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Ótimo final de semana!
Capítulo 31 – Faça as suas malas
Por onde andei
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava?
Música: Por Onde Andei – Nando Reis
House respirou fundo e contou alguns fatos sobre a sua infância. Cuddy ficou indignada com John e Blythe por deixarem ele passar pelo que passou quando era apenas um menino. Mas ela não queria demonstrar a sua fúria para evitar que House fosse tomado por sentimentos ruins, ele precisava de um alívio e não de alguém para potencializar suas memórias doloridas.
No fundo ela pensava: 'Como um pai faz algo assim? Como uma mãe não o impedia?'.
"Eu sinto muito pelo que você passou". Cuddy disse se aproximando dele.
"Eu... eu tenho receio de não fazer muito melhor com ela".
Cuddy pegou na mão dele. "Eu tenho certeza de que você fará infinitas vezes melhor".
"Você espera muito de mim".
"Não! Eu só espero que você seja quem é. As crianças amam quem você é. Eu amo quem você é".
"Uma coisa é distrair uma criança, fazê-la rir. Outra coisa é ter a responsabilidade de criar e educar uma criança".
Ela sabia que House estava certo.
"Eu vou estar ao seu lado, estaremos juntos. Não pense que eu também não estou morrendo de medo". Cuddy falou apertando mais forte a mão do namorado.
"Até quando você estará aí? Eu vou te irritar constantemente. Eu vou te frustrar".
"E eu vou te irritar e te frustrar também".
"Não é a mesma coisa".
"House, eu te amo!".
Na mente de House era muito claro que o amor não era o suficiente, nunca foi...
"Precisamos fazer algo com a sua dor também, você não pode viver assim". Cuddy disse lembrando-se da perna dele.
"O meu pai diria que eu devo me calar e suportar a dor como homem. Ele diria que a dor ajuda a moldar o caráter e a força".
"Ninguém merece viver com dor, temos recursos, podemos buscar o que for melhor. Vamos tentar um programa para controle da dor? Eu conheço um médico fantástico que em breve estará em Princeton".
"Você irá contratar um médico especialista em controle da dor só por minha causa? O que o conselho do hospital irá falar?". House perguntou bem humorado.
"Vejo que a sua dor melhorou...". Cuddy respondeu aliviada quando o viu sorrindo. "Eu vou contratá-lo porque será útil para o hospital, e o conselho já aprovou a contratação, estamos tratando das burocracias finais".
"Quem é ele?".
"Dr. Newman".
"Dr. Newman de Seattle?".
"Esse mesmo".
"Wow, Lisa Cuddy contratando médicos famosos e caros".
Ela sorriu. "Você será o seu primeiro paciente, eu faço questão disso".
House olhou para baixo pensativo.
"Ei". Ela levantou o rosto dele. "Você merece viver sem dor. E seu pai tinha sérios problemas. Você merece ser amado, ser feliz".
Ela o abraçou e House adormeceu assim. Cuddy não conseguiu pregar os olhos, de madrugada ela chorou. Ela chorou por ele. Ela chorou pelas crianças que sofrem abusos.
No dia seguinte eles acordaram e Cuddy preparou um café da manhã especial para ele.
"Uh... Qual é a data especial?". House perguntou.
"Nenhuma, não precisamos de data especial". Ela o beijou.
"Sabe que nós não fazemos sexo há dias, precisamos resolver isso...".
Ela sorriu. "Com certeza, você não me escapará hoje".
Ela saiu um pouco antes de House, Cuddy estava angustiada desde a conversa com House na noite anterior, ela precisava falar com alguém a respeito disso, então ela lembrou-se de Flora, a psicóloga que a atendia no ano anterior. Ela agendou um horário para o final do dia.
"Filha, nós precisamos ajudar o seu pai". Cuddy falou com a sua bebê enquanto alisava a barriga.
Cuddy estava seguindo o seu dia até que foi chamada pelo chefe da cirurgia. Ela respirou fundo e foi até lá.
"O que aconteceu?".
"O seu namorado/funcionário está causando um transtorno no meu departamento". Dr. Lars reclamou.
"O que foi Lars?".
"Veja". O médico apontou para a equipe de House debruçada sobre o paciente.
"Chase, o que está acontecendo?". Cuddy perguntou.
"House tem certeza de que existe um sangramento no intestino". Ele explicou.
"Não existe nada, larguem o meu paciente". Dr. Lars esbravejou.
"É um sangramento sutil". Foreman explicou.
"Não existe nenhum sangramento, ou vocês acham que eu não teria notado?".
"É claro que existe um sangramento, só os idiotas não enxergam". House chegou vestindo roupas cirúrgicas e mascara. Ele debruçou-se sobre o paciente também e após alguns minutos localizou o sangramento que estava oculto no cólon ascendente. "Quem disse que não existia sangramento?".
House passou por Cuddy abaixando a mascara. "Esse inútil é chefe de departamento?".
Cuddy o achou tão sexy. Aquela roupa, aquela arrogância de quem sabia o que estava fazendo, aquele cheiro e a privação sexual nos últimos dias... Ela estava subindo pelas paredes de desejo por aquele homem.
"Dra. Cuddy". Lars o chamava pela terceira vez já que ela estava distraída e não havia notado. "Eu não admito isso em meu departamento...".
"Dr. Lars, agradeça House, ele salvou o seu paciente". Cuddy disse e saiu.
Enquanto voltava para a sua sala ela mandou uma mensagem para House.
Na minha sala. AGORA!
House leu a mensagem e bufou frustrado.
"Cuddy me chama, volto após ouvir os gritos dela". Ele avisou o seu time e saiu.
Quando ele chegou entrou sem bater.
"Que comecem os gritos!". Ele disse e tampou ambas as orelhas com as mãos.
"Feche a porta".
"Além de gritar comigo você irá me agredir?". House perguntou confuso.
"Feche as porta".
Ele notou as persianas que também estavam fechadas.
"Feche logo, House".
Ele a obedeceu sem entender nada. Assim que ele se virou novamente a boca de Cuddy devorou a sua.
"Wow!".
"Eu te quero agora. Aqui e agora!". Ela disse.
"Isso é um sonho? Eu ainda estou dormindo? Ou eu morri e o céu realmente existe?".
"Menos palavras, mais ação!".
Ela voltou a beijá-lo com intensidade. Logo ela começou a desabotoar a calça jeans dele.
"Temos que ser silenciosos". Cuddy disse.
"Fale isso para si mesma". House respondeu tomado pela excitação.
Ele eliminou algumas coisas da mesa dela e a colocou sentada lá. House levantou a saia de Cuddy e arrancou sua calcinha com urgência.
"Eu sempre sonhei em fazer isso". Ele falou malicioso se ajoelhando para prová-la.
"House... a sua perna...". Ela foi interrompida pela língua dele que começou a explorar os lugares certos.
"Oh meu Deus!". Ela disse enquanto deitava-se completamente na mesa buscando apoio com as suas mãos.
House continuou até que ela começasse a pressionar as pernas contra a cabeça dele e a gemer mais alto, ele sabia que isso era sinal de que ela estava perto. Então ele parou, abaixou as calças apenas até a altura dos joelhos e a penetrou.
"Owww...". Cuddy gemeu quando se sentiu cheia.
"Temos que ser silenciosos, lembra?". House a provocou.
"Cale-se e se mova!". Cuddy ordenou.
Ele sorriu e obedeceu. Em poucos minutos ambos estavam à beira de explodirem. Cuddy tentava se conter para que não fosse ouvida, mas a tarefa estava cada vez mais difícil.
"Eu não consigo... eu vou gritar". Cuddy dizia.
House, que não estava pensando lucidamente nessa altura, não parou e eles atingiram o orgasmo quase que simultaneamente. Cuddy soltou um grito razoavelmente alto.
Eles ficaram um tempo assim, ele debruçou-se sobre a mesa para abraçá-la.
"Eu adoro os hormônios da gravidez".
"House... Temos que ir!".
"Depois do seu grito todos imaginam o que fizemos aqui".
"Eu não gritei tão alto".
"Não, eu já te fiz gritar mais alto. Mas eu acho que o seu grito foi suficiente para que os funcionários do segundo andar percebessem que a chefa estava se divertindo".
"A culpa foi sua". Ela disse enquanto abaixava sua saia e se dirigia até o banheiro completamente descabelada.
"Claro que foi, era o meu pau que estava dentro da sua vagina". Ele disse enquanto levantava a calça.
"Você estava sexy como o inferno com aquela roupa cirúrgica e aquela atitude arrogante. E depois eu disse que iria gritar e você não parou".
"Você queria que eu parasse naquela hora?". House perguntou com um sorriso.
De fato Cuddy não queria que ele tivesse parado nunca.
"Como está a sua perna?". Cuddy perguntou preocupada.
"As endorfinas a deixam bem". Ele respondeu.
"Tome!". Ela jogou papel para ele.
"E pra que isso?".
"Limpe o seu pau e saia".
"Wow! Eu me sinto um prostituto agora".
Cuddy sorriu e se aproximou dele.
"Eu te amo, prostituto!". Ela o beijou suavemente, mas ele a puxou bruscamente contra o seu corpo.
"Será que alguém nos ouviu?". Ela perguntou enquanto estavam abraçados.
"Se ouviram eles não terão certeza de nada, afinal, você poderia ter visto uma barata e se assustado, você poderia ter gritado comigo porque estava com raiva... Eu imaginava ouvir gritos seus quando vim pra cá, só não esperava que fossem gritos agradáveis".
Ela balançou a cabeça. "Se isso é para me tranquilizar, não está funcionando".
Então Cuddy se desvencilhou dele. "Vá House, se ajeite e vá. E não saia com um semblante de quem terminou de fazer sexo".
"E como é esse semblante pós-coito?". Ele perguntou bem humorado.
House saiu muito orgulhoso de si mesmo, ele queria poder contar para todo mundo que fez Cuddy se curvar sobre a mesa e a deu um orgasmo devastador, mas ele não podia. Que sentido tinha fazer algo assim se você não podia compartilhar?
Bom... Tinha algum sentido sim. E ele estava rindo a toa.
Bem, esse era o semblante que ela havia mencionado segundos atrás.
"Ouvi dizer que algo aconteceu hoje na sala da reitora". Wilson se aproximou dizendo.
House arregalou os olhos. "Não sei do que você está falando".
"Bom, todo mundo está dizendo que você entrou na sala de Cuddy e algum tempo depois ela deu um grito suspeito".
"Todo mundo gosta de falar muito nesse hospital". House disse levantando-se para deixar o restaurante.
"House...". Wilson o chamou. "Como você está? Sobre aquilo que falamos no outro dia?".
"Bem". Ele mentiu e saiu apressadamente.
No final do dia Cuddy saiu mais cedo para encontrar Flora, a psicóloga.
"Lisa, que maravilha!". Flora disse quando a viu grávida.
Cuddy havia tido algumas sessões com Flora no ano anterior enquanto estava passando pelo processo de inseminação. Fazia parte do programa.
"Eu estou grávida de quinze semanas. É uma menina".
"Oh Lisa, eu não sabia que você havia continuado o processo de fertilização. Você me disse que desistiria".
"Eu desisti".
Flora olhou para ela curiosa.
"Minha gravidez aconteceu naturalmente".
"Ow!".
Cuddy sorriu e contou um resumo de seu acordo com House, as complicações, sentimentos envolvidos e que agora eles eram um casal.
"Muitas coisas mudaram desde a última vez que nos vimos". Flora disse sorrindo.
"Sim, muitas coisas".
"Mas se você veio até aqui, algo a está preocupando".
"Sim".
"Eu estou aqui para ouvi-la e ajudá-la".
"Eu nunca amei tanto alguém como amo esse homem". Cuddy começou. "Isso me dá pânico, pois eu não sei o que fazer em muitos momentos. Eu nunca fui boa com relacionamentos, como eu já mencionei inúmeras vezes no passado". Ela sorriu. "Mas eu nunca me importei tanto com alguém e nunca quis tanto que algo funcionasse, não apenas por nossa filha, mas por nós mesmos. House é um homem muito complicado, em diversos momentos eu imagino que ele vai simplesmente desistir por medo, ou para me poupar de algo, eu me sinto completamente nas mãos dele sem nenhuma garantia".
Flora sorriu. "Eu entendo o que você diz e viver assim, ansiosa, não é fácil".
"Não".
"Ninguém tem garantia de nada nessa vida, Lisa. Nunca teremos plena garantia dos sentimentos de alguém, do que nos acontecerá no segundo seguinte. Mas temos que focar nesse segundo, nesse momento, senão morreremos de ansiedade sem vivenciar o hoje".
"Ontem House se abriu comigo, ele contou sobre a infância dele, eu sei que foi difícil para ele tomar essa decisão de compartilhar histórias tão dolorosas e muita coisa fez sentido. Ele sofreu abuso de um pai alienado. E a mãe dele era omissa. Eu estou com tanta raiva, mas não quero demonstrar para não chateá-lo".
"Que tipo de abuso ele sofreu?".
Cuddy contou a história toda.
"Certamente muitas das inseguranças dele vem dessa infância difícil. Claramente a sua gestação trás a tona lembranças dolorosas para ele, não deve estar sendo fácil, mas você me disse que ele está fazendo terapia e, se ele se abriu com você, certamente a terapia está fazendo o seu papel. Sugiro que você dê tempo ao tempo, não o pressione e esteja lá por ele. Mas, esteja lá por você também. Você precisa relaxar e viver o presente, essa ansiedade toda não fará bem nem para você, nem para ele e muito menos para a sua filha".
"House hesita em falar sobre a nossa filha, ele tenta manter uma postura fria e objetiva para não se envolver emocionalmente. São raros os momentos em que ele realmente tem uma ligação mais afetiva com o bebê e ele é um homem afetivo, mesmo que não pareça para quem não o conhece".
"Não deve estar sendo nada fácil para ele. Mas ele está trabalhando isso, você mesma disse que em raros momentos ele se aproxima, aproveite esses momentos, estimule-o quando ele estiver mais aberto e espere".
"Ele me disse que tem medo de agir com nossa filha da mesma maneira que o pai dele agiu com ele".
"O medo dele é totalmente entendível. Foi a única experiência de infância que ele teve. Mostre para ele que você não vai deixá-lo sozinho".
"Eu tenho tentado...".
"Continue".
"E o que eu faço em relação aos pais dele? Pois eventualmente eu os verei ou falarei com eles pelo telefone. Não sei como irei reagir".
"O pai dele continua sendo um sujeito complicado pelo que você me disse".
"Muito".
"Não vale a pena se importar com ele. Com certeza esse sujeito jamais entenderia. A mãe dele é uma mulher educada que provavelmente foi criada de maneira a aceitar os desígnios do marido, ela também deve ter sofrido muito, mas sofreu em silencio. Tenha compaixão dessa senhora e tente entender que era uma época diferente, pensamentos diferentes".
"Eu queria falar com ela".
"Não sei se você deveria fazer isso pelas costas de House".
"Eu também não sei".
"Dê tempo ao tempo, House está lidando com isso na terapia, aguarde. Foque em House, em você, na filha de vocês. Passem um tempo juntos longe daqui, você não consegue fazer isso?".
Os olhos de Cuddy se iluminaram. "Talvez".
"Ótimo, pense sobre isso".
"Obrigada Flora, falar com alguém já me aliviou a alma".
Cuddy entrou em casa e House havia feito o jantar.
"Espero que goste de macarrão com almôndegas. Não, as almôndegas não são vegetarianas...".
"Arrume as suas malas!". Cuddy disse o interrompendo.
"O quê? Você está me expulsando?".
"Nós vamos viajar". Cuddy anunciou.
Continua...
