Sinopse: Snape nunca pensou em um dia se tornar uma celebridade. Ele pensava que pelo menos em Hogwarts estaria a salvo dos flashs… Pobre Severus.
Ele carregava uma pequena cesta em suas mãos, enquanto subia os jardins do castelo. Era uma imagem especialmente curiosa como Snape parecia uma senhora camponesa, com suas flores recém-colhidas enfeitando a cesta e quebrando a sobriedade do preto que vestia. Contudo, longe do retrato bucólico, o Mestre de Poções retornava de uma incursão pela sombria Floresta Proibida. As flores não enfeitariam jarros, mas, sim, seriam cozinhadas a fogo lento em suas poções.
Agora, sob o céu claro e tranquilo de outubro, permitiu-se um minuto de pacificidade. Cinco meses desde o fim da guerra, Snape ainda se acostumava com sua nova vida: sem mestres, sem missões, sem fingimentos… Mas antes isso fosse tudo. Ele tinha o desejo onírico de se refugir no campo, viver isolado — talvez não tão distante da imagem da senhora camponesa. Ainda, ele precisava daquele emprego. Além disso… Bem, o ensino interno e integral era uma ótima forma de fugir do assédio da mídia, do lado de fora daqueles muros.
Ele ainda se lembrava… Arrepiou-se com desgosto. Acordara um dia no St. Mungus, foi informado do seu quadro após o ataque de Nagini. Recebeu alta não muito depois, mas uma força-tarefa foi posta em prática para que nenhum jornalista se infiltrasse pelo hospital, ou nenhum fotógrafo tirasse seu sossego durante a convalescença. De todos os cenários possíveis, Severus Snape jamais imaginaria que se tornaria um brinquedo para a mídia.
Era o inferno.
Mas nada poderia alcançá-lo ali, protegido pelas pedras de Hogwarts. As flores pareciam mais perfumadas e ele suspirou de calma. Canino latiu de algum lugar antes de surgir trotando ao redor das pernas de Snape, fungando a sua colheita.
— Oi, amigão. — Afagou a cabeça grande do cachorro e teve os dedos lambidos.
Um som alto e estridente maculou seu momento de paz. Aquele barulho insuportável que o perseguia para lá da escola. Em não mais do que dois segundos, seus olhos agarraram-se na visão de um Colin Creevey pálido, trêmulo, segurando sua câmera nos dedos finos.
— Pro- Prof…
Três passos largos e o professor alcançou o garoto. Ele arrancou a câmera das mãos dele e jogou-a ao chão. As solas das botas de couro encontraram o objeto algumas dezenas de vezes, enquanto Snape proferia palavrões nunca escutados por ouvidos humanos antes. Quando a câmera tornou-se um mar de fragmentos, uma pequena multidão assistia à cena das janelas e pátio da escola.
— Na próxima vez, Sr. Creevey — disse olhando nos olhos do jovem —, vai ser a sua cabeça. Agora, suma da minha frente.
Enquanto ele corria para dentro, bastou um olhar profundo em volta para a escola se dispersar. Fitou, com cansaço, sua colheita espalhada sobre o chão. Quase gritou. Mas tudo que fez foi sorrir quando avistou Canino correr com uma dedaleira entre os dentes.
Notas: E C também é de Canino kkkkkkk.
Espero que estejam curtindo essa minha empreitada. Agora só devo postar novamente na semana que vem. Até lá!
