Capítulo 70 – A grande família
Esta família é muito unida
E também muito ouriçada
Brigam por qualquer razão
Mas acabam pedindo perdão
Música: A Grande Família – Dudu Nobre e Zeca Pagodinho
"Ethan Mathews House, pare agora onde você está!". Cuddy gritou com o filho. Ele a estava deixando louca.
"Mamãe, eu só peguei o batom de Rachel emprestado". O menino de oito anos disse.
"Você vai usar o batom?".
"Sim e não".
"Vai aplicar o batom nos seus lábios?".
"Claro que não!". Ele tinha o mesmo tom arrogante do seu pai.
"Então largue esse batom agora".
"O batom só pode ser usado nos lábios? Não posso usá-lo para outras coisas mais interessantes?".
"Como o que, por exemplo?".
"Desenhar no espelho, pintar as bonecas das meninas".
"Você é mesmo descarado". Cuddy ficava indignada com ele. Quando ela conversava com Ethan, ela se sentia desafiada quase da mesma maneira de quando conversava com o seu marido.
"Eu vou fazer arte! Papai já disse para não sabotar a minha criatividade".
"Você não vai fazer nada, e seu pai nem sempre sabe o que diz. Me dê esse batom!".
"Eu me pergunto, por que Rachel com nove anos de idade tem um batom?". House entrou na sala dizendo.
"É... eu também me pergunto isso!". Ethan concordou com o pai.
"Porque eu sou uma garota". Rachel respondeu.
"Você é uma criança". House disse.
"É, você é uma criança". Ethan concordou.
"Cala a boca Ethan!". Rachel falou.
"Cala a boca você! Eu já sou maior que você, posso te bater!". Ethan respondeu.
"Ei... Ei... Ei... Todos quietos! Não quero que vocês sejam mal educados uns com os outros e ninguém vai bater em ninguém aqui". Cuddy falou irritada.
"O que está acontecendo?". Gwen desceu do seu quarto. "Não se pode nem ouvir música em paz nessa casa".
"Falou a pré-adolescente chata". Ethan disse.
"Gwen não é chata, olha como você fala com a sua irmã". House respondeu. "E ela não é pré-adolescente, ela tem só dez anos".
"Falou o bajulador de Gwen". Cuddy disse rindo.
"Ele não é o meu puxa-saco, mamãe. Nós temos uma conexão especial". Gwen disse abraçando o seu pai.
Ethan riu, sua mãe sempre ficava nervosa quando House ou Gwen insinuavam a conexão especial que tinham um com o outro.
"Eu não irei responder nada...". Cuddy falou tentando disfarçar a irritação. "Tenho coisas mais importantes pra fazer".
"Eu também tenho uma conexão especial com a mamãe". Rachel falou abraçando Cuddy para provocar o pai.
"Melhor sou eu", Ethan falou. "Eu tenho uma conexão especial com os dois".
Os pais riram. O menino era a alegria da casa. Extremamente vivaz, energético, amoroso. Mas exigia atenção constante, era hiperativo, extremamente argumentativo e curioso, por vezes chegava a ser perigosa essa curiosidade que ele carregava.
Gwen tinha lindos e grandes olhos azuis celestes, a coloração era idêntica a de seu pai, mas com o formato dos olhos da mãe. Cabelos castanho claros com poucos cachos, menos volumosos do que os de sua mãe. Lábios naturalmente vermelhos e volumosos, mais volumosos do que os lábios Cuddy. Ela era uma garota bonita e que chamava atenção por onde passava. House já sentia muito ciúme de sua primogênita, por sorte ela ainda era alheia as coisas de garotas, diferente de Rachel.
Rachel era a mais baixa dos irmãos, mas ela não achava isso ruim. Ela dizia que seria a mais parecida com a mãe, embora fosse inegável a semelhança de Gwen com Cuddy. Rachel sempre soube que era adotiva, mas isso em nenhum momento a fez sentir-se menos querida ou amada por sua família. Ela tinha olhos azuis que se assemelhavam aos de Cuddy e cabelos castanhos lisos que pareciam os de seu pai. Ninguém jamais desconfiaria que ela não fosse filha biológica do casal. Rachel também era prematura no interesse por garotos e coisas adolescentes, ela gostava de se maquiar e levava o seu pai a loucura com isso.
Ethan tinha olhos peculiares, eles eram de um azul particular, uma tonalidade entre o tom de azul de sua mãe e de seu pai. Cabelo ondulado na tonalidade castanho claro, quase loiro escuro. O cabelo dele era muito brilhoso, parecia que ele usava cremes para brilho capilar, mas era natural. O formato do rosto era idêntico ao de seu pai, as bochechas tinham uma covinha que o deixava verdadeiramente adorável.
"Hoje Jennifer vem nos visitar". Cuddy anunciou.
"Quem é Jennifer?". Ethan perguntou com a boca cheia de biscoitos.
"Sua tia Jennifer. Não fale com a boca cheia de comida, filho". Cuddy o corrigiu.
"Eu não conheço nenhuma tia Jennifer". Ethan falou novamente com a boca cheia. Ele a lembrava tanto House que Cuddy ficava impressionada e assustada em alguns momentos.
"Para seu nojento! Você cuspiu em mim". Rachel reclamou. Ela e Ethan estavam em uma fase de desentendimento.
"Aquela tia que se casou recentemente. Lembra que sua mãe nos fez viajar por horas para irmos aquele casamento judeu sem graça?". House perguntou para os filhos.
"Ah sim. Agora eu lembro!". Ethan falou bem humorado. "Aquela senhora peituda".
"Essa mesma". House respondeu rindo.
"ETHAN! HOUSE! Respeitem a minha prima". Cuddy disse indignada. "No mais, não foi um casamento chato". Cuddy contestou.
"Todo casamento é chato! Menos o nosso". House falou. "E isso não é falta de respeito, é um fato".
"Eu fui ao casamento de vocês?". Ethan perguntou.
"Sim, você estava na minha barriga". Cuddy explicou.
"E eu já havia nascido, tenho fotos minhas no casamento, você não tem fotos suas!". Rachel provocou o irmão.
"Grande coisa!". Ethan deu de ombros. "Na verdade eu estou no lugar principal junto com a mamãe". Ele a provocou de volta.
"Gwen?". Cuddy chamou a filha que estava alheia a tudo e a todos.
"O que foi, mamãe?".
"Larga esse celular!".
"Mas eu estou conversando com a minha amiga". A garota contestou, mas House roubou o celular das mãos dela.
"Papai, não!".
"Deixa-me ver...".
"Papai, não!".
"Você é muito criança ainda, combinamos de te dar um telefone desde que você fosse monitorada". House falou.
"Mas as minhas amigas não são monitoradas e eu sei que você instalou aquele aplicativo espião".
"O problema é dos pais delas". Cuddy concordou com o marido.
House olhou e realmente só havia conversa de garotas, inofensivas. Ele pensou. Então ele devolveu o telefone para a filha. "É complicado ter filhos gênios... Eu sei que você desinstalou o aplicativo".
"Obrigada papai pela invasão de privacidade". Gwen respondeu nervosa. "Eu não sou idiota, eu não vou cair na conversa de nenhum pedófilo, fiquem tranquilos".
"Quando você for adulta aí sim você terá privacidade, agora não!". Ele respondeu.
"Que saco!". Gwen reclamou.
"Você tem sorte, eles nem me deixam mexer no Ipad direito". Ethan reclamou.
"Se deixarmos o senhor no ipad, o senhor esquece-se do mundo". Cuddy falou para o caçula que era viciado em jogos.
"E isso não é bom? Esse mundo é cruel!". Ethan respondeu. Cuddy sempre se lembrava de quem ele era filho. Era impressionante a semelhança com o pai, não apenas física, mas na argumentação e no humor picante.
"Eu quero um celular também! Preciso ensaiar minhas coreografias com as minhas amigas". Rachel disse.
"Você vai ganhar quando completar dez anos, assim como a sua irmã". Cuddy explicou pela nonagésima vez.
"Qual a diferença de nove para dez anos?". Rachel insistia.
"Uh... Exatamente um ano". House respondeu sarcástico.
Ethan riu alto. Rachel o encarou.
"Você acha que é melhor que Gwen pra ganhar o celular antes dela?". Ethan a provocou.
"Não. Mas eu sou melhor que você!".
"Sonhe!". Ethan respondeu pegando mais um biscoito do pacote.
"Além disso Rachel, eu sei bem que você não vai só ficar ensaiando com as suas amigas. Você vai ficar vendo coisas de garotos". House a provocou.
"House!". Cuddy chamou a atenção do marido.
"Rachel mesma disse que tem namorado já". House se defendeu. "Não esqueça de que eu vou monitorar as suas atividades no celular. E você pode tentar desinstalar o aplicativo, mas eu vou saber".
"Você as vezes é um pai tão legal, mas as vezes é um pé no saco". Gwen falou.
"Olhe como você fala com o seu pai garota". Cuddy chamou a atenção dela.
"Não precisa ficar com ciúme, mamãe. Você também é!".
"Isso ela puxou de você...". House falou para Cuddy que bufou.
"Ei, vocês estão perdendo o foco do que importa: Rachel e o namorado. Você beija na boca, Rachel? Eca!". Ethan disse.
"O QUÊ? QUEM BEIJA NA BOCA?". House quase teve um colapso.
"Ninguém beija na boca". Cuddy tentou apaziguar.
"Cuddy... Se alguma coisa está acontecendo aqui eu preciso saber!".
"Nada está acontecendo. Rachel é muito nova para ter qualquer coisa além de segurar na mão de Ivan".
"Quem é Ivan?". House perguntou transtornado.
"O namorado dela". Ethan respondeu. "Ivan Davi".
"Eu quero conhecer esse Ivan Davi!". House falou irritado. "Quem dá esse nome para um filho?".
"Eu preciso perguntar o mesmo com relação ao meu nome". Gwen entrou na conversa.
"Culpe a sua mãe!". House disse.
"Mas você permitiu". Gwen retrucou.
"Você não sabe que não é possível argumentar com a sua mãe, teimosa como ela é... Imagina ela gravida?".
"Ei, eu estou aqui. E o seu nome é lindo, Gwenola". Cuddy disse.
"Claro que sim". Gwen respondeu sarcástica.
House tentou segurar a risada.
"Filha, o seu nome é único".
"Isso é verdade". Gwen concordou.
"Estamos perdendo o foco novamente". Ethan chamou a atenção dos pais.
"Você é um idiota!". Rachel falou para o irmão.
"Ei... vamos controlar o palavreado aqui nessa casa. As coisas estão fora de controle". Cuddy disse.
"Eu quero conhecer Davi Ivan". House falou.
"É Ivan Davi!". Ethan o corrigiu.
"Mas você já o conhece, ele veio aqui semana passada com aquela grupo de amigos de Rachel". Cuddy o informou.
"Ele veio aqui e eu não o amarrei no porão e nem o torturei?".
"PAPAI!". Rachel falou envergonhada.
Ethan riu alto. "Devíamos ter cortado uma bola dele".
"ETHAN!". Agora era a vez de Cuddy.
"Que família dramática!". Gwen respondeu com desdém.
Rachel fazia aulas de dança, ela era apaixonada por dança moderna. Gwen fazia aula de futebol, ela era a artilheira do time. Ethan gostava de química, ele era monitor de química na sua escola. E também fazia aulas de judô. Ethan gostava de coisas técnicas, o judô pra ele era um esporte muito técnico e de precisão.
Naquela noite Jennifer foi jantar com a família Cuddy-House. Julia e Arlene se juntaram a eles.
"Eu não me lembrava de você". Ethan falou para Jennifer. "Mas então o meu pai me lembrou do seu casamento, aquilo foi mesmo chato, não é?".
"ETHAN!". Cuddy chamou a atenção do filho muito envergonhada. House riu.
"HOUSE!".
"Bom que agora você tem dois para tentar controlar a língua grande". Arlene disse.
"Eu diria três". House provocou a sogra. "Sendo que uma delas é a mãe dela".
Jennifer queria rir. "É verdade Ethan, a cerimônia de casamento deve ser muito entediante para crianças".
"Não só pra crianças, o meu pai é adulto e ele também achou chata".
Cuddy ficou corada de vergonha.
"Deixa ele Lisa, crianças são muito verdadeiras, deveríamos aprender mais com eles". Jennifer disse.
"Já que você mencionou isso... Posso sair da mesa, mamãe?". Gwen perguntou.
"Nós não terminamos o jantar, filha".
"Eu tenho a lição de casa para fazer".
Cuddy olhou suspeita para a filha, mas a permitiu sair da mesa.
"Eu também posso ir mãe?". Agora era a vez de Rachel.
"Não filha, você já fez a sua lição de casa".
"Eu posso ir? Isso aqui está quase tão chato quanto o casamento. Quero jogar videogame". Ethan disse.
"Não!".
"Deixa eles irem Cuddy". House falou.
"Não!". Cuddy olhou irritada para o marido, afinal, eles já haviam conversado inúmeras vezes sobre um não desautorizar o outro em frente as crianças.
"Deixa eles, Lisa. As crianças merecem brincar e não ficar ouvindo conversa chata de adultos". Jennifer disse.
"Oba! Obrigada tia Jen!". Ethan falou já saindo da mesa. House segurou uma risada.
"Pai! Me ajuda a ligar o videogame?". O menino pediu. Enquanto isso Rachel correu para o seu quarto, a menina queria ensaiar a nova coreografia de dança.
"Sim". House falou se levantando da mesa. Ele sabia que Ethan não precisava de ajuda para ligar o videogame. Quando chegou até seu filho, eles se cumprimentaram.
"Obrigado moleque por me livrar desse jantar chato".
"Nós combinamos e eu cumpri o trato. Somos os homens da casa, precisamos nos defender, você mesmo diz isso". Ethan falou para seu pai que estava orgulhoso de seu pequeno aprendiz.
As quatro mulheres conversaram um pouco a mesa, então Jennifer chamou Cuddy em particular.
"Eu preciso te confidenciar uma coisa".
"Pois fale!". Cuddy estava ansiosa.
"Eu... Eu não estou feliz no meu casamento. Eu odeio fazer sexo com Jason. Oh... Eu já me sinto mais leve só por exteriorizar isso".
"Oh... Eu não sei o que dizer. Eu sinto muito Jennifer. Você está casada há tão pouco tempo, talvez seja a fase de adaptação".
"Você teve fase de adaptação com Greg?".
"Não mas, nós já estávamos tendo uma vida de casados...".
"Você odeia estar com ele? Fazer sexo com ele?".
"Não".
"Então...".
"Você tentou conversar com Jason?".
"Eu me casei virgem como uma judia tradicional. Foi a pior bobagem que eu fiz... Jason e eu não temos química".
"O que exatamente você não gosta no sexo com ele?".
"Eu não sinto prazer, só desconforto... dor... Não deveria ser assim, certo? Eu não tenho nenhuma atração por ele, atualmente sinto repulsa".
"Você já foi a um médico pra entender se fisicamente está tudo bem com você?".
"Sim e eu tenho uma saúde normal, não é nada anatômico, é emocional mesmo. Eu não gosto dele, ele não me agrada na cama ou em qualquer outro lugar".
"E era assim antes?".
"Não, ele não me desagradava, mas nós não tínhamos uma intimidade... Mas agora ele me desagrada em todas as circunstâncias. Você sabe que o divórcio é impensado para o meu pai".
"Jennifer, talvez você possa contar com ajuda especializada de um terapeuta para entender o melhor caminho a seguir... Você não pode viver assim".
"Se eu for a um terapeuta meu pai descobrirá. Meu marido descobrirá".
"E qual o problema? Diga que você precisa de orientação".
"Eu não tenho voz".
"Talvez esse seja todo o problema...".
"Eu me sinto acuada. Eu tento inventar desculpas toda noite para não termos relações sexuais e ele já está falando em filhos. Será que para ele está bom assim? Não é possível".
"Procure ajuda Jen". Cuddy se aproximou e abraçou a prima. "Você merece ser feliz!".
Naquela noite Cuddy comentou com House sobre a sua conversa com a prima.
"Ainda bem que eu sou bom em te foder". Ele disse sarcástico.
"Se você não fosse bom eu não teria ido pra cama com você pela segunda vez. Nem pela terceira... quarta... quinta...".
Ambos riram.
"Isso que dá se resguardar para o casamento". House disse.
"Eu concordo com você".
"Então, para celebrar esse momento, vamos fazer o que somos bons". House falou com tom malicioso.
"Você sempre tem um pretexto para o sexo". Cuddy disse bem humorada.
"Eu não preciso de pretexto...".
E eles fizeram sexo quente. Ao final, ambos estavam de costas para a cama, exaustos.
"Eu preciso dar algumas aulas para a minha prima".
House olhou pra ela arregalando os olhos. "Oh... Podemos gravar alguns vídeos e mandar pra ela e para o marido".
"Eu nunca iria compartilhar você com ninguém, nem através de um vídeo".
"Então você dá dicas teóricas, essa é a única forma que eu admito. Não quero você tendo contatos maiores com a sua prima".
Ela riu alto. "E quem disse que eu teria maiores contatos?".
"Não gostei de imaginar...".
"Você é sempre tão mente aberta sobre imaginar eu com outras mulheres...".
"Não sei, dessa vez me incomodou".
Ela o puxou para um abraço. "Eu só quero contato com uma pessoa. Aliás... Eu só tenho e quero contato mais intimo com uma pessoa. Você deveria saber isso, pois tem sido assim nos últimos onze anos".
Ele sorriu.
"Aliás, temos que falar de algo importante: Gwen mentiu. Ela saiu da mesa hoje dizendo que iria fazer o dever de casa, mas eu a encontrei no celular. Temos que fazer algo, ela não desgruda daquele celular. Eu me arrependi de ter dado aquele aparelho para ela".
"Podemos falar sobre isso depois? Estamos em uma vibe romântica...".
Ela riu. "Gwen anda muito mentirosa e manipuladora, além de ser mandona e controladora. Rachel está distraída de tudo, ela só pensa na dança e nos garotos. Ethan fala tudo o que se passa na cabeça dele doa a quem doer...".
"Cuddy, eles são nossos filhos. Você esperava o que? Eu só espero que não façamos um estrago muito grande".
Naquela noite House estava procurando a chave da garagem e se deparou com o diário de seu pai. Ele havia parado de lê-lo anos atrás, talvez por medo do que encontraria nas últimas páginas. Ele respirou fundo e pegou o diário de John. A noite House resolveu abrir a página onde parou.
Gregory sofreu um acidente vascular em sua perna, eu não entendo bem sobre termos médicos, mas foi o equivalente a um infarto do coração, mas na perna. Ele quase morreu. Blythe só ficou sabendo quando ele já estava estável, sei que Stacy não ligou para comunicar, ela não gosta de Stacy, talvez por isso Stacy não tenha entrado em contato, talvez tenha sido ele quem pediu para nos informar os pais... O fato é que ninguém sabe o que está por vir, se ele poderá andar, se ele recuperará as funções da perna, se precisará amputar. Até onde eu sei ele foi relutante sobre amputar a perna, e quem pode julgá-lo? Quem deixaria um membro seu ser arrancado de você assim, sem lutar? Pelo menos ele mostrou o brio dos House. Eu queria não sentir nada a respeito, mas eu sinto. Não sei exatamente o que, mas eu sinto. As vezes acho que eu fico feliz, é como se fosse uma pequena vingança contra Blythe e Gregory, mas outras vezes eu fico triste e sinto por ele. Afinal, Gregory não tem nada a ver com as falhas de sua mãe. Nem com as minhas...
House estava com a testa franzida a essa altura. Por essa ele não esperava.
Uma semana depois House precisou viajar a trabalho. Nem ele e nem Cuddy queriam isso, mas um doador importante estava com uma doença misteriosa em Portland e não podia ser transportado para Princeton, não tinha outra solução, House precisou ir até ele.
Ele já estava ausente de casa há mais de uma semana.
"Ei...".
"Ei... Como está aí? Como está Josh?".
"Ainda fazendo teste". Ele respondeu desanimado.
"Eu sinto a sua falta".
"Eu também, mas foi a reitora quem me mandou pra cá".
"Você sabe porque". Ela respondeu irritada, ela era a última pessoa que queria que ele viajasse sozinho.
"Eu tenho trabalhado dia e noite pra tentar descobrir o mistério, e então poder voltar pra casa".
"É o papai?". Ethan perguntou.
"Papai, volte logo! Eu não aguento ser o único homem da casa". O garoto gritou a distancia. House riu.
"Esse garoto...". Cuddy falou rindo.
"Pelo menos ele sabe quem é o Alfa da casa". House respondeu.
"Falando em alfa... Vamos falar na webcam mais tarde". Cuddy propôs maliciosa.
"Minha webcam não está boa, eu te disse...".
House estava evitando chamadas por vídeo.
"Por que você não quer falar por vídeo? O que você está escondendo?". Cuddy perguntou desconfiada e irritada.
"Minha câmera não esta boa".
"Eu nunca soube que existia um problema na sua câmera...".
"Porque eu não precisava acessá-la. Agora eu percebi o problema". Ele tentava despistar.
Cuddy bufou.
"Eu sinto a sua falta!".
"Pai... Volta porque mamãe está mais insuportável do que nunca sem você". Dessa vez era Gwen que passou pela mãe e se intrometeu na conversa. "Ela tem medo de dormir sozinha e quer que fiquemos com ela, ela subornou Ethan noite passada".
House riu. "Como você subornou Ethan?".
"Eu não subornei o meu filho". Cuddy respondeu indignada.
"Cuddy...".
"Eu só prometi que compraria um jogo de vídeo game novo se ele se comportasse".
House riu.
"Não foi suborno e nem chantagem pra ele dormir na minha cama. Ele me fez companhia porque ele quis. Ethan é doce".
"Claro que sim".
"Eu te amo muito!". Cuddy disse.
"Eu sei!".
"Você não vai dizer que me ama de volta?". Cuddy perguntou mal humorada.
"Quando eu voltar eu te digo pessoalmente".
"Tem alguém no quarto com você?".
House riu. "Com certeza tem. Sandra Bullock está aqui".
"House... Eu falo sério!".
"Eu também".
Cuddy estava frustrada.
"Você não sente falta do meu corpo?". Cuddy perguntou em voz baixa.
"De onde vem essa insegurança? Essa não é a Cuddy que eu conheço. É claro que eu sinto falta do seu corpo, dos gêmeos, do super petroleiro, da sua boca...".
Ela corou. "Eu estou te esperando ansiosa".
"Não mais do que eu".
"Volta logo!".
"Querem parar com essa nojeira!". Gwen gritou. Cuddy corou. Até onde aquela garota havia ouvido a conversa?
House riu alto. "Não esqueça de que os nossos filhos são geniozinhos do mal".
Continua...
