Notas iniciais:

Harry Potter não é meu e tampouco desejo lucrar com essas histórias. Mas plágio é crime, não se esqueça.

Fanfic ambientada pós-Relíquias da Morte. | Unilateral — Severus Snape x Narcissa Malfoy.

Inspirada na música no body, no crime, de Taylor Swift.

Postagens no AO3, FFN, Spirit e Wattpad.

Drabble resposta ao promt "Lago negro" do desafio Advento da Vitória, do grupo Severo Snape Fanfictions.

Obrigada ao meu beta, YaoiIsLife99. Cria de Raphael Montes, não poderia haver pessoa melhor para betar essa fic.


capítulo único

Snape mal se lembrava do homem que era antes daquilo, mas sabia dizer com clareza quando tudo mudara.

Quando Narcissa desapareceu.

Ele a amava mais do que ela jamais poderia saber. Porém, consciente do sentimento unilateral que desenvolvera pela amiga, Snape contentou-se com sua amizade e companhia.

Há cerca de um ano os dois passaram a ter um compromisso quinzenal: uma (ou mais) bebidas num bonito pub em Westerham. "Lucius está me traindo", ela lhe confidenciou entre um gole e outro de vinho branco. À sobrancelha arqueada de Snape, a mulher contou sobre o Coco Mademoiselle embrenhado pelas roupas do marido e os débitos na conta conjunta de joias e presentes que nunca foram recebidos por ela, a esposa. "Vou questioná-lo", ela garantiu. "Estou cansada, Severus. Vou lutar por esse divórcio. Não desistirei até morrer."

Duas semanas depois, Snape recebeu uma coruja. Lucius havia reportado o desaparecimento da esposa, nunca mais vista há cinco dias. Ele visitou a Mansão Malfoy para prestar seu apoio à família e entender mais sobre o que poderia ter acontecido à sua melhor amiga. "Varinha nova?", Snape questionou Lucius quando esse a removeu do acoplamento da bengala, para acender um candelabro. "A minha antiga quebrou", lamentou-se. "Estava cavalgando, escorreguei da sela e caí em cima da varinha, acredita?". Snape disse que sim.

Mas ele mentia.

Oito meses se passaram sem qualquer nova informação sobre o desaparecimento de Narcissa. Poucas semanas antes, uma mulher se mudou para a Mansão Malfoy. Mandava nos elfos, nos negócios, dormia na cama que Narcissa dormiu por anos e até mesmo usava suas roupas. Diziam que era questão de tempo até Lucius anunciar o noivado.

Snape estava certo sobre o que Lucius havia feito, mas não podia provar. Então alguém precisava pegá-lo.

Graças a Merlin, a mãe de Snape o ensinou magias quase indetectáveis.

Graças a Merlin, seus dias como Comensal da Morte o ensinaram a encobrir uma cena.

Graças a Merlin, ele fora um espião e sabia o bastante sobre blefar.

Graças a Merlin, Andromeda disse que juraria que ele estivera com ela naquela noite.

E graças a Merlin — ele pensou com escárnio —, a amante de Lucius providenciou um seguro de vida milionário.

Não havia ninguém às margens do Lago Negro naquela noite. Além do vento e das águas, o único som que se mesclava ao cheiro de sangue era o do corpo sendo arrastado pelos seixos sobre a areia. Com um feitiço, ele o flutuou para o barco. Navegou até onde o lago encontrava águas já fora dos terrenos de Hogwarts. Certificou-se de enfiar pesos dentro dos bolsos, e assistiu conforme Lucius afundava para muito longe da superfície.

A não-mais-futura Sra. Malfoy, com certeza, acharia que Snape o fizera, mas simplesmente não poderia provar, não é?

Quando o último fio de cabelo prateado desapareceu entre as águas escuras, Snape torceu que sua amiga pudesse estar em paz agora, pois jamais teria desistido até ele morrer.


Notas finais:

Do dia pra noite eu virei Swiftie por causa do álbum Evermore. Como uma boa entusiasta de true crime, a canção 'no body, no crime' logo me chamou atenção e se tornou uma das minhas favoritas do álbum. Achei que seria legal adaptá-la para esse formato.

Espero que tenham gostado. Nos vemos nos comentários