seu aluno, Bill amadurecera para se tornar um homem sério e comedido — fora as cicatrizes em seu rosto. Snape desejou que as coisas não tivessem ocorrido daquela maneira.
— Considerando o seu convite — disse o pocionista —, posso presumir que considerou minha proposta?
— Bem… — suspirou. — Sim, eu li a sua carta, profe… Perdoe-me. Senhor.
Havia um mês que Bill recebera a inesperada correspondência do seu ex-professor. Após a guerra, Snape havia abandonado Hogwarts para se tornar um pesquisador no St. Mungus, com projetos promissores financiados pelo Ministério da Magia. Na carta, contava sobre sua nova pesquisa: uma cura para licantropia, ou, pelo menos, uma vacina de prevenção para a comunidade bruxa, além dos seus esforços, junto do Departamento para Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas, para que a Poção de Acônito fosse gratuitamente disponibilizada pelo St. Mungus.
— Você sofreu ferimentos superficiais e adquiriu algumas sequelas — explicou. — O seu DNA carrega o gene da licantropia, de alguma forma modificado, e através dele os nossos estudos poderão, quem sabe, traçar um norte para o objetivo da nossa pesquisa.
— Há… — Bill havia perdido um pouco da cor do seu rosto e inclinara-se na cadeira. — Há um gene desse no meu DNA?
— Certamente. A licantropia modifica o código genético do afetado. Ele, literalmente, se transforma numa criatura, diferente de um animago, que se trata de uma transfiguração. No seu caso, esse gene provavelmente é diferente, ou enfraquecido. — Snape compreendia, contudo, a preocupação que pairava em Bill. — Estive em contato com a Sra. Tonks também. Ela me confidenciou que o neto tem um olfato assustadoramente aguçado.
— E Victoire fica inquieta durante a Lua Cheia.
— São os genes.
— Merlin… — suspirou. — É claro que pode contar comigo, senhor. No que eu puder ajudar… Conte comigo. Mas me permite um último questionamento? — Ao acenar de cabeça de Snape, Bill perguntou: — Por quê?
Estranhamente, ele parecia estar esperando por essa pergunta. Com um espantoso sorriso melancólico, Snape tirou de um bolso interno uma foto estática e entregou-a ao homem.
— Essa é a Laura. Espero poder curá-la, um dia.
Na foto, uma criança que não devia ter mais do que oito anos sorria. Fios crespos emolduravam todo um rosto delicado, com um sorriso faltando alguns dentes. Bill notou, com tristeza, que olhos de Laura eram iguais aos de Snape.
Notas: Letra B foi, agora faltam 24 kkkkkkkk. Vejo vocês nos comentários. Beijos!
