Capítulo 08 – Aniversário
Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela
Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem
Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade
Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois
Música: Amor e Sexo – Rita Lee
Na manhã seguinte Cuddy entrou no hospital e antes mesmo de ir para o seu escritório passou na sala de Diagnósticos para saber do paciente, quer dizer... Na verdade ela queria ver House, o paciente era uma desculpa conveniente.
"Onde está House?". Ela perguntou para Cameron.
"Acabou de ir para casa".
"O paciente está bem?".
"Sim, House descobriu o que ele tinha e ele ficará bem". Cameron respondeu.
"Como sempre House deu o show nos acréscimos da prorrogação". Chase complementou.
"E o que ele tinha?". Cuddy perguntou curiosa.
"Fibrose Pulmonar Idiopática". Cameron respondeu.
"É raro". Cuddy disse.
"E qual de nossos pacientes não tem algo incomum?". Chase falou divertido.
"Dra. Cuddy, você precisa de algo? Pois estamos de saída". Cameron perguntou solicita.
"Não, vocês devem ir descansar. Bom trabalho!".
"Obrigada". Ela respondeu e Chase estranhou a atitude da reitora.
Ela queria ligar para House ou mandar uma mensagem, mas se conteve, ele deveria estar dormindo e eles... eles não tinham nenhuma espécie de relacionamento estabelecido.
Cuddy tentou se ocupar para que o dia passasse rapidamente, mas as horas custaram a correr.
House chegou em casa muito cansado, ele só tirou o tênis e dormiu profundamente. Quando acordou já era duas da tarde, ele olhou o celular para ver se havia alguma ligação importante e só haviam algumas mensagens de Wilson, mais nada. Ele ficou frustrado, não era bem o que ele esperava. Na verdade, ele queria mesmo era uma mensagem dela.
Ele tomou um banho, pediu uma comida rápida e voltou para o hospital. Assim que chegou Cameron estava desesperada atrás dele.
"Temos um paciente".
"Nem bem acabei de chegar, preciso de um café e ver algum pornô antes. Você não foi para casa?".
"House, o paciente é uma criança. Oito anos, insuficiência cardíaca sem nenhum problema aparente no coração".
"Chame todos os meus pupilos aqui". House falou entrando em sua sala.
O dia passou rapidamente, exames, testes, avaliações. House e Cuddy não se viram e nem se falaram. Ela voltou para casa e ele ficou no hospital.
"Você está trocando o dia pela noite?". Wilson chegou dizendo.
"Fale isso para os meus pacientes". House respondeu triste.
"Não esqueça que sábado teremos o campeonato de boliche, eu paguei caro por aqueles ingressos. Eles dão direito a Open Bar e acesso ao camarote". Wilson disse.
"Campeonato de boliche, eu jamais perderia isso. Deve ser tão empolgante". House falou sarcástico.
"Você gosta de boliche".
"Você gosta de boliche. Eu vou jogar com você porque você me paga cervejas".
"Você é um idiota. Mas você irá ao campeonato comigo porque terá muita cerveja grátis".
"Tudo bem Wilson, ainda é terça-feira, até lá a minha paciente estará bem ou já terá morrido".
"Sábado!". Wilson falou novamente e saiu.
House bufou e olhou o seu celular em busca de novidades. Nada...
Cuddy estava em casa sentindo-se sozinha como há muito tempo não se sentia. O apartamento estava vazio, não havia aquela bagunça que House fazia, roupas jogadas, nada... Uma organização fria e assustadora.
Ela olhou para o seu celular e não havia nenhuma ligação perdida ou mensagem, o jeito era comer alguma coisa rápida e trabalhar para se distrair.
O desencontro continuou até sexta-feira. Quando House estava no hospital, Cuddy estava em casa e vice versa. Nenhum dos dois queria dar o braço a torcer e mandar alguma mensagem para o outro. Cuddy não queria pressioná-lo e House não queria parecer sentimental.
No final da sexta-feira House e seu time conseguiram descobrir a doença misteriosa que colocava a vida da menina em risco.
"Mais uma cliente satisfeita. Quantos mais faltam para eu ganhar um edredom?". House perguntou para Cameron.
Ela riu. "Talvez eu possa te pagar um jantar ao invés de um edredom".
"Nós combinamos de jantar pizza na minha casa". Chase disse enciumado.
"Pode ficar tranquilo com a sua pizza da meia noite, Chase. Pepperoni a essa hora dá gazes". House falou irônico e saiu.
"Eu ia chamá-lo para ir conosco". Cameron disse para Chase.
"Eu não quero que ele vá conosco, quero que apenas nós dois estejamos na minha casa comendo pizza juntos". Ele reclamou.
"Não seja infantil". Cameron disse irritada.
Cuddy teve um dia péssimo, era seu aniversário e ela recebeu felicitações de muitos funcionários e doadores, vários presentes e ligações da família. Mas não a que ela mais esperava. Cuddy voltou para casa perto das seis horas da tarde e resolveu comer sorvete enquanto assistia a uma comédia romântica melosa. Ela chorou, chorou muito. Cuddy não entendia exatamente qual a razão, mas ela só pensava em House e no final de semana passado.
Às onze e meia da noite Cuddy dormia no sofá depois de comer meio pote de sorvete, de repente ela ouviu batidas na porta. Ela acordou assustada e decidida a não chegar perto da porta com medo, afinal, era quase meia noite. Mas as batidas continuaram e ela se aproximou.
"Eu vim buscar meu edredom!". House gritou e os olhos de Cuddy se iluminaram imediatamente. Ela abriu a porta tentando disfarçar o sorriso, ele estava lindo e ela só queria agarrá-lo ali mesmo.
"Feliz Aniversário?". House disse assim que ela abriu a porta. Ele a entregou uma única flor roxa.
"É quase meia noite".
"Ainda é tempo...".
"Obrigada!".
"Você não sabe como foi difícil invadir a casa do seu vizinho para roubar essa flor". Ele disse e ela sorriu.
"É uma flor geralmente usada em velórios". Ela falou rindo.
"Oh... Foi mal!".
Cuddy deu passagem para ele entrar. "O que você disse sobre um edredom?".
"Eu curei mais um paciente, dessa vez uma criança e isso deveria valer por dois. Pontos em dobro. Agora eu quero trocar os meus pontos por um edredom".
Ela riu. Só mesmo ele para fazê-la rir assim com uma bobagem completa.
"Você comeu aquele pote de sorvetes inteiro?". House perguntou olhando para o pote sobre a mesa da sala.
"Metade".
"Mesmo assim... Wow!".
"Eu não tinha um bolo".
"Amanhã eu trarei um bolo para você". Ele falou.
"Obrigada?".
"Agora... Posso te dar parabéns devidamente?".
Cuddy não sabia exatamente o que aquilo queria dizer, mas seu coração acelerou.
"Pode...".
Ele se aproximou e passou o dedo com muita delicadeza pelo rosto dela.
"Você está mais velha, mas continua gostosa!".
Ela sorriu. Ele a beijou suavemente.
Os dois sentiam-se levitando com o contato de seus lábios, era muito bom estarem juntos novamente depois da semana de separação.
Um beijo levou a outro e os dois fizeram amor. Lento e delicado. Depois ficaram na cama abraçados até que o estomago de House roncou e Cuddy riu.
"Eu não jantei". Ele explicou-se.
"Eu percebi. Vou fazer alguma coisa para você".
"Vá como uma boa mulher sustentar o seu homem". Ele disse em tom de brincadeira, mas Cuddy gostou do som daquilo 'seu homem'.
"Sim, meu senhor". Ela entrou na brincadeira.
Jantaram, riram e dormiram profundamente. No dia seguinte eles acordaram perto das dez horas da manhã.
"Eu preciso ir". House falou.
Cuddy ficou desapontada, mas não queria demonstrar. "Você tem compromisso?".
"Wilson... Tenho que ir a um campeonato de boliche, a coisa mais chata do mundo".
Ela riu.
"Wilson solteiro inventa uns programas de idosos para ir e quer me arrastar com ele".
"O homem merece sua consideração por te aguentar todos os dias".
"Muito obrigado por isso". Ele falou enquanto levantava.
Ela riu.
"Será que eu não ganho um boquete matinal?". Ele perguntou malicioso.
"O aniversário é meu".
"O aniversário foi seu. Já passou e, se bem me lembro, eu te dei sexo oral na noite passada. Na verdade te dei dois orgasmos alucinantes".
Ela sorriu. "Tenho que agradecer por isso? Pois não me pareceu que foi um sacrifício para você".
"E não foi, te dar um orgasmo sempre é uma enorme satisfação". Eles trocaram um olhar e o beijo começou, mas foi interrompido pelo telefone de Cuddy.
"Oi mãe".
"Filha, eu estou na sua porta, você pode abrir? Por que você não tem uma campainha aqui? Você é médica, poderia ter um sistema inteiro com câmeras de segurança, interfones...".
"Minha mãe está aqui". Cuddy sussurrou para House.
"Aqui... Aqui no quarto? Tipo... Dentro do guarda-roupa?".
"Não... Aqui na minha porta".
"Agora?".
Cuddy fez sinal com a cabeça enquanto respondia para a sua mãe.
"Eu estava dormindo, me dê um minuto que já vou abrir a porta". Ela respondeu para Arlene.
House já havia levantado e estava colocando a calça.
"Desculpe, eu não sabia que ela viria". Cuddy falou.
"Eu vou sair pela janela".
"Não é você que disse que tínhamos um relacionamento há um ano?". Cuddy perguntou divertida.
"E mesmo se tivéssemos, essa não é a melhor maneira de encontrar sua mãe. 'Oi sogra, eu estive fodendo a sua filha a noite toda'".
Cuddy balançou a cabeça.
"Boa sorte!". House disse saindo pela janela.
Cuddy respirou fundo, colocou sua calcinha e se enrolou em um roupão de banho.
"Mãe, que surpresa!".
Arlene entrou e olhou ao redor.
"O seu namorado esteve aqui".
"O quê?". Cuddy perguntou surpresa.
"Eu posso perceber que houve presença masculina recente nessa casa". Arlene falou.
Cuddy franziu a testa, o que era isso? A mãe dela agora havia desenvolvido o olfato de um cão de caça?
"Mamãe...".
"Onde ele está?".
"Mamãe eu preciso explicar...".
"Vocês fazem sexo, eu pressuponho. Existe a intenção de oficializar essa safadeza?".
"Mãe... Eu...".
Arlene a interrompia sempre e ela não teve a oportunidade de explicar o mal entendido, apesar de que ela não saberia como explicar isso.
"Contanto que você o leve ao casamento de sua prima, eu estou bem, lá eu mesma vou me entender com ele". Arlene falou. "Vim lhe trazer isso".
Era um presente. Arlene não era mulher de presentear a filha no aniversário.
"O que é isso?".
"Abra e descobrirá".
Cuddy abriu o presente desconfiada. Era um livro. 'Guia para solteiras judias: Como conseguir e manter um bom casamento'.
"Mamãe, eu não preciso disso".
"Lisa, você já não é mais novinha. Encare a realidade. Logo tudo vai começar a cair e você precisa de um bom homem antes que isso aconteça. Bem, eu só vim para isso mesmo". Arlene falou e foi embora.
Cuddy olhou para o livro e o abriu em uma página aleatória.
Sexo
O sexo é uma ferramenta de captura de interesse do sexo oposto, mantenha-se casta para garantir que o rapaz não consiga toda a diversão sem o compromisso assumido (...).
"Tarde demais". Cuddy falou divertida jogando o livro longe.
Continua...
