Maldito dia de merda. Bruce andava, ou melhor, mancava pelo corredor da Empresa, sua canela latejava de dor.

-Histérica, lunática. –Ele resmungava, nem dava bom dia para as pessoas que passavam –Quem ela pensa que é? Quebra meu para-brisa e ainda me chuta. Maluca.

-Bruce aonde você estava? –Clark se aproximou – Se não fosse pelo Lucios tínhamos perdido o... Você tá mancando?

-Não, estou andando assim porque quero! –Bruce entrou no seu escritório.

-O que aconteceu? –Clark sentou de frente pro amigo.

Clark Kent era amigo de Bruce Wayne desdá infância, ele era um acionista e ajudava na imagem da empresa cuidando das notícias e reportagens.

Ele estava acostumado ver Bruce nervoso, mas nunca nesse nível. Ele ouviu a história atentamente.

-Quer dizer que uma mulher te bateu? –Clark gargalhava. –Queria saber quem era ela pra dar os parabéns.

-Eu também queria saber, a maluca tem que pagar o concerto do carro.

-A qual é Bruce, não é como se você não pudesse pagar.

-É pelo princípio Clark. –Bruce resmungava –Histérica! Além de me dá prejuízo ainda me chuta.

-Ela era bonita? –Clark tinha um sorriso malicioso no rosto.

-Era louca. Tu acha que ia ficar olhando pra ver se era bonita.

-Acho.

-Cala a boca! E vai trabalhar antes que te coloque na rua.

Clark saiu da sala sorrindo, ele riu mais ainda quando Bruce ligou para a secretaria perguntando se ela tinha um remédio pra dor.

A boate ficava em um bairro não muito seguro de Gothan, mas nessa cidade nada era muito seguro. O lugar era bem grande a fachada era da cor preta e roxa, o letreiro exibia o nome do lugar CAT CLUB em letras neon. A noite eram acessas e chamava bastante atenção, a fila iam até o final da rua.

Mas de manhã era apenas uma casa qualquer aonde os funcionários trabalhavam arrumando as coisas para a noite. Selina estacionou o carro na frente, ela entrou no lugar cumprimentando o segurança.

-Fala fedorento.

-Do que me chamou?! –Ele se aproximou dela.

-Não quero confusão –Selina estava calma –Aonde tá o Oswald?

-No escritório. –Ele acenou com a cabeça em direção as escadas.

Selina estava andando quando sentiu o segurança seguindo ela.

-O que?

-O chef quer que eu vá com você para evitar acidentes.

-Se vai ser assim pelo menos mostre o caminho.

Ele a guio, não era como se Selina não conhecesse o lugar, ela conhecia cada quanto dessa boate, mas preferia ficar atrás do grandão caso precisasse se defender. Quando chegou próximo a porta ela já ouvia os berros.

-NÃO QUERO SABER PODE DAR UM JEITO NISSO AGORA! –Oswald bateu o telefone com força.

-Chef –Fedorento, como Selina o apelidou, o chamou –Ela chegou.

-Até que enfim! Achei que teria que mandar te buscar.

-Eu lá tenho medo de você.

Selina parou de frente para a mesa em que Oswald estava sentado, ele fumava um grande charuto. A fumaça deixava o ar ao redor dele cinza.

-Deveria parar de fumar esse negócio, vai acabar te matando. Não que eu me importe claro.

-E você lá se importa com alguma coisa? –Oswald sorria maldosamente.

-Ficaria surpreso. –Ela atirou a chave em cima da mesa –Seu carro está lá fora, vou indo.

Quando Selina estava saindo da sala outro segurança parou na porta impedindo ela de passar. Ela se virou.

-Pode pedir pro troglodita ali me deixar passar?

-Troglodita?! –O segurança parecia irritado –Pra sua informação eu sou judeu.

-E o que isso tem haver?! Jesus ainda bem que você é forte porque se dependesse do seu cérebro estaria morrendo de fome.

-SUA VADIA!

-Já chega Dank! –Oswald jogou a chave para ele –Vai verificar se o carro está inteiro.

Dank saiu da sala.

-Belo nome, foi você que o treinou? Ele sabe fazer outros truques como sentar e dar a patinha?

-Engraçadinha. –Oswald apontou para a cadeira em sua frente –Sente.

-Na verdade já tó de saída.

-Selina espera! Antes quero ver se o carro tá inteiro.

-Vai me segurar aqui até quando? Aliás não é mais meu chef, por tanto posso muito bem ir embora.

-Poderia voltar a trabalhar aqui se aceitar a minha oferta.

-Não obrigada. –Selina queria dar um soco nele, mas se fizesse isso seria mais difícil ir embora.

-Chef. –Dank voltou –Olha o que achei.

Selina não gostou do sorriso dele.

-Que porra Selina! Uma multa! –Oswald pulou da cadeira.

-Nem é tão grave assim!

-Estacionou em fila dupla! –Ele caminhou até ela –Sabe que não posso ter meu nome nos tribunais!

-Que bom que o carro está no nome de outra pessoa então. –Selina sorriu.

-Vagabunda! Não funciona assim e você sabe.

Ela não tinha medo de Oswald. Nenhum. Ele era um gordinho, careca e extremamente baixo, mal batia no peito dela, seu nariz era tão grande que ela o apelidou de pinguim.

-Você nem se importa não é? –Ele perguntou.

-Nem um pouco.

-Tem outra coisa chef –Dank sorria –A lateral do carro tá arranhado.

-O QUE?! SELINA!

-Um arranhado de nada –Ela olhou para o segurança –Na real como tu conseguiu esse emprego sendo tão fofoqueiro? Oswald não devia confiar nessas pessoas.

-CALA A BOCA! –Oswald socou a mesa. Selina nem piscou.

-Cuidado com a preção.

-Você vai pagar por tudo.

-Como?! –Selina não gostou disso.

-O dinheiro que eu ia te dar pela sua demissão vai ser usado pra pagar a multa e concertar o carro.

-Se fuder Oswald! –Selina estava muito irritada –Eu preciso do dinheiro. Trabalhei pra receber!

-E vai fazer o que? Chamar a polícia? Hahahahahaha Como se eles fossem se importar com uma dançarina de boate.

Isso doeu mais que um soco.

-Quer saber? –Selina olhou para Oswald –Foda-se! Faça o que quiser. –Ela saiu do escritório.

Quando Selina estava longe da boate, percebeu que finalmente tinha acabado. Oswald, seus seguranças idiotas, a proposta ridícula. Tudo. Ela estava feliz mesmo. Mas sem um trabalho como iria fazer pra se virar de hoje em diante?