Capítulo 50 – A cidade das boas notícias
And I miss you when you're not around
I'm getting ready to leave the ground
Oh, you look so beautiful tonight
In the city of blinding lights
Time, time, time, time, time
Won't leave me as I am
But time won't take the boy out of this man
Oh, you look so beautiful tonight
Oh, you look so beautiful tonight
Oh, you look so beautiful tonight
In the city of blinding lights
The more you know, the less you feel
Some pray for, others steal
Blessings are not just for the ones who kneel
Luckily
Música: City of Blinding Lights – U2
Cuddy saiu do banheiro apressadamente. "Quem quer Gwen emprestada para arranjar mulheres?".
"Wilson, eu tenho que desligar". E ele desligou.
"Cuddy, eu posso explicar...".
"Eu estou esperando". Ela disse nua da porta do banheiro.
"Tudo bem". House respirou fundo. "Eu fui ao parque hoje com Gwen e Wilson, como você sabe...".
"Continue".
"Lá no parque Wilson observou uma tendência que o instigou".
"House, fale logo e pare de me enrolar. Eu estou com frio".
"Você está linda aí parada nua...".
"House!".
"Tudo bem. A tendência é que mulheres, por alguma razão, são atraídas por pais de uma bebê fofa como Gwen".
Cuddy arregalou os olhos. "Mulheres deram em cima de você no parque?".
"Não exatamente no parque, isso acontece sempre que estou com Gwen em algum lugar, acho que as mulheres pensam que é fofo...".
"Mulheres andam dando em cima de você em todo lugar?". Ela perguntou chocada.
"Elas não se jogam em cima de mim, elas só puxam assunto".
"A partir de agora você não sai mais com Gwen sozinho. Ou com Wilson junto".
"Cuddy, isso é loucura! Ela é a minha filha".
"Homens não dão em cima de mim quando eu estou com Gwen".
"Eu não sei... Deve ser algo relacionado ao instinto materno, não faço ideia. Mas eu não tenho culpa...".
"Wilson quer Gwen emprestada pra chamar a atenção de mulheres?".
"Aham".
"Eu mato Wilson!".
"Eu já disse pra ele que não vou emprestar Gwen".
"Mesmo assim, eu mato Wilson!".
"Cuddy, não surte sobre isso, por favor!".
E ela entrou irritada para o banho.
House respirou fundo, Cuddy não mataria Wilson, porque ele o mataria antes.
Quando ela saiu do banho subiu na cama novamente.
"Você devia tomar um banho, essa cama está toda suada. Aliás, deveríamos trocar os lençóis".
"Essa cama está com cheiro de sexo, e eu gosto disso". Ele disse.
"Você não tem que gostar de nada". Ela falou se virando e ajeitando o travesseiro.
"Cuddy, ainda é sobre aquilo? Eu disse que eu não faço nada, eu só estou com a minha filha quando...".
"O que essas mulheres dizem?".
"Depende... Algumas perguntam o nome de Gwen, outras querem segurá-la, todas dizem que ela é linda".
"Você deixa mulheres estranhas segurarem a minha filha?". Ela perguntou indignada.
"Não! Eu não deixo nenhuma delas segurar Gwen".
"São várias mulheres?".
"Algumas, mas esqueça disso Cuddy, eu sempre corto o assunto rapidamente".
"Elas dizem o que pra você exatamente? Como você sabe que elas estão dando em cima de você?".
"Elas perguntam se eu sou casado, se eu quero beber alguma coisa a noite".
"Vagabundas!".
"Então eu digo que eu sou comprometido e elas entendem. Só isso".
"Você não sai mais com Gwen sozinho". Ela se virou irritada para o lado oposto da cama e se cobriu.
"Poxa Cuddy, eu nunca fiz nada. Eu sou um namorado fiel e dedicado a minha amada".
"Eu também ficaria louca por você se eu te visse carregando uma bebê fofa, eu estou irritada porque eu entendo essas mulheres". Cuddy respondeu sem se virar.
Ele sorriu. "A diferença é que você é a mãe dessa bebê fofa e a minha namorada. E a única que eu quero".
Cuddy se derreteu toda com a declaração.
"E a mãe do seu próximo filho ou filha". Ela emendou.
"É, tem isso também".
"Abrace-me!". Ela ordenou com a voz meiga.
"Sim senhora!". E assim ele fez. Ambos adormeceram.
No dia seguinte Cuddy foi procurar Wilson tão logo entrou no hospital.
"Se você insinuar que quer novamente a minha filha emprestada para conseguir chamar a atenção de mulheres, você será um homem morto, entendeu?".
Wilson corou.
"Eu... eu...".
"Estamos entendidos?".
"Eu iria devolver a sua filha inteira...".
"Wilson!". Cuddy estava vermelha de irritação. "Não fale nenhuma outra palavra, só diga que estamos entendidos".
"Sim, estamos entendidos". Ele respondeu preocupado. Wilson nunca tinha visto Cuddy dessa maneira.
"Ótimo!".
E ela saiu.
Mais tarde naquele dia Wilson encontrou House no restaurante.
"Seu filho da puta!".
"Antes que você termine, a culpa é sua e sou eu quem deveria estar muito irritado com você". House disse. "Afinal, fui eu quem teve que ficar dando explicações e será eu quem terei o direito restringido de passear com a minha filha".
"Quem mandou você contar a ela?".
"Você!".
"Eu?".
"Você me ligou naquela hora e ela ouviu nossa conversa".
"Porra!".
"Pois é! Na próxima vez, pense melhor antes de tomar atitudes insanas".
"Olha quem me diz!".
"Eu estou muito mais equilibrado do que você atualmente. Afinal, não fui eu quem se aventurou com Emily, quem ativou os chakras às cinco horas da manhã com ela. Não sou eu quem ficou com metade das enfermeiras carentes do hospital e nem sou eu quem quero a filha do meu melhor amigo emprestada para atrair mulheres".
Wilson ficou pensativo. House tinha razão. Ele, o amigo insano e infeliz, estava em um relacionamento sério, com uma família enquanto ele mesmo, Wilson, o bom moço, agia desequilibradamente atualmente.
Um mês depois Cuddy, House e Gwen estavam indo para o casamento de Jenny, prima de Cuddy. O casamento aconteceria em Kendallville.
"Quantas primas mais você tem? Quantas delas estão solteiras? Pois eu preciso entender quantas vezes mais teremos que ir para essa cidade em um casamento".
"Na última vez que fomos foi especial". Cuddy falou com tom romântico.
"Sim, foi. Mas não por conta do casamento em si".
Ela sorriu. "Foi quando descobrimos que eu estava grávida de Gwen".
"Eu me lembro bem".
Ela sorriu novamente.
"Mas... Por que nós temos que ir a esse casamento mesmo?".
"Porque ela é uma prima querida".
"Uma prima querida com quem você não fala há décadas".
"Nós éramos muito próximas na infância e adolescência".
"Desculpe, mas... Isso foi há décadas".
"House, nós iremos! Está decidido". Ela decretou.
"Desde que você manda nas minhas bolas, eu tenho que ir onde minhas bolas estão". Ele disse conformado.
Duas horas haviam se passado desde a conversa... House ficou jogando vídeo game enquanto Cuddy estava desesperada atrás de arrumar as malas.
"Estamos atrasados para o voo". House falou enquanto desligava o console.
"Eu sei! Eu tenho que arrumar tudo sozinha enquanto você joga vídeo game. Eu ainda tive que alimentar a sua filha nesse ínterim".
"Por que você não pediu ajuda?".
"Por quê? Eu nem deveria ter que pedir ajuda, você deveria saber que eu preciso de ajuda".
"Eu não posso adivinhar...".
"Adivinhar? Você não me viu louca providenciando tudo?".
Ele ficou calado, ela estava no modo 'assassinato de namorado'.
"Eu preciso de frutas para fazer uma papinha para Gwen, ela precisa comer algo durante o voo, e eu não tenho frutas. Nenhuma! Nada!". Cuddy estava quase entrando em um surto nervoso.
"Eu posso ir comprar...". House se ofereceu.
Nesse momento Gwen chorou.
"Esquece! Eu preciso de sua ajuda pra cuidar de Gwen enquanto eu arrumo o resto". Cuddy disse.
"Eu levo Gwen comigo".
Cuddy olhou séria para ele. "Não!".
"Cuddy, você tem evitado que eu saia sozinho com Gwen há um mês, isso é uma bobagem. Agora eu preciso ir para ajudá-la, me deixe ir ao supermercado".
Ela respirou fundo. Ele tinha razão. Ela estava sendo insana sobre isso.
"Está certo. Vá, mas não demore!".
E ele foi.
"Ei... a sua mãe está surtada, mas não se assuste, ela é uma boa pessoa, mas é controladora e quando ela sente que vai perder o controle... BUM!". Ele fez um barulho alto e a filha assustou. Depois disso Gwen começou a chorar.
"Não filha... Desculpe!". Ele disse enquanto dirigia e a filha ia na cadeirinha de bebê no banco de trás.
"Ei Gwen...", e ele começou a cantar uma música de um desenho infantil. Ele sempre cantava essa musica para a filha dormir, a menina parou de chorar e começou a ouvir com atenção. Logo Gwen estava balbuciando "Bahhhh... Behhhhh".
"Esses desenhos de bebês são idiotas, mas funcionam pra alguma coisa". Ele disse em voz alta.
Quando chegaram ao supermercado, ele colocou Gwen no carrinho de bebês e entraram para pegar as frutas.
Enquanto isso Cuddy conseguiu organizar o que faltava e quando House chegou ela preparou rapidamente a refeição da filha e partiram rumo ao aeroporto.
"Estamos finalmente chegando!". House disse quando estavam no taxi a caminho da residência dos tios de Cuddy.
"Como você sabe?".
"Eu me lembro dessa casa com o portão vermelho".
Ela ficou impressionada com a memória do namorado.
"Ei filha, a saga da viagem terminou, agora começa a saga familiar". Ele disse para Gwen que estava em seu colo.
A menina olhou curiosa para o pai enquanto mordia os dedos e babava.
"Ei filha, vem com a mamãe".
"Por que você quer chegar à casa dos seus tios com ela no seu colo? Por que não pode ser eu?".
"Porque eu sou a mãe!".
"Grande coisa. Eu sou o pai!".
"Eu que a carreguei nove meses dentro de mim, eu que a pari".
"E eu que tenho uma conexão especial com ela". Cuddy arrancou Gwen do colo dele quando ouviu esse último argumento. Ele segurou a risada.
Quando saíram do carro a família toda estava no quintal os aguardando.
"Sua família prevê o horário que vamos chegar e distribui convite por toda a cidade com data e hora?". Ele perguntou. Pois da outra vez aconteceu a mesma coisa.
Cuddy riu. Ela estava emocionada em voltar com Gwen ao local onde descobriu sobre a existência de sua filha quando ela era apenas um emaranhado de células, além disso, ela estava muito orgulhosa por ser mãe de uma menina tão linda.
"Oh meu Deus que bebê mais fofa!". Sarah, a tia de Cuddy disse enquanto acelerava o passo para encontrá-la.
"Minha neta Gwenola!". Arlene tentava competir com Sarah para ver quem chegava mais rápido até a bebê.
"Que nome tosco é esse?". Joseph, primo de Cuddy perguntou alto tomando um cutucão da tia Ash.
A menina fez sucesso. Todos queriam carregá-la.
"Que olhos lindos!".
"Olha essa bochecha!".
"E esses dedinhos!".
"Ah ela está sorrindo pra mim!".
"Olha esses lábios que formam um biquinho".
Eram algumas das frases que se ouvia.
De repente a menina pediu pelo colo da mãe. O coração de Cuddy se encheu de alegria.
"Venha aqui minha pequena!".
House observava tudo com certa distancia. Por sorte hoje Gwen era o foco da atenção familiar, não ele.
"Você é o pai dessa fofura?". Ash perguntou para House.
"E você quem é?".
"Ash, sou tia de Lisa, irmã de Arlene".
"Uh... Você não se parece com Arlene".
"Eu me pareço mais com Lisa do que ela, não fale isso alto, mas Arlene odeia quando eu falo isso".
House sorriu. A mulher parecia interessante.
"Lisa tem bom gosto".
House corou. A mulher sorriu vitoriosa e foi cumprimentar a sobrinha.
"Ei...". Cuddy se aproximou dele.
"Onde está Gwen?".
"Com a minha mãe".
"Coitada de nossa filha!".
Cuddy riu. "Vamos entrar?".
"Vamos para o hotel? Eu estou cansado. Gwen provavelmente está cansada".
"Eu tenho que contar pra todos que ficaremos em um hotel".
"Como se isso fosse grande coisa".
"Você não conhece a minha família...".
Eles entraram na casa e a refeição estava servida. Todos jantaram, a mesa era quilométrica, haviam umas trinta pessoas almoçando ao mesmo tempo. Gwen estava dormindo no carrinho de bebê que o casal trouxe.
"Vocês devem ter pago uma fortuna para viajarem de avião com esse carrinho de bebê". Arlene observou.
"Era necessário trazer o carrinho de bebê". Cuddy respondeu cortando o assunto. "No mais, não pagamos por isso. Temos direito de trazer um carrinho de bebê".
"Era necessário trazer o carrinho de bebê porque ele é manco? Não consegue carregar a filha?". Joseph falou apontando para House.
Todos ficaram envergonhados com o comentário infeliz, mas House soltou o talher e olhou para ele diretamente nos olhos.
"Você sabe porque eu manco?".
"Porque você é um veterano de guerra?". Joseph perguntou rindo.
"Não. Porque o meu pênis é muito grande e desequilibra a minha passada".
"House!". Cuddy disse corando.
A maioria arregalou os olhos em choque, mas Cali e tia Ash riram alto.
"Quem fala o que quer, ouve o que não quer". Ash disse.
"De qualquer forma... Eu vou mostrar onde vocês dois ficarão. Foi difícil, pois a casa está lotada então vocês ficarão em quartos separados, espero que não se importem". Sarah falou.
"Nós ficaremos em um hotel, senhora Sarah". House fez questão de parecer educado.
"O quê?". Arlene quase gritou.
"Sim, nós ficaremos em um hotel aqui perto". Cuddy confirmou.
"Isso é um ultraje!".
"Não, é apenas um hotel". House falou sarcástico fazendo novamente Cali e Ash rirem. Dessa vez Joseph também riu, agora ele admirava House, depois do namorado de sua prima falar a palavra 'pênis' durante o jantar, House havia se tornado o novo ídolo dele. Pelo menos por algumas horas...
Após o almoço House sentou-se no sofá com a filha no colo. "Filha, desculpe por te trazer aqui. Eu sempre fugi de confraternizações em família, e agora venho em uma após a outra". Ele disse para a filha.
"Você vem eventualmente. Não reclame!". Cuddy se aproximou dizendo.
"Eventualmente é muito!".
Ela riu.
"Vai haver despedida de solteiro?". House perguntou.
"Aconteceu na semana passada. Por quê? Você queria ir?".
"Oh claro que sim! Eu queria muito ir a uma despedida de solteiro judia, deve ser maravilhoso".
"Acho que não foi chata. Foi em Vegas". Cuddy disse enquanto abraçava House pelas costas.
"De qualquer forma... Eu prefiro estar em outro lugar".
"Vamos para o hotel?". Ela perguntou.
"Por favor! Achei que você nunca ia dizer isso".
Cuddy sorriu. "Eu estou com tesão". Ela sussurrou na orelha dele.
"Então estamos indo nesse exato momento". House levantou-se apressadamente.
Chegando ao hotel, Cuddy colocou Gwen para dormir no berço enquanto House tomava um banho. Ela então sorrateiramente invadiu o banheiro e entrou no chuveiro junto com o namorado.
"Que visão agradável". House disse quando Cuddy entrou nua embaixo do chuveiro.
"Você gosta do que vê?".
"Você ainda tem duvidas?".
"Sempre é bom confirmar".
Ao invés de responder ele a beijou com intensidade. Os beijos ficaram erráticos e logo House estava dentro de Cuddy.
Eles evitavam fazer sexo em pé no chuveiro para não forçar a perna dele e nem colocá-los em risco no piso molhado, mas naquela tarde eles se esqueceram disso e estavam fazendo sexo selvagem dentro do box do banheiro. As costas de Cuddy batia insistentemente contra os azulejos enquanto a água caia sobre a cabeça dos dois. Foi insano, foi caótico, foi apaixonado. Quando terminou eles estavam sem fôlego.
"Como está a sua perna?".
"Oh não! Nós fizemos sexo quente e a primeira coisa que você diz quando terminamos é sobre a minha perna?".
"Desculpe, eu me preocupo com você".
"A minha perna está bem, pois eu estou nadando em endorfinas agora". Ele disse se desvencilhando dos braços dela. "Mas é melhor nos apresarmos, eu preciso deixar minha perna repousar".
Eles tomaram uma ducha breve e foram para a cama juntos.
"Vamos tirar um cochilo?". Cuddy perguntou.
"Sim, por favor!". E eles dormiram até Gwen os acordar para mamar perto das sete horas da noite.
"Você quer jantar alguma coisa?". House perguntou enquanto Cuddy alimentava a menina.
"Sim, você vai pedir o serviço de quarto?".
"Com certeza, eu não quero pensar em sair daqui essa noite".
Ela riu. Ela também não queria sair daquele quarto.
Gwen estava no chão com seus brinquedos, House estava com a filha e Cuddy estava no banheiro.
"Gwen, vá pegar o seu brinquedo". House o jogou longe.
A menina fez manha, chorou um pouco, mas ele a ignorou. Então ela não tinha outra saída a não ser ir pegar o brinquedo ela mesma, e Gwen foi.
"Oh meu Deus!". House arregalou os olhos. "Cuddy, venha logo!".
"O que foi?". Ela veio correndo assustada.
"Gwen está engatinhando". House disse e Cuddy sorriu.
"Oh meu Deus, temos que tirar fotos disso, temos que gravar esse momento. Onde está a minha câmera? Ou o meu celular?".
"Eu não faço ideia". House estava vidrado na filha.
"Eu preciso encontrar"
"Cuddy, largue a câmera e venha curtir esse momento, o momento não se repetirá".
Cuddy parou o que fazia, ele tinha razão. Então ela sentou-se perto do marido e junto dele começaram a incentivar a filha a continuar.
"Vai filha! Você consegue!".
E a menina de fato conseguiu chegar até o sapinho de pelúcia.
"Ehhh! Tinha que ser a minha filha!". House falou orgulhoso antes de ir até a pequena.
De repente os olhos de Cuddy marejaram. Aquela cidade sempre traria boas surpresas para eles?
Continua...
