Desafio 100 temas – 28. Sobre Bloqueio de Criatividade
Beta: Slplima, meu carinho, amizade e lealdade ever! Muito obrigado por aceitar novamente betar e dar pitaco em um dos meus textos!
Notas da Beta: Querida amiga!
E não é que nosso amado e sensual Afrodite também sofre desse mal? A falta de criatividade e inspiração?
Mas foi muito reflexivo vê-lo divagar sobre seus medos e inseguranças.
Levar para nossas vidas o quanto é necessário ter paciência, compreensão e persistência nesta vida, e claro, se possível, um carcamano lindo e gostoso a tiracolo, não é? kkkkk
Nossa! Deleite-me lendo e revisando. Você nem imagina o quanto, Coelha!
Parabéns por mais este incrível trabalho, e obrigada pela confiança de sempre.
Fique bem.
Bjocas.
Notas da Coelha: Quando eu idealizei essa fanfic, eu lembro que sempre pensei no Afrodite por conta de uma fanfic escrita para uma gincana no NFF, antigo fórum que eu frequentava, e que o nosso peixinho é ficwriter. Mais uma vez, eu me vi envolvida com esses dois Mask e Afrodite. Claro que eu queria escrever muito mais, mas eu acho que esse teme e o que eu estou passando, tem tudo a ver! Assim, sendo, espero que gostem dessa minha fanfic.
Disclaimer: Saint Seiya não me pertence! Pertence sim ao tio Kurumada e etc, etc e etceteraetal. Se você não gosta de Yaoi e Lemon (cenas de sexo entre homens) não comece a ler essa fic. Pode fechar ali em cima no xizinho, ou mesmo clicar em voltar em seu navegador, pois não vou aceitar nenhum tipo de reclamação ou comentário maldoso. Ler é por sua conta e risco. Essa fic é sem fins lucrativos, apenas para diversão minha e de quem ler.
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"O silêncio é acolher!" - pensou ao deixar o pequeno quarto, que o noivo e ele haviam transformado em um escritório, e que mais lembrava uma biblioteca com suas estantes abalroadas de livros. - "Eu deveria desligar tudo e voltar para os braços de Morfeu, mas não! Cá estou eu, as voltas com novo plot e sofrendo de falta de inspiração, tendo um bloqueio ferrenho de criatividade!" - bufando, o loiro, no automático, colocou água para esquentar, se imaginando já a degustar um de seus deliciosos chás.
Um aconchegante e quentinho consolo em meio aos caos!
Enquanto esperava a água aquecer no ebulidor, não pôde deixar de voltar seus olhos curiosos para a janela da cozinha.
A noite estrelada, com sua diva maior a clarear a escuridão, parecia querer embalar-lhe as ideias, embebedá-lo com novos plots, todavia, e infelizmente, ele tinha noção que não conseguiria trabalhar.
Por quê? POR QUÊ?
Novo bufar entristecido e, mais uma vez, no automático, despejou a água fervente sobre o sachê de seu chá de camomila, o adoçando logo a seguir com uma generosa colher de mel.
Queria se acalmar?
Convencer-se de que ainda era capaz de compôr um enredo digno de sua inteligência e perspicácia?
Sim, claro que queria!
Quando Enzo saíra para o trabalho, para poder abrir o bistrô, ele já havia lhe pedido para que se desligasse um pouco, que até fosse com ele para o restaurante, mas o loiro não se sentia bem para aguentar a falação dos clientes que seu querido anjo de asas negras sempre recebia tão bem.
Não! Afrodite não queria se sentir sufocado, agoniado!
Pressionado a ser simpático.
Não que não fosse, só que nas atuais circunstâncias, essa coisa de não poder juntar palavra com palavra, o estava enervando.
Assim, ali estava ele, sozinho em casa, as voltas com que deveria ser esquecido por um tempo, e não que ficasse se forçando a escrever, se cobrando por algo que realmente não era culpa dele, afinal, ninguém pedia para ficar sem inspiração!
Por vezes, sentia vontade de apagar tudo o que já havia sido feito para o novo capítulo da longfic que estava escrevendo, mas por outras tantas, não tinha coragem.
"Não posso, não posso!" - repreendeu-se, de repente. Maldita tentação! Hades deveria estar gargalhando no inferno, torcendo para que sua vida se transformasse em escombros.
Ah! Descabelou-se frustrado, já pensando que teria um trabalhão para recolocar no lugar os fios desgrenhados de sua falta de paciência.
Estava se deixando levar, fazer o quê, para um buraco sem fim!
Balançando a cabeça, tentou afastar de si aqueles pensamentos insanos de sepultar no limbo aquela bela estória de amor, a qual estivera trabalhando. Todo tempo se perguntava se era realmente isso que queria fazer, e se valia a pena esquecer algo que havia pesquisado, ido atrás…
Como?
Essas e outras perguntas rondavam a mente já cansada e pregando peças do ficwriter.
Apagar, ou não apagar o trabalho todo?
"De forma alguma seria justo tirar do ar os quatro capítulos postados apenas por estar em crise de falta de inspiração!" - a ideia fervilhava em sua mente, e mesmo com pensamentos embaralhados, Afrodite nunca faria algo assim. Ele nunca seria um ficwriter leviano e covarde! Não mesmo!
Era estranho, mas não incomum passar por uma situação tão adversa, mas o sueco sempre fora exigente consigo mesmo, e não seria justamente naquela noite que ele mudaria!
"Ah! A noite…" - tencionou ao sorver lentamente o líquido docinho, tomando o devido cuidado para não queimar os lábios, ou mesmo a língua.
Por que ele tinha de ser tão teimoso?
Talvez teimosia fosse o nome do meio de Afrodite! Afrodite Teimoso Larson!
O loiro parecia sentir um peso enorme sobre os ombros. Até mesmo voltar de um extremo ao outro dentro da confortável casa lhe pareceu um grande tormento, mas assim o fez
Sentando-se atrás de seu notebook, Afrodite voltou sua atenção, primeiro, para seu texto, e depois para as horas. Seus olhos quase se dilataram! Ele havia perdido a noção de tempo e espaço. E o que Enzo iria lhe dizer sobre o assunto? Revirando os olhos, tentou não imaginar essa situação, pois por mais que o italiano não gostasse de fics, ele entendia plenamente os robes do noivo, e os respeitava. Todavia, Afrodite não teria como escapar de um possível sermão do moreno, pois se este, mais uma vez, o encontrasse escrevendo em vez de estar descansando, para ir abrir a floricultura e receber nova entrega de um de seus fornecedores, estaria perdido!
Morto!
- Madonna Mia! Enzo vai querer meu fígado recheado com caranguejos! - Afrodite ciciou, antes de levar mais uma vez a xícara aos lábios.
Precisava se acalmar!
Precisava relaxar, parar de se cobrar tanto!
Sabia que Enzo não era um troglodita! Mas o troglodita dele! E mesmo assim, ele sempre fora muito compreensivo, e apoiava mesmo sem entender muito o gosto por escrever textos baseados em personagens de animes, filmes e seriados!
Enzo o respeitava!
"Uma gracinha musculosa, romântica e tesuda..." - devaneou, sonhador, debruçado sobre a mesa.
Contudo, o que o italiano com ares de mafioso não tolerava, era ver seu homem chegar as vias de fato de uma quase estafa, de ficar adoentado por se exigir demais, tanto nos negócios pessoais, como naquelas coisas que ele escrevia.
Afrodite Larson tinha lá suas limitações, e com saúde não poderia ficar brincando mais! Até aquele momento, Ferruccio não havia lhe dito nada, mas o loiro sabia que seu noivo já havia percebido que estava passando por uma nova crise de ansiedade e que isso tinha muito a ver com a situação que estava se colocando ao se cobrar muito, e isso em todos os sentidos!
Só de lembrar o que havia acontecido anteriormente, o sueco se arrepiava todo, pois não queria ver novamente o desapontamento no olhar de seu carcamano! Não era justo logo com quem mais se preocupava consigo! Ele não queria sentir aquele mesmo gosto amargor por ter dito uma coisa, e feito outra totalmente diferente!
Embora não o fizesse de caso pensado, claro!
Participara daquela gincana louca de quase um mês, sim! Mas nunca pôde dizer que, de verdade, valera a pena!
- Mas desta vez não é uma gincana! Apenas um desafio de cem títulos! - ciciou para si mesmo antes de se perder mais uma vez a observar o céu noturno, buscando por uma calma que não condizia com sua pessoa naquele momento.
Enzo sempre apoiara suas loucuras, bastava Afrodite lembrar de suas limitações. Ele já não era mais um jovenzinho, que usava do manto noturno para escrever. Que gostava da calada da noite para produzir seus textos e shippar os muitos casais canônicos, ou não, que ele usava em seus plots.
Fora sempre nessas horas que as estórias mais incríveis ganhavam forma e vida! Apesar disso, essa não era a mesma situação agora!
Não, estava bem longe disso!
"Céus! Por quê estou senso castigado? POR QUÊ?" - martirizou-se pela enésima vez.
Ajeitando os longos cabelos para trás, o ficwriter volveu seus olhos azuis para a janela mais uma vez, se esquecendo do cursor piscando, marcando como ferro em brasa onde justamente ele havia travado, o que o fazia se sentir mais acuado!
A lua parecia ser uma pessoa etérea, que o mirava com interesse aguardando, quem sabe, poder ver seu mais fiel adorador voltar a viajar nas palavras que fertilmente floresciam de suas ideias.
Com um suspiro chateado, voltando sua atenção para algumas de suas anotações feitas para não perder o que gostaria de escrever, o loiro tentou mais uma vez sair daquele bloqueio de criatividade que estava, e que constantemente o lembrava de estar despencando de um poço sem fundo!
Apoiando o rosto entre as mãos, Afrodite estava quase para desligar o notebook quando escutou a porta da frente ser aberta. Expirando pesaroso, desligou o aparelho, tomando o devido cuidado de salvar seu arquivo, mesmo não tendo alterado absolutamente nada, e quando estava para se levantar e ir encontrar com o chefe, este, como que se materializando na porta do escritório, o brindou com um sorriso devastador.
"Ah! Se esse carcamano soubesse o poderio que exerce sobre mim!" - pensou Afrodite mais apaixonado do que lembrava estar pela manhã.
- Eu achei que você já estaria dormindo, mia flor! - Enzo comentou ao acaso, não parecendo estar bravo, ou desapontado. De fato, ele sabia que o noivo estava sofrendo com uma falta de inspiração terrível, e ele não pioraria o sentimento ruim que sabia que o assolava nesses momentos. Chegar com raiva, ou fosse como fosse, e o fazer sentir-se pior estava fora do "cardápio" naquela noite!
Sem ranhetices!
Mais compaixão e entendimento!
E quem sabe, muito sexo de consolo.
- Eu… bem… Ah! Bingo, amore! Eu deveria estar deitado mesmo, mas estou tão frustrado, Enzo! - ciciou em um fio de voz, achando que o italiano não conseguiria o ouvir.
Ledo engano!
- No se cobre muito, mia Flor! - pediu ao puxá-lo para um abraço. - Eu sei que você é uma pessoa perfeccionista, que se cobra muito, mas nessas horas o melhor é relaxar um pouco, ou tudo aquilo que você mais gosta de fazer, acaba se tornando intragável. Intolerável! - e acarinhando os longos fios loiros, o foi levando para fora do escritório. - Venha, vamos relaxar…
- Mas amato… - Afrodite até que tentou resistir, porém...
- Shhh… Fiore! - interrompeu a tagarelagem com o dedo indicador nos lábios carnudos de sua florzinha rebelde. - Deixe para amanhã, eu tenho certeza que depois de um bom banho, e de nos perdermos nos braços um do outro, você voltará a escrever! Confie em mim! - pediu antes de lhe oferecer uma piscadela sem-vergonha e de mordiscar a base de seu pescoço alvo com a junção do ombro.
- Hmm… amore! Então, me faça chegar a paraíso, antes que eu seja sugado para o submundo escuro e impiedoso! - pediu manhoso, ao ronronar bem próximo do lóbulo da orelha do mais alto.
- Vamos providenciar uma continuação para sua fic, mia flor dramática! - Enzo prometeu com um sorriso sedutor e nada complacente.
oOoOoOo
O cheiro de peônias, rosas, lilases e margaridas inebriava o ar!
Era tentador quando um novo carregamento de novas flores chegava! Os olores se mesclando, enchendo de cheiros, vida e cor a pequena, mas ajeitada floricultura. E em meio a dúzias de flores diversas, Afrodite sorria enternecido, quiçá, perdidamente apaixonado!
Com seu pequeno caderno em mãos, tornou a escrever mais uma parte daquele capítulo, que graças a Enzo e seus rompantes amorosos, havia o feito desencantar!
Quando, finalmente, ele conseguiu passar todo o texto que havia criado para o word, nas notas finais, ele começou a pensar em como se explicar por seu atraso. Seus leitores mereciam isso e, assim, após uns minutos, ele achou o que seria correto escrever.
"Caríssimos leitores:
Primeiro de tudo, eu gostaria de agradecer por todo o apoio que recebi de vocês, na forma de comentários, por MP's e, até mesmo, por e-mails! O carinho de vocês me motiva a sempre querer dar o meu melhor!
Em seguida, gostaria de dizer que não tenho tido dias fáceis. Por vezes nossa vida, do dia para a noite, acaba nos cobrando muito, e isso acaba proporcionando com que eu tenha brancos memoráveis, e falta de inspiração. Isso para mim é como um veneno que me corrói a alma, e preciso, por vezes, de algum tempo para refrescar as ideias e poder voltar a escrever. Mas já sei que se isso voltar a acontecer, posso contar e confiar em todos vocês, e em especial, contar também com meu amado carcamano!
Obrigado pela paciência e por nunca se esquecerem de meus trabalhos e de mim!
Até o próximo
Fiore"
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- Gostei muito disso, mia Flor! - a voz máscula, forte e levemente rouca quebrando o silêncio do pequeno escritório, acabou por fazer o loiro se assustar e dar um pequeno pulo na cadeira.
- Amato, não faça mais isso! - pediu ao lhe sustentar as íris brilhantes de puro contentamento.
- Scusi, scusi! (Desculpa, desculpa!) - pediu um tanto sem graça, mas alegre pelo outro. - No era minha intenção te assustar! - ciciou o italiano.
-Não tem problema! - Afrodite murmurou, fazendo um bico charmoso, ao virar rapidamente a cadeira e se jogar nos braços de seu homem. - Obrigado, mio Enzo!
- Pelo quê? - questionou ao lhe sapecar vários beijos no rosto.
- Por tudo! Por me resgatar do meu bloqueio de criatividade, da ansiedade, da derrocada! - respondeu radiante, com um sorriso para lá de bonito.
- Sempre que precisar! - Enzo retribuiu o sorrindo, ao abraçá-lo apertado. - Na cama, no chão, ou na banheira… onde você quiser! - gracejou, e rindo gostosamente, deixou-se ser acompanhado pelo noivo.
E qual bloqueio de criatividade aguenta tanta gostosura, afinal?
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Lembretes e explicações:
O o nome e sobrenome Enzo Ferruccio para Máscara da Morte, foram idealizados por mim, e Larson para o Dite minha irmã mais velha o criou e permitiu que o use, qualquer uso sem minha autorização será tomado como plágio, se quiser os usar, só pedir! O ato em si não faz ninguém ficar com uma verruga na ponta do nariz, e evita dores de cabeça desnecessárias.
Ebulidor elétrico: Muito antigamente, creio que mais próximo da década de oitenta, essas jarras de louça com uma resistência dentro ferviam a água e era conhecida como ebulidor. Hoje com a modernidade a encontramos como chaleira elétrica. Um termo chique e mais seguro para o antigo aparato, mas aqui, na fic eu quis mesmo que fosse o antigo objeto!
Momento Coelha Aquariana no Divã:
*Ouvindo "Por um minuto" de Bruno e Marrone no headphone de gatinho*
Kardia: Dedé... *chamando baixinho para evitar confusão* Ela voltou a ouvir músicas desse estilo, foi?
Dégel: *revirando os olhos com um leve risinho nos lábios* Até parece que você não sabe que a Coelha é eclética para músicas? Esqueceu desse por menor? Ela ama tocar uma boa música sertaneja no violão!
Kardia: Mas é estranho!
Dégel: Olha, eu não acho, afinal, desde que ela volte a escrever, por mim ela pode ouvir até canto gregoriano! E qual o problema se ela se inspirou ouvindo esse tipo de música? *arqueando as sobrancelhas* E quer saber? Nem pense em reclamar nada, pois você sabe que ela tem passado por brancos memoráveis e só agora ela conseguir voltar a escrever.
Kardia: Sou louco, mas ainda não estou querendo colocar minha vida em risco! *riso de lado e dando uma piscadela para o ruivo*
Dégel: Sábias palavras! *ponderou*
Eu devo dizer que gosto muito dessa tranquilidade! *olhando para os dois dourados mais atrás* Adoro quando Dégel me ajuda!
Assim, sendo, obrigado por quem chegou até aqui! Fazia tempinho que não escrevia com Mask e Afrodite, e foi tão gostoso… Espero que vocês também gostem! E se assim acontecer, se quiserem deixar comentários, serão muito bem-vindos! Afinal, ficwriter feliz escreve mais!
Obrigado a todos!
Até meu próximo surto!
Beijos
Theka Tsukishiro
