Capítulo 61 – Enfim... Casados!
Fogo na fogueira
O seu beijo
E o desejo em seu olhar
As flores no altar
Véu e grinalda, lua de mel
Chuva de arroz e tudo depois
Dama de honra pega o buquê
Ninguém mais feliz que eu e você
Musica: Aliança - Tribalistas
Antes de se preparar para o casamento House resolveu abrir o diário do seu pai, ele havia trazido o diário com ele. House não sabia o motivo, mas ele precisava estar próximo daquele objeto, era como se ele tivesse fé em encontrar uma resposta, em encontrar a absolvição.
Eu suspeito que Blythe ainda fale com o pai biológico de Gregory, já a surpreendi algumas vezes escrevendo cartas misteriosas. Quem será esse sujeito? Será que ela o ama? Será que ela me deixará por ele? Ela e Gregory me deixarão? Eu não entendo a razão dessa aflição se ela me traiu, se Gregory não é meu filho. Talvez porque eu não queira passar por esse vexame homérico perante toda a marinha, vizinhos e familiares.
"Claro que ele só se preocupava com o que os outros pensavam", House disse em voz alta e balançou a cabeça em sinal de reprovação.
Gregory fez onze anos e está se tornando um jovem forte, mas teimoso e indisciplinado. Eu tento conduzi-lo pelo bom caminho, mas Blythe e a sua mãe me criticam o tempo todo. Ele não é meu filho, eu sei, mas sou eu quem o sustento e sou eu a figura masculina na vida desse garoto.
House ficou surpreso com a última parte da escrita.
O rapaz é inteligente, e ele é manipulador também, acho que ele herdou isso de sua mãe. Eu não consigo pensar em perdê-la.
"Uau! John tinha um coração?".
"House, o que você está fazendo que não está se vestindo?". Wilson invadiu o quarto preocupado com o atraso do amigo.
"Tenha calma Jimmy, eu estou indo. Aliás... Depois da despedida de solteiro que você me proporcionou essa semana, você não devia me dizer mais nada... Você não tem como me dar nenhuma lição de moral". House disse disfarçando enquanto escondia o diário de seu pai.
"Nem me lembre disso". Wilson disse.
"Cuddy não pode descobrir jamais, senão você será um homem morto, completamente morto". House o ameaçou.
Wilson tentou sentar-se na cama, mas levantou rapidamente com dor nas nádegas.
"Bem feito, bumbum de fogo!". House o provocou.
Há alguns dias atrás...
"Aqui?". House perguntou quando chegaram ao SPA Beleza Pura. "A menos que haja alguma stripper escondida...".
"Cuddy proibiu dançarinas e strippers. E ela também proibiu bebedeira".
"Tem outras coisas para fazermos, muitas coisas... Não... Isso!".
"Massagem? Banhos de sais terapêuticos? Quem pode reclamar disso?". Wilson perguntou.
"Você está falando sério?".
"Ei... Um SPA? Quem trás alguém para a despedida de solteiro em um SPA?". Chase chegou dizendo.
"Está vendo?". House falou para Wilson.
Foreman, Taub e Treze riram. "Tinha que ser Wilson".
"Ei... Eu estava com ideias limitadas, Cuddy proibiu quase tudo". Wilson se defendeu.
"E você, como padrinho de casamento dele, tinha que mentir para a noiva e nos levar para algum lugar interessante". Chase falou.
"Eu paguei caro por isso aqui...". Wilson disse.
"Vamos pelo menos receber uma massagem antes de irmos embora". Treze falou.
O que ninguém sabia é que Treze e Wilson estava juntos nisso e que a noite prometia. Quer dizer... Wilson também havia sido enganado por Treze.
"Eu gosto de massagens". Kutner disse.
"Você é estranho! A sua opinião não conta". House falou. "Eu gosto de massagem, mas com final feliz". House explicou. "Quer dizer... Eu gostava... Passado. Agora alguém é dona de minhas bolas".
Eles entraram e ficaram chocados com o que viram. Parecia um local de tortura, cheio de algemas, correntes, chicotes.
"O que diabos é isso, Wilson?". House perguntou confuso.
"Poxa House, você não queria algo melhor do que um SPA?". Treze perguntou sarcástica.
"Cuddy vai te matar, Wilson. E se ela não te matar, eu mesmo te mato!". House falou.
Nesse momento alguns homens brutamontes pegaram todos eles e colocaram sacos pretos na cabeça e os colocaram presos em uma cadeira, exceto House, ele ficou preso em uma cama de madeira no meio do amplo cômodo.
Treze também foi poupada.
"Ei, eu não! Eu sou o organizador". Wilson gritava.
"Não, ela é a organizadora". Apontaram para Treze .
"Wilson, eu te mato!". Chase gritava.
"Wilson seu filho da puta!". Agora era Taub.
"Eu vou ajudar House a te matar!". Foreman dizia.
Kutner parecia estar se divertindo. O único.
Um silêncio surgiu no ambiente e, alguns segundos depois, belas mulheres em lingeries sensuais retiraram os sacos pretos das cabeças dos rapazes.
"Wow!". Kutner falou excitado.
"Oh, pelo amor de Deus, nos solte!". Taub pediu.
"Cala a boca homem que deve ter o pinto pequeno". Uma dela falou para Taub e os outros homens riram alto, exceto Wilson. Ele estava apavorado, ele não esperava por isso.
"Vamos nos divertir!". Uma das mulheres disse. Ela parecia ser a líder delas.
Treze se divertia observando tudo de longe.
"Eu me chamo Tempestade". A mulher disse.
"Oh, estamos em uma caverna dos X-Men?". House perguntou divertido com os braços e pernas atadas.
"Você garanhão", ela disse se aproximando de House. "Eu vou cuidar de você". Então a mulher começou a despi-lo.
"Oh, Cuddy vai te matar muito Wilson". House disse enquanto ele tinha as suas roupas retiradas.
"Eu não sabia...". Wilson disse apavorado. "Treze... O que você fez?".
A dançarina deixou House apenas com a cueca boxer branca.
"Vamos fazer uma dança erótica...". A mulher começou a fazer uma lap dance muito perto de House. Ele só conseguia pensar em como Cuddy ficaria irritada se visse o que estava acontecendo ali.
Outras dançarinas fizeram o mesmo com os demais, exceto que eles não foram despidos.
"Ei, você não me acha gostosa não?". Tempestade perguntou para House quando viu que o corpo dele não estava reagindo a dança.
"Não é nada pessoal, mas eu tenho uma noiva muito brava".
"Você tem medo dela?".
"Podemos dizer que eu tenho respeito por ela".
"Olha isso!". Outra dançarina gritou. Kutner estava muito excitado, quase descontrolado.
"O menino que não faz sexo... Isso era de se esperar. Acho que foi o melhor que ele teve além das mãos dele". House disse e os outros riram.
"Não quero nem pensar no que Cameron fará se descobrir". Chase disse.
"Cameron não gosta tanto assim de você". Taub falou irônico.
"Fica quieto pinto pequeno!". Chase respondeu.
"Nós temos que preparar o noivo para a festa, não é mesmo?". Tempestade começou. "Eu vou dar um banho caprichado nele".
"Eu acho melhor não!". Wilson disse.
"Fique tranquilo, eu vou devolvê-lo quase inteiro".
"Cuddy vai te matar!". House falou novamente.
Os brutamontes entraram novamente e carregaram House para um banheiro onde havia uma banheira muito espaçosa.
"Ok, eu não estou me divertindo, é melhor pararmos". House disse quando viu oito mulheres entrando no banheiro seminuas.
"Aqui não existe essa palavra 'parar'". Tempestade informou.
"O que é exatamente esse serviço que vocês prestam? Sequestro? Estupro?".
"Relaxe e aproveite, depois você será um homem casado".
Ele riu sarcástico. "Eu não quero isso, se vocês continuarem será contra a minha vontade, o que podemos classificar como estupro e eu irei prestar queixa contra vocês".
As mulheres riram. "Boa encenação".
"Não é uma encenação, eu realmente não sei o que é esse lugar, mas eu quero parar. AGORA!".
Do lado de fora os homens começaram a receber chibatadas para cada resposta errada que davam.
"Isso é loucura! Alguém tem que parar isso". Foreman reclamou.
"Ei, meninas. Já chega!". Treze disse.
"Não querida, só está começando". Uma mulher respondeu.
"Que diabos é isso? Eu não paguei por isso, nós íamos assustá-los e depois vocês dançariam e trariam drinks, esse foi o combinado". Treze contestou.
"Isso faz parte do pacote". A mulher falou.
Kutner era o único que parecia que estava gostando de alguma maneira bizarra.
Treze aproveitou a distração e conseguiu correr em direção à porta e fugir do local. Ela correu como uma louca sem olhar pra trás, ela precisava chegar à delegacia. "Que merda eu fiz?". Por sorte a delegacia não era longe de lá, em alguns minutos ela estava chegando com uma viatura da policia e dois policiais.
"É esse o local!".
Os policiais começaram a rir.
"O quê?".
"Esse local é famoso na região. É uma boate Sato masoquista e de realização dos fetiches mais bizarros, eu imagino que quem esteja ai dentro queira estar ai dentro". O policial explicou.
"Não, os meus amigos não querem estar aí dentro".
"Querida, pode apostar que tem gente que paga por essas coisas".
"Não, o senhor não está entendendo. Eu os levei pra aí equivocadamente".
"Tudo bem, vamos ver então".
O policial bateu e entrou.
Wilson estava suado e com a bunda vermelha de tanta chibatada que havia levado.
"Eu soube que existem alguns homens mantidos contra a vontade aqui". O policial falou rindo.
"Sim, senhor!". Foreman respondeu.
"Eu imagino que você não esteja gostando, não é bumbum vermelho?". Ele perguntou rindo para Wilson.
"Não! Eu não estou gostando, me tirem daqui já!". Wilson falou em tom irritado.
"Calma lá, senão o senhor vai daqui direto para a delegacia por desacato a autoridade".
"O senhor vem para nos resgatar ou para nos torturar também?". Wilson perguntou. "Esse policial também é funcionário de vocês? É um homem fantasiado de policial?".
"Pois tire esse sujeito daí. Aliás, tirem todos, vamos para a delegacia agora". O policial ordenou.
"Não senhor, eu prefiro ficar aqui!". Kutner disse.
"Todos para a delegacia!".
E ele levou todos eles, Treze foi junto, exceto House que estava no banheiro e fora das vistas dos policiais.
"Eu acho que aconteceu alguma coisa". Tempestade falou.
"Ótimo, vocês devem ter matado algum deles". House foi sarcástico.
As garotas foram olhar.
"Soltem-me! Agora!". House falou irritado.
"Tudo bem, isso era para ser divertido". Tempestade disse.
"Isso é divertido para alguém?".
"Sim, você se surpreenderia".
"Solte-me e dê-me minhas roupas".
House se enxugou e se vestiu.
"Para onde eles foram?".
"Os policiais os levaram para a delegacia".
"Ótimo!".
Ele saiu sozinho do local e ficou olhando ao redor. O que ele faria?
Então ele fez o que qualquer homem irritado faria as vésperas do seu casamento: Ele foi jogar sinuca no bar da esquina.
Ele ficou lá por horas, jogando sozinho e bebendo uma e outra cerveja, até que Wilson o ligou.
"Você está bem? Você está vivo?".
"Sim Jimmy, eu estou vivo e bem, mas não graças a você".
"Você foi... estuprado?".
"Não. Mas eu nunca irei te perdoar por isso".
"Oh, graças a Deus!".
"Que eu nunca irei te perdoar?".
"Não, claro que não. Graças a Deus que você está bem e que não foi estuprado".
"Mas Cuddy vai te matar, você sabe".
"Por favor, podemos nunca mencionar sobre essa noite?".
"São muitas testemunhas Jimmy".
"Eu já falei com eles".
"Onde vocês estão?".
"Fomos liberados da delegacia e estamos indo pra casa. E você?".
"Eu estou na minha despedida de solteiros".
"O quê?".
"Eu sozinho faço um trabalho melhor do que você".
House se vestiu.
"Você não irá assim". Wilson contestou.
"O que há de errado?".
"Tudo!".
"Não entendo...".
"House, você está com uma gravata de unicórnio".
"Sim, é uma linda gravata".
"Isso tem algum significado para vocês?".
"Nada especifico, eu só achei hilária".
Wilson revirou os olhos. "Você tem o que? Dez anos?".
"Pelo menos eu não tenho a bunda vermelha. Isso porque você não viu a minha cueca...".
"Ok, vamos logo, já estamos atrasados".
"Você trouxe um par para o casamento?".
"Eu trouxe uma amiga".
"Uau! Wilson não tem amigas, ele faz coisas sujas com as amigas. Quem é ela?".
"Eu já disse... É uma amiga".
"Qual o nome dela?". House perguntou desconfiado.
"Fairy".
House riu. "Você trouxe uma prostituta para o meu casamento? Quão irônico é isso?".
"Ela não é uma prostituta, ela é uma acompanhante".
"Tudo bem Wilson, como preferir... Inacreditável! Deixe Arlene descobrir isso".
"Por favor não fale nada".
"Minha boca está lacrada". House falou rindo.
"Ainda bem que você chegou!". Julia disse. "Lisa está preocupada".
"Ela pensou que eu fugiria?".
"Não sei o que ela pensou... Mas venha logo".
O casamento seria simples, mas mesmo assim Cuddy queria entrar sobre um tapete vermelho, então ele parou em um altar improvisado a espera da noiva.
O lugar estava muito bem decorado com flores brancas, um pequeno lago natural, uma linda cascata e lustres que davam um toque de elegância.
"Que gravata ridícula é essa?".
"Está tudo bem comigo. E com você Arlene? Você é sempre tão gentil, sogra!".
"Segure Rack, Gwen virá com Lisa". Julia falou entregando a menina para ele. House tinha certeza de que Rachel iria chorar, pois ela só queria o colo da mãe, mas não, ela ficou feliz nos braços dele. A menina estava vestindo um vestido branco, como a mãe e a irmã mais velha.
"Filho!". Blythe foi cumprimenta-lo no pequeno altar.
"Oi mãe...".
"Eu estou muito feliz por vocês".
Rachel, que estava no colo do pai, começou a mexer no cabelo da avó.
"Oh querida, não faça isso, a sua avó passou horas no salão ajeitando esse cabelo". Blythe disse.
"Sim, eu posso dizer peço cheiro de laquê". House falou tampando o nariz.
Rachel riu do gesto do pai.
"A noiva vai entrar!". Julia anunciou.
Todos tomaram os seus postos a espera da noiva. House, que nunca quis casar-se e achava um ritual um tanto ridículo, estava ansioso agora.
"Que gravata ridícula". Arlene esbravejava.
"Eu te disse pra você mudar a gravata". Wilson sussurrou pra ele.
"O casamento é de quem afinal?". House respondeu.
De repente a música começou, a marcha nupcial. House balançou a cabeça, claro que Cuddy escolheria o tradicional, e ele tinha certeza de que ela entraria de branco também.
Ele estava certo.
Cuddy surgiu com um vestido branco, simples mas branco. Gwen andava ao lado dela também com o vestido igual ao da mãe.
Quando viram Cuddy lindíssima e Gwen emprestando fofura, os presentes suspiraram alto.
Os olhos de House se arregalaram e o coração saltou mais acelerado, ele se casaria com aquela família, definitivamente, ele pensou. O que deveria ser assustador, no final era um alívio.
Gwen queria correr para o pai assim que o viu. Cuddy segurou forte a mão da filha.
"Vamos com a mamãe devagar por esse tapete vermelho".
A menina concordou com a cabeça e começou a dar passadas mais lentas, mas ela acenava para o pai a cada passo. Todos riam.
Rachel também se agitou ao ver a mãe e a irmã e começou a fazer sons de bebê no colo do pai.
Cuddy se aproximou e sorriu para o noivo e para a filha. Gwen agarrou a perna do pai e Rachel quis ir com a mãe, eles precisaram da ajuda das avós e de Julia para continuarem com a cerimônia.
"Que gravata é essa?". Ela perguntou assim que as meninas foram entregues para as avós.
"Você gostou?".
Ela riu.
"Bem". Começou Chase. "Estamos aqui para celebrar o casamento de Gregory House e Lisa Cuddy".
"Pule a besteira!". House disse e Cuddy riu.
"Eu mal comecei...". Chase falou.
Todos os presentes riram, exceto Arlene que bufou.
"House e Cuddy vieram aqui para o matrimonio movidos pelo amor que sentem um pelo outro. O amor que gerou uma linda família. Quem diria que um dia eu presenciaria o casamento de Gregory House? Milagres existem". Todos riram e House olhou com cara feia pra ele. "Antes que eu apanhe do noivo, é melhor encerrarmos logo. Gregory House, você aceita Lisa Cuddy como a sua legitima esposa para amar e respeitar em todos os momentos?".
"Sim". Ele respondeu rapidamente.
"Lisa Cuddy, você aceita Gregory House como o seu legitimo marido para amar e respeitar em todos os momentos?".
Cuddy olhou para ele sorrindo. "Eu aceito!".
"Então agora a troca das alianças e... eu não sei se vocês querem falar alguma coisa um para o outro...".
Nada havia sido ensaiado ou combinado para a cerimônia.
"O que eu tenho que dizer, direi em particular". House falou.
"Eu quero dizer algumas palavras". Cuddy olhou nos olhos dele e pegou a mão do noivo. "Eu sei que isso pra você não representa muito senão uma cerimônia boba, eu sei que você nunca pensou em se casar ou mesmo em ter uma família. Mas eu estou muito feliz por você ter mudado de ideia, pois você é o melhor pai do mundo e o único marido que eu gostaria de ter. Eu não sonharia em me casar com mais ninguém além de você, o único homem que amei desde... aqui... Michigan. Você me tem nas mãos desde os meus dezoito anos, o mínimo que você tinha que fazer era se casar comigo".
Todos riram.
"Para mim esse momento não é apenas uma cerimônia boba, mas sou eu dizendo que te amo tanto que quero passar o resto dos meus dias com você e com nossos filhos. Você me deu tanta dor de cabeça, mas nada se compara a felicidade que você trás para a minha vida todos os dias. Eu te amo e te quero sempre!".
Wilson estava chorando quando Cuddy pegou a aliança das mãos dele e colocou no dedo do marido. Aliás, foi uma exigência dela que ele também usasse aliança de casamento.
"Wow, eu não esperava que você tivesse escrito os seus votos". House disse tentando esconder a emoção.
"Eu falei espontaneamente". Cuddy respondeu.
"Então eu também farei isso, claro, a parte que posso compartilhar com todos".
Cuddy arregalou os olhos e os presentes riram.
"Ontem à noite eu acho que já dissemos muita coisa, e fizemos mais ainda...". Ele começou e Cuddy corou. "O jovem Greg que você conheceu em Michigan nunca poderia imaginar a vida que teria pela frente: Conseguir concluir a faculdade depois de tudo, ser um renomado diagnosticador... Ok, isso ele poderia prever...". Mais risos. "Mas conseguir convencer a reitora de medicina a contratá-lo e mantê-lo apesar de tudo... engravidá-la e casar-se com ela... Isso era mais difícil, talvez nos meus sonhos eróticos, mas aí você estava vestida como...".
"House!". Cuddy chamou a atenção dele.
"Para quem vê de fora pode parecer irritante você chamando a minha atenção assim, mas não. Eu gosto de ouvi-la chamar o meu nome, eu gosto de vê-la por perto, eu gosto de sentir o seu perfume, eu gosto dos filhos que fizemos juntos, ou que chegaram até nós", ele olhou para Rachel. "Quem diria que eu ficaria tão mole assim? Mas eu gosto do que eu me tornei com você e espero continuar nessa saga até que o meu fígado desista".
Ela arregalou os olhos. "Cale-se! Não fale bobagem".
"O que eu quero dizer é que... Eu te amo, muito! E hoje eu não consigo imaginar a minha vida sem você, nenhum dia sem você".
Cuddy tinha lagrimas nos olhos.
"O resto eu falo depois em particular...".
Todos riram, inclusive Cuddy. Realmente o homem tinha o dom de estragar os momentos românticos.
House colocou a aliança no dedo dela.
"Finalmente eu apresento a vocês: Gregory House e Lisa Cuddy-House!". Chase anunciou.
"Ei, você esqueceu a parte mais importante". House falou para Chase.
"O quê?". Ele perguntou confuso.
"Você não nos declarou casados e nem nos pediu para nos beijarmos".
Todos riram.
"Ah... eu pensei que você não queria formalidades...".
"Eu já vim até aqui, não vim? Não vou pular a melhor parte do beijo".
Cuddy riu alto.
"Ok... ok... Pelo poder concedido a mim, eu os declaro casados! Pode beijar a noiva".
E House fez isso, de forma propositadamente exagerada, como em um filme de amor dos anos 20.
Todos aplaudiram e gritaram. Cuddy estava corada após o beijo.
"Eu sabia que você mudaria o seu nome". House sussurrou no ouvido dela.
"Essa é a primeira frase de casados mais romântica da história". Cuddy disse divertida.
"Você me conhece... Sempre buscando ser o número um".
Ela riu. Cuddy amava aquele homem.
Todos foram abraça-los. Gwen lutou pela atenção dos pais, ela só sossegou quando estava de mãos dadas com eles. Rachel estava no colo de Julia, mas não tirava os olhos dos pais.
"Seu bastardo, eu não imaginei que veria esse dia chegar. Greg House casado!".
"Enquanto James Wilson está solteiro. É mesmo estranho, nós trocamos de papel? Aliás, solteiro e acompanhado de uma prostituta".
"Quem veio com uma prostituta?". Cuddy perguntou lívida.
"Reclame com ele". House apontou para Wilson.
"Você trouxe uma prostituta para o meu casamento?".
"Erghhh".
"Wilson!".
"Ela é uma acompanhante".
House riu.
"Você dormiu com a prostituta que ele trouxe?". Cuddy perguntou séria para o marido.
"Eu? Ele trás a prostituta e você me recrimina?".
"Responda!".
"Não, claro que eu não dormi com ela. Você acha que eu dormi com todas as prostitutas dos EUA?".
"Desculpe, eu não queria causar a primeira briga do casal após o casamento". Wilson falou sem graça.
"Oh Lisa". Blythe foi abraça-la e interrompeu o diálogo entre os três. "Eu estou tão feliz em tê-la oficialmente como a minha nora".
"Obrigada Blythe, eu também estou imensamente feliz".
"Você parece cansada".
"Eu estou. Na outra gravidez não me lembro de ficar tão cansada assim...".
"Foram muitas emoções recentes, é natural".
"Ei! Vamos para a festa!". House disse levantando uma garrafa de champanhe.
"Onde ele arrumou essa champanhe?". Cuddy perguntou.
"Não é difícil arrumar champanhe em uma festa de casamento". Blythe respondeu.
"Venha esposa!". House a chamou e ela foi sorrindo.
Entraram no salão de festas, era pequeno, mas tinha mesas bem postas para o jantar, uma pista de dança e um pequeno palco. De surpresa House contratou uma banda e, assim que os noivos entraram, a banda começou a tocar uma valsa.
"Conceda-me essa dança, senhora?".
"House... Você contratou uma banda?".
"Eu contratei uma banda e vamos dançar a valsa dos recém-casados".
Ela riu.
E eles dançaram pela pista. Todos fotografavam ou gravavam a dança entre o casal.
"Dançar!". Gwen correu para eles.
House a levantou nos braços e os três dançaram juntos.
"Onde está Rachel?". House perguntou.
Julia levou a menina até eles e então eram os quatro dançando juntos. As meninas sorriam felizes bem como a mãe delas.
Quando terminou eles trocaram um beijo suave. "Vá se sentar um pouco Cuddy". House disse percebendo que ela estava cansada.
"É o nosso casamento, eu não quero me sentar". Ela contestou.
"Sente-se pelo bem de Ethan".
"Ethan?".
"O nosso filho".
"Ethan? Tem algum personagem bizarro chamado Ethan?".
"Não, esse não é um nome tosco para te irritar".
Cuddy abriu um sorriso. "Eu gosto de Ethan".
"Eu também".
"Desde quando você está pensando nesse nome?".
"Desde que eu soube que era um menino".
"E porque você nunca me disse?".
"Eu estou dizendo agora".
"Por que Ethan?".
"Você não gosta?".
"Sim".
"Então é o suficiente, não precisamos de razão pra tudo".
"Mas tem uma razão... Conte-me!". Cuddy olhou desconfiada.
"Ethan era o personagem de um livro bíblico...".
"A verdade!". Cuddy o interrompeu.
"Primeiro é um nome hebraico e sua mãe vai adorar. Depois... Eu não sei... Talvez porque eu quisesse ser outra pessoa quando eu tinha uns oito anos. Eu sempre me imaginava sendo Ethan. Não sei por que, coisa de criança...".
Cuddy sorriu. "Você se imaginava sendo Ethan?".
"Na minha imaginação, Ethan podia tocar piano o quanto quisesse, podia comer todo o chocolate do mundo, acordar tarde e não tinha um pai que pegava no pé dele".
Cuddy se emocionou. "Então Ethan será. E esse Ethan não poderá comer todo o chocolate do mundo, mas terá o pai mais amoroso de todos".
Ele corou e Cuddy o beijou.
Ei eu quero falar algumas palavras. Era Wilson com o microfone, ele estava sobre o palco.
"Depois do jantar, estamos com fome". Arlene reclamou.
Os garçons estavam servindo petiscos, mas o jantar seria servido em breve.
"House e Cuddy, ou melhor... Greg House e Lisa Cuddy-House... Todo mundo sabia que existia mais amor nas discussões de vocês do que qualquer outra coisa, era evidente, vocês demoraram muito para deixarem se levar por esse sentimento, mas finalmente abriram o coração, já que vocês são dois teimosos de personalidade forte. Gwen, Rachel e esse bebê são três provas cabais disso. Esse dia é um milagre na história da humanidade, e eu sou a prova viva desse milagre: Gregory House casado! Lisa Cuddy-House, parabéns! Você conseguiu o feito da década!". Todos riram. "E eu invejo vocês, mas uma inveja boa. Eu quero o que vocês têm...".
"Se houver alguma solteira carente aqui hoje fale agora, é a oportunidade!". House gritou fazendo todos rirem. "Oh desculpe Fairy!".
"Você é um bastardo sortudo, mas Lisa também é. Eu sei o quanto esse cara te ama e sei que ele é fiel aos que ele ama. Um brinde ao casal, ou melhor, a família House!".
Todos Brindaram.
"Agora já podemos jantar?". Arlene perguntou ansiosa.
Continua ...
