Capítulo 14 – Passado, presente e futuro
Eu tô grávida
Grávida de um beija-flor
Grávida de terra
De um liquidificador
E vou parir
Um terremoto, uma bomba, uma cor
Uma locomotiva a vapor
Um corredor
Música: Grávida – Marina Lima
"O que é essa britadeira?". House perguntou confuso.
"Deve ser o meu tio Abel dormindo".
"Você quer dizer que isso é ronco?".
"Sim". Ela respondeu rindo.
"Oh meu Deus! Ele deveria participar do campeonato mundial então".
Ela ainda ria e se aproximou ainda mais de House o abraçando com força e se aninhando no largo peito dele.
"Como vamos dormir com um trator no quarto ao lado?". Ele perguntou.
"Lembre-me de passar na farmácia para comprar protetores auriculares amanhã". Cuddy disse.
Depois de algum tempo o cansaço falou mais alto e eles dormiram. Quando acordaram o sol já estava alto, todos os convidados que estavam hospedados no anexo passaram por eles e nem House e nem Cuddy percebeu nenhum movimento, tamanho o cansaço que os dominou.
"Bom dia aos pombinhos". Sarah disse na mesa do café da manhã.
"Bom dia, tia". Cuddy respondeu esfomeada. Fazia tempo que Cuddy não sentia tanto apetite.
"Lisa!". Abby chegou dizendo feliz.
"Abby! Que bom vê-la". Cuddy falou feliz.
"Você está linda como sempre". Abby disse.
"House, essa é minha prima e a noiva: Abby". Cuddy o apresentou.
"Oh, meus pêsames?". House brincou e alguns presentes riram.
"Esse é Greg o namorado de Lisa". Arlene apresentou com orgulho.
"Oh Lisa, eu não sabia...". Abby falou surpresa.
"Ninguém sabia querida". Arlene disse.
"Efraim, venha aqui!". Abby chamou o noivo e o apresentou a todos.
"Eles vão se casar virgens". House cochichou no ouvido de Cuddy.
"Não". Cuddy respondeu rindo.
"Certeza que sim. Ela não, mas ele sim".
"Ele deve ter o quê? Uns trinta e quatro anos? Nunca que ele é um virgem ainda".
"Oh você se surpreenderia". House respondeu.
Cuddy estava se divertindo, só mesmo House para observar tal coisa. Será? Não, hoje em dia as pessoas não fariam mais essa loucura de casarem-se virgens, ela pensou.
"O que você tem na perna, cara?". Efraim perguntou diretamente para House quando o viu levantar-se da mesa.
"Tive um infarto no músculo". Ele respondeu incomodado, já era a segunda vez que perguntaram isso.
"Wow, você teve um infarto no coração e ficou manco?". Efraim estava confuso.
"Não seu burro, ele teve uma isquemia no músculo da perna". Cali respondeu irritada. Ela odiava esse sujeito e não era dos seres mais pacientes.
House gostou daquela garota.
"Cali!". Julia chamou a atenção da filha.
"Desculpe, Efraim". Ela falou e sorriu para House que sorriu de volta.
"Animados para irmos a Little Long Lake?". Sarah perguntou feliz.
"O que tem nesse lugar?". House perguntou para Cuddy.
"Não faço ideia". Ela respondeu.
Eles deram as mãos e entraram juntos em um dos carros da família. Chegando lá o frio estava intenso e eles estavam quase congelando durante o piquenique.
"Que ideia mais infeliz essa". Ezra disse para Cuddy. "Preferia mil vezes ficar em casa jogando videogame".
House riu.
"Eu sou Ezra, primo de Lisa. Você é Greg namorado dela, certo?".
"Aparentemente sim". Ele respondeu.
"Você ficou com a prima mais bonita e talentosa da família, isso só me faz admirá-lo mesmo sem conhecê-lo". Ezra respondeu.
Cuddy corou.
"Obrigado, mas se me conhecesse sua admiração aumentaria ainda mais". House disse bem humorado.
"Não tenho duvidas". Ezra concordou sorrindo. "Que tal uma bebida para esquentar?".
"Boa ideia".
House e Ezra começaram a beber e a conversar. Os dois se deram muito bem e Cuddy estava admirada.
"Honey, vamos dar uma volta de caiaque?". House propôs.
"Mas está frio, muito frio".
"E daí? Pararemos no meio do rio e ficaremos abraçados, eu te esquento". Ele disse malicioso.
"Que proposta irrecusável". Ela falou.
Foram.
House fez exatamente isso, remou até o meio do rio e lá se aproximou de Cuddy. Ficaram admirando a paisagem juntos, bem agarrados.
"Não vejo a hora de chegar à noite e deitar naqueles colchões com você". Ele falou.
Cuddy sorriu, pois ela também não via a hora de poder ficar com ele longe dos olhos curiosos de todos.
O fato é que da margem do rio as mulheres comentavam a cena que viam à distancia.
"Lisa está realmente apaixonada, nunca a vi assim com ninguém". Sarah falou.
"Já não era sem tempo, agora só falta convertê-lo ao judaísmo e ao casamento". Arlene disse. "Ele também precisa fazer a barba, definitivamente".
"Pra que isso vovó? Ele está bem sendo quem é e tia Lisa está feliz com isso, deixe-os em paz para serem feliz". Cali falou e todas olharam para ela.
"Essa menina as vezes me surpreende". Julia disse.
"Eu não sou menina, eu já tenho treze anos". Cali apontou.
Todas riram.
Depois de algum tempo voltaram para casa, pois até os mais resistentes foram vencidos pelo frio de outubro.
"Como vocês se conheceram?". Saul perguntou durante o jantar.
"Na faculdade, há milhares de anos atrás". House respondeu.
"Oh, em Michigan?". Arlene perguntou curiosa.
"Sim. Ela me deu emprego anos depois porque nunca foi capaz de me esquecer". Ele falou e Cuddy corou.
"Um brinde ao único homem que já fez minha prima Lisa corar". Ezra falou levantando a sua taça.
Algumas horas depois, eles se deitaram nos colchões e esperaram os sinais de que todos estavam dormindo em seus respectivos quartos, quando isso aconteceu House se aproximou e começou a beijá-la. Cuddy mal podia esperar por esse momento.
De repente o ronco do tio de Cuddy começou.
"O seu tio urso ataca novamente". House disse e ela riu.
"Deixe meu tio urso pra lá, vem cá!". Ela o chamou e ele foi. E fizeram amor.
Na manhã seguinte House acordou sentindo-se muito bem, quando ele deu por conta percebeu que Cuddy estava embaixo dos lençóis dando um boquete matinal nele.
"Oh meu Deus! Isso é um sonho?". House sussurrou baixo.
"Shhhhhhhhhhh". Ela disse e continuou.
House a avisou que ele estava perto, mas ela não parou e ele gozou dentro da boca de sua 'namorada'.
"Oh Deus!".
Ela engoliu tudo e ainda o provocou com a língua.
"Você é... Demais!". A mente de House ainda estava longe. "Obrigado!".
"Não precisa me agradecer, eu queria fazer isso". Ela respondeu.
Ele a beija e começa a descer nela.
"Você não precisa...". Ela disse.
"Eu quero". House respondeu e continuou o seu caminho.
Ao final Cuddy estava ofegante após o orgasmo.
"Se eu pudesse eu faria isso todo dia. É muito melhor do que café da manhã". Ele falou.
De repente algumas pessoas acordam e começam a dirigir-se para a sala. Eles estavam ainda com as calças abaixadas. Ambos se cobriram rapidamente e fingiram dormir com ares de inocentes.
"Os dois pombinhos ainda estão dormindo". Julia disse para John enquanto passava por eles.
"Você acha que eles não transam a noite?". John perguntou baixo para a esposa.
"Claro que não, na sala? Nunca minha irmã faria algo assim".
House precisou se esforçar para segurar a risada.
Era domingo, o dia do casamento.
"Estranho não haver despedida de solteiro". House falou.
"Por quê? Você queria uma noite de orgia?". Cuddy o provocou, mas ela escondia um ciúme por trás das palavras.
"Não quando eu tenho você". Ele respondeu e ela acariciou o rosto dele antes de dar-lhe um beijo.
"Mas que esse casal é chato... Ah eles são". House complementou e ela riu alto.
Arlene que passava por eles hesitou e ficou a distancia assistindo a cena. Depois ela se aproximou da filha.
"Realmente esse seu namorado tem algo diferente".
"Como assim, mãe?".
"Ele conseguiu algo que nenhum outro conseguiu".
"O quê?". Ela perguntou confusa.
"Fazer você ficar de quatro por ele. Você está completamente apaixonada".
Cuddy corou. "Você está exagerando, mamãe".
"Nenhum pouco".
"Eu...".
"Lisa, não precisa se justificar, só peça para ele fazer a barba pelo amor de Deus".
"Eu gosto dele assim...".
"Com certeza você gosta...".
"Lisa!". Uma voz masculina as interrompeu.
"Davi!". Cuddy falou surpresa.
"Como vai linda?". Davi chegou se aproximando e a abraçando com mais entusiasmo do que o normal e House, que observava à distancia, ficou confuso com a situação.
"Bem". Cuddy tentou se desvencilhar dele. "Esse é Greg, meu namorado". Ela o chamou para perto.
House notou a decepção no rosto do homem.
"Oh, vejo que seus padrões decaíram". Davi falou sarcástico. "É uma brincadeira, amigo. É que eu já fui Mister Indiana em um concurso de beleza e namorado de Lisa...".
Cuddy corou por um misto de irritação e vergonha.
"Oh, isso deve ter sido há muito tempo, pois as coisas mudaram bastante, tanto com Lisa quanto com a sua beleza". House respondeu afiado e Cuddy quase riu.
"Gostei da resposta, inteligente. Deve ter sido essa a razão então de Lisa se interessar por você, só pode ter sido isso... Aliás, o que houve com a sua perna? Notei que você é manco".
"Davi, foi uma surpresa vê-lo aqui". Cuddy cortou o assunto e puxou House de lá. No meio do caminho Sarah e Arlene apareceram para falar com Cuddy e House deu um jeito de sumir de vista.
"Você viu House?". Cuddy perguntou para sua irmã minutos depois.
"Não".
Ela estranhou e começou a procurá-lo.
Ele saiu da casa para arejar a mente, ele estava em uma rua próxima a residência dos tios de Cuddy. 'Como você acha que ela vai te querer seu idiota?', ele falava consigo mesmo. 'Com você ela tem sexo para procriação e porque ela não sabe o valor que tem, se soubesse ela já estava com alguém que a merecesse realmente, não com um homem defeituoso e dependente químico'.
House estava em pânico com a possibilidade real de Cuddy o deixar tão logo surgisse alguém que a merecesse, o que seria dele então?
"Tia Lisa, eu vi Greg saindo para a rua e virando a esquerda". Cali a chamou. Cuddy agradeceu e correu atrás dele. Logo ela o encontrou.
"House!".
Ele não se virou.
"House, por que você sumiu?".
"Eu não queria atrapalhar".
"Atrapalhar?".
"Você e seu primo...".
"Davi?".
"Esse mesmo".
"Ele não é meu primo, ele é amigo do meu primo".
"De qualquer forma...".
"Você é o meu namorado, esqueceu? Então você tem que atrapalhar esse idiota".
House olhou para ela desconfiado.
"Nós namoramos há séculos atrás e por alguns meses, ele é um arrogante de pinto pequeno". Cuddy falou divertida e House riu.
"Cuddy...".
"House, eu estou aqui com você". Ela disse pegando a mão dele e o beijando nos lábios suavemente.
House gostou do som daquilo 'eu estou aqui com você', pena que não era real. Afinal, ele nunca seria o homem ideal para ela, não com Vicodin, não com aquela dor latejante e constante na perna.
"Tudo bem. Você quer que eu bata no sujeito? Quer que eu o humilhe publicamente?". House questionou.
"Eu só quero que você fique comigo, não quero que me abandone e suma".
Ele a pegou pela cintura e a puxou forte contra ele.
"O seu desejo é uma ordem". Ele disse com voz sexy.
Cuddy sentiu um frio na coluna. Ela realmente estava apaixonada pelo bastardo, como ele não havia notado isso? Ela não queria nenhum homem além dele.
Eles voltaram para a casa, em breve deveriam sair para o casamento. Cuddy teve um mal súbito.
"O que você tem?". Sarah correu para acudi-la, mas House a havia segurado.
"Minha pressão deve ter baixado". Cuddy respondeu.
"Quer um pouco de sal?". Julia perguntou.
"Ela vai ficar bem". House a fez sentar e respirar.
"Desculpe, eu me esqueço de que temos médicos em casa". Julia disse educada.
Minutos depois Cuddy estava recuperada e eles se vestiram para a cerimônia. Cuddy colocou um lindo vestido verde escuro e House estava elegante com o seu terno e gravata azul.
"Wow! O noivo vai te ver e largar a noiva no altar". House a elogiou.
"Obrigada. Você também está lindo!".
Eles trocaram um beijo leve e entraram em um carro dos tios de Cuddy para irem até o local do evento.
Chegaram e assistiram a cerimônia. "Isso é muito chato". House reclamou o tempo todo. "Olha aquela mulher de rosa, ela tem bigodes". Ele comentava sobre tudo e todos a distraindo constantemente, mas Cuddy estava amando cada minuto disso.
House tirou uma foto da mulher de bigodes e mandou para Wilson com a descrição: 'Eis a Deusa do Ébano'.
Depois começou a festa, sem bebida alcoólica.
"É um absurdo uma festa sem álcool". House reclamou pela nonagésima vez no dia.
"É a opção dos noivos...".
"Eu te avisei que eles eram chatos".
"Vamos dançar?".
"Você sabe do problema na minha perna...".
"Dançamos devagar...". Cuddy insistiu e eles foram.
Dançaram algumas musicas juntos e bem próximos, qualquer um podia sentir a vibração e a energia entre o casal.
"Tia Lisa e Greg estão mais apaixonados do que os próprios noivos". Cali comentou com a sua mãe e avó.
"Eu sou totalmente a favor de realizarmos mais um casamento hoje". Arlene falou. "Afinal, sua tia já passou da idade de se casar".
"Não existe essa coisa de idade para se casar, vovó". Cali chamou a atenção dela.
Enquanto isso Davi se aproximou dos dois na pista de dança. "Me concede essa dança, Lisa?".
"Davi, eu estou dançando com o meu namorado e prefiro continuar assim".
"Ele te proibiu de se aproximar de mim?". Davi os provocou.
"Eu não sou um babaca que proíbe nada para a minha namorada, se ela não quer é porque ela não quer e prefere ficar comigo, simples assim, Ex Mini Mister Indiana". House falou.
"Você está...". Davi ia dizendo, mas Cuddy o cortou.
"Davi, deve haver muitas mulheres disponíveis por aqui, por que você não dá uma volta para conhecê-las?".
"É David, nos deixe em paz". House falou fazendo Cuddy rir.
Davi se foi contrariado.
"Como você namorou esse otário?". House perguntou.
"Não faço a menor ideia. Acho que eu estava atravessando alguma crise". Ela respondeu bem humorada.
Horas depois, House estava sentado para descansar a perna e alguns tios de Cuddy se aproximaram.
"Ei, o que você tem na perna?".
Era a décima vez que House ouvia a essa pergunta desde que chegou.
"É um ferimento de guerra". Ele diz cansado de contar toda a história.
"WOW!". Os homens disseram espantados e Cuddy riu.
O telefone de House vibrou, era uma mensagem de Wilson.
'Você está em um casamento judeu? O que você faz aí? Não me diga que é o seu casamento?'
House riu. Ele adorava colocar dúvidas na cabeça de seu amigo.
Quando voltaram para casa eles estavam exaustos, mas ambos esperavam ansiosos todos os dias por aquela hora da noite quando estariam juntos nos colchões da sala de estar.
Eles deitaram-se e olharam um para o outro, Cuddy mordeu os lábios e House se aproximou dela e logo iniciou o beijo. Alguns minutos depois alguns primos de Cuddy entraram no ambiente e ligaram a televisão.
"Desculpe, mas eu preciso assistir ao final do jogo". Ezra disse. "Já estão assistindo a outra coisa chata na televisão da sala principal".
O casal bufou frustrado, House estava excitado e precisou se conter. Então ele a abraçou e os dois ficaram assim, deitados, cobertos e abraçados assistindo ao final do jogo.
"Quanto tempo falta para acabar isso?". Cuddy sussurrou para ele.
"Uns vinte minutos". Ele respondeu.
"Oh droga!". Cuddy disse.
"Podia ser pior". House respondeu.
Assim que o jogo acabou os intrusos foram dormir.
"Vamos deixar vocês dormirem, só não transem aqui na sala, tudo bem?". Ezra os provocou.
O casal nada respondeu, assim que as portas se trancaram eles voltaram a se beijar.
"Parecemos dois adolescentes". Cuddy falou entre beijos.
No dia seguinte Cuddy foi acordada com beijos.
"Uh...". Ela gemia sonolenta.
"Bom dia, honey". House falava e continuava a beijando.
"Eu acordaria assim todos os dias". Uma Cuddy sonolenta deixa escapar a confidencia.
Ela estava completamente apaixonada por ele. Qualquer ideia de proximidade dele a deixava excitada. Ela gostava de tudo nele, até dos pelos do pé que ela achava extremamente sexy.
O momento de carinho entre os dois foi interrompido, pois Julia e John acordaram.
Eles desistiram de qualquer coisa e se vestiram. Mais tarde, eles estavam na mesa do café da manhã e Cuddy passou mal.
"O que foi?". Arlene perguntou, mas sua filha correu para o banheiro.
House foi atrás dela. "Cuddy... Você está bem?".
"Sim, é só uma indisposição". Ela respondeu de dentro do banheiro.
Quando voltaram juntos para a mesa do café, Joseph, sorriu. "Se você fosse mais nova eu iria apostar que estava grávida".
"Se eu fosse mais nova?". Cuddy perguntou irritada. "Quantos anos você acha que eu tenho?".
"O suficiente para não poder engravidar mais?". Joseph respondeu.
House arregalou os olhos.
"Joseph, cale-se!". Sarah ordenou.
House continuava com os olhos arregalados. Então ele puxou Cuddy de canto.
"Você pode estar grávida". Ele estava branco como um papel ao falar isso.
"Eu não posso".
"Pode sim".
"Eu fiquei menstruada, não se lembra?".
"E daí?".
"E daí que a menstruação é um sinal de que não ouve fecundação".
"Nem sempre. Você como endocrinologista deveria saber melhor".
Os olhos de Cuddy arregalaram também nesse momento. "Será?".
"Vamos comprar testes em alguma farmácia". Ele disse.
"Tudo bem".
House não sabia o que pensar, para ele era impossível que eles gerassem um ser dado ao histórico de ambos, mas... Será?
Eles inventaram uma desculpas e saíram em busca de uma farmácia. Cuddy pegou o carro de seu tio emprestado.
"Veja... pare!". House falou quando avistou uma farmácia.
Ela estacionou.
"Eu vou entrar para comprar os testes". House disse e saiu.
Cuddy estava no carro esperando e com o coração acelerado, será possível? Em tão pouco tempo?
House chegou ao balcão da farmácia.
"Por favor, eu preciso, não eu... minha... uma mulher precisa de teste de gravidez". House falou confuso e a atendente sorriu.
"Qual a marca do teste que você quer?".
"Eu não sei... Qual é o mais confiável?".
"Depende...".
"Então me dê todos os que você possui".
House pagou e voltou para o carro.
"Comprou?".
"Sim".
E voltaram para casa.
"Você sabe que é melhor reter a urina por pelo menos algum tempo antes de fazer o exame, certo?". Ele perguntou.
"Sim, vamos dar um tempo e depois faremos o exame". Cuddy concordou.
"Ei... Vamos jogar pôquer?". Arlene os convidou interrompendo o diálogo do casal.
"Sua mãe joga pôquer?". House estranhou.
"Ela é uma das melhores".
Eles foram.
O jogo ficou intenso, House e Arlene deram o sangue e os demais se divertiam com aquilo.
"Eu não vou perder para um manco que não faz nem a barba". Arlene disse divertida e todos riram alto.
"E nem eu para uma velha que passa perfume com flagrância de naftalina". Ele respondeu e novos risos.
"Se eu ganhar, você deve se casar com a minha filha e parar com essa pouca vergonha". Arlene falou e os homens presentes gritaram alto.
Ambos estavam se dando muito bem para a surpresa de Cuddy.
No final, House ganhou e a senhora o amaldiçoou.
"Sua mãe é engraçada". House falou.
"Ela gostou de você". Cuddy disse.
"Ela me amaldiçoou".
"Ela só faz isso quando gosta de alguém". Cuddy respondeu sorrindo.
"Que ótima forma de demonstrar afeto. Eu vou lá dar um tapa nela pra provar que eu tenho apresso pela senhora Arlene e já volto...". Ele disse e Cuddy sorriu.
"Vamos dar uma volta?". Ela o convidou.
"Sim". House respondeu e foram para o quintal, apesar do frio.
"Sabe... a última vez que vim aqui meu pai ainda estava vivo". Cuddy começou a falar.
"Como era o seu pai?". Ele perguntou atencioso.
Os olhos de Cuddy brilharam. "Ele era o meu melhor amigo".
House sorriu e Cuddy continuou.
"Eu e ele éramos muito próximos. Nem minha mãe e nem Julia me entendiam como papai, eu e ele éramos inseparáveis. Como ele não tinha um filho homem, eu acabei fazendo as vezes de um garoto com papai". Ela ria ao lembrar. "Ele me levava para ver esportes, para acampar, me ensinava a dar manutenção na casa e no carro, todas essas coisas que um pai faz geralmente com um filho".
"Me lembre de chamá-la quando eu tiver algum problema em casa".
Ela riu.
"Você deve ter sentido muito a morte dele".
"Sinto até hoje. Ele sempre foi a única figura masculina na minha vida". Cuddy desabafou. Ela não sabia o porquê, já que ela nunca havia falado sobre essas coisas com ninguém.
"Eu sinto muito". House respondeu sem saber exatamente o que dizer, ele não esperava por essa conversa.
"Tudo bem, eu... acho que eu nunca quis voltar aqui também pelas lembranças de papai, mas dessa vez é diferente. Eu tenho você". Ela falou sorrindo e House não sabia dizer se ela havia feito uma piada ou se era um sentimento real.
Quando ele ia responder eles foram interrompidos.
"Ei... o almoço está servido!". Era Sarah.
Durante o almoço os dois estavam ansiosos, mas tentaram disfarçar.
"Saiba que haverá revanche para esse jogo de pôquer". Arlene disse para House.
"É só marcar local, data e hora". House respondeu de volta.
"Para onde foram Abby e Efraim?". Cuddy perguntou.
"Eles irão passar dez dias em Nova Iorque". Sarah respondeu.
"Vocês moram em Princeton ainda, certo?". Ezra perguntou.
"Sim". Cuddy respondeu.
"Qualquer final de semana irei para lá e tomamos uma cerveja". Ele falou para House.
"Tudo bem".
O almoço terminou e os dois correram para o banheiro no segundo andar.
"Cadê o teste?". Cuddy pediu e House entregou o pacote para ela.
"O que é isso? Você comprou sete testes?".
"Um de cada marca".
"Pra que?".
"A atendente não sabia me dizer qual era o mais confiável, então eu peguei um de cada".
"Que exagero! Eu nem terei urina para usar em todos esses testes". Ela falou chocada.
"É só um pouco de urina por teste, se quiser eu te ajudo".
"Nunca! Você não vai ficar aqui e me ver urinar".
"Por que não? Eu já vi você fazer coisas mais intimas".
Cuddy corou.
"House, saia!".
Ele bufou, mas saiu.
Cuddy ficou e abriu todos os testes, os colocou em uma fila indiana e começou a urinar em cada um deles.
Ao final ela o chamou.
"O que foi?". Ele estava lívido.
"Temos que aguardar alguns minutos e eu não quero esperar sozinha". Cuddy falou pegando a mão dele.
Continua...
