Selina estava em seu apartamento quando resolveu que iria sair pra fazer sua caminhada, não era como se ela fizesse isso sempre. Na verdade não gostava muito de exercícios físicos, mas ficar presa em casa não estava ajudando. Então ela colocou sua calça de ginastica rosa e seu top da mesma cor, um casaquinho e saiu.

Já era fim de tarde em Gotham, ela caminhava em uma rua bem movimentada com pessoas saindo do trabalho, pais buscando filhos na escola... Coisas que pessoas normais fazem ao fim de tarde. Selina estava concentrada em sua caminhada quando ouviu algo. Parecia vir do beco aonde ela estava perto.

Era estupides querer ver o que tem no beco. Regra número um para se viver em Gotham: nunca chegue perto de um beco. Nunca. Selina ouviu o barulho de novo, ela se aproximou com cautela.

-...hor, por favor. –Era uma voz bem baixa e parecia que estava chorando.

Selina percebeu que não era dentro do beco mas sim na entrada dele.

-...Por favor. –A voz fungou.

Seja o que for parecia estar chorando e como era Gotham ninguém se importava, "quando as pessoas ficaram tão ruins?" Selina se aproximou para ajudar a pobre alma quando percebeu...

-Caramba é uma criança! –Ela correu até ele.

Era um menino que não parecia ter mais de cinco anos. Sozinho. Em Gotham. Quase de noite. Na entrada de um beco.

Muita informação para Selina processar, cadê os pais? Ele estava sozinho? Porque? Ele está bem? "Certo calma Selina concentre-se!" A criança parecia bem, estava chorando um pouco, e as roupas estavam amassadas, Selina percebeu que parecia um uniforme escolar. O garoto estava bem, pelo menos ela achava. O menino mordeu o lábio, parecia que iria chorar ou gritar Selina não sabia. "Claro que ele está assustado, você está a cinco minutos parada olhando pra ele." Ela respirou fundo e se abaixou pra ficar na altura dos olhos dele.

-Oi sou a Selina e você? –Ela usou muita doçura na voz para deixar ele calmo. Parecia funcionar, pois o garoto parrou de morder o lábio e enxugou os olhos.

-Da-Damian. –Sua voz saiu tremula.

-Damian? Que nome lindo. –Ela sorriu –Aonde estão seus pais Damian?

-E-Eu não sei. Me perdi. –Ele parecia que ia começar a chorar de novo.

-Se perdeu? –Selina olhava para os lados, não parecia boa ideia procurar por eles agora –Tudo bem e se eu te levar na polícia e tentamos encontrar seus pais lá?

Não era uma pergunta. Ela ia fazer isso de qualquer forma, mas queria deixar Damian seguro deixando ele fingir que podia decidir.

-Meu pai diz que não posso falar com estranhos. –Ele parecia adorável fungando o nariz e olhando Selina "Um pequeno gatinho de rua."

-Ele tem razão, mas nessa situação é melhor você confiar em mim. Afinal já nos conhecemos não é? –Ela sorria.

-Acho que sim. –Que criança inocente e boa essa. –Meu irmão me disse uma vez que se eu tivesse problemas era pra ir na polícia, mas eu não sei como ir. Estava pedindo ajuda ninguém me ajudou.

-Eu sei gatinho. –Selina viu ele ficar vermelho com o apelido – Eu vou te ajudar. Vamos encontrar seu pai, mas primeiro vamos a polícia tá bom?

Selina levantou e estendeu a mão para Damian pegar, ele a segurou. Os dois começaram a caminhar pelas ruas calmamente. Selina percebeu quando o menino parou, ela ia perguntar se tinha algum problema até que viu Damian olhando para um elefante de pelúcia na vitrine da loja de brinquedos, o brinquedo era todo cinza e sua tromba era bem grande. Parecia bem fofo na verdade. Damian desviou o olhar e continuou andando.

O silencio da caminhada estava sufocando Selina, ela não sabia se a criança estava bem, apesar de não chorar mais Damian estava bem quieto.

-Damian? –Ele olhou para ela –Você disse que tem um irmão, como ele é?

-Tenho três.

-Mesmo? Que legal. Eu não tenho irmãos.

-Que sorte a sua. –Damian apertou a mão dela com força. –Eles são muito maus comigo, quer dizer menos Richard ele é legal. Jaison não, ele vive falando pra eu não entrar no quarto dele e Tim nunca brinca comigo!

-Mesmo? –Selina percebeu que ele estava fazendo biquinho era tão fofo.

-Sim, ele diz que brincar de lego é coisa de criança.

-Quantos anos ele tem?

-Dez. –Damian parecia estar arrependido de falar assim de seu irmão pois logo completou –Mas ele sempre me deixa escolher os filmes na noite de cinema.

-Ele não é tão ruim assim. –Ela sorriu.

-Acho que não. Jaison também é legal ele conta histórias as vezes antes de eu dormir é divertido.

-Isso é muito bom.

-Sim ele faz as vozes dos personagens é muito engraçado. –Damian riu.

-E o Richard?

-Ele é o melhor! Sempre me deixa dormir com ele quando tenho pesadelos. Mas uma vez assistimos um filme de terror, papai ficou bravo porque não conseguimos dormir.

-E o que aconteceu?

-Dormimos com o papai. Ele é bem alto –Damian esticou o braço para tentar mostrar a altura do seu pai – Ele diz que consegue lutar com qualquer mostro que tente nos pegar.

-Uau ele deve ser um super herói.

-Sim!

Damian sorriu e Selina amou conversar com essa criança. Ela percebeu que Damian andava mais devagar do que antes.

-Está cansado? –Selina se abaixou pra ficar na sua altura.

-Sim.

-Quer que te carregue? Estamos quase chegando.

Damian sorriu mais ainda, ele ergueu os braços e Selina o pagou. Ela colocou uma perna dele de cada lado, suas mãos o seguravam nas costas. Damian ficou com a cabeça erguida olhando em volta. Depois de algum tempo encostou a cabeça no ombro dela.

-Você é tão legal Selina.

-Ah gatinho você também. –Ela ouviu a risadinha dele.

Esse menino era um amor.

Na delegacia Selina informou que encontrou Damian perdido, ele disse o nome do pai e já entraram em contato com ele.

Os dois estavam sentados em uma cadeira afastado na delegacia, Damian ainda estava no colo dela, mas agora estava com as pernas na sua frente, ele estava de lado sorrindo e falando com Selina. Ela o abraçava pela cintura. O comissário de polícia se aproximou.

-Damian eu já liguei pro seu pai ele já está a caminho.

-Obrigado tio Jimmy. Não tem pressa a Selina vai ficar comigo até papai chegar, né?

-Claro. –Selina arrumou o cabelo dele. –Obrigado comissário.

Assim que o comissário se afastou Selina perguntou.

-Ele é seu parente Damian?

-Não, é amigo do papai.

-Certo.

Damian começou a falar de novo, Deus! Ele não parava de falar, nem parecia o menino quieto de uma hora atrás.

-Meu professor disse que... Papai! –Damian desceu do colo da Selina e correu.

-Damian!

Selina viu o homem pegando o filho e o abraçando.

-Nunca mais faça isso de novo. Nunca mais solte minha mão novamente, entendeu? –Ele fez Damian olhar para ele.

-Sim, me desculpe. –Damian o abraçou.

-Não sei o que faria se acontecesse algo com você.

-Tá tudo bem papai Selina me ajudou.

-Quem?

Selina se aproximou dos dois, finalmente ela conseguiu ver o rosto do homem e não gostou nem um pouco.

-VOCÊ?! –Ela berrou.

-SÓ PODE SER BRINCADERIA!

Vou te dizer que eu simplesmente amei esse Damian kkkk