Capítulo 24 – Confissão involuntária
Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver
Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passeei no tempo, caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
É um espelho sem razão
Quer amor, fique aqui
Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É o amor que está aqui
Amor I love you
Música: Amor I Love You – Marisa Monte
"Eu sei de tudo Lisa Cuddy". Arlene falou irritada.
"House...". Cuddy falou decepcionada.
"Desculpe". Ele se limitou a dizer.
"Eu deveria ter recebido a notícia em primeira mão". Arlene reclamou.
"Não, eu deveria ter recebido a noticia em primeira mão já que eu sou o responsável por 50% dos genes do feto". House contestou. "E isso de fato aconteceu, então está tudo certo, nada a reclamar com relação à divulgação da gestação".
"Você nem deveria estar grávida, vocês nem são casados". Arlene falou.
"Dá um tempo!". House reclamou.
"Eu falo sério". Arlene rebateu.
"Então o corpo humano não deveria permitir que uma inseminação acontecesse a menos que os seres envolvidos fossem casados? Não me diga agora que além de casados eles deveriam ser judeus?". House a provocou.
"Ignorando toda a baboseira que você falou, espero que vocês se casem depois dessa concepção pecaminosa". Arlene falou.
"Mamãe, pare de falar assim da concepção de meu bebê". Cuddy falou irritada. "E você?". Ela olhou para House.
"Eu estou bêbado, culpa do vinho de má qualidade que a sua mãe trouxe".
"Vá tomar um banho gelado e depois para a cama". Cuddy ordenou House.
"Você a deixa mandar assim em você?". Arlene o provocou.
"Mamãe, pare com isso e me escute. Eu ainda estou grávida de onze semanas. É muito cedo e eu não iria divulgar nada até daqui a algumas semanas".
"Eu só quero que respondam a minha pergunta, ninguém ainda me respondeu. Quando será o casamento?". Arlene disse.
"Você acha mesmo que devemos satisfações a você?". House perguntou indignado.
"O que você está fazendo que ainda não foi tomar um banho gelado?". Arlene perguntou de volta.
"Você está mais bêbada do que eu, você é quem ficou jogando pizza em mim e falando coisas sentimentais". House a provocou.
"Vocês dois, calem-se!". Cuddy falou irritada.
Nesse momento eles ouviram batidas na porta, eram Julia e Cali, as duas vieram para dar uma carona para Arlene.
"Julia, que bom que você chegou, pois eu tenho uma noticia. Você sabia que sua irmã escondeu uma gravidez de nós?".
Cuddy bufou indignada.
"Wow, tia Lisa. Você está grávida?". Cali perguntou surpresa.
"Estou com uma gestação recente, só onze semanas, e essa foi a razão pela qual eu não divulguei nada ainda". Cuddy disse.
Cali correu para abraçar a tia. "Parabéns tia Lisa!".
"Mamãe, deixe Lisa divulgar a noticia quando quiser". Julia falou abrindo um sorriso e indo cumprimentar sua irmã.
"Imagino que você seja o pai". Julia falou para House.
"Eu também". Ele respondeu mal humorado e Julia e Cali o abraçaram. Ele ficou confuso, House não era dado a celebrações que envolvessem contato físico.
"Vocês estão cumprimentando os dois? Sua irmã ficou grávida solteira, isso deveria ser um alerta para nossa família". Arlene contestou.
"Vovó, pelo amor de Deus! Tia Lisa é adulta e independente e sabe o que faz, ninguém vai sustentar ou criar o bebê dela, então a deixe em paz". Cali disse indignada e House sorriu. Ele gostava dessa adolescente.
Depois de mais alguns sermões e contestações, Arlene saiu com Julia e Cali.
"Cuddy, eu...".
"Você cale-se e vai tomar um banho gelado".
"Desculpe!".
"Amanhã conversaremos, hoje... Hoje eu só quero paz e uma boa noite de sono".
No dia seguinte Cuddy saiu cedo para o hospital, era a véspera da festa de final de ano e ela ainda tinha muito o que fazer. House chegou ao hospital depois, e ele estava em sua sala quando Cuddy entrou.
"Bom dia!". Ela disse para ele e para todos os membros do time. "Eu vim trazer os convites para a festa de amanhã".
"Quanta bondade sua, Dra. Cuddy". House falou sarcástico. Ele não sabia se Cuddy ainda estava brava com ele.
"Para aqueles que estão trabalhando hoje eu faço questão de entregar o convite pessoalmente". Ela disse bem humorada.
"Wow, que convite lindo!". Cameron disse olhando para o papel.
"Todo o dinheiro empregado nessa festa poderia nos conceder um novo aparelho de ressonância magnética. Ótima gestão Dra. Cuddy, sempre em busca das prioridades". House falou provocativo. Ele a estava testando para saber até onde iria a sua fúria pela noite anterior.
"Trabalhar é preciso, mas celebrar e divertir-se as vezes é fundamental". Ela falou sorrindo.
Foreman franziu a testa, definitivamente a reitora estava diferente nos últimos tempos.
"Para você dois convites, sei que levará uma acompanhante". Cuddy falou entregando um envelope para House e dando uma piscada de olho discreta.
"E você Dra. Cuddy? Você irá acompanhada?". House a provocou.
"Não é da sua conta". Ela respondeu sorrindo.
"Uh... Isso me diz que sim".
"Sim, se te faz feliz em saber". Ela entrou na brincadeira.
"Posso saber quem será a vitima?". Ele continuou.
"Meu namorado, claro". Ela respondeu sorrindo.
"Ele terá a cabeça decepada após a festa? Sim porque existe um boato pelo hospital de que você arranca a cabeça dos homens após o coito".
Cuddy sorriu e saiu sem responder.
House se esforçou para não sorrir de volta.
"Wow, é hoje que descobriremos a identidade do namorado secreto. Preciso intensificar as apostas". Chase disse se fazendo de desentendido.
"Coloque mais 300 dólares em Dr. Richard". Foreman falou pegando a sua carteira.
"Dr. Richard? Sério?". House perguntou.
"Sim". Foreman confirmou.
"Richard é... chato".
"Eles têm quase a mesma idade, eles almoçam juntos as vezes e eu vejo como ele olha para ela". Foreman disse.
House quase teve uma crise de ciúme ali mesmo, ele precisou se conter.
"Cuddy é a reitora, ela almoça com muita gente. E acho que 90% dos homens desse hospital olham para ela com admiração, se é que você me entende". House falou.
"Quem você acha que será o acompanhante dela então?". Foreman o provocou.
"Minhas apostas são secretas". House disse.
"E quanto a você?". Cameron mudou de assunto.
"O que tem eu?". House perguntou.
"Quem será a sua companhia essa noite?".
"Wilson não pode ser já que ele também é funcionário do hospital e recebe um convite". Chase falou sarcástico.
"Claro que será uma prostituta". Foreman disse.
House olhou para ele sorrindo. "Aguarde e verá!".
E ele saiu da sala.
Cameron franziu a testa confusa.
"Será uma prostituta Cameron, pode apostar". Foreman disse.
"Eu acho que será algo grandioso!". Chase provocou.
"Então só se for uma transformista performance". Foreman comentou bem humorado.
O resto do dia no hospital não se falava em outra coisa além da grande festa. A maior expectativa era com o acompanhante secreto de Cuddy. As apostas aumentaram muito, House e Chase estavam satisfeitos.
"Quem deverá ser o acompanhante de Cuddy?". Chase instigou Cameron e Foreman.
"Eu já falei, Dr. Richard". Foreman respondeu, mas Cameron não se importava, ela só estava intrigada com a acompanhante de House.
O dia passou muito rapidamente, logo eles estavam em casa. House foi para a própria casa e passaria para pegar Cuddy perto das oito horas da noite. O evento começaria às sete horas, mas ela queria aguardar para entrar com ele quando o ambiente estivesse cheio. Cuddy estava se divertindo com a ideia de chegar com House e ver a reação de todos os presentes.
House estava indo encontrar Cuddy quando o telefone dele tocou.
"Onde vocês estão?". Era Wilson.
"A caminho Jimmy".
"Já está quase todo mundo aqui".
"Estamos chegando. Pode pegar o lugar VIP para nos aguardar, seremos o casal da festa". House respondeu bem humorado.
Minutos depois ele bateu na porta dela, House estava elegante com um Smoking. Cuddy apareceu radiante. Ela estava linda. Um longo vestido vermelho que deixava suas costas de fora, o cabelo preso com poucos fios caídos. Ainda não era possível identificar sinais da gravidez.
"Oi!". Ela disse sorrindo.
"Você está... deslumbrante!". Ele falou atônito.
"Obrigada! Você também está elegante. Até aparou a barba". Ela disse passando a mão pelo queixo dele e dando um leve selinho em sua boca.
"Pronta para causar? Para explodir Plainsboro?". House perguntou.
"Pronta!". Ela falou sorrindo.
Eles entraram no carro dela, dessa vez Cuddy não quis negociar. Mas era House quem dirigia.
"Não vamos falar sobre a gestação. Para ninguém, ouviu?". Cuddy puxou o assunto.
"Sim. Desculpe-me sobre a sua mãe".
"Eu sei. Mas que ela seja a única a saber, além de Wilson, de Chase, de sua mãe, de Julia, de Cali...".
"Quantas semanas até estarmos liberados para compartilhar a notícia mais bizarra da humanidade?".
"Não chame minha gestação de bizarra". Ela falou ofendida.
"Desculpe, eu não tenho jeito com as palavras". House pegou a mão dela.
"Não fale assim que o bebe sente". Cuddy alisou a sua barriga.
House ficou quieto, apesar de ele ter muito a dizer para contestar tal argumento. Ele não podia criar mais confusão para o seu lado.
"Pelo menos treze semanas até contarmos. Estamos com onze, falta pouco". Cuddy disse.
"Tudo bem".
"E... Segunda-feira reportaremos nosso relacionamento para o RH". Cuddy disse.
"Pensei que essa era a primeira ação a fazer, e não divulgar para todos em um evento".
"E era, mas eu não perderia isso por nada". Ela disse sorrindo e House riu. "Depois eu me acerto com o RH".
"É por isso que eu te amo!". Ele falou sem pensar e Cuddy ficou séria olhando para ele.
House continuou dirigindo sem perceber o que havia dito.
"O que foi?". Ele perguntou quando notou que Cuddy estava calada.
"Você disse...".
"Oh não, eu não falei nada insensível agora, não é?".
"Não... Você não se lembra do que me disse?".
"Eu falei algo tão espontâneo... O que eu disse".
"Deixa pra lá". Ela estava frustrada.
"Não... Diga-me!".
"House, não...".
"Ele encostou o carro e parou".
"O que eu disse?".
"Você disse que me amava". Ela falou baixo e House arregalou os olhos.
"Oh...".
"Não tem problema, não é grande coisa. Você mesmo disse que falou sem pensar".
"Eu...". House estava em choque com o que disse, isso não era coisa pra se dizer dessa maneira. "Cuddy, eu realmente...".
"Fala House... Você realmente...".
"Eu...".
"Eu te amo!". Cuddy falou olhando nos olhos dele.
House quase engasgou com a saliva.
"Eu não estou apenas apaixonada por você, além disso... Eu te amo!". Cuddy disse.
House não tinha palavras ainda. Eles se olhavam.
"É melhor você dirigir, precisamos chegar logo, estão nos aguardando".
"Eles que se danem!". House foi espontâneo.
"House...".
"Cuddy, Lisa...". Ele disse pegando a mão dela. "Eu realmente te amo!".
Cuddy não esperava por isso novamente, não nesse momento e não assim, olhos nos olhos.
"Você quer dizer isso? Por que você não precisa dizer isso só porque eu...".
"Eu falei primeiro, não? Então... É porque é real, muito real".
Cuddy teve ímpetos de chorar, mas sorriu e o beijou suavemente.
"Agora vamos, porque eu estou louco pra ver a cara daquele povo". House falou enquanto voltava a dirigir.
Continua...
