Capítulo 34 – Monstros

I wanna hide the truth
I wanna shelter you
But with the beast inside
There's nowhere we can hide

When you feel my heat
Look into my eyes
It's where my demons hide
Don't get too close
It's dark inside
It's where my demons hide

They say it's what you make
I say it's up to fate
It's woven in my soul
I need to let you go
Your eyes, they shine so bright
I wanna save that light
I can't escape this now
Unless you show me how

Música: Demons – Imagine Dragons


"Entra logo no carro Arlene!". House gritou, pois a mulher estava demorando.

"Oi!". Cali chegou feliz. "Eu estou ansiosa por isso, nem dormi bem essa noite".

"Tirando Cuddy, a única da família que eu admiro é você, jovem". House admitiu.

"Fico feliz de ser comparada com tia Lisa". Cali riu.

"Dois homens inúteis! Alguém pode me ajudar?".

"O que diabos é isso?". House perguntou confuso quando viu uma imensa sacola que Arlene queria levar.

"Se eu terei que pagar comes e bebes para você, eu vou levá-los de casa".

"Oh não, você não vai levar nada, você terá que me pagar todas as comidas que eu escolher lá". House contestou.

"Aqui tem cervejas, refrigerantes e sanduiches". Arlene falou.

"Não é a mesma coisa dos sanduiches calóricos e gordurosos que eu posso comprar lá". Ele reclamou.

"House, deixa a mulher, ela deve ter ficado preparando isso a manhã toda...". Wilson disse.

"Na verdade ela me obrigou a preparar. Estão uma delicia, pode apostar". Cali falou.

"Eu vou ajudá-la". Wilson foi até ela e pegou a sacola pesadíssima. Ele estava vermelho de tanta força que fazia, mas não iria admitir isso.

"Tudo bem Wilson, mas você vai carregar essa sacola para cima e para baixo porque eu nem vou tocar nisso". House disse.

"Vamos logo inúteis, ou nos atrasaremos". Arlene falou.

"Espere, tome o seu boné". House entregou um boné preto para a senhora.

"Eu não vou vestir isso".

"Foi o combinado! Você já está burlando o combinado com essa sacola mágica de comida, o boné não será esquecido...".

A senhora bufou, mas precisou aceitar e usar o boné.

"Desculpe Cali, eu só tenho um". House falou.

"Tudo bem, é bom demais ver vovó com isso". Ela riu.

Quando chegaram eles tiveram problemas para entrar com a sacola, os seguranças do evento não queriam permitir.

"Eu preparei os alimentos durante a manhã toda, sou uma mulher doente e não temos dinheiro, gastei tudo com os ingressos, pois sempre foi o meu sonho vir a um evento de Monster Truck". Arlene apelou.

House estava torcendo para que os seguranças não a deixassem levar a sacola, mas eles se comoveram e, após uma revista, liberaram a entrada.

"Que mentirosa!". House reclamou.

"É preciso ser um para reconhecer o outro". Arlene disse.

Quando eles chegaram a seus lugares na arquibancada, Wilson deixou a sacola no chão. Ele estava com dores nos ombros depois de carregar aquele peso.

"Ótimo, estamos bem localizados". House disse. "Agora me dê uma cerveja e um sanduiche".

"Você quer sanduiche do que?". Cali perguntou. "Temos hambúrguer, almôndegas, queijo, BLT, reuben e pasta de amendoim".

"Vocês fizeram todas essas opções de sanduiches?". Wilson perguntou chocado.

"Sim!". Cali respondeu.

"Eu quero um reuben e um de almôndegas".

"Dois ao mesmo tempo? Que ogro!". Arlene comentou.

"E se não for o suficiente pedirei o terceiro". House disse encarando a senhora.

"Eu quero um de queijo". Wilson pediu.

"Quem disse que eu vou te dar alguma coisa?". Arlene perguntou para Wilson.

House riu alto.

"Eu carreguei a sacola". Wilson disse ofendido.

"Você pode pegar sim, temos muitos". Cali falou entregando o sanduiche para ele.

"Chorão!". House disse com a boca cheia.

Quando o evento começou, House e Cali estavam torcendo pelo Demolidor, enquanto Wilson torcia pelo Gladiador e Arlene pelo Fúria.

"Eu pensei que você disse que isso seria chato". House falou para a sogra.

"E é. Eu só estou torcendo porque é o único veiculo na cor rosa".

"Isso não é a pista de competições da Barbie". House respondeu.

"Eu gosto de rosa. Aliás, minha neta terá o quarto todo na cor rosa, você terá que lidar com isso". Ela disse ironicamente.

"Isso é machismo, só porque minha filha é uma menina significa que ela não pode ter roupas e um quarto na cor azul? Verde?".

"Teoricamente o rosa é a cor das meninas. Ou o branco, amarelo que são neutros...". Wilson disse.

"E você é uma mãe tradicional". House falou e Cali riu alto.

"Gwen será tão fofa". Cali disse. "Com você e minha tia Lisa como pais, ela será a menina mais linda do mundo, imagine ela com os seus olhos!".

"Essa menina tem um crush em você". Wilson sussurrou para House.

"Ela não tem nem quinze anos". House respondeu.

"E daí? Eu me apaixonei pela primeira vez aos onze anos".

"E casou pela primeira vez aos catorze? Isso explica muita coisa".

"Vai se foder!".

"Ei, eu ouvi isso. Sem palavrões perto de minha neta". Arlene falou e Wilson corou.

"Vovó, eu não sou mais criança". Cali contestou. Ela não suportava ser tratada como uma bebê, ainda mais na frente do namorado de sua tia Lisa.

De repente Arlene começou a se empolgar com a competição.

"VAI FÚRIA!". Ela gritou assustando House e Wilson.

House começou a gravar a sua sogra empolgada na torcida e mandou o vídeo para Cuddy com uma legenda:

Eu disse pra você que Monster Truck é o melhor esporte automobilístico de todos os tempos, veja, sua mãe pensa igual a mim.

"Dê-me mais um sanduiche". House pediu.

"Outro? Você é um saco sem fundo?". Arlene perguntou.

"E uma cerveja". House completou.

Arlene olhou para ele balançando a cabeça como sinal de reprovação.

"Sua filha exige que eu tenha toda a minha energia em dia, se é que você me entende...". Ele falou fazendo Cali rir.

"House!". Wilson chamou a atenção dele.

"O que é, puritano? Todos nessa família sabem que eu e Cuddy transamos, caso contrário, como Gwen foi parar lá?". House disse de boca cheia.

Cali gargalhou e Arlene olhou para ele com o semblante ameaçador.

"E você, Wilson? Você é casado? Namora?". Cali perguntou.

"Eu não... Não atualmente...". Wilson respondeu sem graça.

"Wilson vive para sair com metade das enfermeiras do hospital". House falou e Wilson corou.

"Isso é mentira". Ele disse.

"Metade porque ele só aceita as enfermeiras carentes". House informou bem humorado.

"A outra metade saiu com você?". Cali provocou House.

Wilson arregalou os olhos, aquela menina havia puxado a tia.

"Não. Esse aí não tem cara de quem se envolvia com funcionárias do hospital, já que ele e Lisa ficaram rondando um ao outro por séculos. Finalmente resolveram assumir e deixarem de ser adolescentes medrosos". Arlene falou enquanto prestava atenção na competição.

Wilson gargalhou.

"Veja bem senhora Cuddy maior, eu e sua filha não temos que dar satisfações para ninguém".

"É... É... É... Cala a boca agora que é a vez do Fúria". Arlene disse.

"Eu gosto dela". Wilson disse apontando para Arlene.

"E você... Crie logo vergonha na cara e arrume uma mulher, senão vão falar que você é gay". Arlene disse para Wilson.

"Você gosta dela, hein?". House o provocou.


Cuddy estava em casa e aproveitou para limpar e organizar algumas coisas, sobretudo no cômodo que seria o quarto de Gwen. As inúmeras fraldas que House comprou precisavam ser organizadas, lembrando que parte delas estava na casa de Wilson.

No próximo final de semana ela tinha planos de pintar o quarto da filha com a ajuda de House, claro que House não sabia disso e ela não pode deixar de pensar em quantas desculpas ele arrumaria para não realizar o serviço. Cuddy sorriu com esse pensamento.

Quando o telefone dela tocou ela notou uma mensagem, Cuddy havia recebido a mensagem de House com o vídeo de sua mãe. Ela riu alto e encaminhou para Julia.


Arlene estava descontrolada torcendo pelo Fúria.

"Ei velha, pare de gritar!". Um homem corpulento disse para ela.

"Velha é a sua mãe, idiota!". Arlene respondeu.

"Ei... Nós vamos entrar em uma briga física graças a sua sogra". Wilson falou preocupado para House.

"Não era você quem gostava dela?". House o provocou.

"Vovó, você não está só irritando o homem, mas você está irritando a todos. Não precisa gritar tanto". Cali disse.

Wilson arregalou os olhos com a coragem da jovem e House sorriu. Essa garota tinha culhão.

"Cali, me deixe extravasar". Arlene pediu.

"Mas tudo tem limite vovó, não precisa exagerar".

Os dois riam da interação entre avó e neta.

"E vocês dois, calem-se!". Arlene falou ríspida.

Ao final o Fúria foi o vencedor e Arlene saiu radiante com o boné do time Fúria que ela havia comprado durante a competição. "Eu falei... É o poder do rosa".


"Ei como foi o evento?". Cuddy perguntou assim que House entrou em casa.

"Bom e cansativo". Ele disse se jogando no sofá.

"Soube que minha mãe estava empolgada". Cuddy disse se aproximando dele no sofá.

"Até demais, se você quer saber. Sua mãe fazia mais barulho do que os veículos".

Cuddy riu e abraçou o seu namorado deixando a sua cabeça cair no peito dele. "Senti saudades".

Ele a abraçou de volta. "Eu também, mas preciso tomar um banho porque transpirei demais de raiva da sua mãe".

Ela riu. "Nenhum beijo antes?". Cuddy perguntou enquanto House se levantava do sofá.

Ele voltou e deu um breve beijo nela.

"Olha, Gwen está agitada com a chegada do papai". Cuddy falou e ele sorriu levando a mão até a barriga dela.

'Essa menina não sabe o que a espera, ela não faz ideia de que pai porcaria ela vai ter'. House pensou consigo mesmo antes de ir para o banho.

Quando saiu do banho, ele estava tão cansado que entrou embaixo das cobertas e ligou a televisão. House havia insistido para Cuddy colocar uma televisão no quarto, ela não queria, mas cedeu.

Em pouco tempo Cuddy entrou embaixo das cobertas com ele. "O que você está assistindo? Ah não, esse programa de culinária outra vez?".

"É um reality show". House falou hipnotizado pela televisão.

"Ao invés disso... podíamos...". Cuddy começou a beijar o pescoço dele e House tentava resistir e continuar assistindo a televisão, mas logo as suas partes masculinas começaram a dar sinal de que estavam se animando.

"Vem House...". Cuddy começou a massagear o pênis dele que estava sob a calça".

Então House a deitou de costas para a cama e subiu sobre ela. Em pouco tempo eles estavam nus e House a penetrava.

"É isso o que você queria?". Ele perguntou malicioso.

"É... Exatamente isso". Cuddy respondeu.

E eles fizeram sexo antes de adormecerem.


No dia seguinte House foi até o restaurante no horário do almoço para procurar Cuddy, ele a encontrou, mas também encontrou Dr. Erickson conversando com ela. Erickson era um médico jovem e muito assediado pelas enfermeiras devido aos seus atributos físicos e a sua fama de bom moço.

Cuddy estava rindo enquanto falava com ele e tocava o ombro do jovem médico. House ficou indignado e saiu de lá muito irritado. Depois disso ele se fechou e ficou estranho.

"Ei... O que você tem? Problemas no paraíso?". Cameron perguntou.

House ignorou. "Não temos um paciente para tratar? Ou sou eu quem está morrendo nesse exato momento?".

"Algo aconteceu". Cameron disse para seus colegas assim que House saiu da sala.

"É normal, coisas de relacionamento". Chase deu pouca importância.

"Ou não, House é tão misantrópico que pode ser qualquer coisa".

"Talvez a perna dele". Chase disse.

"Soube que ele passou em consulta com o novo médico que Cuddy contratou que é especialista em controle da dor". Cameron falou.

"Será que Cuddy o contratou só por conta dele?". Chase perguntou rindo.

"É claro que sim, pois só existe House com dor crônica no mundo". Foreman desmereceu o argumento de Chase.

"Ele começou a fazer fisioterapia semana passada". Chase disse rindo. "House e fisioterapia não combinam".

"Talvez seja por isso que ele está assim... A fisioterapia deve ter provocado dor, talvez ele queira parar e Cuddy não quer que ele pare". Foreman concluiu.

"Faz sentido". Chase disse encerrando o assunto.

Cameron ainda não estava convencida.

Ao final do dia, House estava em sua sala e Cuddy entrou.

"Oi... Você vai embora? Vamos juntos?".

"Não". Ele respondeu seco, sem se virar para vê-la.

"Paciente?".

"Não. Ele está sob controle".

"Então o que é?". Cuddy perguntou confusa.

"Nada...".

"House, você está estranho, não foi me ver nenhuma vez hoje o dia todo, o que houve?".

"E você veio me ver?". Ele perguntou finalmente se virando para encará-la.

"Eu estava ocupada...".

"Sim, eu sei... Dr. Derickson".

"Erickson?".

"Esse mesmo".

"O que tem Erickson? Você nem o conhece".

"Mas você parece que o conhece muito bem".

"Do que você está falando?".

"Ele é carne fresca... Bonito, sorriso de comercial de pasta de dentes...".

"House... Eu não estou entendendo".

"Eu vi você flertando com ele no restaurante. Eu fui procurá-la e a encontrei flertando com outro homem".

"Eu?".

"Você!".

"Eu não estava flertando com ninguém".

"Talvez não conscientemente, mas você estava mordendo o lábio inferior, pegando no ombro dele, inclinando a cabeça. Eu conheço a sua linguagem corporal, você estava se insinuando".

"Eu não estava!".

"Eu sei como você fica no modo 'flerte'. Eu sei bem...".

"Ele estava sendo divertido e eu estava sendo simpática".

"Acorde Cuddy! Ele quer entrar nas suas calças".

"Você é quem vê maldade em tudo". Ela disse irritada.

"Será?".

"Agora sou eu quem não quero mais você na minha casa hoje". Ela estava entre a irritação e o choro, 'esses hormônios idiotas', ela pensou.

"Eu preciso de um tempo a sós". House pegou a sua mochila e saiu sem olhar para trás. "Afinal, a casa é só SUA mesmo".

Cuddy enfim se deu o direito de chorar.


"Wilson, vamos beber?".

"Essa noite? Algo aconteceu?".

"Conversamos lá. Te vejo no Ivy em trinta". House desligou o telefone.

Depois de chegarem e pedirem uma bebida, ele desabafou com Wilson sobre o que havia acontecido. "Eu confio nela, mas eu não confio nos caras".

"Você precisa confiar em Cuddy e isso deve bastar. Você tem que superar as suas inseguranças, vocês se amam e terão uma filha juntos. Aliás, como Cuddy ficou após a briga? Ela está grávida, você deveria se preocupar com esse fato".

House não havia pensado nisso, nesse momento ele ficou preocupado. Se algo acontecesse com Gwen, Cuddy jamais o perdoaria.

"Eu sei, mas... Você gostaria que a sua namorada ficasse flertando com outros homens por aí?".

"Ela não estava flertando, é o jeito dela... No final do dia é você quem vai pra casa com ela".

"E eu preciso passar nervoso no meio do dia ao vê-la se insinuando para outros homens?".

"Por que você não compra uma aliança bem grande e brilhante e coloca no dedo dela?".

"Não seria melhor comprar uma coleira de neon então?". House perguntou sarcástico.

"Deixe de ser idiota. Uma aliança mostrará aos homens que ela está tomada".

"Eu não preciso me casar pra isso, não é preciso um anel para lembrá-la de que ela tem um compromisso e que ela deve agir como uma mulher comprometida".

"Um anel brilhante sempre ajuda".

"Não me admira que você tenha se casado tantas vezes". House disse enquanto bebia a sua cerveja.

"Cuddy faz isso a vida inteira".

"Flerta com outros homens?".

"Não... Ela é reitora, ela precisa ser simpática, precisa encantar para conseguir o que quer".

"Por 'o que ela quer' você se refere a um pênis?".

Wilson corou. "Refiro-me a doações financeiras para o hospital".

"Dr. Derickson não ia doar nada para o hospital, ele queria doar coisas para ela...".

"Dr. Erickson é um cara decente, tenho certeza de que ele estava sendo simpático".

"Você está em que time?". House perguntou dramático.

"Isso não é sobre times... Ou estar ao lado de quem".

"Se eu me separar de Cuddy você ficará ao lado dela?".

"House...".

"Responda!".

"Pare de ser idiota, isso não vai acontecer". Wilson estava ficando irritado. "O que eu quis dizer é que Cuddy fez isso a vida toda, ela sempre precisa encantar as pessoas para conseguir o que almeja, isso é natural pra ela e não significa nada...".

"Mas não é natural para mim".

"Converse com ela como dois adultos".


Enquanto isso Cuddy voltou para casa e ligou imediatamente para a sua terapeuta.

"Você está ocupada?".

"Não Lisa, pode falar, aconteceu alguma coisa?".

"Eu não sabia pra quem ligar...". Cuddy contou o que havia acontecido.

"Você estava flertando com ele?".

"Claro que não!". Cuddy sentiu-se ofendida.

"Eu não quero ofende-la, mas entender. Se fosse o contrário, House estivesse agindo da mesma maneira com uma colega no hospital, como você se sentiria a respeito?".

"Ele jamais faria isso". Cuddy respondeu com desdém.

"Imaginemos que ele fizesse isso amanhã".

Cuddy ficou séria. "Talvez eu não gostasse".

"Pois é".

"Mas eu não fiz com nenhuma outra intenção, ele faria...".

"Eu tenho certeza de que você não fez com nenhuma intenção de flerte. Você foi solteira por muito tempo, não havia problema em agir assim... Você vive em um mundo machista e tem uma posição de poder e destaque, só esses fatos já seriam suficiente para atrair a atenção de muitos homens. Além disso, você tem uma maneira de cativá-los com olhares, bocas e sua inteligência. Você cativou Gregory House. Lembro de que no passado você me falou dele inúmeras vezes, que ele era o médico mais brilhante do hospital, mas também o que lhe dava mais trabalho, um gênio insano. Ele não é o típico homem para estar em um relacionamento, e no entanto, vocês estão em um relacionamento e têm uma filha a caminho".

"Eu não quero dar em cima dos homens quando ajo assim, não é essa a intenção... Eu estou feliz com House, ele me basta em todos os sentidos".

"Eu sei, mas por tudo o que eu lhe disse, talvez seja a maneira que House percebeu a situação".

"Eu devo me esconder dos homens agora?".

"Lisa, não foi isso o que eu quis dizer. Claro que você não deve se esconder de ninguém. Acho que você e House precisam conversar e entender o que incomoda um ao outro e como podem administrar isso".

"Eu vivi tempo demais solteira...". Cuddy lamentou.

"As coisas mudam quando você está em um relacionamento, mas devem mudar pra melhor. Claro que algumas coisas é preciso ajustar, para isso o dialogo é tão importante".

"Obrigada pela conversa. Você pode incluir esses minutos nos seus honorários". Cuddy falou divertida.

"Lisa, você pode me ligar quando precisar".

Desligaram.


Horas depois House chegou em casa e Cuddy já estava deitada. Ele ficou em duvida se deveria voltar para a casa dela ou ficar na casa dele aquela noite, mas ele voltou. Talvez ele precisasse ver que estava tudo bem com ela e com Gwen.

Ele tomou um banho rápido, colocou uma calça de pijama e uma camisa e se aconchegou na cama ao lado dela sem dizer uma palavra. Cuddy parecia dormir, mas estava acordada observando a reação do namorado.

House ficou pensativo antes de adormecer, ele tinha certeza de que Cuddy não teve intenção de flertar com ninguém, que havia sido espontâneo e natural, mas isso o assustava ainda mais. Ele sabia que Cuddy naturalmente chamava a atenção do sexo masculino, ela não precisava se esforçar. Ele também sabia que os homens são como cachorros no cio, esse pensamento fazia brotar um monstro de dentro dele.

Cuddy preferiu tentar dormir, pois ela não queria conversar com ele essa noite, ele poderia estar embriagado, não... Definitivamente não era o momento correto para um dialogo.

Continua...